O castelo onde estávamos era lindo, apesar de ser negro por fora, por dentro ele era branco, bege e em alguns quartos eram azuis. Prometheus tinha dito que era aqui que os Bongolis moravam antes de serem “destruídos”, ele falou que o castelo afundou em uma das crateras criadas por Eryna.

Ele tinha quinze andares, além das torres, que eram doze ao total, ficamos na torre do Rei, que era a maior que tinha. Apesar de ser um castelo da milhares de anos atrás, os móveis eram novos e de luxo, tinha uma cama com armação de ouro puro, um guarda-roupa, que Prometheus jurou ser de prata, tinha uma pequena biblioteca, uma mesinha de escritório, uma lareira de mármore branco e um banheiro. Todo em mármore e ouro, se isso estivesse na terra, já teriam entrado e roubado tudo.

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A comida foi a melhor parte, tenho que admitir que pensei que fossem servir baratas fritas, grilos cozidos e larvas de sobremesa, mas não foi isso, foi um peru no mel com batatas recheadas, purê de batata, carnes de tudo conte tipo, preparadas de formas diferentes cada uma, vinho para beber e de sobremesa veio um doce, criado pela própria Luliana, se tivesse o controle de meu corpo não teria comido, mas como não tinha. Apesar disso estava tudo uma maravilha, tudo feito ao ponto certo, até mesmo o doce de Luliana. Subimos as escadas e fomos para o quarto, Prometheus se sentou na cama e ficou olhando para a parede onde estavam os livros, “Sabe, você deve precisar tomar um banho e fazer suas necessidades”, disse ele “Não, não precisa fazer isso por mim, prefiro feder para o resto de minha vida, do que você me dar banho”, senti a boca se contorcer em um sorriso, “Calma, não era eu quem iria te dar banho, irei deixar você, até que tenha tomado seu banho e feito suas necessidades, posso fazer isso uma vez por dia”, tá agora terei minha chance de fugir, tenho que se sincera, como sequestrador ou possuidor, tanto faz, ele era horrível, quem deixaria a refém sair assim (pergunta), mas não seria eu a falar isso para ele, “Mas saiba, estou com sua mãe, se você tentar fugir mato ela. De qualquer jeito, o banheiro não tem janelas mesmo, apenas pedras”, ok ele não é tão idiota assim, Tudo bem, estou louca para ser eu mesma a comandar meu corpo”. Ele não falou nada em resposta, senti como uma fisgada horrível, parecia que puxava minha alma para fora do meu corpo, de repente lá estava eu, no controle novamente, abri os olhos, passei as mãos em meu rosto, levantei e quase cai, o que era maravilhoso, comecei a rir de felicidade, não podia acreditar estava no comando novamente, eu era eu de novo. Ouvi um chiado e olhei para frente, tinha uma sombra perto da cama, uma sombra negra com olhos vermelhos.

— Ande logo Clarisse, não ficarei esperando muito tempo – Disse a sombra, que era Prometheus – Você tem no máximo uma hora.

Não respondi, abri o guarda roupa e peguei uma calça jeans preta e uma blusa regata branca, lá no fundo tinha uma jaqueta marrom, a peguei também. Fui para o banheiro, como Prometheus tinha dito, não tinha nada além de pedras, a única iluminação do local eram alguma velas. Não tinha chuveiro, era uma banheira e adivinha de que, mármore branco, abri a torneira e deixei ela encher, a água era morna, o que era meio obvio, já que estávamos no centro do mar de larva. Tirei minhas roupas sujas e joguei-as de lado. Entrei na banheira e comecei finalmente a me limpar, lavei meus cabelos, que ainda estavam negros, bem talvez eles tenham combinado mais comigo do que o ruivos, mas eu queria meu cabelo normal de volta. Depois que tinha tirado toda a sujeira, troquei a água, pretendia ficar lá o máximo o possível. Senti que a minha pele estava começando a enrugar, sai da banheira e a esvaziei, me sequei e vesti as roupas, fui para o espelho e penteei meu cabelo, senti alguma coisa se aproximando de mim, me virei, mas não tinha nada. Ouvi alguma coisa bater na porta.

