PDV Carlie.

Seth me chamou para dançar quando começou uma das mais conhecidas músicas de uma banda que eu amo. Little Things. Seth sempre fala que é assim; apesar dos defeitos que eu acho que eu tenho, eu sou perfeita para ele.

Depois foi a Over Again e Half a Heart. Então parei para analisá-las – eu já sabia essa letra de cor, mas agora que ela fazia um sentido danado entre o que Seth e eu estávamos vivendo nessa última semana.

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Right Now foi o que vivemos quando eu fui para Los Angeles. Eu não pdia lutar contra o sentimento, muito menos ele. E queríamos estar um perto do outro.

Me perdoa por tudo que fiz, por tudo que eu disse a você. Eu só não queria que nada de ruim acontecesse a ninguém da minha família, muito menos a você. Eu juro, nunca o deixei encostar um dedo em mim. Eu tinha nojo dele, só pelo fato de ele ter me afastado de quem eu amo. Eu queria que tudo isso acabasse o mais rápido possível para que eu pudesse me sentir novamente segura em seus braços.

Falei pelo seu pensamento tudo o que eu queria lhe dizer.

Ele acariciou a lateral da minha cintura, quase nas minhas costas, e isso enviou arrepios por todo o meu corpo.

Começou agora a Last First Kiss. Eu ja beijei outros garotos, só que sempre considerarei Seth meu primeiro e último beijo.

Senti-o se inclinar contra o meu pescoço, e seus lábios contra a minha orelha.

– Eu também te amo. – ele sussurrou, e não foi nenhuma dificuldade ouvi-lo, considerando a música alta.

Apertei meus braços em seu pescoço.

Podemos recomeçar? Perguntei, ansiosa pela resposta.

– Não. – ele respondeu, e senti meu coração se apertar com essa palavra. – Porque não há necessidade de recomeçar quando não há nada acabado.

Eu sorri e afundei emu rosto em seu pescoço. Eu tive uma saudade insuportável dele nesses últimos dias em que estivemos separados. E agora tudo seria recompensado.

Eles pararam de cantar depois de umas doze músicas. Mas foi legal demais!

Renesmee e eu perguntamos se não poderíamos cantar uma música. É claro que eles aceitaram.

– Vamos apostar qual é a mais bonita? – propus quando ela ia cantar a dela.

– Fechado. – ela falou e subiu no pequeno palco improvisado após ser chamada pelo Charles.

Taylor Swift – Red

Droga! A música dela era, com certeza, a mais bonita.

Quando ela acabou, William foi até o microfone e falou no mesmo:

– Vamos receber mais uma directioner talentosa!

Sorri e me dirigi ao palco.

– Obrigada. – agradeci, e ele mordeu o lábio, sorrindo de volta.

Assim como a Nessie, coloquei meu pen drive na caixa de som, e escolhi a minha música.

Taylor Swift – 22

– Obrigada. – agradeci e desci do palco.

– Você venceu. – Nessie falou, emburrada. – Sua música é a mais bonita.

– Está brincando? – perguntei, sem acreditar no que estava ouvindo. – A sua é mais bonita.

– Que tal um impasse? – sugeriu Jacob.

Olhamos uma para a outra, pensando sobre isso.

– Empasse. – concordamos, apertando a mão da outra.

– Oi, pessoal! – os cumprimeitei, assim que chegamos no quarto da Layanne, onde estavam todos.

O problema era que tinha algumas garotas histéricas lá embaixo por conta dos boydirectioners, então eles acharam que era melhor os garotos ficarem no quarto.

Cumprimentamos todos, com um abraço e um beijo no rosto.

Uma coisa que incomodava a mim – e fazia ciúmes no Seth – era que William, que ainda estava solteiro, me olhava como sempre. Com um brilho nos olhos. Eu sempre desconfiei de que ele gostava de mim, pois quando fomos a casa deles, em Nova York, ele sempre era gentil comigo, e me defendia das piadas dos seus amigos. Nada ofensivo, mas era claro que ele gostava de mim.

– Carlie. – Nessie engoliu em seco, olhando para algum lugar no andar debaixo.

– O que houve? – perguntei, começando a me preocupar.

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– Henry está aqui. – ela sussurrou, e sua voz tremeu, ainda olhando para a multidão lá do primeiro andar.

