A Maldição Do Dragão

A Sentinela...


POV Kenna

Então?– Luc me olha como uma criança curiosa.

Primeiro temos que encontrar a sentinela.– Respondo com calma.

Sentinela?– Ele pergunta sem entender. Será que tenho que explicar tudo?

Sim. Vamos começar com última parte do enigma.– Eu digo ainda com calma. - “Com olhos fechados sempre vela. Passe primeiro pela sentinela.”.

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Não acha que é óbvio demais?– Terry diz um tanto incrédulo. Sei que não sou a mais inteligente do grupo, mas este enigma pareceu fácil para mim.

Não, eu sei que é mesmo uma sentinela e deve ser uma dessas estátuas. - Falo abrindo um pouco os braços e todos olham para as estátuas que formam o caminho.

E como saberemos qual delas é a sentinela?– Luc questiona, ele é sempre tão confuso.

A maioria destas estátuas são muito parecidas.– Explico. - Encontrem a que se destacar mais dentre as outras.

Dito isso, todos se espalham e começam a busca pela sentinela. Tento deixar que meu instinto me guie, mas acho que gastei todo ele quando decifrei o enigma. Ando até a estátua de um homem, parece ser o mesmo que ví primeiro, o rei. Dou uma volta ao seu redor, olho atentamente cada detalhe, vejo que está meio torta, enterrada levemente na areia; seu braço direito está faltando, já o esquerdo, está cruzado sobre o peito, o dedo indicador aponta para o lado direito, sigo sua indicação e caminho com cuidado, olhando para cada estátua da fileira, percebo que cada uma delas está apontando para seu lado direito, seja com a mão, a cabeça e até os pés. Estou tão distraída olhando para as estátuas que trombo com alguém.

Me desculpe.– Falo rapidamente quando percebo quem é.

Tudo bem. - Ele diz. - Eu também estava distraído.

É mesmo?– Pergunto me sentindo tão curiosa quanto Luc.- Com o que?

Com ela.– Ele desvia seus olhos de mim e eu o acompanho. A nossa frente está a estátua mais bonita que já ví. É mais pequena que as outras, mas mesmo assim é muito grande, deve ter uns quatro metros. Representa uma moça jovem e bela, de longos cabelos soltos que caem até cintura, na sua cabeça tem uma fina e simples coroa; seu vestido desce reto, com apenas um cinto marcando sua silhueta. Seu braço esquerdo está levemente erguido e seus dedos envolvem o que parece ser uma fruta; já seu braço direito permanece junto ao corpo e sua mão segura um pequeno cetro. Entretanto o mais impressionante é sua expressão, seus olhos estão fechados, mas ela parece estar chorando, olhando para ela posso sentir sua tristeza. - Magnífica não é?

Sim.– Sussurro ainda admirando a estátua. - Você encontrou a sentinela Élio.

O que vai fazer agora?– Élio me pergunta.

Não sei ao certo.– Respondo rapidamente. - Chame os outros por favor.– Digo e se afasta um pouco, fala alto alguma coisa, mas não presto atenção pois agora vejo algo na estátua que não estava lá antes. Chego mais perto e percebo que há algo em seu pescoço, parece ser um tipo de cordão de ouro com uma flor como pingente. Não consigo evitar, tenho que pegar o cordão.

Kenna...– Ouço meu nome sendo chamado ao longe.- Kenna!

O que?– Balbucio ao perceber que Élio falava comigo.

O que está fazendo aí em cima?- Ele me olha estranhamente e eu me dou conta de que estou pendurada na estátua com o cordão na mão.

Eu só tive que pegar isso. - Deixo o cordão escorregar levemente pelos dedos para que ele possa ver, não quero que Élio penso que sou uma garota estranha. Então pulo levemente para o chão.

Então?– Terry pergunta se aproximando juntamente com os outros. - Acharam a sentinela?

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Mais do que isso.– Sorrio ao dizer. Sinto que este cordão é muito importante, além de ser mágico é claro.

A Flor da Vida!– Minna exclama ao olhar para o objeto em minhas mãos. - Onde você encontrou?

Estava no pescoço da estátua.– Respondo e ela continua a olhar fixamente. - O que é Flor da Vida?

