A Princesa Guerreira finalmente colocou os pés para fora de sua cela pela primeira vez em muito tempo, imediatamente percebeu que havia perdido muitas coisas em todos esses anos, um medo de cometer um único equívoco era devastador, Xena só teve a certeza que estava fazendo a coisa certa, quando dois guardas vieram imediatamente em sua direção e seu coração se acelerou com tanta satisfação. Sem armas, ela precisou usar as paredes de pedra do estreito corredor a seu favor. A mulher distraiu olhar de ambos os homens a sua frente com uma tocha, que ela havia encontrado perto da porta de sua cela, e a jogou em um monte de palha velha a sua esquerda. Em seguida, ela subiu na parede e colidiu as cabeças dois dos homens uma contra a outra, deixando os corpos deles inconscientes para trás.

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Após revistá-los, ela encontrou uma adaga no bolso de um dos guardas e a colocou em uma cavidade de seu vestido. A Imperatriz também pegou a espada do homem e com ela encurtou sua saia para ter mais mobilidade durante a pequena guerra. Ao descer as escadas da torre, três soldados vieram na direção da mulher, que rapidamente conseguiu levar todos eles ao chão.

O sangue de Xena corria queimando em suas veias, a tempestade dentro de seu corpo era ainda melhor do que ela esperava e os anos de seca pareciam ter acumulado energias extras. A guerreira chegou ao fim da escada com um sorriso maroto no rosto, observou cinco guardas indo cercá-la e sem hesitar começou sua batalha.

Dois vieram por trás, enquanto três deles vieram pela frente, todos a fitavam nos olhos preocupados, afinal, ela ainda possuía a fama de Princesa Guerreira e havia abatido cinco de seus companheiros em segundos.

Os homens que vieram com o intuito de atingi-la pelas costas, tiveram uma desagradável surpresa ao receberam chutes em suas partes mais intimas, os que tinham uma visão mais privilegiada dos olhos de Xena, deram um pouco mais de trabalho para a bela de cabelos negros.

Com um sorriso travesso, digno de uma criança, a guerreira soltou seu grito de guerra e partiu para cima de seus rivais. Ela deu um salto e passou por cima deles, os surpreendendo pelas costas. Com suas pernas, ela derrubou os três homens, entretanto os dois maiores levantaram quase que no mesmo segundo que seus corpos colidiram com o solo. Em uma grande façanha, ela derrotou ambos com sua espada. Mais e mais homens vieram, contudo um por um foi derrotado. Quando Xena já estava ofegante, o tão temido Dragão apareceu, ele possuía a companhia de dois grandes guerreiros ao seu lado, o que fez com que a mulher temesse ligeiramente a perda da batalha, afinal, ela já estava deveras cansada.

Um arbusto na floresta, entretanto, se moveu e revelou um homem de estatura mediana. Ele olhou confiante para Xena e desembainhou sua espada.

– Não se preocupe, fui enviado para te ajudar. – Autolycus se aproximou dela, enquanto recebia um olhar frio dos guardas.

A Imperatriz olhou desconfiada para ele, porém percebeu nas roupas do ladrão, dejetos da coruja e concluiu que ele havia sido enviado por Gabrielle. Com um aceno de cabeça, ela permitiu que ele lutasse ao seu lado.

– Tudo bem se você ficar com o cara grandão e assustador? – O Rei dos Ladrões sorriu. Logo em seguida, os dois homens vieram em direção a ele e uma pequena luta começou.

Xena, por outro lado, ficou observando seu adversário. Dragão era um homem alto, forte e com braços extremamente grandes. Seu cabelo era castanho e batia na altura de seu ombro, a barba possuía a mesma tonalidade e, para uma melhor visão nas batalhas, o cabelo era amarrado para trás em um rabo de cavalo. Entretanto, o que mais chamava a atenção da Princesa Guerreira era o bracelete que ele usava. De longe, a mulher não conseguia enxergar o desenho que o metal formava, mas possuía a impressão que aquele bracelete poderia ajudá-la muito em combate.

