Acordei nua, lembrando da noite passada com Ralph. Eu me sentia culpada. Vesti-me para sair, pois hoje, era o dia de encontrar a tal fulana ex do Cody.

Desci as escadas, ninguém havia chegado em casa, só o Ian; passei pelo quarto do Mateus, e ouvi uma voz... Uma voz feminina. Por impulso, abri a porta, e Mateus estava no computador e uma menina deitada na cama dele, com roupa, mas ria muito! E... era a doida! Aquela loira piriguete! A aba reta, lembra? Meu sangue ferveu, e Mateus mirou-me:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Cara, cadê os bons modos? - e deu um sorriso irônico.

-Daqui a pouco eu procuro, talvez, quando você aprender a não trazer suas peguetes pra cá, casa é local sagrado, não galinheiro!

-Quem aqui é galinha?! - ela levantou me encarando, com aquele gingado estranho.

-Adivinha! Você, loira falsa!

-Meu loiro é original, esses peitos aí seu, que não são!

-Ah, garota, quando você deixar de dar pra qualquer um, a gente se fala!

E saí. Mateus riu, e chamou a outra de "meu amor" e depois "né loira falsa não, gostosa".

Encontrei Ian, na cozinha, só de toalha:

-Mas que isso?

-Ah! Desculpa... - e saiu. - mana, eu queria dividir isso contigo.

-Fala.

-Então, eu já tive minha primeira vez, e foi com a Mari, mas... Sabe quando você meio que... Não sente mais tanto prazer?

-Olha, sexo é bom com qualquer um, mas é melhor com quem a gente gosta. Talvez seja isso. Tem outra garota?

-Então, é isso... Tô chifrando a Mari.

-Seu canalha! Você lembra? Do papai e da mamãe? Qual seu problema, seu cretino?! - eu não gostei nada de ter ouvido aquilo.

-EI! Calma! Eu não tive coragem de terminar, mas contei pra ela.

-E aí?

-Ela disse que não liga, se continuar comigo, e não ser largada.

-Que otária! Tchau, Ian!

Saí correndo, eu não queria ouvir aquela baixaria, como assim a garota queria ser corna?

Peguei a moto do Ian, e fui para o barzinho que tínhamos marcado. Cheguei e ela já estava lá, levantou falou comigo, super sorridente simpática. Era meio estranha, eu a imaginava mais bonita pessoalmente. Mas ela era voluptuosa. Não era gorda, não era magra, não era gostosa. Era voluptuosa.

-Oioi! - ela disse.

-Oi. Carla.

-É, eu sou Lily. E então?

-Olha, eu vou ser sincera, eu tô ficando amiga do Cody, e fiquei sabendo...

-Que a gente namorou? Relaxa, não temos mais nada.

-Sim, mas por causa de uma noite com você e o Mateus, né?

-Você quer saber o que houve? Foi o seguinte, eu era uma menininha bobinha, que tinha acabado de conhecer um menino maneiro que tinha me achado bonita, o Cody. A gente meio que tava namorando, quando conheci o Mateus. Eu sempre ouvia falar dele, que ele era lindo, fazia parte do grupo do rugby, que ele era gostoso... E eu sempre fui a ignorada. Aí, eu me joguei pro Mateus, fingi que estava bêbada, e fingi que fui estuprada pra não perder o Cody. Sacou? Deu merda, perdi o Cody, e o Mateus não quis mais saber de mim. - e deu de ombros, como se tudo aquilo fosse muito normal.

Tentei disfarçar, até umas duas horas, quando disse que tinha um compromisso. Saí de lá meio chocada. Cody era hétero, Mateus era hétero, a menina era uma vadia! Mas lembrei do que Cody me disse, e o que o Mateus fez, não foi certo.

-Carla?

-Kenny?

-Que bom te achar. Sério, muito bom. - e sorriu largo. - estava indo pra um lugar que toco, quer ir?

-Que lugar?

-Surpresa. - e pegou minha mãe, levemente.

Chegamos a um lugar abandonado, e parecia ser um teatro. Entrei com ele e passamos por vários salões:

-Ali, meu piano preferido. Cuido dele, desde que o achei. - era lindo o piano dele, e bem cuidado, não parecia estar rodeado por ruínas. - Senta aqui, comigo.

Começamos a tocar juntos.

-Eu sei que nos conhecemos há pouco tempo, e... Que eu tenho certeza que já falaram de mim pra você. Não estou sendo convencido, mas já percebi que todas vez que eu me aproximo, o Mateus e você parecem ter uma discussão. Eu sei o que ele disse, e eu não nego, mas, eu juro. Que quando te vi, eu não quis fazer o que eu normalmente faço com as novatas. Não que você seja feia, ou quente, porque você é e muito, mas...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Você está nervoso. - e ri.

-Eu nunca trouxe ninguém aqui, e nunca disse algo parecido à garota nenhuma, eu estou confuso desde que você chegou. E eu tenho medo que você se afaste de mim, pelo o que eles dizem. Eu não vou mentir o que eu fiz, mas eu vou mudar, eu já mudei. Eu não pensei duas vezes antes de trazer você aqui.

-Kenny, nada, nem ninguém, vai me impedir de falar com alguém que eu queira.

-Legal, porque quero que a gente continue se falando, a não ser que você não queira!

-Eu quero, relaxa! - e lhe dei um beijo na bochecha.

-Olha, e a festa do Greg, eu gostaria que você não fosse comigo.

-Oi?

-É que lá, é muita putaria, e iam falar de mim e você, e você ia ver muita coisa, passar por coisas desnecessárias...

-Mas eu quero ir!

-O que o Mateus falou?

-Dane-se o Mateus, atitude, Ken.. - e, ele me beijou. Simples assim, pegou meu pescoço, me puxou pra perto, e tascou um beijo. De novela. E sabe aquele beijo, que você imagina que seria simplesmente perfeito para passar no cinema? Eu me sentia uma princesa. Eu duvidava que fosse a primeira a estar ali, e achava que aquelas palavras fossem planejadas, mas ele parecia tão sincero... Que retribui o beijo.

-Eu ainda não tenho certeza.

-Ok. -ele disse, até segunda. e ficou tocando sozinho. No celular uma mensagem, do Ian:

A babá do Aden ficou doente, e a outra teve filho, tu vai me ajudar a tomar conta do pirralho!