Engoli em seco, pegando meu celular ao mesmo tempo de ela me imitar, pegando o seu. Teríamos que informar nossos pais. Esquecemos que Henry poderia me procurar a noite, já que anda estava sem o seu anél para fazê-lo a luz do sol.

Depois de fazermos isso, voltamos para onde eles estavam.

Layanne estava sentada no colo do Jimmy.

– O que houve? – Seth me perguntou no meu ouvido quando me sentei em seu colo, assim como estavam todos os casais.

Neguei com a cabeça para ninguém estranhar, e em seguida coloquei essas palavras em sua cabeça.

Henry está aqui.

Senti seu corpo ficar rígido embaixo de mim.

Já liguei para os meus pais. Eles e meus tios estarão aqui daqui a pouco.

– Layanne. – Jake, Nessie, Seth e eu ficamos estáticos assim que captamos o vampiro parado na porta do quarto dela. Ele falou com tanta casualidade, que os dois pareciam ser amigos de infância.

– Oi, Henry. – ela falou, o convidando para entrar.

As mãos de Seth travaram ao meu redor, como fosse me proteger de ele vir até mim e me arrancar dele.

– Olá, Carlie. – ele me cumprimentou, com um sorriso falso ao me olhar.

– Vocês se conhecem? – Lá perguntou, surpresa. – Que legal.

– Sim. – ele respondeu antes de mim, enquanto eu forçava um sorriso em meu rosto. – Já faz um tempo. A gente já namorou.

Segurei a vontade de rolar os olhos com a palavra “namorar”. Nunca tivemos nada, mas eu sabia exatamente ao que ele se referia.

Seu olhar queimava em mim, e ele parecia extremamente furioso – mesmo tentando esconder – ao me ver com o Seth.

– Bom, acho que já vamos, né? – Nessie falou, assim que captou o som de carros ao longe.

– Mas já? – Layanne perguntou, decepcionada. Eu gostei dela demais.

– É, fiquem mais um pouco. – Henry pediu, com uma falsa gentileza. – Foi legal reencontrar vocês.

– Seria um prazer, mas já está na hora do toque de recolher delas. – Jacob falou, e se eu o conhecia bem, estava bem difícil para ele manter a voz educada.

– Toque de recolher? – Jimmy perguntou, parecendo se divertir com isso.

– Os pais delas são muito rigorosos. – Seth falou, me puxando para ficar ao meu lado, com o braço firme em minha cintura. William nos olhava, também decepcionado.

Para eles, isso tudo seria apenas uma cena de ciúmes.

Nos despedimos de todos com beijos no rosto e abraços. Por alguns segundos, me esqueci da ameaça ali. Quando abracei William, ele sussurrou um “Tchau” em meu ouvido, e tudo o que consegui fazer foi sorrir envergonhada.

Lá, tome cuidado. Ele é um vampiro do mal. Provavelmente está aqui apenas porque eu viria. Ah, esse é o meu dom.

Quando olhei para trás, ela me olhava boquiaberta. Sorri tímida.

Quando tentamos passar pelo Henry – bem, ele não poderia fazer nada conosco na presença de humanos – ele não deixou.

– Saia. – Seth grunhiu baixinho, mas ainda bem ameaçador.

Ele me olhou no fundo dos olhos, enquanto falava:

– Você não vai passar da porta da frente dessa casa, a não ser que eu queira.

E de repente meu corpo não queria sair daquele lugar. Ele implorava para ficar. E me dei conta de que ele havia me hipnotizado. Porcaria. Minha mente queria sair dali, mas meu corpo não. Era como se ele tivesse vontade própria.

Engoli em seco, apavorada. Fiquei apreensiva com o que o pessoal estaria vendo, e o que pensaria. Afinal, eles são apenas humanos.

Descemos as escadas, e abrimos a porta ao mesmo tempo em que meus pais apareciam ali. Quando fui tentar sair, havia uma parede invisível e meu corpo não passava por ela. Porcaria. Eu me esforçava, mas era inútil. Frustrada, parei de tentar.

Meus pais e meus tios me olhavam, estranhando minha reação.

Fui hipnotizada para não sair dessa casa. Expliquei para eles.

Meu pai colocou o braço em minha cintura, e tentou me puxar para fora, mas a parede invisível me bloqueava para a saída.