— Já acabou o tempo – Disse Prometheus do lado de fora – Saia agora.

Não tinha jeito, tinha que sair, se tentasse fugir ele mataria minha mãe e me caçaria. Abri a porta e senti uma pontada e depois algo me empurrando, acabei por voltar onde estava, sem o controle de novo, “Quando isso vai acabar ?”, perguntei para ele, “Não sou eu quem decidirá isso, estou aqui apenas como a primeira fase de uma guerra muito longa”, “O que você quer dizer com isso ?, pensei que você estivesse aqui por vingança”, “Há, é claro que não estou, aprendi que a vingança não vale apena, existe uma coisa pior que isso, uma coisa que faz todos sofrerem ainda mais do que a morte”, “Do que você esta falando ?”, “Da verdadeira razão por estarmos aqui, você nunca se perguntou o por que fomos criados ? e nem por quem ?”, “Não, nunca me perguntei isso, por que e três meses eu nem sabia quem era”, “Mas e depois disso, depois que descobriu quem era, você se perguntou ?”, “Não, tinha coisas mais importantes a fazer, como por exemplo, fugir de um psicopata e ser possuída por um louco morto”, “Você é idêntica a minha filha, fala o que quer a hora que quer, só por isso que eu não te mato agora mesmo”, “Tá, mas agora você pode continuar, eu nunca me perguntei, mas pelo visto você sim”, “Até demais, descobri coisas que ficaram escondidas por séculos, escondidas antes mesmo das galaxias serem criadas. Os clãs de hoje não são os primeiros a existirem”, “Disso eu sei, existiram outros quatro antes de nós, você falou”, “Não só outros quatro, mas sim uma legião, a cada 250 anos nascem quatro seres com habilidades especiais, esses quatro são destinados a criar os quatro grandes clãs, mas de acordo com alguns livros, esses clã são aniquilados quando se completa 250 anos de criação, não é por guerra, nem por doença e nem por catástrofes, mas sim por aquilo que os criou, Clarisse eu descobri novecentos castelos em Morbidus, todos de Reis e Rainhas, todos com nomes diferentes. O primeiro castelo de Morbidus a ser criado foi o Castelo de Sangue, em 10 A.C. Ele era governado por uma mulher chamada de Griél Forteinhum, um clã muito poderoso, suas habilidades não foram descritas, mas a partir dai eu soube que existiram milhares e milhares de clãs nesses planetas e olha que legal, todos, entendeu, todos foram destruídos quando se completou 250 anos, seus castelos ficaram intactos, mas muito bem escondidos, eles são quase impossíveis de serem encontrados por pessoas vivas, foi por esse motivo que os encontrei”, “Deixa eu ver se entendi, então que dizer que todo mundo vi ser aniquilado assim que se completarem 250 anos”, “Sim exatamente isso”, “Mas então por que você esta fazendo essa guerra toda se vamos todos morrer ?”, “Você não vê mesmo né Clarisse, eu estou limpando os planetas, limpando dos fracos e daqueles que ficaram contra mim. Não deixarei que nosso clã seja destruído, irei criar meu próprio exercito e descobrirei quem é o criador e o aniquilarei por tentar destruir meu clã”, “Então que dizer que você esta criando um exercito, mas de que fantasmas, pois ninguém de clã algum, além do Bongolis e Reivel, ficaram a seu lado, mesmo sob uma ameaça de destruição em massa”, “De certa forma sim, serão de fantasmas, fantasmas antigos, muito antigos. Enquanto você tomava banho eu trouxe um desses fantasmas de volta a vida”, “Quem ?”, “Já ouviu falar da primeira Loriana, a mulher mais forte que já existiu em nossa época, trouxe ela de volta, mas não como espirito, mas em carne e osso, trouxe minha querida Eryna Loriel”, aquilo realmente foi um choque