A New Chance.

Capítulo 36


A garotinha de olhos verdes saltou do elevador junto com seus pais, entre os dois adultos ela segurava suas mãos enquanto observava o local desconhecido. Um pouco mais a frente ela avistou um rosto familiar e foi o suficiente para largar as mãos que segurava e correr em sua direção, mesmo ouvindo sua mãe pedindo para ir devagar.

— Oi, padrinho. – Pulou em seu colo.

— Ah aqui está você.— Ele a agarrou e a levantou do chão. – Achei que tinha se perdido.

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Lucy o abraçou e depositou um beijo em sua bochecha. Eles se olharam e a pequena abriu um belo sorriso para seu padrinho que sorriu de volta e relou seu dedo indicador em seu nariz.

— Eu to bonita, padrinho? – Perguntou. – Mamãe disse que hoje é um dia especial e que eu tinha que ficar muito bonita.

— Mais do que já é? – Lucy deu uma risadinha. – Você é a garota mais linda que eu conheço nessa cidade, ou no mundo.

— Até mais que a madrinha?

Mac sorriu daquela pergunta, foi impossível evitar aquela reação. Lucy havia pegado ele.

— Está preparada para a surpresa? – Tentou desviar daquele assunto. – Está pronta para ver a sua madrinha?

— Superpronta, padrinho. – Respondeu determinada. – Você sabe onde ela está?

Ele assentiu e Lucy abriu um sorriso maior ainda. Lindsay e Danny chegaram mais perto e Mac os olhou confiante.

— Acha que ela vai ficar feliz? – Lindsay perguntou.

— Eu tenho certeza disso! – Respondeu Mac. – Se Lucy não deixar Stella mais feliz e animada, então eu não conheço ela e me enganei sobre isso durante anos.

Eles trocaram sorrisos.

— Cadê a minha madrinha, papai?

— Tem que esperar um pouco, princesa.

Alguns passos se aproximaram e uma figura feminina chegou mais perto dos detetives.

— Ora, vejo que tenho uma convidada especial hoje. – Uma voz tomou suas atenções. – Bom dia, detetives.

— Bom dia, Barbie. – O casal respondeu.

Barbie deu sorrisinho para a garotinha de cabelos soltos com pontas levemente onduladas.

— Você deve ser a Lucy. – Disse a enfermeira. – Eu me chamo Barbie, muito prazer. – Estendeu a mão para ela.

— Igual à boneca? – Perguntou surpresa.

A enfermeira deu uma risadinha e assentiu.

— Eu me chamo Lucy Monroe Messer. – Segurou a mão da enfermeira como se fosse uma adulta. – Mas pode me chamar só de Lucy.

— Eu ouvi muitas coisas sobre você, mocinha. – Fez um pouco de cosquinhas nela. – E eu tenho que dizer: Eu adoro seus desenhos, eles são todos tão lindos quanto você.

Lucy sorriu orgulhosamente.

— Está animada para ver sua madrinha, Lucy?

— Sim. Muito, muito, muito. – Disse eufórica. – Eu estou com muitas saudades dela.

— É? Eu aposto que sim. E o que mais quer fazer quando ver ela?

Lucy sorriu.

— Eu quero abraçar ela e beijar também. – Respondeu tímida agarrando em seu padrinho.

— Bom, Lucy, eu garanto que ela também está louca para te ver.

— Você sabe onde ela está? – Questionou curiosa.

— Ah sim! Eu sei onde ela está. – Afirmou. – Quer ir vê-la? – Arqueou as sobrancelhas.

Lucy assentiu rapidamente e olhou para seus pais de modo esperançoso, o par de olhinhos verdes brilhavam.

— Posso, mamãe e papai? – Pediu. – Padrinho deixa eu ver ela? – Desviou seu olhar para Mac.

Ele sorriu e assentiu de modo calmo e carinhoso. Mas antes de qualquer movimento, eles foram interrompidos.

— Hey. Vocês estão aqui! – Uma diferente voz fez Lucy procurar pela dona.

Lucy procurou com o olhar pela dona da voz que ela reconhecerá, ela avistou a morena de cabelos cumpridos se aproximar e parar ao lado de sua mãe, ficando de frente para ela.

— Tia Jessie. – Sorriu e insistiu em descer do colo do padrinho que assim deixou.

— Oi, coelhinha.

Jéssica se agachou e recebeu um abraço da pequena Messer. “Jessie” e “Coelhinha” eram os apelidos que apenas ambas usavam uma com a outra, e Lucy adorava ser chamada de coelhinha desde que se fantasiou como tal no halloween passado para a festa em sua escolinha.

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— Você também veio visitar a madrinha? – Perguntou ajeitando a franjinha da morena.

Jess sorriu e acenou positivamente.

— Na verdade, eu vim ajudar você a fazer surpresa. – Sussurrou. – Eu estava com ela agorinha e sua mãe me mandou uma mensagem, e eu como uma boa atriz fingi que vim buscar um café, mas eu vim encontrar você. – Explicou.

— Você estava com ela ? – Perguntou. – Então, me leva lá, tia! Eu to com muita saudades da minha madrinha e quero muito, muito, muitíssimo ver ela. – A pequena olhou ao seu redor. – Todo mundo já deixou.

Os adultos trocaram sorrisos. Jess se levantou e a pegou no colo.

— Okay, coelhinha! – Sorriu tão animada quanto a criança. – Vamos lá! Vamos surpreender sua madrinha.

Ela ergueu os bracinhos comemorando e todos riram da cena.

Stella apreciava sua vista de Nova York como de costume, seu corpo estava coberto por um robe longo de cetim cor champanhe que Rosalie havia trazido de Nova Orleans, aquela era uma das peças e coisas que havia sido trazida de seu apartamento.

— Palavra com cinco letras. – A voz de Flack trouxe sua atenção. – Utensílio de cozinha.

Ela se virou para olhá-lo. Ele estava em sua cama fazendo palavras-cruzadas como sempre fazia toda manhã ao seu lado antes de ir trabalhar.

— Pratos? – Sugeriu.

Ele a olhou e depois olhou o jornal, ele sorriu de modo vitorioso e escreveu na folha.

— É claro! Eu já sabia essa. – Stella riu. – Apenas testando seus conhecimentos. – Olhou para ela de volta. – O que foi? Tem alguma coisa te incomodando?

— Don. – Chamou docemente indo em sua direção.

— Eu não gosto quando usa essa voz comigo. – Olhou desconfiado. – Significa vai me pedir algo e eu provavelmente não vou conseguir negar.

