Passado Elena/Hades

Elena ( Cibele )

Meu pequeno castelo ficava na encosta de uma montanha, perto o bastante do Olimpo para meu papa me visitar frequentemente e longe o bastante para os deuses não saberem de mim.

Diferente deles que tinham vários adoradores e templos eu não tinha nada, vivia minha vida o mais simplesmente possível, apenas com minhas criaturas a minha volta, os ghouls já foram humanos mas com muita criatividade eu os criei tirando algumas almas do senhor do submundo.

Papa ficou tão furioso comigo, achou que os Deuses iriam descobrir que eu existia e iriam me matar, cada visita ele estava mais estranho, mais protetor e mais paranoico, eu não gostava, os moinhos urgiam e me diziam que alguma coisa estava para acontecer.

Meus ghouls iam de um lado a outro com seus afazeres enquanto eu olhava o espelho da vida, nada era mais divertido do que ver as encrencas dos Deuses, mas eu me sentia sozinha, ninguém para compartilhar meu tempo, para se divertir.

— Minha Deusa? - Sussurra um dos meus novos ghouls

Viro-me lentamente para ele com um sorriso, era bem raro quando eles falavam comigo, eles tinham medo dos meus outros bichinhos, e dos meus castigos para aqueles que não me obedeciam.

— Sim? - digo enrolando meu cabelo nos dedos e me endireitado na cadeira

— Não quero ser insubordinado minha senhora, mas minha esposa humana acaba de morrer de tristeza, sei que não posso lhe pedir algo tão grandioso mas gostaria de ter ela aqui comigo como serva humilde da senhora - ele se ajoelha na minha frente com a cara chorosa

Ele tinha sido o ultimo que eu criara, meu papa garantiu isso colocando seguranças na porta do meu castelo me impedindo de chegar a porta do submundo, eu teria que ser mais criativa desta vez, me alegrei com possibilidade de sair de casa finalmente.

—Farei oque pede humilde criança, mas preciso de ajuda, os trasgos na minha porta não podem saber que desci ao submundo, e você terá que mantê-la escondida de meu pai.

— De acordo minha senhora - ele disse mais alegre e eufórico — Eles nunca saberão que a senhora saiu.

Era um risco enorme entrar magicamente no submundo, mas mesmo que sejam mortos eu preciso sair!

— Preciso de alguma coisa dela para acha-la no mundo dos mortos sim?

Ele me deu um pingente de coração feito de madeira e disse que era o bem mais precioso dela.

Estalei meus dedos e pensei fortemente no cheiro limpo e cheio de paz que era o submundo até sentir que verdadeiramente estava lá

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Hades

O dia estava calmo, nenhum deus veio me importunar para arranjar uma mulher, nenhuma deusa veio tentar me tirar da solidão e não haviam muitos mortos para julgar ou deslocar no submundo, era realmente um dia perfeito, pelo menos para mim.

Uma recém chegada estava a minha frente, ela foi uma boa mulher para seu marido em vida e tinha morrido de tristeza, alegava que enterrou seu marido e que ele estava no submundo.

— Já disse humana, ele não esta aqui! - frustação nem chegava perto da sensação que Cani ( a mulher ) sentia quando ouviu o deus proclamar que seu marido não se encontrava nos campos.

— Meu senhor... - Um grande baque impediu Cani de continuar, Hades olhou no fundo do salão e viu uma jovem ruiva linda de cabelos longos, seus instintos diziam que ela não estava morta, e que muito menos era humana.

— Quem es? - pergunto confuso, a criatura a sua frente era a mais linda, sua alma brilhava e Hades sentiu-se totalmente ligado a vida finalmente.

— Desculpe deus dos mortos, mas essa ai ainda não deveria estar aqui - diz a jovem se aproximando ate ficar do lado de uma Cani confusa, suas curvas e rosto de mulher encantaram Hades lhe dando agua na boca — Adorei te conhecer finalmente, mas tenho que ir, o marido dela a espera - a jovem sorriu com desdém, estalou os dedos e as duas sumiram, não deixaram nenhuma pista para seguir.

Hades ficou estagnando, ela não era nenhum ser que os irmãos criaram, também tinha um poder muito mais mortal que qualquer deus que ele conheça, ela absolutamente era uma deusa, mas era impossível! Cronos o diria se ele tivesse criado outro deus não diria?

Levantando-se rapidamente Hades começa a andar de um lado ao outro, ele tinha de ver seu criador, evocando uma passagem imersa hades vê a sua frente um espelho de agua, uma passagem ate a sala de seu criador, ele o vê sentado em seu trono com a cara emburrada e atravessa a passagem sem se dar tempo de pensar.

— Cronos! - Hades urge ao invadir a privacidade de Cronos — Existe uma deusa, e se você não a criou quem foi? - Hades fala furioso, não conseguindo acreditar de seu criador criou a criatura mais perfeita de todos os tempos e não lhe disse.

Cronos parece furioso, depois amedrontado para logo em seguida ficar com uma cara suplicante.

— Eu não a criei meu filho, diferente de todos vocês eu a vi nascer, moldei sim seus poderes e atributos, lhe dei do meu próprio poder, as parcas me disseram meu futuro, irei morrer, dei a ela tudo que eu tinha, não o sente?

Hades respirou fundo e sentiu o pouco poder que seu criador tinha agora, ficou furioso por Cronos ter lhe escondido a linda deusa, filha! Cronos realmente tinha uma filha de sangue! Começo a andar de um lado a outro, se as parcas dizem a verdade ela esta em perigo, seus irmão planejam matar Cronos a muito tempo, ele como deus dos mortos entende que matar não deve ser tão fácil, se recusou a participar, mas agora tinha mais em jogo, sua linda deusa tinha de ficar a salvo.

— Ela tem que viver - Hades disse mais calmo, era perigoso o plano que se formava em sua mente, mas Hades tinha certeza que desse jeito ela poderia viver, e um dia ele a conheceria, ela nunca saberia o que ele fez por ela mas ele teria a mente tranquila sabendo que ela estaria a salvo — O corpo talvez seja impossível de salvar, mas a alma, a que carrega todos os poderes pode reencarnar ate achar um corpo compatível, ela não estará segura como deusa por enquanto - com isso começou a explicar seu plano ao criador que parecia cada vez mais alegre com a possibilidade de sua filha viver.

Hades estava tristonho pois sua deusa ficaria longe de seus braços e sua proteção.

Teria de fingir não a conhecer, talvez a temer um pouco, seus irmão nunca poderiam saber o que ele fez para salvar a filha do criador mas ele a manteria a salvo.

Afinal, um dia ela seria sua!