A Magia na Seleção

A Seleção


Dia 1 de Julho.

Uma semana depois, no dia da Seleção, todos aqui de casa estavam completamente loucos. Desculpe, me expressei mal, na verdade, todos de Pure Illéa estavam completamente loucos. Nesse exato momento, em todo o país, estavam todos se arrumando para o sorteio das "35 garotas sortudas dessa nação". Inclusive eu, infelizmente.

Soltei meus cabelos e os baguncei, acho que fico mais natural assim. Vesti um vestido vermelho solto, simples e que ia até um pouco acima dos joelhos. Calcei uma sapatilha preta, tão simples quanto meu vestido. Como não gosto de maquiagem, passei somente gloss. Percebi que estava indo bem simples para o sorteio, o que, para a minha irmã, poderia ser considerado um crime. Despertei-me de meus devaneios quando vi alguém parado na minha porta.

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— Mas que diab... — tentei falar, porém fui impedida pela figura loira que adentrava meu quarto.

— Oi Lily — disse minha melhor amiga, Sophie.

Ela estava linda. Um pouco exagerada, mas linda. Seu vestido era branco rendado e ele ia até o meio das suas coxas. Sophie usava um salto branco, que, realmente, eu não sabia como ela conseguia andar com aquilo. A roupa devia ter sido bem cara.

— Sophie, que susto! — exclamei, colocando a mão no peito. Ela riu.

— Já terminou? — ela perguntou, se referindo ao meu drama. Revirei os olhos.

— Você já arrumou sua mala? — perguntei, enquanto ela se sentava em minha cama.

— Já, já — respondeu ela, sem muita animação.

— E o que está fazendo aqui? — questionei. Se ela já preparou as malas, não deveria estar arrumando os últimos detalhes e ir?

— Não estou suportando minha família. Eles não têm o menor senso de moda. Ridículo. Na Seleção, não ficarei perto deles, não quero passar vergonha, vão achar que eu sou pobre! — ela disse indignada. Eu não a respondi.

Um defeito da Sophie: ela tem vergonha da família. Quem diabos tem vergonha da família? São as pessoas que mais te amam no mundo, que te acolhem e fazem tudo por você! Não tem lógica alguma. Outro defeito dela: insiste em querer ser rica. Bom, quem não quer? Mas o problema é que ela sente vergonha por não ser, e finge para todos que é. Acho que o motivo para isso é que Sophie foi mimada pela família. Seus pais não têm dinheiro, mas sempre fizeram o possível e o impossível para lhe dar tudo o que queria. Já tentei conversar com Soph sobre esse assunto, mas ela não me escuta, então não perco mais tempo discutindo. E, apesar de tudo, essa teimosa tinha um coração bom. Ela foi minha única amiga na vida e sempre esteve ao meu lado quando precisei.

— Preciso ir para o sorteio. Vejo você lá. Beijinhos, te amo — se despediu, mandando beijinhos no ar e desaparatando logo em seguida.

Fechei a porta do quarto e peguei minha varinha. Fui ao guarda-roupa, escolhi uma bolsa preta — para combinar com minha sapatilha — e realizei um feitiço de extensão nela. Coloquei calças, shorts e algumas blusas dentro. Não precisaria de muito, no castelo tem tudo. Por que eu estava me preocupando com isso mesmo? Nem sabia se iria ser selecionada. Mas seja o que Merlin quiser.

De repente, algo passou pela minha cabeça. Como eu poderia esquecer? Lummy! Eu não conseguiria ficar sem ele. No castelo deve ser proibido animais, mas ninguém vai saber se eu tomar cuidado.

— Lummy? — gritei, tentando fazer com que ele aparecesse.

— Olá — respondeu, saindo de baixo da cama.

— Vou pôr você dentro da bolsa, jura que vai ficar aqui dentro, sem fazer barulho e fingindo que não existe? — questionei, já o colocando dentro.

— O.K. — disse ele, com sua voz abafada.

