A Neve Sobre Estrelas

You belong with me.


As vezes eu acho que o universo conspira contra mim... outras vezes eu tenho certeza absoluta disso. Cheguei a conclusão de que eu tenho que parar de dormir em qualquer lugar sem descriminação... E eu odeio ainda mais os malditos filmes de terror.

Flashback On.

– Hummn -Puxei o cobertor até o queixo e tentei me acomodar melhor na cama. Percebi ainda sonolenta que meu travesseiro estava meio desconfortável, então tentei abraçá-lo para afofá-lo, mas ai eu senti uma coisa... essa coisa tinha costelas e prestando mais atenção essa "coisa" me abraçava com certa segurança... E não pretendia me largar tão cedo.

Arregalei os os olhos e meus pulmões se recusaram a devolver o ar que haviam pegado... Um Ser de cabelos arrepiados que caiam sobre seus olhos estava dividindo o sofá comigo e se não bastasse isso estava me abraçando pela cintura enquanto dormia profundamente com o que me parecia ser um sorriso bobo no rosto... Merda... Hoje cabeças vão rolar.

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Respirei fundo e disse calmamente:

– Eu vou contar até três pra você me largar e tirar esse sorriso do rosto antes que eu arranque ele da sua cara... Um... Dois...

Se ele me ouviu me ignorou e se não ouviu...Não digam que eu não avisei! Empurrei-o para fora do sofá com toda a minha força... Não sei se foi a fraqueza que nós sentimos quando acordamos ou se aquele falso magrelo era mesmo pesado, tive um pouco de dificuldades.

– Três!- consegui empurra-lo, mas no ultimo minuto quando ele ia de encontro com o chão ele prendeu o braço em volta da minha cintura puxando-me junto com ele. O impacto foi amortecido por ele que ficou em baixo de mim... posição nada agradável sabe?

Ele havia acordado com o impacto e parecia tentar entender o que havia acontecido.

– Sabe... -Disse ele com os olhos semi-cerrados- há maneiras mais delicadas de acordar alguém, talvez nenhuma tão dolorosa e que ao mesmo tempo tenha uma vista tão bela- terminou dando um sorrisinho de canto de boca.

Meu rosto queimou e antes que eu me arrependesse comecei a estrangulá-lo... sim, isso mesmo, comecei a estrangulá-lo e até pensei que estava surtindo efeito -Minha intenção não era matá-lo... só deixá-lo inconsciente- mas ai eu percebi que ele estava fingindo quando ele começou a gargalhar... Miserável... tirei minhas mãos do seu pescoço e percebi que pelo menos algumas marcas eu tinha deixado. Decidi sair de perto daquele Ser antes que eu fizesse algo que precisasse de peritos pra averiguar a cena do crime, enquanto eu saia de cima dele de alguma forma ele conseguiu se colocar por cima de mim, me impedindo de sair.

– Eii!- reclamei tentando me soltar, tentei chutá-lo nos países baixos, mas ele prendeu minhas pernas com as dele, e quando tentei deixá-lo com um olho roxo ele simplesmente pegou minhas mãos e as prendeu em cima da minha cabeça. Meu coração acelerou como se eu tivesse subido até o vigésimo andar de um prédio pelas escadas quando ele me lançou um olhar atrevido e foi aproximando seu rosto do meu cada vez mais.

Nossos narizes estavam quase colados e eu percebi quando seu olhar foi parar em meus lábios... eu não entendia o que e o porque ele estava fazendo isso agora, não entendi em que momento aquele garoto aparentemente inocentemente tinha se transformado nesse homem cheio de atitudes, assustada é um boa palavra pra me definir nesse momento. Aqueles olhos azuis encararam os meus e como se tivesse lido meus pensamentos sua expressão se suavisou.

– Bom dia - ele disse dando-me um beijinho na testa- Você é linda quando acordaacorda -E saiu de cima de mim para sentar-se no sofá com uma expressão um pouco confusa.

