P.O.V. Scorpius

– Porque o papai está com um uniforme da Grifinória? – Ouvi a voz de Matt vindo da sala quando abri a porta de casa. – Ele não era da Sonserina?

– É. Foi uma aposta que fizemos. Seu pai perdeu, então ele teve que usar por um fim de semana um uniforme de quadribol da Grifinória. – Rose respondeu rindo.

– O que vocês apostaram? – Claire perguntou.

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– Quem ganharia o jogo de quadribol.

– Eu ainda acho que você ganhou essa aposta injustamente. – Falei entrando na sala.

Os três estavam sentados no sofá, Rose no meio segurando um álbum apoiado nas pernas.

– Você apostou que a Sonserina ganharia, mas perderam. Como acha que isso foi injusto? – Ela riu.

– Teria sido mais justo se eu não tivesse levado um balaço na cabeça propositalmente e fosse impedido de pegar o pomo.

– Você levou um balaço na cabeça, papai? – Claire perguntou quando a peguei do sofá, me sentei onde ela estava e a coloquei sentada no meu colo.

– É. E sua mãe ainda me fez cumprir a aposta.

Olhei para a foto em que eu estava sentado na mesa da Sonserina com aquele maldito uniforme amarelo e vermelho. Lembro até hoje quando Rose me chamou de repente e tirou a foto quando me virei e depois saiu correndo.

– Você não morreu, podia muito bem cumprir a aposta. – Rose disse rindo.

– Essa sou eu? – Claire perguntou virando a página e apontando para uma menininha de vestido azul rindo para a foto.

– É sim. – Respondi. – No seu aniversário de um ano, acho que um pouco antes de...

– Já vimos muitas fotos por hoje. – Rose me interrompeu. – Vocês dois, subam e vão pôr o pijama. Eu vou por a mesa para jantarmos.

– Eu estou com fome mesmo! – Matt disse e saiu com Claire em direção às escadas.

– Você não ia falar nada para ela, ia?

– Ela vai saber algum dia, Rose.

– Ela não precisa saber.

– Ruiva, um dia ela vai saber.

– Eu não vou contar. Nem você. Então, não, ela não vai saber.

– Rose, sinceramente, qual o problema de ela saber o que aconteceu?

– Eu não quero. Não quero que ela saiba o que aconteceu. Não quero que ela saiba da Parkinson. Ela só tem oito anos, Scorpius.

– Rose, não é como...

– Scorpius, por favor, eu não quero que ela saiba disso tudo. Eu só não quero. Por que é que você quer contar? Que bem isso pode fazer?

– Ok. Ok! Não vou falar nada.

Ela deu um leve sorriso, me beijou e se levantou do sofá indo em direção à cozinha. Pouco depois nós quatro nos juntamos para jantar. Acho que a influencia Weasley está muito grande dentro de casa. Matt e Claire não param de comer até não sobrar mais nada. Almoçar todo domingo com a família de Rose não está fazendo bem.

Já era tarde quando terminamos de arrumar a cozinha e finalmente fomos dormir, depois de colocar os dois na cama com bastante dificuldade já que eles queriam ficar correndo pela sala.

– Rose. - Chamei pouco depois de nos deitarmos.

– Hum?

– Eu estou com sede.

– E eu com isso?

– Pega água para mim.

– Scorpius, se você não quiser morrer com sede desce na cozinha, pega sua água e me deixa dormir.

– Mas...

– Vai logo!

Me levantei rindo um pouco e desci até a cozinha. Tinha acabado de por água no copo quando Claire apareceu descalça com um dragão de pelúcia pendurado na mão.

– Porque você ainda está acordada, Clar?

– Estou com fome.

– Mas nós já jantamos.

– Eu sei. Pode fazer um sanduiche para mim?

– Ok. Ok. Mas depois você vai dormir.

Ela se sentou na mesa, ficou balançando os pés e me olhando fazer o sanduiche dela.

– Papai - Ela disse quando entreguei o prato para ela. - Quem é Emily?

Fiquei alguns segundos parado a olhando, acho que de olhos arregalados, antes de responder qualquer coisa.

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– Onde você... Claire... Quem?

– Emily, papai. Emily Parkinson.

– Onde foi que você ouviu falar dela, Claire?

– Às vezes ouço alguém falar. Você ou a mamãe. Ou vovô e vovó. Mas não sei quem é ela.

– Porque está perguntando isso agora? - Perguntei me sentando na frente dela na mesa.

– Ouvi a mamãe falando alguma coisa dela hoje com você. Ela parecia brava. Quem é ela, papai?

– Claire. - Falei respirando fundo e passando a mão pelo rosto. - Esquece isso, ok?

– Mas...

– Claire, é sério, deixa isso para lá.

– Eu só quero saber quem é. É alguma prima da mamãe? Ela tem muitas primas.

– Não, não é nenhuma prima da mamãe.

– E o que a mamãe não quer que eu saiba?

– Claire! Para de ficar ouvindo conversas por ai!

– Eu não estava ouvindo! Eu juro! Mas a mamãe fala alto. Ainda mais quando está brava.

Tentei não rir ao mesmo tempo em que procurava alguma resposta para a ruivinha, que me olhava atentamente.

– Bom... se sua mãe não quer que você saiba acho que você não precisa saber, não é?

– Eu sou adotada, não sou? É isso que ela não quer que eu saiba.

– Ruivinha, você é igualzinha a sua mãe! Como pode pensar que é adotada? - Respondi depois de rir alto e receber um olhar irritado de Claire.

– Então o Matt que é adotado?

– Não, Clar.

– É. Ele parece com você. - Ela falou pensativa. - Então é o Gale!

– Claire, ninguém é adotado. - Respondi rindo.

– Então o que é que a mamãe não quer que eu saiba? Tem a ver com essa Emily Parkinson, não tem?

– Chega, Claire. Já passou da hora de você dormir. Sobe para o seu quarto.

– Eu ainda não terminei de comer.

– Então termina logo. E esquece isso. E não pergunta nada para a sua mãe.

Ela continuou comendo o sanduiche enquanto me encarava com cara de brava.

– Mas um dia você me fala quem...?

– Claire, já disse para você esquecer isso e...

– Papai! Está ouvindo isso? - Ela exclamou arregalando os olhos e sorrindo quanto um gato começou a miar em algum lugar perto.

– Uhum.

A ruivinha correu para a janela na porta da cozinha puxando uma cadeira e olhou para fora.

– Está aqui na porta, pai! - Falou descendo da cadeira e abrindo a porta.

Uma gata preta entrou miando baixo na cozinha. Claire a pegou logo no colo e começou a fazer carinho atrás das orelhas da gata.

– Papai, deixa eu ficar com ela? Por favor?

– Claire, ela pode ser de alguém.

– Não mora ninguém aqui perto! Ela não é de ninguém. E está frio lá fora. Não podemos deixar ela lá fora! - Ela falou apertando ainda mais a gata nos braços.

– Ela pode ficar aqui essa noite, Claire. Amanhã nos vemos o que vamos fazer com ela.

– Obrigada, papai! - Ela exclamou.

– Mas agora vai dormir que já está tarde.

Claire subiu correndo com a gata no colo e um sorriso enorme no rosto. Merlin, a Rose vai me matar.