Como já havia terminado tudo, desci para ver se já estavam todos prontos, e, como sempre, só faltava a Petúnia.

— Anda logo, Petúnia, vamos nos atrasar! — gritei, ao pé das escadas.

— Já vou! Quero ficar bonita quando eu for selecionada. Não sou igual a você, que não se importa de passar vergonha no meio de tantas pessoas. — gritou de volta, me fazendo bufar em resposta. Após uns minutos, Tuney finalmente terminou e desceu as escadas.

Segurei o riso ao ver como ela estava vestida. Petúnia fizera um coque, mas um coque tão apertado que puxava um pouco os seus olhos. Seu vestido era "bufante" e tocava o chão. Sua cor? Laranja. Completamente exagerada.

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Acho que meus pais também não gostaram, pois, na hora que a viram, fizeram uma cara de dor.

— Então? Como estou? — perguntou muito animada.

— Está linda! — meus pais responderam juntos, com uma expressão pouco convincente. Parece que ela acreditou, pois abriu um sorriso convencido, como se dissesse um "Eu já sabia.".

— E vocês, irmãos, o que acharam? — Droga, eu estava torcendo para ela não me perguntar. Fiz uma expressão de horror total quando ela o fez. Olhei para o Henry, que não estava muito diferente de mim.

— Vai chamar bastante atenção quando chegar lá — respondi, forçando um sorriso. Em parte é verdade, mas não como ela estava pensando.

— Concordo com a Lily. Realmente, muita atenção — falou Henry, abafando o riso. Ela ficou satisfeita com a resposta.

— E então... Vamos? — perguntei.

— Vamos — responderam.

Fomos desaparatando, menos Henry, que foi através de uma chave de portal (um porta-retratos da família), afinal ele só tem 14 anos. O Ministério proibiu que bruxos menores de idade desaparatassem — mesmo acompanhados —, exatamente por causa dos riscos de estruncharem. Henry foi primeiro, e logo em seguida mamãe, Petúnia e papai desaparataram. Depois eu. Respirei fundo, pois odiava fazer isso. Desaparatei e senti aquela horrível sensação de ser sugada.

Quando cheguei, levantei-me e passei a mão por meu vestido, na tentativa falha de desamassá-lo. Observava minha família repetindo as mesmas ações que eu fizera segundos atrás, e não pude evitar sorrir um pouco.

— Bem, eu irei procurar um lugar para mim — avisou Petúnia, ainda tentando desamassar seu... vestido. — Vejo vocês mais tarde, quando eu estiver ao lado do homem mais lindo desse universo — disse e, por fim, tomou o seu rumo.

— Onde foi que erramos, David? — Christina Evans, minha mãe, perguntou, ainda observando Petúnia.

— Eu me pergunto isso há anos, Chris — papai respondeu, fazendo eu e Henry gargalharmos. — Acho melhor irmos atrás dela — sugeriu, olhando para nós. Eu e Henry nos entreolhamos e tivemos a mesma reação, mas, já sabendo que não iria adiantar reclamar, assentimos com a cabeça.

Caminhamos em direção à grande multidão que ia para o local onde ficava o grande palco, e só tenho uma coisa a dizer: MEU MERLIN! Eu nunca tinha visto tanta gente em um único lugar. Já podia começar a ouvir meus pulmões gritando por ar, minha vida querendo deixar esse mundo e minha cabeça explodindo. Isso é bem pior do que pensei!

Quando eu estava prestes a pedir socorro, esbarrei em duas pessoas e acabei perdendo o equilíbrio, caindo no chão. Que dia ótimo!

— Oh! Desculpe-nos, somos tão atrapalhadas — disseram, em uníssono.