– Droga. – resmunguei, sentindo as lágrimas de medo descerem pelo meu rosto.

Eles entraram na festa, normalmente como se tivessem sido convidados.

Minha família se virou para trás, rosnando. Olhei na mesma direção, e vi o idiota vindo em nossa direção.

– Estão gostando da festa? – Henry perguntou, cínico.

Meu pai e meus tios avançaram para ele, afim de acabar com ele, porém o mesmo levantou as mãos, num sinal de desespero. Afinal, ele era um, e nós éramos dez.

– Se me matarem, Carlie nunca sairá daqui. – ele se apressou a dizer, fazendo os três pararem, mas estavam desconfiados. – Ela está hipnotizada, e apenas eu posso fazê-la sair.

– Então faça. – meu pai rosnou tão ameaçadoramente, que até eu fiquei com medo.

Ele sorriu, sem demonstrar medo, e eu sabia que ele queria fazer algo. É fácil demais ler a expressão de uma pessoa má.

Eu não vi nada, nada além de ser capturada por um vulto e ser arrastada para a cozinha, onde não havia ninguém.

Eu estava tonta, e minha cabeça doia.

– Solte-a. – minha mão rosnou, e percebi que ainda estávamos dentro da casa, na cozinha. Toda a minha família preparada para atacar.

Ele apenas soltou um riso irônico e seus dedos passearam pela minha clavícula, e foram até meu pescoço, deixando-o exposto.

– Pare, por favor. – ouvi Nessie implorar. Droga. Minha cabeça estava doendo ainda, e eu não conseguia assimilar muita coisa.

E então senti uma dor no pescoço, como se tivesse algo me perfurando. Eu percebi vagamente que havia sido mordida.

No mesmo segundo em que eu fui mordida, eu caí no chão, ouvindo um grito de agonia do Henry.

– Carl, meu amor. Carl, fala comigo. – a voz de Seth me implorava. Ele me segurava ainda no chão, e eu estava flácida em seus braços.

– Seth. – consegui murmurar, ainda tonta. – Minha cabeça dói.

– Ele te bateu na cabeça para você desmaiar. – ele falou, enfurecido. – Não durma, por favor.

– Eu... preciso... descansar. – falei num múrmuro fraco, e a escuridão estava vindo em minha direção. Era inevitável não querer ceder a ela. Estava convidativa demais.

– Por favor, meu anjo. Não durma. Por favor. – ele chorava agora.

Eu tentava fazer o que ele pedia, mas parecia impossível. Acho que a pancada tinha sido forte. Bem forte.

– Temos que dar um jeito de tirá-la daqui. – meu tio Emm falou, com a sua voz grossa. – Já demos um jeito no vampirinho convencido.

O que?! Eles mataram o Henry? E agora? Como eu vou sair dessa casa?

– Pessoal, – Nessie falou, como se tivesse acabado de descobrir a América. – Ele a hipnotizou para não sair pela porta da frente. Então podemos tentar a janela da cozinha.

Claro! Ele falara: Você não vai passar da porta da frente dessa casa. Isso quer dizer que posso sair por qualquer outro lugar, tipo a janela, ou até pular da laje. Mas que garoto burro!

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Eu não me lembro de muita coisa, apenas de ter sido passada por algum lugar que parecia ter a forma quadrada, e ser passada de um braço para o outro.

– Carl, querida. – a voz suave e calmante do meu pai falava comigo. Eu estava deitada em algum lugar. – Abra os olhos.

Tentei com muito custo fazer o que ele me pedia. Apesar de parecer impossível, eu consegui. A primeira coisa que vi foi seu sorriso aliviado.

– Minha cabeça dói. – resmunguei, piscando. E esqueci de como abrir os olhos novamente.

– Carl, abra os olhos. – agora era a voz de Seth.

Com outro tremendo esforço, eu fiz. Agradeci que a minha cabeça estava deitada no colo de meu pai, pois ela parecia muito sobrecarregada, como se ela fosse de bateria e estivesse descarregando.

E então percebi que estávamos no Jipe do meu tio, mas quem dirigia era minha mãe. Nessie estava no banco do passageiro. Minhas pernas descansavam no colo do Seth, e ele me olhava preocupado.

Deixei escapar um enorme e longo bocejo.