Ela sorriu e se sentou ao seu lado.

— Quando eu vou poder ir embora? – Perguntou desanimada. – Eu quero sair daqui. – Suspirou. – Eu quero ver a cidade fora desse quarto, desse hospital.

— Vai poder fazer isso daqui a pouco, Stell! – Deixou a caneta de lado. – Ouviu os médicos hoje mais cedo, logo eles vão te dar alta. – Segurou a mão dela. – Eu sei que está cansada de ficar aqui, que se sente presa, mas, aguenta mais um pouquinho, ok?

Stella demorou alguns segundos mas assentiu.

— Eu prometo que quando ter alta, a gente vai fazer um tuor por Nova York. – Ela voltou a sorrir. – Com direito a ida na Estatua da Liberdade, Empire State, Central Park, Times Square e Rockerfeller Center. – Ele sorriu convencidamente. – Você sabe que o que não falta nessa cidade é ponto turístico.

— Vai me levar em todos? – Deitou sua cabeça no ombro dele.

— Yeah. – Afirmou. – E vamos comprar aquelas camisetas escritas: I LOVE NEW YORK. – Ela riu ao imaginar a cena. – Também podemos comprar chaveiros da Estatua da Liberdade e claro que vamos usar bonés dos Yankees. – Ele gemeu de animação. – Ou então podemos usar aquelas coroas igual à da senhora liberdade. Vai ser o máximo !

— Eu não consigo imaginar nada mais nova-iorquino que isso. – Levantou sua cabeça e o olhou. – Oh e podemos compras aquelas canecas que também tem: I LOVE NEW YORK?

— Claro! Nós vamos vomitar Nova York em nós mesmo. – Sorriu para ela. – Só precisa esperar mais um pouco. – Apertou a mão dela levemente. – Consegue?

Ela assentiu positivamente determinada e Don beijou sua testa. Um ruído soou pelo quarto, um curto bip fez Don pegar seu celular preso em seu bolso e verificá-lo sob o atento olhar da grega.

— Trabalho? – Perguntou.

Flack sorriu e desligou o aparelho, voltando a olhá-la.

— É a Jéssica. – Respondeu. – Ela disse que está com o Mac e parece que ele te trouxe um presente.

— O que? Que presente? – Questionou desconfiada.

Ele ergueu os ombros como resposta para uma Stella que tinha um olhar misto de curiosidade e confusão. Jéssica havia saído para pegar um café e agora estava com Mac que tinha um presente para ela, querendo ou não era impossível não desconfiar daquela situação.

— Palavra com seis letras, gênero literário da Antiga Grécia. – Voltou seu olhar ao jornal. – Essa é fácil – Sorriu triunfante. – Mas como eu sou um bom irmão vou deixar você responder essa também. – Deu uma risadinha.

— Jess disse o que era? – Mordeu o canto do lábio inferior.

— Não, eu nunca perguntei isso para ela. – Negou concentrado. – Mas, podemos esperar ela voltar para perguntar e deixá-la responder. – Colocou a ponta da caneta em seu queixo. – Mas eu não acho que ela saiba sobre gêneros literários do antigo grego, não sei nem se ela sabe os americanos.

Stella o olhou e automaticamente ele também a olhou.

— Espera…. Você fala do presente? – Perguntou cinicamente. – Oh não! Ela não disse nada, apenas disse que é um presente.

A grega pareceu inquieta, estava pronta para se levantar quando Don a segurou.

— Relaxa! – Mandou. – É o Mac. Ele te conhece, lembra?! Ele sabe te dar presentes. – Arqueou as sobrancelhas. – Só não sabe fazer isso com resto do pessoal, mas, com você… – Sorriu falsamente. – Ele te dá o Empire State você pedir.

Stella não se conteve e deu uma risadinha.

— Isso não é verdade. – Negou. – Ele nunca me deu o aumento que eu pedi e seria um bom presente. — Brincou e Don riu.

— Você não ganhou o aumento, mas ganhou ele. – Murmurou.

— O que?

— A amizade dele. – Corrigiu rapidamente. – Eu quis dizer a amizade dele. – Stella o olhou desconfiada. – Você não ganhou, mas ganhou a amizade dele. – Disse nervoso. – Afinal qual é o melhor ? Amizade dele ou dinheiro ? Pensa bem. Ninguém gosta de ser inimigo daquele homem!

Ele limpou a garganta e olhou seu caça-palavras por dois segundos até voltar sua atenção para a grega que o olhava intrigada.

— Gênero literário da Antiga Grécia? – Disfarçou insistindo na pergunta anterior. – Eu vou ficar bem desapontado se não souber. – O biquinho que ele fez no final da frase arrancou aquele olhar e fez os seus lábios abrirem o melhor sorriso.

— Seis letras? – Questionou.

Ele assentiu e ela pensou por um minuto.

— Seria o lírico? – Insinuou.

Donald rapidamente se certificou contando os quadradinhos vazios, ela olhou para o papel distante nas mãos dele e sorriu ao vê-lo preencher os espaços em branco.

— Você pratica isso ou coisa assim? – Perguntou finalizando a última letra e a olhando. – Você é boa!

Stella o olhou uma última vez antes de se levantar.

— Eu sei o que vai dizer, mas antes que diga. – Caminhou de volta a janela. – Eu não consigo ficar parada. – Flack a encarava. – Ainda mais quando fico ansiosa e não tem nada para fazer.

Don ergueu as mãos como se rendesse a situação. Cansada daquela situação, Stella olhou para sua vista mais uma vez, ela nunca achou que se enjoaria de olhar para todos aqueles arranha-céus e toda aquela cidade incrível que amava lá em baixo, mas depois de dias presa naquele quarto ou no hospital, ela estava enjoando daquilo.

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A porta de abriu e pelo vidro limpo ela avistou Jess entrar seguida por Mac. Ela se virou e seus olhos se encontraram de imediato.

— Ansiosa? – Ele sorriu de canto provocando-a.

— Você sabe que sim, Mac — Afirmou. – O que andou aprontando?

Ele compartilhou um olhar com o casal. Algumas batidas na porta fez com Stella desviasse seu olhar em direção ao som.

— Pode entrar. – Disse alto.

A porta se abriu e sua expressão congelou, os olhos de Stella se encheram de lágrimas assim que se cruzaram com o par de olhinhos verdes brilhantes parados na porta aberta. Lucy abriu seu maior sorriso e acenou freneticamente para ela.

