A Irmã De Renesmee

Chegando a hora.


—Que tal Brian? – Jacob sugeriu com a boca cheia de pipoca.

Estávamos todos na sala, na mansão da minha família. Eles insistiam em discutir sobre o nome do meu bebê.

—Eu gosto de Justin. É bem coisa de Filho da lua. – Alice disse animada.

—Não sabemos se ele será um. – Carlisle argumentou enquanto jogava xadrez com Jasper do outro lado do cômodo.

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Esse é um assunto que também não parava de rolar. Ele será, ou não será um Filho da lua?

Para mim e Nicolas isso não importava, até preferíamos que ele não fosse, para não ter que carregar certo fardos e ser um alvo ainda maior para Ícaro.

Mas evitávamos tocar nesse assunto, até porque não tinha como saber se ele ia ser ou não.

Nem sabíamos se com a minha genética isso era possível, pois se ele nascesse um, seria o primeiro Filho da Lua a nascer de uma sobrenatural.

E não sabíamos que impacto isso teria pra ele.

—Mas ele tem chances de ser. – Tia Rose rebateu. Eu me remexi no sofá incomodada com aquele assunto.

—Lucas é um belo nome – Esmee desconversou vendo minha cara. – O que acha Liza?

—Tanto faz – Dei de ombros.

Eu estava tentando não prestar atenção no que eles diziam.

Estava com dores há três dias. Cada dia que passava elas aumentavam um pouco mais, não me deixando dormir, descansar, ou comer, e principalmente me dando um belo de um mal humor.

Minha mente estava pairando para outros lugares.

—Como assim tanto faz Elizabeth? É o seu filho. – Minha mãe disse vendo minha cara de desanimo. Ela estava sentada bem ao meu lado.

—Elizabeth quer olhar para ele, para decidir o nome. – Falou Nicolas. Tínhamos decidido isso juntos. – E eu concordei. Então, só depois que ele nascer.

—Tá, mas eu tenho uma ideia ótima para um nome. – Tio Emm levantou do sofá todo empolgado. E veio sorrindo até nós. – Vocês têm que colocar um nome charmoso. Com estilo sabe, para o garoto causar aonde quer que ele chegue. Tem que ter impacto!

—Hum meu Deus. – Murmurou tia Rose olhando para ele.

—Que nome? - Jake perguntou curioso.

—Emmett! – Disse dando ênfase com as mãos no ar.

Ninguém falou nada matando a empolgação dele aos poucos. Eu revirei os olhos.

—Quer que eu coloque o nome do meu filho de "Emmett"? – Perguntei o olhando. – Sério?

—Eu sei que você adorou. – Ele se inclinou sobre mim melando minha bochecha com um beijo.

—Se for assim, acho que Jasper, seria um nome melhor. – Murmurou meu tio em seu jogo de xadrez.

—Edward II – disse meu pai e eu apenas o encarei. - O que? Eu sou avô, mereço reconhecimento.

Fui interrompida de responder quando o celular de Nicolas tocou. Ele olhou a mensagem, depois me olhou com desagrado.

Eu suspirei de novo.

—É a Lauren. – Afirmei sem mesmo perguntar. Ele assentiu. – Que confusão ela se enfiou dessa vez?

—Prefiro não entrar em detalhes. – Bufou irritado. Lauren estava fazendo da vida dele um inferno. – Não demoro, prometo.

Ele depositou um beijo na minha testa e se despediu do restante às pressas.

Todos estavam acostumados com as saídas repentinas de Nicolas para resolver os problemas da irmã.

Agora ele se sentia tão responsável por Lauren, quanto também sentia que era por Lucinda. Tentava estar presente para ela como sempre esteve a vida toda por Lucy.

Qualquer coisa que acontecia com as duas, ele estava lá para tentar resolver, mata-las ou se culpar.

Principalmente porque eu não era a única com um alvo nas costas pelo Ícaro. Mas Lauren também. E isso o apavorava.

Ele tinha medo por mim, pelo bebê e pela irmã.

—Então, o que acham de Gustavo? – Voltaram ao assunto dos nomes.

Eu levantei da poltrona com dificuldade e tomada por um estresse repentino. Eu não aguentava mais minhas variações de humor.

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Ninguém mais aguentava.

—Onde vai? – Minha mãe perguntou.

—Nárnia. – Respondi com raiva. - Pelo menos lá, acho que o Aslan não vai encher meu saco.

Eu subi os dois lances de escadas, como se estivesse subindo o monte Everest. Cheguei no andar de cima sem ar e com as costas doendo.

Foi a maior atividade física que fiz em dias.

Entrei no quarto batendo a porta com raiva. Com raiva de que? Não sei.

Eu estava um poço de estresse. Nesse meio minuto senti uma dor aguda entre minha barriga e minhas costas que durou meio minuto, me tirando o ar.

—Meu Deus – suspirei quando passou - E você colar, porque não faz alguma coisa? Você tinha que me proteger.

Eu parecia uma doida gritando com o colar no meu pescoço. Brutalmente a porta do quarto foi aberta.

Era Renesmee.

—To ficando sem moral com vocês, não bate mais na porta não? – Quase gritei com ela.