Eu fiquei uns minutos ainda deitada no carpete tentando entender o que havia acontecido... O que não foi nada bem sucedido, então o mais rápido que pude me levantei e me tranquei no quarto, deixando-o sozinho. O mais estranho é que uma coisa não saia da minha cabeça... " ninguém acorda bonito, só pessoas do comercial de margarina e o de laxante... e que eu saiba isso aqui não é nenhum dos dois". Eu preciso de ajuda psicológica.

FlashBack off

Essa cena se passou tantas vezes em minha memória que parecia estar colada no lado de dentro das minhas pálpebras...ficar deitada não vai mudar nada então só me resta levantar e me arrumar por que hoje tem trampo... sai de mim preguiça!

Depois de um banho sai arrumada para tomar café, as meninas já estavam acordadas e se servindo também... sentei-me na mesa decidida a ignorar o Armin que ainda me encarava -Aliás o que ele faz alem disso?-. Estavam comendo um bolo de laranja e pãezinhos frescos da Vó-Char tenho certeza.

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– A Vó-Char veio aqui?- perguntei enquanto pegava uma fatia de bolo.

As garotas se entreolharam e soltaram risadinhas... Me perguntei se alguma coisa de errado?E lembrei que tinha que perguntar sobre o encontro delas de ontem! Nem vi elas chegando em casa, mas espera...elas me viram!!!! Aiaiaiii! Que ótimo! Elas devem estar pensado um monte de besteiras! Meus olhos se arregalaram e minhas bochechas queimaram... droga.

– Magah, você está bem?- pergunta Heera com preocupação- ficou estranha do nada, que coisa perversa foi essa que você pensou?-disse e começou a rir.

– Estranha ela já é de nascença, querida- Molly também começou a rir- e tenho certeza que foi algo bem pervertido, olha o rosto dela vermelho!- ela apontou-, mas uma coisa eu tenho que admitir, e olha que isso não é do meu feitio, mas você está com uma cara ótima! Dormiu bem? Sei lá um sono de beleza?

Eu que estava decidida a ignorar as piadinhas sobre a minha reação repentina, comecei a mastigar o bolo, afinal nada elas podiam saber sobre o que eu estava pesando... até ela tocar nesse assunto. A massa de bolo ficou entalada na minha garganta e eu comecei a engasgar.

– Meu Deus ela tá ficando roxa! Acode Molly pega um pouco de suco sua desbocada!- mandou Heera enfaticamente enquanto vinha ao meu socorro.

Armin se levantou também e parou ao meu lado com uma expressão preocupada. Molly que enchia o copo com suco e me dava para beber, não se preocupava nem em esconder o sorriso.

– Molly pare de rir dela - repreendeu Heera, fazendo cara feia.

– Por que? Se a crise não passar logo é só pedir pro Romeu aqui fazer uma respiração boca à boca- disse ela como se fosse a coisa mais simples do mundo!

Todas olhamos para ele, até eu que certamente estava ficando azul a essa hora. Ele olhou para todas e parou o olhar em mim.

– Não vou me opor...- ele acrescentou, sorrindo sedutoramente... bom pelo menos ele tentou.

Forcei-me a engolir o mais rápido possível antes que eu engasgasse novamente! A Molly e a Heera estavam com o queixo caído com essa quase declaração... eu acho. Depois dessa é melhor eu comer no caminho.

– Garoto eu acho que essa é a primeira vez que eu ouso sua voz, até que é bem máscula viu?- ela piscou pra ele, mas deu pra perceber um leve tom de deboche na voz.

– Bom já deu a nossa hora- digo apressada- e você- disse me referindo ao Armin- a Vó-Char vai vir aqui mais tarde pra ver se tá tudo okay, não que eu me importe...- sorri sarcasticamente e me dirigi a porta.

No caminho para o trabalho perguntei sobre o encontro delas e recebi um relatório completo do barraco que o cabelo de catchup fez por causa da nossa cachinhos de ouro. Pelo que a Molly me contou- além de tudo que foi possível saber sobre o Dimitry em um único encontro- foi que o beijo que ele roubou dela foi de tirar o ar - de acordo com a Heera quem parecia dois desentupidores de pia não era e Castiel, mas sim um outro casal aí- Eu percebi que apesar dos imprevistos que elas tiveram no encontro ocorreu tudo bem e me pareceu bem divertido.