— Madrinha é você! – Falou entusiasmada. – É você mesma.

— Lucy. – Murmurou. – Minha pequena Lucy.

Stella sorriu e assentiu, ela a chamou em sua direção com as mãos e Lucy não esperou uma segunda chance para correr em sua direção. A grega deu alguns passos ao seu encontro e a agarrou ainda no ar, abraçando-a carinhosamente e fechando seus olhos que deixaram lágrimas presas escorrerem por seu rosto enquanto acariciava os fios de cabelos dourados da sua afilhada.

— Oi, meu amor. – Disse de forma calma. – Sou eu.

— Eu senti saudades, madrinha. – Os bracinhos apertaram o pescoço de Stella. – Muitas saudades.

Elas se afastaram e se olharam. Lucy limpou os rastros lágrimas do rosto de sua madrinha enquanto a olhava confusa.

— Por que está chorando? – Descansou sua mão sobre sua bochecha. – Está triste?

Stella negou desenhando um sorriso e dando um beijo naquela pequena e macia mãozinha quente sobre seu rosto.

— É de felicidade! Sabe, eu estava morrendo de saudades da minha bonequinha. – Lucy sorriu ao ouvir o apelido. – E agora ela veio me ver.

— Eu fiquei esperando um tempão – Mexeu em seus cachos. – E não podia vir antes, ninguém deixava. – Formou um biquinho. – Você demorou para acordar, madrinha.

— Oh, princesa. – Murmurou. – Me desculpa por fazer você esperar. – Lamentou. – Consegue desculpar a madrinha?

Lucy ajeitou um cacho atrás de sua orelha e depois lhe um beijinho na testa carinhosamente.

— Tá tudo bem, madrinha— Falou de forma meiga. – Eu já sabia que você ia acordar e eu poderia ver você de novo. – Sorriu. – Você me prometeu, lembra? Eu consegui esperar!

— Claro. – Passou a mão pelo rosto dela. – Que bom que nunca esqueceu aquela promessa.

Stella desenhou um sorriso enquanto observava aquele rostinho delicado por alguns segundos.

— Ah eu esqueci de dizer. – Sussurrou Lucy. – Surpresaa! – Disse alto erguendo seus braços.

Os adultos riram de Lucy que deu uma risadinha junto.

— Era desse jeito, papai? – Perguntou olhando para Danny.

Ele deu uma piscadinha para filha e assentiu.

— Você gostou, madrinha? – Encarou a grega. – Gostou da nossa surpresa?

— Tá brincando? Eu amei! – Balançou ela em seus braços. – É a melhor surpresa que eu já ganhei na minha vida inteira.

— Foi ideia do padrinho, ele disse que ia fazer você ficar mais feliz.

Stella lançou um olhar para Mac e sorriu agradecida.

— O padrinho acertou em cheio. – Voltou a olhar para Lucy. – Ver você me deixou muito, mais muito feliz. – Sussurrou. – É o seu superpoder, sabia? Só você consegue fazer isso.

— Deixar você feliz? – Stella assentiu.

Lucy sorriu convencida e olhou para seus pais e tios.

— Ouviram? Eu tenho o superpoder de deixar a madrinha feliz. – Disse extasiada. – É por que eu sou sua bonequinha? – Olhou para Stella.

— É porque você é o meu maior presente. – Disse a grega. – É a pessoa que eu mais amo nesse mundo e de quem mais senti saudades.

O sorriso de Lucy se abriu e ela voltou a abraçar a madrinha, escondendo seu rosto em seus cachos. Stella olhou para os amigos e suspirou com um sorriso terno nos lábios, ela tinha os braços envoltos ao redor de Lucy.

— Obrigada. – Moveu os lábios para o grupo de detetives. – Eu também amo vocês.

Seus olhos pararam em Mac que tinha um sorriso de admiração nos, por alguns segundos Stella manteve seus olhos presos nos do detetive, ela sabia que ele podia ler seus pensamentos, sabia que ele podia entender apenas pelo olhar o quão grata ela estava por aquela surpresa.

O céu estava incrível com o seu misto de cores naquele fim de dia, o clima estava perfeito para se divertir no playground do parque com uma criança alegre e sorridente. Stella e Lucy brincavam no balanço em meio a areia com seus pés descalços, ambas pareciam estar se divertindo. Lucy gargalhava alto quando o balanço empurrado pela madrinha atingia o ”alto” e Stella se divertia quando a garotinha soltava sua risada, era como se aquilo a impulsionasse a sorrir.

Mais alto, madrinha, mais alto. – Gritou uma Lucy de cabelos trançados. – Lá no céu. – Apontou para cima.

O que? – Perguntou uma Stella “espantada”. – E se eu ficar sem minha estrelinha?

E você tem uma estrela, madrinha? – Encarou o céu.

Stella parou o balaço e olhou para o rosto da afilhada que ergueu o olhar para cima para ver a madrinha.

Claro que sim. – Afirmou. – Você é minha estrelinha! – Tocou na ponta do seu nariz. – Minha pequena estrelinha da sorte.

Lucy pareceu gostar daquilo e sorriu.

E que tal só um pouquinho perto do céu? Ele não vai me pegar, juro. — Perguntou e ganhou um sorriso de Stella. – Pode ser, madrinha linda?

A grega riu e assentiu.

Você tem a quem puxar, garotinha. Seu pai deve ser um homem muito orgulhoso. – Voltou a empurrá-la. “

Stella estava sentada em sua cama ao lado de uma Lucy contagiada de alegria e palavras, ela contava a madrinha muitas aventuras que teve com o seu tio Louis nos três dias em que ficou com ele quando sua avó foi visitar a irmã em outra cidade. Danny e Lindsay assistiam a cena junto com Don, Jess e Mac, todos próximos da cama.

— E no final o tio Louis queimou a lasanha da vovó e comemos pizza e muito sorvete de chocolate.

— Deve ter sido delicioso. – Stella sorriu atenciosa.

— Foi mesmo. – Assentiu. – Mas o papai e a mamãe proibiram o tio Louis de me dar sorvete de noite. – Fez um biquinho. – O que me deixou triste.

Todos olharam o casal.

— Não nos julguem. – Advertiu Danny. – É açúcar puro e isso significa ficar até tarde vendo filme de princesas. – Olhou para Flack. – Já assistiu Rapunzel? Imagina ter que assistir três vezes seguidas ela e o camaleão dela se aventurando por ai.

— Aposto que deve ter sido incrível. – Don disse escondendo o sorriso. – Rapunzel é um clássico! – Danny bufou com a implicância.