– Filha, eu sei que está com sono por conta da sua tontura. Mas não pode dormir agora. – meu pai falou.

– Eu já ouvi isso antes. – falei, minha voz falhou.

Essa vez foi quando Jacob me levava para o chalé, e conversava comigo para me manter acordada, depois da tortura da Tifanny.

Lembrar o nome dela fez meu corpo estremecer.

– Está com dor? – papai perguntou, angustiado.

Engoli em seco e neguei com a cabeça. Parecia uma eternidade para chegar em casa. Se eles realmente queriam que eu não dormisse, me levar de carro e deitada não foi uma boa ideia.

– Estou com sono. – choraminguei, e Seth apertou minha mão. Imediatamente me senti confortada e protegida.

– Aguente mais um pouco, meu amor. Por mim. – ele pediu. Eu poderia fazer isso por ele. Claro que podia.

Assenti, tentando manter a consciencia aberta e acordada.

Respirei fundo e tentei me sentar, mas minha cabeça rodou.

– Wow. – meu pai falou, me segurando. E logo me indireitou no banco.

– O que aquele idiota estava pensando quando bateu na cabeça dela? – mamãe perguntou retoricamente, furiosa. – Ela podia ter sofrido um traumatismo craneano.

Ri levemente, mas não falei nada. Respirei fundo de novo e soltei a mão dele, para me deitar em seu ombro quente e macio. Imediatamente passou seus braços ao meu redor, e me beijou no cabelo. A esse ponto eu já estava melhor.

– Eu ainda acho que não foi uma boa ideia ter decaptado ele na cozinha da casa onde estava havendo uma festa. – Nessie falou após uns segundos de silêncio.

– Cuidamos para que ninguém visse. – papai falou, acariciando meu cabelo. Deus, como eu adoro ser paparicada. Ainda mais quando é meu marido e meu pai ao mesmo tempo.

– Espero que ninguém estranhe a fumaça na floresta. – mamãe raciocinou, e eu sorri, ainda aproveitando as carícias dos dois.

– Pelo menos Nessie, Seth ou Jake não foram feridos. – falei, minha voz rouca pela falta de uso.

– Carlie e sua preocupação com os outros. – minha irmã falou, meio agradecida, e meio repreensiva.

– As pessoas que eu amo em primeiro lugar. – ressaltei.

– Você é igual a sua mãe. – papai falou suavemente, sua voz aveluda entrou em meus ouvidos como se fosse uma música lenta e melodiosa. Seus dedos ainda faziam o seu carinho em meus cabelos presos. – Sofrendo no lugar de quem ama.

Eu ri. Definitivamente, isso era bem a mamãe. O silêncio continuava e era bom. Pelo menos, para mim não incomodava.

As árvores passavam rápido por nós, devido a alta velocidade que minha mãe mantinha para chegarmos logo em casa. Mas a casa da Layanne não era tão perto, então demoraria um pouco mais. Dei uma olhada para trás, e vi os outros dois carros que nos seguiram. Eu ouvi vagamente minha irmã insistindo em vir com a gente no Jipe, então Jake teve que voltar sozinho em seu Astin Martin 12 Vanquish.

O rádio estava ligado numa estação que eu adorava. E passei a adorar mais ainda quando ouvi a voz do Liam na Truly, Madly, Deeply.

– Truly, madly, deeply, I am

Foolishly, completely fallin’

And somehow, you kicked all my walls in

So baby, say you’ll always keep me

Truly, madly, crazy, deeply in love with you

In love with you.

(Verdadeiramente, loucamente, profundamente, eu estou

Totalmente, completamente me apaixonando

E de alguma maneira, você cedeu todas as minhas paredes

Então baby, diga que você sempre irá manter-me

Verdadeiramente, loucamente, profundamente apaixonado por você

Apaixonado por você.)

Nessie e eu cantávamos o refrão, baixinho. Era exatamente assim que eu me sentia em relação ao Seth. Eu estava completamente, irrevogavelmente, loucamente, incondicionalmente, profundamente, e tudo mais, apaixonada por ele. Eu o amava com todas as minha forças, isso era inegável.

Escutei meu celular vibrando no meu bolso, e o peguei rapidamente.

– Al...