Olhei para cima, com dificuldade, para ver quem eram. Aquela queda afetou meu cérebro e estava me fazendo ter alucinações ou eu estava, realmente, vendo duas pessoas totalmente parecidas? Eram duas meninas ruivas. Uma usava um vestido simples com um ''E'' estampado, e a outra usava um vestido parecido, só que com um ''C'' estampado. Elas estenderam as mãos para mim e eu, com um pouco de medo, as segurei sem protestar.

— Mais uma vez, nos desculpe — disse a ruiva que continha um ''C'' em seu vestido — Eu me chamo Emma e essa outra parecida comigo se chama Chloe. Somos mais conhecidas como gêmeas Weasley.

— Me chamo Lily Evans.

Chloe e Emma se olharam, como se estivessem conversando sem dizer uma palavra. Tive certeza que minha expressão naquele momento foi de pura confusão.

— Emma e eu pensamos e resolvemos lhe dar um presente como pedido de desculpas — falou Emm... Chloe.

As irmãs pegaram uma maleta preta — que eu não fazia a mínima ideia de onde elas tinham tirado — e a abriram. Chloe procurava algo, enquanto Emma dizia ''Deve estar do lado esquerdo...'' ou ''Veja se está embaixo daquilo...''. Impaciente, tentei ver o que tinha dentro, mas as gêmeas não deixaram.

— ENCONTREI! — Chloe gritou, fazendo-me pular de susto. — Desculpe — falou, segurando a risada.

Chloe tirou de sua maleta – onde muito provavelmente havia um feitiço de extensão – um colar com uma corrente bem fina e prateada. Seu pingente era em formato de círculo e, dentro desse círculo, havia uma pequena fumaça que alternava suas cores constantemente.

— O que é isso? — perguntei encantada com o objeto.

— Emotion Weasley — responderam as duas, como se tivessem ensaiado. Elas faziam isso propositalmente ou era sem querer?

— Não conseguimos pensar em um nome melhor — explicou Emma, visivelmente chateada. — Esse colar usará as cores para mostrar como você está se sentindo. Olhe.

Emma colocou o colar em seu pescoço, fazendo sua cor mudar para verde fluorescente.

— Viu? Isso quer dizer que eu estou me sentindo divertida.

— Mas como eu saberei o que estou sentindo? — perguntei, enquanto Emma tirava o colar de seu pescoço e entregava para mim.

— Essa frase realmente tocou o meu coração — comentou Chloe, me fazendo revirar os olhos.

— Foi pensando nisso que criamos a tabela de cores, minha cara — Emma tirou também da maleta, um pequeno folheto que dizia ''Seus problemas em descobrir o que está sentindo acabaram!'', ri internamente. — Neste papel, qualquer dúvida que você tiver sobre suas emoções, irá sumir. — explicou me entregando o folheto. Sorri em forma de agradecimento.

— Muito obrigada, gêmeas Weasley. Acho que irei esbarrar em vocês mais vezes — agradeci, colocando o colar em meu pescoço. Automaticamente sua cor mudou para lilás.

Antes que eu pudesse perguntar o que significava, Chloe disse:

— Parece que alguém está nervosa.

— É... Sabe... A Seleção... — respondi, corando mais que um tomate.

Graças aos céus, uma mulher baixinha e ruiva gritou por Chloe e Emma antes que elas pudessem me responder. As ruivas se despediram de mim com apenas um aceno, e então saíram correndo em direção àquela moça. Suspirando e, após uns segundos, lembrando-me de onde eu estava, olhei em volta a procura de Henry. Droga, o perdi. Ou ele me perdeu, tanto faz. Quando desisti de procurá-lo, o barulho das trombetas me despertou, indicando a chegada da família real. Droga, droga, droga! Estava chegando a tão temida hora. Todos, imediatamente, começaram a correr para onde a família real estava, e eu fiz o mesmo — fui para onde a família real estava, não corri, ok?