—Elizabeth calma. Você está estressada demais. – Disse passando a mão em meu braço, e eu me afastei brutamente com ódio - Liza o que você tem? Fala para mim.

—Eu estou presa aqui. Isso é uma prisão. – Disse gesticulando com os braços. - Sabe há quanto tempo não vou nem no jardim de casa? Há mais de uma semana. Há uma semana estou trancada dentro desse lugar. Meu nível de compreensão está acabando. Eu estou dividida entre querer que esse menino saia logo de mim e não querer que ele saia. – Gritei olhando a minha barriga. – Mas agora eu quero que ele saia, por que eu não aguento mais estar grávida!

— Tudo tem seu tempo. – Ela disse calma. - Não adianta querer apressar as coisas. Ele vira ao mundo, quando tiver que vir. Não está sendo fácil, eu sei, tente relevar os assuntos sobre ele e os demais que te deixam assim estressada. Todos estão tão nervosos quanto você.

Renesmee era a única que não compactuava com a excessiva pressão sobre mim. Os assuntos que eu não gostava de tocar, ela era a única que não falava sobre, nem se envolvia e sempre tentava mudar o rumo das conversas.

Mas era eu quem estava no fogo cruzado, não eles.

—Renesmee, estou trancada dentro dessa casa praticamente toda a minha gravidez, será que entendeu essa parte da história? – Perguntei a olhando frustrada.

—Você se lembra que Ícaro ameaçou está criança e esteve pelas redondezas a um mês? – Perguntou cruzando os braços. – Se lembra dessa parte da história?

—Não quero mais ficar aqui dentro. – Disse batendo o pé.

—Mas terá que ficar. – Elevou o tom de voz – Ninguém está fazendo nada para o seu mal. Então trate de ser paciente. Ele já ira nascer, e quando isso acontecer, terá uma parcela de sua liberdade! – Disse brava, logo em seguida ela saiu batendo a porta do meu quarto.

Sorte dela, porque mais um minuto com ela ali gritando comigo eu teria jogado o jarro de flores na cara dela.

Eu não queria ser paciente, já fui paciente demais. Eu sempre tinha que me colocar no lugar deles. Eles nunca se colocavam no meu.

Eu deitei na cama, cansada e irritada. As dores chatas me deram uma trégua e o sono veio chegando aos poucos.

Meu celular vibrou com uma mensagem da minha mãe dizendo "Fomos caçar. Voltamos logo, se precisar de algo me ligue".

Caçar nesse tempo horrível? Só eles mesmo. Aproveitei o barulho da chuva, e fui embalada pelo sono minutos depois.

[...]

Pov. Nicolas

—O que foi agora? – Perguntei já batendo a porta da sala com raiva.

Daniel estava em pé de frente para a lareira, e Lauren deitada no sofá bem despreocupada.

—Não foi nada demais – sussurrou ela evitando me olhar.

—Sabem que não posso ficar saindo toda hora que você fizer merda. - Disse tirando suas pernas do sofá, fazendo ela sentar e me olhar irritada. - Elizabeth está preste a dar à luz. Então fala logo, o que foi que você fez Lauren?

—Ela atacou um humano. – Meu pai contou. Ela olhou para ele com raiva.

—É mentira. – Se levantou brutamente – Ele está mentindo. Jamais faria isso!

— Então diga o que fazia com a boca no pescoço daquela mulher? – Perguntou meu pai cruzando os braços.

—Eu estava.... Sentindo o perfume dela. Era maravilhoso. – Disse sorrindo. – Precisava comprar um igual.

De repente eu peguei o vaso que estava no pilar bem ao meu lado, e joguei na sua direção. Ela desviou na hora e ele quebrou na parede. Ela me olhou chocada.

—Qual o seu problema?

—Queria te matar agora – sussurrei tentando controlar meus nervos - Soube das condições para viver conosco Lauren. Sabe muito bem que não pode se alimentar de humanos. O que eu tenho que fazer para isso entrar na sua cabeça? – Disse a pegando pelo braço.

—Me solta! – Disse o puxando – Você não é meu pai, não manda em mim.

—Meu filho nem nasceu e eu já tenho que cuidar de um bebê. Então pare de agir como uma criança. – Esbravejei irritado – Não faça isso de novo, entendeu? Ou eu juro que te jogo na primeira vala que eu achar. Segue as regras ou vai embora. Cansei de ficar insistindo em você.

[...]

Pov. Elizabeth

Acordei com uma dor terrível que me fez perder o ar por segundos. Meu Deus, o que era aquilo?

Já estava de noite e constatando meus sentidos, ninguém ainda havia chegado ainda. Me levantei da cama com dificuldade e só aí eu percebi, meu vestido estava molhado, assim como minha cama.

—O que?

Bom, eu não suei tanto a esse ponto, coloquei a mão na minha calcinha e ela estava molhada. A chance de eu ter feito xixi morreu quando olhei para o chão e eu ainda estava vazando água.

—Tinha que ser agora? – Perguntei quando percebei que era a bolsa que tinha estourado.

Logo em seguida, veio mais uma dor insuportável que me fez suar frio.