Me admira que não saiba.– Ela tira os olhos do colar para me olhar com reprovação.

Eu deveria?– Pergunto calmamente, mas não gostei do seu olhar.

Sim Kenna.– Minna diz simplesmente. - Mas aparentemente Fênix não lhe contou sobre ela. Deixa eu tentar explicar da melhor maneira possível.– Ela respira fundo. - A Flor da Vida representa tudo aquilo que estamos tentando salvar, a vida de todos os seres vivos, místicos ou não. É o símbolo sagrado dos Seres da Luz.

Que incrível.– Luc fala admirado e eu olho para o simples colar em minha mão. Uma graciosa flor de quatro pétalas, duas delas formando a base, suas pontas viradas para fora e para baixo como se quisessem se encontrar. As outras duas pétalas ficam em cima formando o meio e suas pontas também se dobram, porém para cima e em direção ao centro. Era feita de prata e seu curto cordão também.

Não me admira que encontrar este Símbolo por aqui.– Minna fala me tirando de minha contemplação. - Afinal Tessália foi feita pelos Seres da Luz.

É, mas não estamos exatamente em Tessália.– Feo me lembra que ainda há uma etapa a cumprir. Mas sei o que devo fazer , encontrei a sentinela e agora?

Qual o próximo passo Kenna?– Terry pergunta e todos me olham com expectativa. É isso, que mandou eu bancar a líder, agora tenho que dar todas as respostas.

Bem... eu...– Tento dizer alguma coisa.

“ use...” – alguém me diz baixinho.

O que?– Pergunto olhando para Minna.

O que, o que?– Ela me olha confusa.

Você disse algo...– Falo confusa também.

“ o colar...”– Ouço a voz sussurrar novamente, mas tenho certeza que não é Minna, afinal estou olhando para ela, e também não é um dos rapazes pois é uma voz feminina. - “ use...o colar...use”

Kenna o que foi?– Terry pergunta.

Vocês não ouviram isso não é?– Pergunto e olho em volta, a voz parece vir de todo o lugar.

Ouvir o que?– Terry fala novamente. - Kenna?

“ use...”

Kenna?– Alguém fala, mas não sei quem, quero entender o que a voz me diz.

“use ... o colar...use..”

Usar o colar... - Sussurro também, e compreendendo o recado eu coloco o colar em meu pescoço. Ao fazer isso sou transportada para outro lugar, quando dou por mim, estou em uma câmara totalmente lacrada, coberta de mármore branco, do chão até o teto, bem iluminada mas não vejo velas ou castiçais algum nas paredes, olho ao redor e só vejo uma espécie de altar grande também de mármore branco. Mas não há nada no altar.

É o colar.– Alguém diz atrás de mim e me viro rapidamente. - É o colar que ilumina tudo.– Diz uma moça jovem e muito bonita, ela tem longos cabelos que caem soltos até a cintura, na cabeça uma fina coroa; seu vestido é simples, branco com apenas um cinto marcando sua silhueta. Ela me parece muito familiar.

Você é a sentinela.– Constato o óbvio.

Sim.– Ela responde sorrindo.

Onde estou?– Não é o que eu deveria perguntar, mas gosto de saber onde piso os meus pés.

Este lugar é onde ... vivo... atualmente.– Responde como se não soubesse ao certo. Ótimo, ela parece perdida, como pode me dizer como chegar a Tessália?

Então.– Digo um pouco receosa. - Não quero parecer apressada ou algo assim. Mas creio que você deva me dizer como faço para chegar em Tessália.

Isso mesmo. - Ela sorri novamente. - Mas primeiro tem que passar por um teste.- É claro que sim. Que maravilha, outro teste! Estou começando a pensar que estes espíritos ou seja lá o que forem, gostam muito de testes ou apenas de me testar.

E o que seria? - Pergunto ansiosa.

É um simples teste de vida ou morte.– E dizendo isso ela nos transporta para outro lugar. Um vulcão para ser mais exata. - A vida ou morte deles.– Ela aponta para traz de mim.

Não! Você é louca?– É tudo o que eu consigo dizer ao ver meus irmãos e meus amigos pendurados na boca do vulcão. Cada um em uma jaula, pairando perigosamente sobre a lava escaldante.