Faltavam pouco mais de uma semana para o natal e os dias passaram voando. As garotas tiveram outros encontros com seus bad boys e eu bom... querendo ou não tive que suportar o Armin... afinal não tivemos muito resultado em achar o lugar de onde ele veio e as garotas simpatizaram com ele. Eu não vou negar que ele estava cada vez mais próximo de mim... nessa semana que se passou ele sempre achava uma maneira de me irritar e depois me fazer rir com alguma bobagem... virou mania entre nós brincar com comida e nós viramos até amigos, menos quando ele me olhava daquele jeito, tocava em mim derrepente ou dizia coisas que me faziam corar.

Descobrimos algo em que ele era realmente bom -Além de me irritar- jogos, ele provou ter um dom extraordinário pra tudo que fosse ligado na tomada, por isso que eu decidi que iria recusar a jogar o que quer que fosse com ele desde que seja competindo. Enquanto trabalhávamos ele fazia visitas a Vó-Char e era muito prestativo - palavras dela- eles estavam até aprendendo a andar de skate - novo hobb temporário da Vó-Char- ele não é muito bom nisso... muito desengonçado, a parte boa de ver ele tentando andar de skate era que dar risada era que dar risada era mais uma obrigação... por outro lado eu tinha que andar com o band-aid na bolsa...eu me sentia mais a mãe dele.

Eu me considero uma pessoa que não é muito observadora, mas dava pra notar que a toda e qualquer oportunidade a Molly e Heera deixavam à mim e o Armin sozinhos. Esse extinto que elas sempre tiveram de querer me fazer desencalhar sempre me irritou. E eu não vou me arrumar com alguém por intermédio delas.

As ferias chegaram assim como o natal, temos o costume de passar esse feriado com a familia na nossa cidade e esse ano não seria diferente, porem esse ano levaria-mos uma pessoa a mais, tenho um pressentimento que isso não vai dar muito certo. Nesse momento eu começava a arrumar uma mochila de roupas para levar pra casa dos meus pais, não seria necessário levar muita coisa já que lá se concentrava grande parte das minhas tranqueiras.

– Estão prontos crianças?- ouvi a voz de Molly gritar da sala, segui até ela e bati continência assim como Heera que se juntava a mim.

– Estamos Capitão!- dissemos em uníssono.- Ohhhhhh...

Começamos a rir da cara do Armin de interrogação, e saímos porta a fora. Vó-Char não pode ir conosco dessa vez, então ela cuidaria do Holly. A viagem de ônibus para Aurora não era tão longa, mas quando se é obrigada a dividir a poltrona com o Armin te enchendo ela se torna. A parte boa era que minha parte favorita da viagem era observar a paisagem, que acabou virando algo tão monótono que não demorou muito pra que o sono me vencesse.. tomei cuidado para dormir com a cabeça encostada na janela ao invés do ombro do Armin.

Armin Pov's On.

Sua cabeça pousou em em ombro dois minutos depois dela adormecer. Ela insiste em me dizer que ninguém é bonito dormindo ou acordando, mesmo assim eu me recuso a aceitar isso toda vez que a vejo dormir ou acordar.

Não havia como negar que esses últimos dias nos fizeram ficar mais próximo, mas não próximos o suficiente. Estou disposto a mudar isso, e não vou poupar esforços. Tudo pra ver aquele sorriso que faz o meu pedaço de pudim ficar mais gostoso...

Pelo que eu entendi estamos indo para a casa dos pais dela, de acordo com os vários filmes que assistimos esse é um grade passo para um relacionamento... acho que ela não se tocou desse "grande passo" por que se tivesse notado me jogaria pra fora do ônibus.