para mim, mesmo que ele a tivesse trazido dos mortos, ela o teria matado assim que soubesse quem ele era “E ela concordou em fazer parte de sua equipe do mal ?”, “Não de início, mas depois que provou meu sangue, ai sim, ela aceitou rindo”, “A é claro já tinha me esquecido, sangue de demônio. É realmente inacreditável, você sucumbiu tanto as trevas, que acabou se tornando um demônio”, “Um grande demônio, não se esqueça desse detalhe”, “Você realmente acha que isso é uma coisa boa ?, se sua filha estivesse aqui, acha que ela iria gostar de ver seu pai virar um demônio ?”, “Nunca iremos descobrir, pois ela esta morta”, “Mas você pode trazer ela, sua mulher, seu filho e seu bebe de volta, por que trazer Eryna e não trazer sua família ?”, “Preciso da Eryna, não da minha família, eles só me atrapalhariam agora”, “Pensei que os amasse”, “Aprendi a superar o amor pelos outros Clarisse, eu os amava e muito, tanto que morri tentando me vingar daqueles que os mataram, mas agora, agora eu entendo, eles sempre foram uma pedra, que servia apenas para me atrasar”, “Então toda aquela história da morte de sua família e de sua sede de vingança eram falsas ?”, “Não, não eram, bem até a parte da vingança, não procuro mais por vingança, estou aqui apenas para fazer a limpeza dos planetas, deixar eles puros, sem fracos e sem rebeldes, estou aqui para acabar com aqueles que nos cria e nos destrói, apenas para criar outros e depois destruí-los”, “Você realmente não tem cura, nem mesmo a luz pode fazer alguma coisa quanto a isso, sua alma é negra, tão negra que chega a envenenar qualquer um a seu redor, eu vi, vi quando saiu do meu corpo. Você não tem mais o poder da luz, ele se extinguiu completamente de você, só resta agora as trevas, a escuridão e o sofrimento. Você esta no lugar certo, esse castelo, esse lugar, antes achei que fosse um castelo no centro da terra, mas não, esse é o inferno e você o reina”, “Pense como quiser minha querida, nada ira mudar o que eu sou e nem o que você é”, “Posso ser tudo, menos igual a você”, “É ai que você se engana, somos mais parecidos do que parece, quando achou que seus pais tinham morrido injustamente, queria matar os culpados, por vingança e não por justiça”, “Isso foi antes de tudo, agora eu mudei, sei que a vingança não me levará a lugar algum, se não em minha sepultura”, “Quanto a isso eu não me preocupo, já estou nela mesmo”, “Não sei o que me deu quando pensei que poderia te ajudar, que talvez poderia até gostar de você”, ele não disse nada, senti meu corpo suspirar e depois um sorriso se formar em meu rosto, “Sabe, eu até que queria fazer o que você fala, pois minha filha falaria o mesmo, mas não, como disse o amor apenas te atrasa, seja cruel e você vencerá”, “E você teve exito em seu plano ?”, “Não antigamente, quando eu não sabia o que sei hoje, mas agora, a minha querida, agora eu terei, terei o suficiente para por tudo o que queria em prática, sem ninguém para me atrapalhar”, “Sempre terá alguém para lutar contra você”, “Ninguém ira poder me derrotar depois do ritual de reencarnação, irei ressuscitar em meu corpo e serei novamente o Cronariano mais poderoso que já existiu”, “Depois de mim né!”, “Sinto muito, mas em uma batalha eu te mataria, antes mesmo que você piscasse. Pode ser mais forte, mas o seu poder é lento na destruição, enquanto o meu é rápido e ágil, mas enfim chega dessa conversa, tenho coisas mais importantes para fazer”, disse ele se levantando e indo para a porta. Descemos as escadas até o primeiro andar, onde Luliana e Lorde Bron nos esperavam.