Dragão avançou, as espadas de ambos se cruzaram no ar e em um golpe ligeiro, ele derrubou Xena no chão. Rolando para o lado oposto, a mulher devolveu o chute e conseguiu se erguer novamente. Ela desviou rapidamente seus olhos para perceber que Autolycus já havia derrubado um dos homens e voltou sua atenção para seu oponente. Enquanto Dragão estava no chão, a Imperatriz segurou ainda mais firme sua espada e a cravou no peito de seu adversário.

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Com o pensamento de que tudo estava acabado, ela virou-se para Autolycus e o viu derrotar o último guarda. Antes mesmo que pudesse pensar em caminhar na direção do homem que a ajudara a escapar, um soco atingiu suas costas e ela caiu no chão. Ao virar-se para ver quem havia desferido o golpe que a derrubara, a mulher teve uma grande surpresa ao ver Dragão em pé na sua frente.

Xena piscou uma, duas, três vezes antes de conseguir acreditar no que seus olhos enxergavam. Ela viu seu oponente retirar a espada que estava enterrada em seu peito, o viu sangrar, mas o que fez seus olhos acreditarem em insanidade foi o brilho que emanava do bracelete que Dragão usava. A mulher sabia que precisava retirar o objeto de seu pulso, mas não conseguira se concentrar o suficiente, pois rapidamente ele partiu para cima dela.

Ambos começaram um duelo poderoso, os dois experimentaram o sabor da terra diversas vezes até que o homem alto conseguiu atingir o nariz da guerreira. Com sangue escorrendo em seu rosto, Xena precisou tirar forças do pensamento de seu filho junto de Gabrielle e de que em breve estaria com eles. A Princesa Guerreira usou as pernas para derrubar seu rival e com sua espada quebrou o bracelete do homem. Em seguida, ele colocou a mão na ferida antiga no peito e caiu morto no chão.

Antes de ir ao encontro de seus amores, no entanto, a Imperatriz fitou o bracelete enferrujado no solo e pôde ver o desenho de um Dragão Chinês nele. Obra dos Deuses, ela pensou. Autolycus estava atônito, parado e com os olhos esbugalhados, ele apenas esperou a mulher chegar perto o suficiente para perguntar.

– O que aconteceu aqui? – Sua voz estava um pouco trêmula.

– A morte de uma lenda. – Ela olhou impaciente para ele. – Vai me levar até meu filho ou vou ter que tomar este mapa de você? – Disse apontando para o pergaminho escondido na calça do ladrão.

– Vou sim, contanto que você me explique o que acabou de acontecer aqui. – Autolycus começou a guiá-la.

Xena explicou que há muito tempo havia escutado lendas sobre um homem imortal, ele não era um Deus, ele envelhecia como qualquer ser humano, mas não podia morrer pelas mãos de um simples guerreiro. Isso se dava porque ele herdara um objeto muito poderoso, um bracelete forjado do suor de Cronos, que dava imortalidade para aquele que o usasse. Um bracelete com forma de Dragão.

– E como você sabia que era ele? – O homem indagou curioso.

– Bom, eu imaginei quando ele se levantou após o golpe mortal. – Havia bom humor em sua voz, contudo ela apenas apertou o passo, a fim de chegar mais rápido ao local desejado.

Assim que o sol começou a ficar fraco, os dois chegaram em frente a uma caverna. Autolycus sorriu e convidou a guerreira a segui-lo, a entrar junto dele. Xena, entretanto, ficou paralisada frente à entrada do local. Todos os músculos de seu corpo congelados, teimando em não se mover.

Sua mente corria para a imagem do pequeno bebê que ela segurara nos braços, o pequeno menininho de olhos azuis intensos. Solan. Ela estava prestes a ver seu filho novamente, isso era aterrorizante demais, até mesmo para a Princesa Guerreira.