Muitas coisas se passam por minha mente nesses últimos dias e se pra elas o lugar de onde eu vim é um mistério, pra mim é muito mais que isso.Ainda não sei de onde vim, juro que tenho tentado encontrar alguma pista, mas não tenho tido resultados. Pode soar muito chichê - como diz a Magah-, mas só me sinto completo quando estou ao lado dela. E nesse momento com ela assim tão próxima de mim, me sinto feliz.

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Olhando para ela que dormia profundamente, sussurei:

– Mesmo que você se afaste a cada aproximação minha, saiba minha pequena... você pertence a mim.

Molly Pov's On.

– Me diz que tu gravou isso criatura!- sussurrei a Heera que estava segurando a câmera fotográfica encolhida atrás do banco para ficar fora das vistas alheias.

– A maior declaração que a bela adormecida recebeu e nem pra ele beijar ela pra assim ela acordar num passe de magica!- respondeu ela com indignação se virando para sentar na poltrona- deixa eu ver aqui - disse enquanto mexia na câmera- aha! Gravação perfeita. Isso vai ficar pra história.

– Molly- prosseguiu ela enquanto guardava a câmera na bolsa - não acha maldade ficar gravando e tirando foto deles escondidos assim?

Olhei pra ela com malícia e virei o rosto para ver os dois que estavam sentados duas poltronas atrás como um casal de pombinhos.

– Por que seria maldade... considere isso um pequeno estagio como cupido!

– Se você diz -ela sorriu e deu de ombros.

Molly Pov's Off

– Fiquem quietos!- pedi assim que chegamos na entrada da casa dos meus pais. Aquela casa de dois andares com uma construção típica americana, pintada de azul claro nunca mudava, a casa da minha infância e o lugar onde eu sei que sempre vou poder ficar. Até mesmo o banquinho do jardim parecia intocado. Acho que só quando se está frente à frente com algo que se percebe o quanto se sente falta dela.

Bato na porta e espero... escuto passos apressados no assoalho de madeira do outro lado da porta. O Armin se postou ao meu lado e quem o conhecia poderia dizer que tinha uma expressão de nervosismo. Molly e Heera só iriam ficar por alguns estantes e seguiriam cada uma para sua casa para matar a saudade de seus pais.

– Ai Meu Deus! Henry eles chegaram!- Minha Mãe praticamente gritou assim que abriu a porta e nos viu. Sempre me disseram que eu era a versão mais jovem dela, ela era alguns centímetros mais alta do que eu e tinha o mesmo rosto em formato de coração. Os cabelos castanho claro e encaracolados - que não me pertencem mais- também são idêntico aos dela... agora os olhos verdes, esses eu puxei do meu Pai.

Ela largou a porta e se jogou no meu pescoço. Abracei-a por longos minutos até ela me soltar e pegar em minha face com as duas mãos virando meu rosto de um lado para outro como se avaliasse como eu estava. Quando se deu por satisfeita se afastou e sorriu.

– Tá meio magrinha Magali, será que a Charlotte não está te alimentando? O que é isso! Ela alimentaria um estádio se deixassem, e como assim você está magra desse jeito.- ela fez uma cara de preocupação e puxou o celular do bolso- vou ligar pra ela imediatamente!- disse enquanto mexia no celular, até que uma mão masculina pousou em seu ombro e ela parou de dar aquele chilique.

– Querida, deixe isso pra depois- disse eu pai com aquele sorriso com o qual o meu se parecia tanto, claro os olhos, aqueles olhos verdes rodeados de ruguinhas que só aquelas pessoas que sorriram muito na vida tem. Em questão de altura ele também não é aquele poste ambulante, mas a estatura era mediana. E os cabeços com os quais eu não puxei nada são negros e lisos espetados.

– Papai!- disse me jogando em seus braços, que era tão confortável que eu poderia morar nele.- senti tanto a falta de vocês!

– Eu também minha princesa, mas primeiro vamos entrar, por que não é muito bom ficar aqui fora de pé, e vocês devem estar com fome- disse para os três que estava atrás de mim.