O grupo se divertiu assistindo o pequeno dialogo entre os dois amigos.

— Ah madrinha. – Lucy chamou sua atenção. – Posso te perguntar uma coisa?

— Claro, meu amor. – Afirmou acariciando seus cabelos.

— Quem beijou a senhora? – Indagou inocentemente.

Todos se olharam e depois encararam a grega, esperando respostas. Stella olhou para o casal Messer que pareciam tão surpresos pela pergunta quanto ela, eles ergueram os ombros como uma clara resposta de: “Não fazemos ideia da onde isso surgiu.”

— Lucy, minha filha. – Lindsay a repreendeu cautelosa.

— Desculpa, mamãe e desculpa, madrinha. – Lamentou tristonha.

Stella odiava ver qualquer sinal de frustração, tristeza ou decepção naqueles olhinhos verdes.

— O que você quis dizer, bonequinha? – Perguntou uma Stella surpresa e confusa. – Sobre beijo?

Lucy transformou sua expressão e a olhou seriamente como se fosse um assunto importante, ela mudou de posição e se ajoelhou na cama de frente para a madrinha.

— A bela adormecida só acorda do sono profundo porque o príncipe beija ela, madrinha. — Explicou. – E a mamãe disse que você estava dormindo profundamente para ficar melhor, então, meu papai disse que você era como a bela adormecida. E conversando com a Emma e a Molly, minhas melhores amigas, elas disseram que só com um beijo você podia acordar, como a princesa fez. – Sorriu e desfez o sorriso no segundo depois. – O que é nojento, não é ?! Meu pai sempre disse que beijar garotos é ruim e nojento. – Fez uma careta que foi impossível não rir. – Eca!

— O que? Não, não é … – Jéssica negou, mas foi interrompida.

Danny limpou a garganta olhando para a morena.

— É horrível É a pior coisa que existe. – Olhou para Don e Mac pedindo auxílio. – Certo?

Os dois se entre olharam e depois focaram em Lucy que os olhava.

— É horrível! – Mac/ Don concordaram.

Stella sorriu de canto e balançou a cabeça negativamente pela cena dos três.

— O que foi? Não é ruim, madrinha? – Lucy a olhou curiosa.

Stella sumiu com o sorriso e olhou para Danny que a olhava desesperado, ela se conteve a não sorrir mais e voltou a atenção a afilhada.

— Lucy, o seu pai tem razão! – Ela sentiu Danny respirar aliviado. – Quando se é criança, beijar é bem ruim e nojento. – Afirmou com uma careta. – Por isso, apenas adultos podem fazer isso, querida. – Disse a grega. – Quando for maior, vai entender melhor, okay ?!

— Isso mesmo! Quando tiver com quatorze… – Jéssica parou e olhou para um Danny que a olhava fixamente. – Tá bom! Quando tiver quinze anos, a gente vai conversar mais sobre isso. – Deu leve sorriso – Pode ser, coelhinha?

Lucy olhou para todo mundo e assentiu com um sorrisinho.

— Boa garota! – Jéssica piscou para a sobrinha. – Pode ser, Danny? – Olhou para o amigo.

— Fazer o que. – Deu ombros.

— E você, madrinha? – Voltou a olhar a grega. – Alguém te beijou para acordar? É gente grande e pode fazer isso, não é?!— Arqueou as sobrancelhas. – Foi o padrinho que te beijou ?

Mac e Stella coraram no mesmo segundo que ouviram aquela pergunta. Danny e Lindsay trocaram olhares surpresos com Jéssica e Don. Os quatro quiseram rir daquela cena e situação, mas se conterão na frente dos dois amigos e da pequena Messer.

— Oh isso vai ser divertido. – Sussurrou Jéssica para o namorado.

— Foi o padrinho, Bela Adormecida? – Don perguntou em voz alta com um sorrisinho de canto. – É uma boa pergunta, Lucy. – Disse a pequena que pareceu orgulhosa por ter feito.

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Se olhares matassem, Don teria sido morto duas vezes pelo par de esmeraldas e safiras.

— Lucy, ninguém me beijou para acordar. – Negou Stella. – Eu fui uma bela adormecida diferente, bonequinha.

— Como assim, madrinha?

— Sabe, enquanto eu dormia como a bela adormecida, todo mundo vinha aqui e ficava do meu lado. – Sorriu e olhou ao seu redor. – Seus pais, os tios Sheldon e Adam, a tia Jess e o tio Don, o Sid e a Su, e claro, o padrinho. – Olhou para Mac fixamente. – Teve mais alguns amigos que você ainda conhece, mas, todos que gostam muito de mim, todos meus amigos ficaram do meu lado. – Voltou seus olhos para Lucy. – E isso foi o que me ajudou a acordar do meu sono profundo.

— Os seus amigos?

Stella assentiu.

— Então não precisou de beijo como a princesa?

— Não, bonequinha. – Respondeu carinhosamente. – Me desculpa se queria que fosse igual à princesa

Lucy pareceu pensativa e Stella olhou automaticamente para Mac, ele definitivamente entenderia seu olhar apreensivo por ter desapontado sua afilhada com sua história. Porém, antes de qualquer outra palavra ou sensação, a pequena a olhou.

— É bem mais legal do seu jeito, madrinha. – Lucy sorriu. – Eu posso contar para minhas amigas?

— Claro, meu amor. – Consentiu aliviada.

Um bipe chamou a atenção de Flack que pegou seu celular e por alguns segundos encarou o aparelho.

— Eu tenho que ir. – Suspirou. – Nova York precisa mais de mim do que vocês duas. – Apontou para a grega e a “sobrinha”. – Mas eu aposto que você não vai sentir minha falta, não é, gatinha? – Olhou diretamente para Lucy.

— Claro que vou, tio Don. – Engatinhou até o final da cama onde ele estava parado. – Muita saudades.

Ele sorriu e abriu os braços para um abraço da garotinha que não precisou de um segundo, ela apenas ficou de pé e agarrou o pescoço de Flack que rapidamente a ergue para seu colo. Jess sorriu assim como Stella e Lindsay.

— A gente se vê, gatinha. – Don deu um beijo em sua cabeça. – Amo você vocês duas. – Olhou para a grega que abriu um sorriso maior.

Jéssica limpou a garganta ao lado do namorado.

— Eu também amo você. – Declarou-se. – Eu amo todas vocês! Incluindo a Lindsay, claro que com todo respeito. – Olhou para Danny. – Eu preciso ir agora! Afinal, um bom herói enfrenta os monstros dessa cidade, certo, Lucy?! – Sorriu para ela. – Vou te devolver para sua madrinha.