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— Lorde Prometheus – Disse Luliana em um leve curvar – Ela esta pronta.

— Vamos então – Disse ele – Já estou cansado de esperar.

Saímos do castelo e refizemos o trajeto de volta para a fenda onde pulamos, quando chegamos lá Prometheus disse umas palavras, em algum tipo de língua estranha. Depois que ele terminou nossos corpos começaram a levitar, fomos indo até a entrada da fenda, onde Victor e minha mãe estavam. Ela me olhou com repulsa, como se quisesse me matar, não a culpava, já que não era eu ali e sim Prometheus.

— Seu nojento, deixe minha filha – Disse ela – Já tem a mim, possua-me se quiser, mas deixe-a ir. - Prometheus gargalhou, como se aquilo fosse uma piada.

— Acha mesmo que você tem o mínimo da força que Clarisse tem ?, não minha querida, você é fraca, ela não, ela me comporta perfeitamente, mas por polco tempo, retendo retomar meu corpo em breve. Onde ela esta ?.

— Ali – Apontou Luliana para uma mulher toda ensaguentada no chão – Ela tentou lutar sinto muito.

— Não tem problema, preciso apenas de uma gota de seu sangue.

— Aqui esta – Luliana entregou um frasco com líquido vermelho para ele – Esperamos que de certo né!.

— É claro que dará – Disse ele a fuzilando com o olhar – Eu sou Prometheus Cronarius. Agora traga o corpo até aqui – Luliana olhou para o corpo com cara feia, mas foi la e o trouxe no colo. Irys estava com a garganta cortada, seus olhos estavam vidrados no vazio – Coloquem ela aqui e saiam de perto de mim – Todos fizeram isso, menos eu né, já que não podia. Ele começou a recitar em uma língua estranha – Lat’Ku verrien Mor’Tem – Essas foram as únicas palavras que consegui identificar, no final ele pegou uma gota de seu sangue e o sangue de Irys e misturou em um líquido escuro, depois colocou na ferida de Irys, fazendo descer pela sua garganta, meio que a fazendo engolir.

Seu corpo de início não fez nada, mas alguns segundos depois ela começou a se contorcer, sua ferida se fechou e seus olhos ganharam vida. Mas tinha algo de errado, não era ela mais. Seu cabelo estava loiro, seus olhos verdes e seu rosto tinha mudado, estava lindo, muito mais que antes, agora estava quase perfeito. Ela parou de se contorcer e começou a respirar ofegantemente, como se tivesse acabo de fazer uma malhação pesada – Eryna que bom te ver de novo – Disse Prometheus. A reação que teria seria de espanto, então quer dizer que ele tinha trago de volta Eryna Loriel, aquela que o matou, mas por que ?.

— Por que me trouxe de volta ?— Perguntou ela com a voz rouca.

— Preciso de você – Disse Prometheus.

— Nunca te ajudarei e você sabe disso.

— Você me ajudará sim, só esperar até que meu sangue faça o efeito necessário.

— Vo..você usou seu sangue em mim – Disse ela segurando a barriga, como se estivesse sentindo dor – Canalha, eu te odeio.

— Me amara logo, logo – Ele se virou e a deixou gritando insultos para ele. Ele foi até onde Luliana estava – Leve-a de volta para sua prisão, mas cuidado, não é mais Irys, agora é com Eryna que estamos lidando – Luliana ficou receosa, mas assentiu e foi na direção dela, mas antes de chegar lá Prometheus disse outra coisa – Quando o sangue fizer efeito de meu recado a ela – Disse ele – E a você conseguiu aquilo que te pedi ?.

— Sim eu consegui, vasculhei me planeta todo, mas consegui.

— Que bom, pois amanhã traremos uns Quietelys para nosso exercito.