Enquanto entravámos em casa, minha mãe ficou na porta cumprimentando os outros, deu um longo abraço nas garotas, mas parou assim que notou o Armin... sua expressão ficou impassível e eu me lembrei de apresentá-lo.

– Mãe e Pai, esse é o Armin o...- minha mãe me interrompeu no meio da frase e começou a perguntar disparadamente-

– E o seu namorado Mogly?- esse é o apelido que ela deu pra Molly, que balançou a cabeça e olhou fixamente para mim- Não Tia Clare...

Minha mãe que encarou e voltou o olhar para Heera.

– É o seu Heera?- perguntou. Heera olhou pra mim e negou com a cabeça. Eu assistia aquela cena ridícula e já sabendo onde aquilo iria parar, o motivo pra o qual e mudei para Chicago ficou bem claro em minha mente... minha mãe é pirada. Observei Armin que parecia se divertir com aquilo tudo e o Papai... ele já teve muitos anos pra se acostumar com aquilo.

Minha vez de ser interrogada...

– Magah... Filha, não me diga que ele é o seu!!- ela estava quase explodindo de empolgação, me senti até mal por ter que acabar com isso, mas ninguém mandou ela ter esse ataque de loucura ai...

Peguei ela pelos ombros e sacudindo-a levemente disse:

– Se acalma mulher!- ela me lançou um olhar de repreenção- desculpa mãe, mas você exagera as vezes...- respirei fundo e larguei ela- Como eu estava dizendo, antes de ser interrompida, esse é o Armin, o nosso A-M-I-G-O- disse separando as sílabas.A decepção foi clara no rosto dela, e eu não diria que ela tentou esconder.

– Não me trate como as suas coleguinhas, e não me culpe por achar e ainda ter tido esperanças que você tinha desencalhado- ela se emburrou e mudou novamente a expressão para a velha e acolhedora de sempre... minha mãe deve ser bipolar- mas então, bem vindo querido!- ela disse abraçando ele- ficaríamos feliz em te-lo como hospede, não é mesmo Henry querido?

Meu pai cumprimentando ele com um aperto de mão sorrindo com alivio disse:

– Ainda bem que são somente amigos, se não eu teria que preparar meu arsenal... sabe como é, Proteger meu tesouro. - Ele sorri e pisca pra ele. Armin parecia que tentava engolir um porco espinho.

– Sente-se todos, vocês devem estar cansados e como está um pouco frio vou preparar um bom chocolate quente -Anunciou minha Mãe, seguindo para a cozinha.

– Nos parece tentador Tia Clare -disse Heera- Mas a Molly e eu temos que ir, estamos morrendo de saudades dos nossos pais e só viemos aqui mesmo pra matar a saudade de vocês.

Depois de se despedirem de todos, Papai as acompanhou até a porta enquanto minha Mãe foi preparar o chocolate. Quando papai voltou subi para meu quarto para desmanchar minha mochila. Foi só abrir a porta do meu quarto para as lembranças da minha infância e adolescência aflorarem em minha mente... minhas paredes eram uma confusão de fotos e desenhos, caminhei entre minha escrivaninha e minha cama meticulosamente arrumados -Coisa que jamais aconteceria se eu ainda habitasse isso aqui, admito- E me postei de frente à minha foto preferida, tirei ela quando tinha 14 anos. Nela Molly a direita segurava os oculos horriveis que a Heera usava naquela época antes de encontrar o mundo mágico das lentes de contato e que tentava em vão capiturar, enquanto eu de cabelos castanhos e longos mostrava a lingua pra camera segurando um pacote de biscoitos que eu havia surrupiado de Ken que tentava posicionar a camera de uma maneira que ele também aparecesse na foto, tudo isso nós fizemos em uma chatissíma aula de Ed. Fisica- Sempre gostei dessa foto por quê ela mostrava como nós sempre agimos juntos.