Ele jogou Lucy levemente na cama fazendo-a rir e engatinhar para o colo de Stella que a agarrou, como se a protegesse.

— Te vejo mais tarde, Bonasera. – Acenou para ela. – E o resto… a gente se cruza em algum momento. – Deu ombros.

O grupo riu com a “indiferença” de Don. O celular de Jéssica tocou antes que Flack desse um passo. A policial suspirou e olhou o aparelho.

— É sua culpa, Don. – Resmungou com ele. – Eu preciso ir também.

O casal se despediu dos amigos e saíram para seus trabalhos.

— Na verdade, é melhor dizer tchau para a madrinha também, Lucy. – Lindsay disse à sua filha. – Está quase na hora da escola. – Olhou para seu relógio de pulso.

— Mas eu vou poder voltar, né mamãe? – Perguntou apreensiva. – Vou poder ver a madrinha de novo?

Lindsay sorriu e assentiu para a criança colada em sua madrinha.

— Claro, filha. – Afirmou. – Amanhã você volta para ver a madrinha.

Lucy se afastou de Stella e a olhou por alguns segundos em silêncio

— Eu vou ficar com muitas saudades da minha bonequinha. – Stella sorriu.

— Eu também, madrinha. – Lucy a abraçou. – Mas ouviu a mamãe. Eu volto amanhã, tá?! É uma promessa. – Sorriu.

Elas cruzaram os dedinhos como símbolo daquele juramento. Lucy lhe deu mais um abraço e vários beijos antes de correr em direção ao colo de Mac que a agarrou e a abraçou.

— Tchau, padrinho. – Se despediu. – Cuida bem da minha madrinha até eu voltar amanhã, ok?! – Sussurrou em seu ouvido.

Mac riu em silêncio e assentiu para a afilhada ao se afastar do abraço estava sorrindo junto.

— Amo você. – Lucy o beijou na bochecha. – E também amo você, madrinha. – Olhou para trás.

— Eu amo você mais ainda. – Stella declarou-se carinhosa.

Lucy desceu dos braços de Mac e foi até seus pais que se despediam da grega com abraços. Danny pegou sua primogênita no colo antes de saírem do quarto. Ele parou na porta e Lucy acenou para Stella várias vezes antes de irem embora e fecharem a porta do quarto.

Mac olhou para grega que tinha um sorriso eternizado em seus lábios. Ela o olhou por alguns minutos em silêncio

— Obrigada. – Agradeceu. – Obrigada por ter feito isso.

— Os créditos são do Danny, da Lindsay e de uma noite de bebedeira, lembra?! – Brincou.

Stella riu.

— Se esqueceu de uma aposta perdida no jogo de sinuca. – Ele riu e assentiu. – Mas eu me referia a surpresa de trazê-la aqui para me ver. – O olhava. – Isso foi incrível!

Mac se sentou na poltrona próxima a grega.

— Você sabe como me fazer feliz, Taylor. – Sorriu de canto.

Ele sentiu seu coração dar alguns pulinhos mais forte ao ouvir aquela frase. Ele sorriu para sua amiga.

— E o Anthony? – Disparou. – Ele foi mesmo para Nova Orleans? – Corrigiu a pergunta antes que qualquer outra interpretação.

Stella consentiu.

— Sim. Ele tinha que voltar ao trabalho e também para Mia.

— Mia? É a gata dele? – Perguntou irônico.

Stella gargalhou e Mac se encheu de prazer ao ouvir sua risada.

— É a filha dele. – Remediou. – Não acho justo que ele fique aqui comigo enquanto tem a Mia lá em Nova Orleans com saudades do pai.

— Você é uma boa pessoa! Sempre se importando com os outros. – Mac sorriu. – Ela gosta de você ? A filha do Keller ?

— Claro. – Afirmou. – Nos damos muito bem e nos divertimos bastante.

— Isso é bom. – Disse distante. – Muito bom!

Stella o analisou por alguns segundos em silêncio

— Posso te fazer uma pergunta?

Ele concordou em silêncio

— Por que não gosta do Anthony? – Indagou.

O sangue de Mac congelou, ele se remexeu desconfortável na poltrona.

— Na verdade, por que vocês dois não se gostam?

— De onde tirou isso, Stella?

Ela sorriu desacreditada daquela pergunta.

— Mac, não precisa de mais de uma década de amizade para notar isso. – Disse calma. – Qualquer pessoa sente a tensão que existe entre vocês dois. Eu só queria entender o motivo. Tem algo que eu precise saber?

Mac sentiu seu corpo receber uma forte carga de adrenalina, seu sangue agora parecia ser um combustível que fazia seu coração bater tão forte que dava impressão que sairia para fora de sua caixa torácica. Ele sentia as palavras presas na ponta da língua, suas emoções estavam a um turbilhão, deixando-o mais nervoso.

— Mac? – Chamou. – Tem algo que você quer me dizer? – Repetiu a pergunta.

A porta se abriu interrompendo-os, o que para Mac foi um grande alivio. Barbie entrou no quarto com sua atenção presa em um ipod, ela parecia ocupada demais para notar o clima entre os dois.

— Que bom que está aqui, Mac. – Barbie ergueu o olhar. – Avisaram para gente que tem alguém te esperando na banquinha de café lá fora. – Avisou. – Senão me engano, é uma mulher.

— Obrigado, Barbie. – Agradeceu.

Stella deu um olhar para Mac que não pareceu notar. Ele se levantou e rapidamente saiu pela porta apressado, sumindo da vista da grega. Stella deixou um suspiro escapar entre seus lábios e abaixou seu olhar para suas mãos. Ao erguer seus olhos viu a enfermeira lhe observando atenta.

— O que foi? – Perguntou sem graça.

— Nada. – Disfarçou se aproximando da cama e olhando o ipod.

Stella olhou para porta novamente, seu corpo começou a parecer inquieto assim como sua mente. Ela mordeu o lábio inferior antes de se remexer na cama.

Barbie assistindo a cena esforçou-se ao máximo para não demonstrar nenhuma reação, oque incluiu sorrisos de diversão por conta da grega. Stella a olhou e ela abaixou o olhar novamente para o aparelho digital em suas mãos.

— Você sabe quem é? – Indagou Stella intrigada.

— O que? – Fingiu estar confusa.

Ela se divertiu ao ver a grega impaciente.