– Sua vadia idiota. – reconheci de imediato a voz de Tifanny, e isso me deixou alerta. – Henry era um dos meus melhores capachos e você fez questão de estragar isso!

– Azar o seu. – falei, ainda me recuperando do susto de estar falando com ela. – Agora você já sabe o que pode acontecer com você, caso se meta na minha vida e da minha família outra vez. – falei, sem medo como nas outras ligações.

Caramba! Como essa garota sabia dessas coisas tão rapidamente? Elas aconteciam, e do nada, ela me ligava, me deixando saber que já sabia o que eu aconteceu.

– Argh! – ela gritou. Revirei os olhos. Que coisa mais de patricinha. O que ela era antes e depois de virar vampira.

E então meu pai pegou o celular de minha mão e o desligou.

– Carlie, a partir de hoje, eu quero que, qualquer problema que você tiver, você venha falar com algum de nós. – ele falou, sua voz com uma tremenda raiva da Tifanny pelos nomes que ela me chamou. – Não importa se seja o vovô Swan. Eu espero que você não tente esconder mais nada de nós.

– Mas...

Ele me silenciou com um dedo em meus lábios.

– Não me importo se alguém esteja ameaçando nossa família. – ele continuou. – Somos em número grande para nos defender.

Respirei fundo enquanto ele tirava o dedo de mim, e soltei o ar pela boca. Afirmei com a cabeça.

– Carl, meu amor! – Derek me tinha nos braços assim que eu dei meu primeiro passo na porta da frente. – Você está bem? Ele te machucou?

– Não, estou bem, Derek. – o abracei.

– Seus pais me fizeram ficar em casa com Mayra e Embry para cuidar das crianças. Olha que legal: dois vampiros de raças diferentes, e um transfigurador que é chamado de lobisomem?

Eu soltei uma gargalhada curta e baixa.

– O que foi? – ele perguntou, como se eu o tivesse ofendido. – Não falei nada de engraçado!

– É isso que eu gosto em você, Der. Você é engraçado sem ao menos perceber. – apontei.

– Legal! – ele exclamou, orgulhoso de si mesmo, e eu gargalhei mais alto.

De repente ele recuou alguns passos, seus olhos negros. E percebi que meu pescoço ainda sangrava. Menos que antes, mas ainda sim.

Meu pai e Seth estavam perto de mim, subitamente. Seth me mantinha atrás dele, de forma protetora. Papai não fez nada, então Derek devia estar sob controle.

– Tá, agora saiam da minha frente que eu quero entrar na minha casa. – Nessie empurrou nós três de seu caminho, numa tentativa sucessiva de quebrar o gelo.

– Ciumenta. – Derek cantarolou, tentando se distrair, e a puxou para um abraço antes de ela estar fora de seu alcance.

– Sou nada. – ela resmungou, mas o abraçou de volta.

Instantes depois, percebi que meus tios não entraram em casa, e papai nos falou que eles foram checar a área.

Meu pai me levou para o meu quarto e terminou de limpar o meu ferimento já cicatrizado, já que eu regenero.

Mayra, Embry, Bianca – a filha deles – e Heather foram para a casa do tio Emm e da tia Rose, assim como a Nick foi para casa com tia Alice e tio Jazz quando eles voltaram com a notícia de que não havia evidências dela por ali.

– Temos que dar um fim nessa vampira. – meu pai anunciou.

Estávamos sentados nos sofás – vampiros não precisam disso, mas hábitos humanos ficam neles. Meus pais estavam ao meu lado, e Harry no meu colo. Seth estava sentado no chão, no meio das minhas pernas, virado para a televisão. Nosso filho brincava com os seus curtos fios de cabelo, que tia Alice cortou novamente, por ter crescido. Ela sempre cortava o cabelo dos três lobos quando ficava crescido demais. Ela não gostava muito disso. Enfim, minhas pernas descansavam a cada lado do corpo do Seth.

Nessie e jake estavam em outro sofá. Ele estava sentado, e ela meio que deitada em suas pernas. Sua cabeça descansava no braço do sofá, e suas pernas estavam formando um túnel retangular em cima das coxas dele. Ela estava entre as pernas de Sarah, cujo brincava com ela, alheias ao que passava na televisão. Estava passando Friends, e só Jacob ou a Sarah para distrai-la a ponto de não deixá-la assistir.