Me perguntei onde Ken estária... a última vez que o ví foi no natal do ano retrasado, me disseram que ele havia se alistado em uma academia militar, o que me surpreendeu muito, pois ele nuca fez o tipo atlético e sim o tipo de quem não era fã de muito suor. Sinto saudades daquele chatinho, que fazia de tudo por seus amigos e chegava até a ser um pouco bobinho por isso... Mas isso era antes, antes dele me pedir em namoro, antes da minha cabeça dar um nó e eu sair correndo sem dar-lhe uma resposta, antes de provavélmente eu ter perdido um amigo... Como eu já disse, não sou uma pessoa muito observadora e não notei que ele estava gostando de mim dessa forma e as garotas tentaram em vão me avisar.

Depois de dessarrumar minha mochila separando das minhas as roupas que eram do Armin - Tive que trazer na minha mochila, pois as mochilas da Heera e Molly estavam lotadas... Aham sei- e desci para a sala decidida a não ficar triste com a lembrança do Ken. Chegando a sala segui o cheirinho de chocolate e vi algo que não esperava, Papa e Armin conversando animadamemte sobre algo que eu totalmente desconhecia. aproximei-me e entendi que a pauta do bate-papo era Eu, ou melhor, meu album de fotos de bebê... Socorro.

–... Olha como ela era pequenininha -Dizse meu Pai apontando para uma foto em que eu tentava abraçar um ursinho maior que eu quando eu tinha mais ou menos um ano e meio.

Armin pegando a foto e aproximando-a do rosto desviu o olhar dela pra mim e disse:

– Ela ainda é pequenininha -Ele sorriu e piscou pra mim que estava furiosa.

Meu Pai que percebendo minha chegada se virou e me chamou para sentar ao lado dele, quando cheguei perto do Armin fiz questão de dar um tapa em sua cabeça e pegar o álbum de sua mão.

– Pra sua informação eu não sou baixinha, minha estatura é mediana você que é alto de mais - respondi jogando o album atrás da almofada do sofá- e Pai, pelo Amor de Zeus... Você não precisa mostrar essas fotos toda vez que alguém que não tenha visto apareça aqui!

– Não vejo problema algum nisso, você era e continua sendo um princesinha...

– Pai, você é muito coruja -Abracei-o.

– Olha o chocolate quente!- anunciou minha Mãe carregando a bandeja e colocando na mesinna de centro- Então... Armin não é? Como vocês se tornaram amigos?

Puts... Como eu vou explicar isso pros meus pais. Ah eu sonhei com ele e alguns dias depois quando eu me perdi no parque eu o encontrei desmaiado e o ajudei, desde então ele tem morado comigo e com as garotas. Muito normal.

– Eu era novo na cidade e estava meio perdido, até que nós nos esbarramos e ela me ajudou... A partir daí viramos amigos. - Respondeu ele naturalmente de forma tão sincera que eu quase acreditei.

– Se você era novo na cidade de onde veio? - Perguntou meu Pai. E quando ele fez a tal pergunta que nem ele mesmo sabia responder queimei minha língua com o chocolate, pois sabia que ele não saberia responder. Então me adiantei e disse:

– Nós nos esbarramos no Hall do prédio e a considência foi que ele era o sobrinho neto da Vó- Char que veio de Nova Iorque, então ele vive com ela -Sorri forçadamente, nunca fui muito em mentir.

Meus pais me olharam com desconfiança, mas provávelmente não acharam nada no que desconfiar e eles sabiam quando eu estava mentindo então sem duvidas eles iriam ligar pra Vó-Char mais tarde. Eu teria que ligar antes... Armin e eu trocamos um olhar que queria dizer "confirme o que eu disser".

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– Enfim, se é parente da Charlotte é nosso parente -Minha Mãe sorriu.

A campainha tocou e eu me levantei para atender, assim eu poderia me destrair um pouco e tomar um arzinho. Abri a porta e lá havia um rapaz alto com cabelos repicados castanhos, forte e de olhos verdes estranhamente familiares. Ele sorriu pra mim e me puxou para um abraço... Minhas bochechas queimaram e eu não tive nenhuma reação, mas pude sentir o seu perfume, eu já senti aquele perfume, aquele perfume era do...

– ken...