— Quer saber? – Sorriu fracamente. – Esquece!

— Você parece estar chateada. – Ficou ao lado da cama. – Aconteceu algo? Ou apenas quer saber quem está lá embaixo junto com Mac?

Ela deu ombros para o comentário.

— Eu só… – Hesitou. – Você sabe quem é ?

Barbie riu.

— Não. – Negou. – Mas eu posso descobrir se quiser.

Stella não precisou pensar, apenas balançou a cabeça negando aquela opção.

— Tem certeza? Demora no mínimo três minutos para conseguir essa informação.

— Eu tenho certeza. – Afirmou. – Mas obrigada pela disponibilização de serviço. – Sorriu para a enfermeira.

— Sempre que precisar. – Sorriu de volta. – Mas, voltando ao meu motivo de estar aqui. Eu preciso de algumas informações suas para o prontuário e algumas assinaturas também.

— Eu vou adorar assinar alguma coisa. – Disse empolgada. – Ah Deus! Saudades de assinar papéis

Barbie riu da sua paciente. Stella e ela começaram a conversar sobre as informações pendentes que a enfermeira precisava.

Mac apenas acalmou seus passos no meio do caminho. Ele atravessou a grande porta que o levava a parte de trás do hospital, com jardinagem, bancos de concretos para descanso, uma banca de café e algumas coisas para matar a fome como: donuts, bagel, pretzel e mufins.

Ele avistou a mulher de cabelos pretos e estilo despojado lendo o jornal e tomando um copo de café em uma das mesas espalhadas próxima a banca. Mac se aproximou e foi recebido pelo olhar dela que se ergueu ao sentir uma segunda presença.

— Oi. – Ela o saudou. – Recebeu minha mensagem rápido. – Sorriu.

— Oi, Jô. – A cumprimentou. – Por que não me ligou ou mandou mensagem?

— Porque eu esqueci meu celular no carro ontem e ele está sem bateria.

— De qualquer jeito, obrigado por me chamar. – Se sentou.

Ela franziu a sobrancelhas e seus olhos se tornaram confusos com o agradecimento.

— Pode me explicar? – Tomou seu café.

— Stella me perguntou o motivo de eu não gostar do noivo dela. – Jô se engasgou. – Ela disse que não precisa de uma década de amizade para notar que existe uma tensão entre nós dois.

— Ela não tá errada! – Disse Jô segurando o guardanapo de papel sobre sua boca.

— Também me perguntou se existia algo que ela não sabia, algo que quisesse falar para ela.

— E? – Encorajou a resposta esperançosa.

— E eu congelei, Jô. – Revelou. – Por sorte a Barbie, a enfermeira responsável por ela desde UTI entrou e me disse que estava aqui.

— Okay! Espera. – Jô se recompôs. – Então, você teve uma chance perfeita de dizer para Stella sobre … – Ela parou e pensou na palavra. – Sobre tudo. E não fez ?

— O que diria?

Jô suspirou.

— A verdade! Que você finalmente descobriu como se sente e que é apaixonado por ela desde sempre.

— Não é tão fácil, Jô.

— Eu tenho certeza que não é! Mas, me parece que você está dificultando ainda mais, Mac.

Mac enterrou suas mãos sobre seu rosto. Jô se apiedou do amigo preso naquela situação.

— Mac, se você quer uma vida com a Stella, então o primeiro passo é deixá-la saber disso. – Aconselhou. – Ou então vai ser impossível de conseguir.

— E se ela me dispensar? E se ela me afastar por achar que isso é loucura? – A olhou. – O meu maior medo é perder a Stella, é ter que ver e suportar ela se afastando de mim.

— O que planeja fazer? – Perguntou. – Vai esconder isso dela por anos enquanto tenta suportar ver ela sendo feliz com outro homem que não é você? Isso é como se você desse um tiro no próprio peito.

Ele suspirou e se encostou na cadeira.

— Já ouviu aquela frase: O não você já tem? – Sorriu. – Por que não tenta um sim, Mac? E se ela te dispensar ou te afastar… – Jô parou de falar por um segundo. – Bom, a gente vai pensar em um jeito de você sobreviver.

Mac deixou um sorriso escapar.

— Além do mais você a conhece muito bem. Então me diga. – Jô se apoiou na mesa. – Stella é o tipo de pessoa que afasta um amigo só por não retribuir sentimentos ? – Arqueou uma sobrancelha. – Acho que ela não seria mais amiga de nenhum dos rapazes do time se isso fosse verdade.

Ele deu uma risadinha e Jô o acompanhou.

— Obrigado, Jô. – Agradeceu. – Por me encorajar e me animar.

— Eu quero ver você feliz. – Desejou. – E acho que a solução para isso é a Stella.

— Por que não sobe e conhece ela?

Jô deu um sorriso tímido.

— Eu não sei, Mac. – Respondeu com receio. – Não quero parecer intrometida. Não seria melhor esperar ela sair daqui?

— Você é a única lembrança boa que ela tem daquele inferno. – Contou. – Eu tenho certeza que ela vai adorar te conhecer.

Jô sorriu e tomou o resto de seu café preto.

Sozinha em seu quarto novamente Stella olhava o jornal deixado por Flack, acompanhava as noticiais atuais. Ela olhou ao seu redor e se frustrou pela solidão. Sua mente as vezes imaginava onde e com quem Mac estaria enquanto ela estava ali sozinha, sem companhia.

— Esquece isso, Stella. – Murmurou para si. – Ele não é obrigado a ficar do seu lado.

Impaciente ela bufou e fechou as páginas de papel, deixando o de lado. Porém quando se viu sem nada para fazer, pegou o jornal de volta e focou sua atenção na palavras-cruzadas já feitas e nas que ainda faltavam.

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— Essa aqui é fácil. – Pegou a caneta. – Chuva. – Respondeu.

Stella ouviu a portar abrir e não precisou ergueu seu olhar para saber que era Mac, ela podia senti-lo, era algo que ambos aprenderam com os anos de amizade. Saber quando o outro estava perto.

— Oi. Você voltou. – O recebeu. – Está tudo bem? – O olhou.

— Claro. – Afirmou. – Mas você tem uma visita.

— Visita? Quem? – Deixou o jornal de lado.

— Alguém que quer conhecer você há um bom tempo. – Sorriu.

Jô apareceu na porta e parou ao lado de Mac. Stella a observou muda.

— Vocês duas já se conhecem, mas de qualquer modo. – Ele olhou para Jô. – Jô, Stella. – Olhou a grega. – Stella, Jô.