– Ela está perturbando demais para o meu gosto. – ele continuou.

– Para o gosto de todos. – suspirei. Não contive a risada quando Mônica e Rachel se afastaram de Phoebe, pois estavam com medo dela por estar grávida.

– Precisamos de um plano. – Nessie suspirou, um pouco distante de sua brincadeira com sua filha.

– Carlie podia ser a ísca. – Jacon sugeriu, como se a gente estivesse falando do clima.

– Idiota. – Seth grunhiu, e aposto que a única coisa que o impedia de tacar algo nele, era a Sarah. – Carlie não é uma ísca.

Eu sabia que isso o apavorava, eu estar exposta ao perigo, mesmo com toda a minha família para me proteger.

– Você entendeu. – ele falou, sem dar importância ao seu tom de voz.

– Ele tem razão, Seth. – falei, raciocinando. Quem mais poderia atrair ela?

Ele levantou de repente, me olhando com seus olhos marejando.

– Não, ele não tem razão. – ele rosnou, furioso com a ideia. – Não posso suportar de te ter mais uma vez sob perigo desse jeito, Carl. Você não entende?

Entreguei meu filho para a minha mãe que estava ao meu lado, e me levantei, ficando quase da mesma altura dele.

– Seth, como ele disse, é apenas uma ísca. Minha família toda estará lá para que não aconteça nada de ruim comigo. Você também. Eu confio em vocês.

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– Mas... – ele tentou argumentar, mas o silenciei com a mão em sua boca.

– Vai ser melhor para todos. – encerrei o assunto.

Ele respirou fundo, não querendo discutir comigo, e se sentou no meu lugar, logo me puxando para o seu colo. Meu filho já estava entretido com meus pais, de qualquer jeito.

Mas eu sabia que estava longe de acabar aquela discussão com o Seth...

* * *

A gente tinha ido dormir, e estávamos no meu quarto.

Ele me deu um último beijo antes de dizer:

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– Eu vou tomar um banho. – ele murmurou.

– Isso! – ele me olhou surpreso pelo o que eu disse. – Me troca pelo chuveiro.

Virei de costas para ele, fazendo uma cena fingida de ciúmes.

Quando ele começou a gargalhar, tudo o que eu conseguia fazer para prender a risada, foi me conter, fazendo um grande esforço, pois sua risada era tão gostosa, que contagiava.

– Não acredito! – exclamou, divertido. Senti um movimento na cama, e senti ele engatinhando atrás de mim. – Sério que está sentindo ciúmes do chuveiro?

Estremeci com o seu hálito quente contra a pele sensível de meu pescoço.

– Você sempre me troca pelo chuveiro. – falei, fechando os olhos, totalmente entregue as suas carícias deliciosas. Seus dedos faziam um movimento para lá e para cá em meu pescoço e clavícula, trazendo um prazer ótimo. – E daí que a água quente que cai sobre nosso corpo nos traz um prazer incrível a ponto de desejar nunca mais sair do banheiro?

Ele soltou um riso que me fez cócegas.

– Nenhum prazer se compara com o que você me proporciona. – sussurrou em meu ouvido, logo na pele super sensível. Sua mão fazia o caminho pelo meu ombro, escorregando pelo meu braço e espaculindo por baixo dele, e o alvo foi a minha barriga.

– Bom saber. – falei, feliz e satisfeita com a sua declaração.

– Por que não me acompanha? – perguntou, mordendo e chupando o lóbulo da minha orelha, causando grandes arrepios.

– Não vou te dividir com o chuveiro. – nem vi, mas essas palavras escaparam da minha boca antes de eu pensar nelas. Eu não estava com ciúmes para valer, porém era mais legal para fazer meu drama bobo e fingido.

– Não, é? – ele me perguntou, sua voz entregava que ele se divertia com a situação.

– Não. – dei um basta na discussão do chuveiro. – Eu não te divido com ninguém, além da sua mãe.

– Meus amigos vão ficar decepcionados com isso.

– Que se dane seus amigos. – falei, me virando, assim ficando de frente para o mesmo, e beijei a sua boca. Fervorosamente. Longamente. Deliciosamente. Como se aquele fosse nosso último beijo. E seria. Por algumas semanas, ou meses, mas seria.