A imagem que vi em minha frente foi absurdamente linda. Está bem, eu odeio a Seleção e tudo o que esses corruptos reais fazem, mas não posso negar que a decoração ficou maravilhosa. As calçadas agora eram grandes arquibancadas, e, bem, o palco... O palco estava maravilhoso! A rua se transformara em uma enorme passarela, onde a família real havia começado o seu desfile. Eles colocaram uma barreira mágica dividindo a passarela da arquibancada, para impedir de as pessoas entrarem ali sem serem convidadas - algo que, na minha humilde opinião, foi uma ideia ridícula -, mas que também nos possibilitava de ver e ouvir o que estava acontecendo dentro. Havia, também, uma pequena escada que dava acesso ao palco. Alguns bruxos produziam fogos de artifício com suas varinhas, algo que me deixou ainda mais encantada.

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Resolvi, finalmente, prestar atenção no desfile, não na decoração. À frente, a rainha Michelle caminhava lenta e graciosamente, acenando para as pessoas que gritavam desesperadamente — para que isso tudo, gente? —, acompanhada de seu enteado... James Potter. Senti meu coração acelerar completamente. Não por amor, mas sim por raiva. O idiota do Potter sorria, exageradamente, para as pessoas que o assistiam. Pude ouvir um grupo de meninas exclamarem um grande ''Ah!''. Patéticas. Atrás deles, estava meu melhor amigo: Severus Snape. Não pude deixar de rir baixo quando o vi, com sua famosa cara de poucos amigos, e usando uma roupa parecida com a que ele usava há uma semana. Como se percebesse meu olhar, Sev olhou para mim, sorrindo fraco. Mas logo voltou a andar, com uma expressão nervosa.

A rainha sentou-se em um trono, bem no centro do palco. Sev sentou-se à sua esquerda e o príncipe James Responsável Por Toda Esta Merda Potter sentou-se à direita. O falecido rei casou-se com Michelle quando Sev tinha onze anos, e, desde então, Severus tem que aguentar o insuportável do egocêntrico Potter. Sinto muita pena do meu amigo.

Depois do hino, a rainha discursou, agradeceu e chorou. Fez o maior drama na hora de falar sobre o falecido marido. O Sev que me desculpe, mas não engulo a mãe dele, muito menos esse chororô todo que ela faz sempre que fala do falecido rei. Primeiro que ela é uma péssima atriz, e qualquer um que repare bem percebe que é tudo falsidade.

Após a faladeira dela, o príncipe disse algumas coisas (que eu não fiz a mínima questão de prestar atenção) e depois se dirigiu ao Cálice Selecionador. As chamas azuis rodopiavam violentamente quando o primeiro papelzinho voou para as mãos do Potter. O silêncio era assustador levado em conta a quantidade de pessoas que havia no local. E então ele anunciou:

— Sophie Brown!

A foto da minha amiga apareceu no escuro céu, clareando tudo e todos. Soph podia ter vários pontos fracos, mas tirar fotos com certeza não era um deles. Todos começaram a aplaudir e então eu pude vê-la: vindo lá do fim da passarela, com seu vestido rendado e seus enormes saltos, sem perder o equilíbrio. James Potter sorria, mostrando seus 32 dentes, como se quisesse dizer “não tenho medo de usá-los em você, querida”. Sophie postou-se ao lado do príncipe e a seleção continuou:

Violet Parkinson;

Cindy Scamander;

Lucy Burke;

Alison Longbottom;

Kyle Abbot;

Olivia Slughorn;

Ruby Greengrass;

Nymphadora Tonks;

Marlene McKinnon...

Queria ver se Petúnia ainda estava com aquela autoconfiança de hoje cedo. Potter continuava sorrindo, penso que ele não via a hora de por a mão (ou o que quer que seja) naquelas garotas.

Brittany Fawcett;

Tessa Lupin;

Kristal Delacour;

Chelsy Fudge;

Chloe Weasley...

Ok, por essa eu não esperava, quer dizer que eu posso ter recebido um presente da futura rainha?

A gêmea com o C no vestido foi até o palco. Então James Potter anunciou a próxima selecionada:

— Emma Weasley!