— Você. – Stella sussurrou. – Eu queria muito vê-la de novo. – Sorriu. – Entre, por favor. – Pediu.

Jô passou por Mac que fechou a porta. A detetive desenhou um sorriso amistoso para a grega enquanto se aproximava.

— É um prazer conhecê-la, detetive Danville. – Estendeu a mão para Jô.

— Me chame de Jô. – Sorriu. – E o prazer é todo meu. – Jô sorriu aceitando o gesto. – Posso te chamar de Stella?

— Ficaria magoada se não fizesse. – Elas riram. – Sente-se por favor. – Stella apontou para a poltrona.

Jô se acomodou e elas se olharam por alguns segundos em silêncio. Os olhos verdes de Stella se emocionaram e ela respirou antes de se dirigir a detetive.

— Eu estou feliz em te ver novamente! Eu queria muito reencontrá-la e poder te agradecer. – Deu um sorrisinho. – Eu me lembro das coisas mais claramente agora, mas, antes eu só conseguia lembrar de você. Você me salvou! Eu sei todo mundo trabalhou muito nisso e sou eternamente grata à eles também. – Olhou para Mac rapidamente. – Mas, você foi a minha luz no fim do túnel, Jô. Muito obrigada por isso.

— Oh. – Jô sorriu envergonha. – Eu vou acabar chorando desse jeito, Stella. – Abanou as mãos em direção ao rosto.

Stella sorriu.

— Você não precisa me agradecer. – Disse a detetive. – Ver você bem e poder conhecê-la é melhor agradecimento. – Sorriu amigável. – Afinal, quem mais me contaria os podres e as fofocas sobre ele? – Apontou para a Mac. – Ninguém da equipe sabe de nada embaraçoso dele. É frustrante, sabia ?!

Stella gargalhou.

— Eu posso te ouvir, sabia?! – Mac olhou para Jô. – E não existe nada de embaraçoso sobre mim para ela te contar, Jô.

Jô olhou para Stella confirmando o que Mac havia dito. A grega suspirou e sorriu de canto travessa.

— Nós duas vamos ser ótimas amigas, Jô. – Estendeu a mão para ela novamente.

— Já somos! – Apertaram as mãos levemente.

— Eu deveria ter imaginado isso. – Mac suspirou. – Onde eu fui me meter? – As duas riram do supervisor.

Stella e Jô entraram em vários assuntos aleatórios, riram juntas e Mac acompanhou todo aquele ânimo, conversa e a nova amizade que nascia entre as duas. Ele não podia ficar mais feliz ao ver a grega toda animada e descontraída com Jô, elas realmente se davam bem, era como se tivessem intimidade a anos

Jô se despediu uma ultima vez antes de sair do quarto. Stella observou Mac acompanhar sua parceira até a porta e se despedir dela por alguns segundos. Quando ele voltou sua atenção para a grega, ele tinha um curto sorriso, como se tivesse ouvido algo engraçado.

Stella analisou o rosto de Mac enquanto ele caminhava em sua direção. Na verdade ela havia o analisado durante toda a visita de Jô, tinha sido impossível não reparar em como ele parecia se divertir com a detetive, ou reparar em todos os sorrisos que deu durantes a conversa e a presença dela, as risadas que fazia tempo não ouvir. Stella não conseguiu se impedir de se sentir aliviada por saber que Mac tinha alguém como Jô ao seu lado, alguém que definitivamente lhe fazia bem. Mas ela também não se impediu de sentir um conhecido e estranho incomodo, como nos velhos tempos.

— O que achou? – A voz dele a tirou de seus pensamentos. – Acho que você e Jô vão se dar muito bem!

Ela assentiu e desenhou um sorrisinho.

— Vocês duas são um pouco parecidas. – Mac se sentou.

— Você acha? – O olhou. – No que somos parecidas?

Ele pareceu pensar por alguns segundos antes de responder.

— Vocês duas são divertidas e inteligentes, adoram me desafiar… – A olhou. – Na verdade, você conseguia fazer isso bem mais que ela. – Sorriu. – As duas têm um bom gosto para música e são um pouco desorganizadas, mas tem bom coração e … – Stella o interrompeu.

— É ela? – Perguntou. – Não é?

— O que é ela? – A encarou perdido.

— A mulher por quem está apaixonado! – Disparou contra o amigo. – É a Jô, certo?

O olhar de Mac parecia estar congelado sobre ela.

— Eu sei que você já disse que não é ela, mas, você podia estar tentando preservar as coisas. – Disse Stella. – O que é compreensível! Eu gostei dela e acho que voc … – Ela foi interrompida por ele.

— Não é ela, Stella! – Mac negou. – Jô não tem nada a ver com isso. Somos apenas amigos e trabalhamos juntos.

Foi impossível ler a expressão de Mac naquele momento, ele desviou seu olhar dela antes que pudesse ter qualquer outra chance de tentar. Ambos ficaram presos ao silêncio por um minuto, apenas contemplados pelo som da cidade do outro lado da parede.

— Mac. – O chamou.

Ele a olhou.

— Quando quiser me falar sobre essa mulher… – Sorriu afetuosamente. – Eu vou adorar ouvir você. Mas senão quiser também, está tudo bem! Então, eu não preciso saber sobre ela.

Mac ficou quieto por alguns segundos.

— É complicado, Stella. – Suspirou silenciosamente. – Eu ainda não sei o que fazer. – Encostou-se na poltrona.

— Não sabe o que fazer sobre ela?

— Sobre ela, sobre mim, sobre tudo. – Revelou. – Como eu disse antes: É complicado!

Stella consentiu.

— Eu aposto que sim. – Concordou. – Mas, você gosta dela, certo?

— Muito. – Assentiu. – Mais do que eu sequer imaginei.

— E ela? Ela te corresponde?

— Eu não sei. – Respondeu através de um quase sussurro. – Mas, o que você acha ? Acha que eu devo dizer à ela ? Como eu me sinto ?

Stella se ajeitou na cama e pensou por alguns segundos antes de respondê-lo. Mac a observou temendo sua resposta. Ela o olhou e desenhou um sorriso terno, acolhedor.

— Por que não? – Ergueu os ombros. – Se realmente gosta dela e quer saber como ela se sente em relação a você, então, sim! Converse com ela. – O aconselhou. – O pior que pode acontecer é ela rejeitar os seus sentimentos, mas, você não vai morrer por isso.

Mac não tinha tanta certeza sobre aquela última parte.