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Ele interrompeu o beijo longos minutos posteriores. Brevemente ficaríamos sem ver um ao outro por um tempo, então eu precisaria de mais; nós precisaríamos de mais. Então trouxe mais uma vez sua boca para a minha. Sei lá. Deve ter passado uns quinze ou vinte minutos. Talvez mais.

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– O ciúme pelo chuveiro é tão grande assim? – Seth perguntou quando lhe dei a definitiva permissão não permanente de parar de me beijar.

– Você não imagina o quanto. – brinquei, sussurrando, de olhos fechados. Nossas testas estavam encostadas uma na outra. É. Seria mais difícil do que eu pensei.

– Então venha comigo. – pediu de novo.

– Não se esqueçam de que eu posso escutá-los. – meu pai gritou do andar de baixo. – Nada de gracinhas. Ainda estão embaixo do meu teto.

Esqueci que minha porta estava aberta.

– Não to afim. – recusei, ignorando meu pai, lutando contra a vontade de dizer “Claro”.

Eu precisava me preparar psicologicamente para a breve conversa que teríamos.

– Tudo bem. – ele se rendeu aos seus argumentos. – Eu vou sozinho. – ele falava, enquanto levantava da cama. Sua cara de sapeca denunciou que ia me provocar de alguma forma. – Deixar a água refrescante cair no meu corpo. Hmmm. Sensação maravilhosa.

Ele entrou rapidamente no banheiro, a almofada que eu joguei em sua direção acertou na porta no minuto que ele entrou e a fechou, deixando o travesseiro cair no chão. Isso estranhamente me fez lembrar de nós dois. Logo ambos estaríamos caindo. A almofada até teve sorte de ter uma queda fofa e no chão. A nossa queda não seria nada fofa. E não teria chão para nos apoiar. Pois é. Quem diria que algum dia eu sentiria inveja de uma simples almofada.

Eu não queria ter que ir nesse caminho com ele, mas não havia outra saída. Os humanos legais que conhecemos, ou qualquer um pensaria: “Vá em frente. Fique com ele. Vocês vão superar isso juntos”. Os apenas conhecidos falariam “Siga seu coração”. Como se isso fosse algum tipo de filme com um drama de romance, que obviamente todos acabam felizes no final. Como se fosse vida de novela. Mas essa era a direfença entre minha vida e um filme: nada é tão simples como parece ser. Pelo menos não para quem vive a situação. Quem apenas vê, quem não sente, acha que é só dizer qualquer coisa e pronto! Problema resolvido. Se soubessem o quão difícil é...

Uma pergunta nunca saiu da minha cabeça desde a minha primeira queda pelo Seth, quando achava que ele jamais seria mais do que meu melhor amigo: Por que o amor é tão complicado? Ela se foi por um tempo depois de quando a gente se reencontrou depois da bronca do meu pai, mas voltou com tudo para cima de mim quando me separei pela primeira vez dele. E ela vive se repetindo. Sempre quando acontece uma briga, ou vendo um filme romântico – fica mais para dramático! – ou mesmo os meus vizinhos com suas infinitas e constantes discussões de casal. E depois penso comigo mesma: O que teria graça o amor sem nenhuma briguinha com uma breve reconciliação? Pois é. Se não passasse apenas de uma briguinha. As vezes chega até a separação, ou ao homicídio. Isso é realmente, verdadeiramente triste e deprimente. Seria tão mais fácil se cada um de nós tivesse seu destino esperado ao lado de alguém que ame e seja amado, e todos teriam seu “Felizes para sempre”. Talvez porque seria fácil demais não precisar lutar pelo o que você quer. Mas e se eu não fosse o do Seth? E se Nessie não fosse o do Jake? Minha mãe do papai? Tio Emm da tia Rose? Tio Jazz e tia Alice? Meus avós?... Como seria?

Eu sei que foi muitíssimo errado pedir desculpas e voltar para o Seth, enquanto eu planejava desde o início dar um tempo entre nós para as coisas se ajeitarem. Eu fui tão estúpida!

– Pensando em que? – sua voz me tirou dos meus pensamentos. Ele estava com a calça de pijama, e sem blusa, como costumava dormir. Seu cabelo bagunçado e úmido o deixava lindo.

– Seth, a gente precisa conversar. – soltei de uma vez, antes que a minha coragem se esvaísse.