Ok, por essa eu esperava menos ainda. Sorte coletiva? Ou quem sabe azar? Emma subiu no palco, e não pude evitar rir quando percebi que ela estava com a maleta. Continuando...

Ashley Diggory;

Amy Carrow;

Daisy Runcorn;

Mabel Rosier;

Carry Vane;

Whitney Crouch;

Jade McMillan;

Kyle Abbot;

Megan Chang;

Holly Shacklebolt...

Os nomes iam sendo cuspidos e a minha respiração ia ficando cada vez mais rarefeita. O que eu queria que acontecesse, afinal de contas?

Grace Bagshot;

Lohane Moody;

Clover Flitwick;

Dorcas Meadowes;

Thabata Yaxley;

Alice Travers;

Carmem Bulstrode;

Ellie Price...

Faltava apenas um nome e eu podia ouvir os batimentos cardíacos de todas as garotas (inclusive os meus). Amanhã eu não teria mais um emprego. Não que isso fosse tão ruim, levando em conta que eu estaria em minha casa e não no castelo. Então, o último nome voou para o Potter.

— Uau... Evans. — ele disse baixo e com a voz abafada, duvido que todos tenham entendido. Mas eu entendi, e pelo jeito Petúnia (que agora eu descobria que se encontrava a alguns metros de mim) entendeu também.

— SOU EU! — ela gritou e pude ver o reflexo de uma laranja gigante pulando — EU SOU PETÚNIA EVANS, EU SOU A ÚLTIMA SELECIONADA! SOU EU...

Como eu queria que aquelas palavras fossem verdadeiras. Como eu queria que fosse ela. Mas eu sabia que não era ela a Evans mencionada. Eu sabia que era...

— Lily Evans!

... eu. Então apareci no céu, sentada ereta e tão dura quanto uma pedra, com um sorriso visivelmente forçado, e com os olhos... Bem, com os olhos revirando-se. ISSO NÃO ERA PARA APARECER NA FOTO! Se eu tiver meu emprego de volta vou arrumar um bom advogado e processar aquele fotógrafo. Mas espera... Eu vou ter meu emprego de volta, porque... eu fui selecionada. EU, LILY EVANS, FUI SELECIONADA. E nesse momento, o país inteiro estava esperando Lily Evans aparecer. O país inteiro estava esperando eu aparecer.

— Evans? — o príncipe chamou-me.

Potter começou a descer os degraus da escada que do palco. Ele olhava para a multidão, procurando um rosto, procurando o meu rosto.

— Pretende ficar aqui parada até quando? — uma mão tocou meu ombro e eu quase caí dura no chão. Era Henry.

— Você me assustou... Henry me ajuda, eu não quero ir — digo me encolhendo.

— Sabe, você que escolheu isso...

— QUÊ? Eu escolhi isso? — perguntei indignada.

— Você se inscreveu por livre e espontânea vontade — ele retrucou com as sobrancelhas arqueadas.

— Ah, cale a boca — revirei os olhos.

Potter continuava a me chamar, e eu continuava a querer não ir.

— Acho que ela não veio, senhor — disse uma voz magicamente ampliada.

— Henry... — olhei para ele desesperada.

— VAI LOGO LILY!

Afastei-me da arquibancada e passei pela barreira (foi como atravessar um espelho [embora eu não soubesse a sensação de atravessar um espelho]). Esquecendo completamente de como uma pessoa normal caminha, fui até o palco quase tropicando em meus pés. Não ousei olhar para Potter, mas sabia que ele estava esperando-me no começo da escada. Quando cheguei a alguns metros dele, levantei o olhar e me deparei com a expressão presunçosa e satisfeita do Potter. Idiota. Então ele se aproximou e estendeu a mão.

— Eu sabia Evans — ele disse, parecendo não se importar nem um pouco com o fato de Pure Illéa inteira estar o ouvindo. — Ninguém resiste ao charme de James Potter.