— É difícil, Mac. – Ela murmurou. – Superar um amor não correspondido é difícil. – Completou sua sentença. – Mas não é impossível ! – Sorriu sem ânimo. – Você aprende a esquecer e a superar essa pessoa com o tempo.

— Eu vou confiar em você. – Disse ele. – Acho que é minha única opção.

Stella sorriu com mais vida e ele apenas conseguiu devolver aquele gesto, sorrindo para ela também.

(Três dias depois.)

Mac caminhava pelo corredor em direção ao quarto de Stella com um presente em mãos. Ele cumprimentou as enfermeiras que passaram por ele no meio do seu trajeto, ele parou em frente ao quarto, mas antes que alcançasse a fechadura, a porta se abriu. O doutor William saiu do quarto dando uma risadinha e o cumprimentou antes de se afastar.

Ele entrou no quarto e encontrou uma Stella animada, estava acompanhada por Barbie e Susan que pareciam tão felizes quanto a própria grega. Ela avistou Mac e praticamente pulou da cama para ir em sua direção e abraçá-lo.

Pego de surpresa, ele olhou Susan que deu uma risadinha junto com Barbie que segurava o travesseiro que Stella praticamente abraçava quando ele entrou. Ele apreciou aquele abraço, conseguia sentir o seu perfume ao tê-la tão perto.

— Mac. – Sua voz exalava alegria. – Advinha só o que o doutor William acabou de me dizer.

Ela se afastou e o olhou com um sorriso enorme nos lábios.

— Eu vou ter alta, Mac! – Anunciou. – Não é uma novidade incrível?

— Já? Não é cedo? – Provocou.

Stella ficou mais séria e o empurrou de leve para trás. Mac riu.

— Não me provoca, Taylor. – Aderiu um sorriso de canto. – Mas é uma ótima notícia, não é ?!

— É a melhor noticia que eu poderia receber. – Respondeu carinhoso.

— Você perdeu a melhor reação dela. – Barbie disse de fundo. – Em quase vinte anos que trabalhamos juntos, eu nunca vi o doutor William ficar vermelho. – Deu uma risadinha.

— O que você fez? – Mac perguntou para Stella.

— Nada demais. – Respondeu indo em direção a cama. – Só dei um abraço nele. – Deu ombros. – E um beijinho na bochecha.

Mac olhou para Susan que assentiu.

— Isso e também disse que ele é o melhor médico do mundo. – Completou a mais velha. – Mas é claro que para o Sid, eu vou contar apenas a parte do abraço e beijo.

Mac sorriu e assentiu com a opção da esposa de Hammerback.

— É uma boa escolha! – Concordou em palavras e Susan sorriu. – E quando essa alta vai acontecer? – Olhou para a grega.

— Nessa quarta-feira. – Sorriu. – Ou seja, amanhã cedo.

— E o perigo volta às ruas de Nova York. – Murmurou. – Vou pedir ao delegado para colocar mais homens nas patrulhas.

Barbie e Susan riram. Stella pegou o travesseiro e atirou na direção de Mac que desviou e riu.

— Sai do meu quarto, Mac! – Apontou para a porta.

— Tá bom mas eu vou levar isso comigo. – Ergueu o pacote com a logomarca a vista.

Stella olhou para a embalagem e para o amigo.

— É o que eu estou pensando?

— Eu não sei. – Se aproximou. – Veja se é. – Entregou o pacote.

A grega abriu a sacola de papel frágil e analisou o que estava preso dentro de seu presente. Ela sorriu e ergueu seu olhar para o amigo.

— Você foi até o Rocco ? Você odeia ir lá de manhã. – Olhou dentro da sacola novamente, verificando os doces.

— Um pouco. – Afirmou. – Mas, você sempre me disse que ama o cannoli deles. – Colocou as mãos em seus bolsos da calça. – Acho que vale a pena então!

— É para mim ? – O olhou.

Mac assentiu e viu os olhos verdes brilharem, e um sorrisinho apareceu nos lábios dela, era parecido com o de uma criança que ganhou um presente que tanto queria.

— Obrigada, Mac. – Agradeceu. – Você é o melhor!

Diante daquela cena, Susan e Barbie trocavam olhares e sorrisos discretos ao assistir o casal de amigos. O pager de Barbie soou e ela pediu licença para se retirar do quarto.

— Mas eu vou fingir que não vi você dando doce para minha paciente antes das nove da manha, senhor Taylor. – Disse a enfermeira antes de sair sorrindo.

Mac e Stella compartilharam uma risada. Susan aproveitou a deixa e também se despediu de Stella, deixando-a na companhia de Mac.

— Eu volto daqui a pouco, ok ?! – Depositou um beijo em Stella e depois em Mac. – Vou visitar essa amiga em outro andar e depois passo aqui novamente, minha querida. – Seguiu até a porta e acenou antes de fecha-la.

Já sozinhos, Stella suspirou ao pegar um dos cannolis na sacola e sentir o seu aroma. Ela deu uma mordida e fechou os olhos saboreando o doce.

— Eu juro que esse é o melhor cannoli que já comi. – Encarou o amigo.

Ela apontou o cannoli para Mac que balançou a cabeça, negando o doce.

— Mac, por favor. – Pediu. – Você não vai fazer uma desfeita dessa, não é ?! É melhor cannoli dessa cidade. – Engoliu o resto do doce. – Você precisa comer.

— Eu estou bem. – Garantiu se sentando na beirada da cama.

— Mac, se eu ainda te conheço bem e eu acho que conheço. – Eles riram. – Você não comeu nada pela manhã, talvez tenha tomado um café, mas foi apenas isso. Acertei ?

— Talvez. – Sorriu.

— Viu?! Por favor, Mac. – Suplicou. – Só come um cannoli, ok ?! Por mim. – Ela aproximou o pacote dele. – Pela minha alta. Vai ser como se fosse uma comemoração. – Sorriu docemente. – Por favor ?

Ele suspirou derrotado.

— Apenas um.

Stella assentiu e sorriu satisfeita. Mac pegou um cannoli e comeu o doce na companhia da amiga. Aquele pequeno momento o fez se lembrar dos momentos em que comiam juntos na rua durante um almoço rápido e simples, um cachorro quente nos piores e mais corridos dias. Enquanto se deliciavam com os doces, eles conversaram sobre essa nostalgia que também veio sobre a grega que acabou de lembrando do dia em que saíram apenas para tomar um café, porém um olho que caiu do céu atrapalhou tudo. Eles riram daquela divertida memoria.