Ele não deve ter gostado do meu tom, que acim de tudo, estava um tanto vacilante, pois assim que terminou de secar seus cabelos pretos, fingiu procurar algum lugar para colocar a toalha.

– Senta, é apenas uma conversa. – falei, percebendo seu comportamento.

Ele sorri educadamente para mim, eu o encaro educadamente. Meu coração e mente estavam entre as linhas do medo e da culpa. Então eu começo a me perguntar porque eu estava fazendo aquilo. A resposta veio automaticamente: para não sofrermos.

Eu odeio esse clima que fica entre nós dois quando vamos ter uma conversa séria.

Dei dois leves tapas ao lado da cama que eu estava sentada. A medida que ele suspirou pesadamente, encarando o lugar em que eu bati, me dei uma última escolha, ou chance, melhor dizendo, de desistir de tudo isso. Exatamente dois segundos segundos depois, ele balançou a cabeça e se sentou no lugar que eu sugerira. Não me restava mais nada a não ser seguir em frente com a conversa.

– Seth, primeiro: eu preciso que você mantenha o controle. Preciso que seja compreensivo comigo.

– Já estou vendo que não vai vir coisa boa. – ele murmurou consigo mesmo, e como se eu tivesse pedido o contrário, ele começou a ter leves tremores pelos braços.

– Seth, por favor. – segurei seu rosto com as minhas mãos, o obrigando a olhar em meus olhos, se o fato de que estivessem fechados não dificultassem isso. – Olhe para mim. Abra os seus olhos. – pedi novamente, com a voz suplicante. Eu não queria partir para a parte de ser dura com ele, mas ele estava me obrigando a fazer isso. – Seth Clearwater, estou mandando abrir os olhos e me encarar. – falei com a voz um pouco dura, que odiei usar com ele. Admito, quase falhei, mas eu precisava fazer algo. Haveria essa conversa, e seria olho a olho.

Ele respirou fundo algumas vezes, profundamente, como se tentasse se concentrar em algo, e percebi o que era, quando seus braços não tremiam mais. E então ele abriu os olhos e olhou nos meus. Sorri, orgulhosa de ele ter se controlado, e o soltei, escorregando a ponta dos meus dedos em sua face. Encheu seu pulmão de ar, e logo soltou, finalmente dizendo:

– Sobre o que quer conversar?

Levei alguns segundos, tentando descobrir um jeito fácil de ter essa conversa, até que realizei: não havia um jeito fácil de falar isso.

– Olha, desde que a gente começou a namorar, temos problemas. Começou com a Tifanny, depois com os Volturi, depois ela de novo. Não temos paz por muito tempo.

Ele franziu o cenho, confuso o rumo que minhas palavras estavam seguindo.

– Há alguns dias eu estive pensando que talvez seria melhor se dessemos um tempo. – ele arregalou os olhos, e continuei rápido antes que ele dissesse algo. – Pode ser bom para ambos se ficassemos longe um do outro por algumas semanas...

– Não seria não. – ele falou, rigoroso. – Isso iria me distruir, iria te destruir. Iria nos destruir.

As lágrimas que eu não vi se acumularem, caíram sem eu perceber.

– Mas, Seth! Temos que tentar. Há tantas coisas que aconteceram, que nos impediram de ficar juntos que...

– Você me deixou acreditando que iriamos voltar, enquanto você pretendia me largar novamente?

Isso foi como um balde de água fria. Muito fria. E sem aviso prévio.

– Eu sei que devia ter dito antes, mas não tive coragem! Eu fui egoísta. Eu queria experimentar seus lábios mais uma vez, te ter uma última vez, pois as coisas que aconteciam, pareciam tão ruins para nós dois, que me deixou insegura se seria bom ficarmos juntos novamente.

– E nós superamos juntos, não foi? – ele me interrompeu, segurando minhas mãos. – Carl, não faça isso, estou te implorando!

– Seth... – falei, indecisa.

– Por favor, meu amor. Não faça isso!

Eu estava muito indecisa. Se ficassemos, eu tinha certeza de que algo tentaria nos separar novamente. Mas se tentarmos ficar separados por um tempo, possamos tomar um tempo e talvez nada mais nos separaria.

– Por favor. – ele implorou, mais uma vez.

Eu já havia tomado uma decisão.