A Herdeira!

Mas que ótimo aniversário! (II)


Capitulo 14

Ajudei Kaden a manhã toda. Na verdade ele sempre se confundia com tudo que falava. Como se eu não soubesse que ele estava mentindo. Faça-me o favor, passei quatorze anos da minha vida olhando para ele. Só não sei o motivo dessa mentira. Minha cabeça rodava de tantas amostras de música que eu já tinha escutado, meus ouvidos doíam em protesto toda vez que meu salto batia no piso do palácio. Osten apareceu, correndo como sempre, e se pôs a minha frente com uma cara entristecida.

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—Quê que foi? –Franzi a testa para ele. Osten nunca está com uma cara entristecida. Olha que eu já vivi dez anos da minha vida com ele.

—Eady, você precisa vir comigo. –Ele falou. Seu queixo ameaçou tremer como se ele estivesse prendendo o choro.

—Que aconteceu? –Perguntei, já preocupada.

—Vem, Eady. Precisa ver isso. –Ele respondeu. E começou a me puxar para o jardim.

—Estou cansada, Osten. Que seja uma coisa muito importante. –Respondi.

—Claro que é importante, Eady. Apenas venha. –Ele revirou os olhos. Onde estava a carinha de choro de agora pouco? Não entendo crianças.–Agora feche os olhos.

—Não vai me matar, ou pregar nenhuma peça, vai? –Perguntei com receio.

—Eu, Eady? Logo eu? Sou o mais quieto de todos os irmãos. –Respondeu me direcionando uma piscadela. Arqueei a sobrancelha.

Claro, Osten. Por que eu desconfiaria de você?—Ironizei pondo as mãos na cintura. Ele riu.

—Apenas feche os olhos, Eady. Não me responsabilizo por nenhum dano. –Falou.

—Isso me ajudou muito, com toda a certeza. –Ironizei novamente, mas fechei os olhos. Senti sua mão me empurrar, e recomecei a andar. Sob meus pés senti a grama do jardim, e ele continuou a me guiar.

Depois de andar um pouco, ele parou de me empurrar.

—Osten?

Silêncio.

—Osten? Por que será que estou com receio do que está acontecendo em minha volta?

Ouvi um Shiu, e uma risada abafada.

—Ainda vou ser a rainha daqui, ordeno que conte logo o que está acontecendo. –Falei meio brincando, meio séria.

Senti um par de mãos me virarem em uma direção.

—Pode abrir os olhos, Eady. –Ouvi a voz de Osten.

—SURPRESA!

E foi uma surpresa mesmo. Coloquei a mão no meu coração expressando meu susto, ele riram, minha cara devia estar de choque. Todos os garotos da seleção estavam ali, junto com papai, Kaden, Osten e Neena. Eles cantaram um parabéns bem tradicional, bem desorganizado e risonho. Sorri. Henri, coitado, apenas batia palmas sem saber como cantar.

—Meu Deus do céu. –Falei com meus olhos se enchendo de lágrimas.

Estávamos perto da fonte. Havia balões roxos e brancos espalhados, no centro uma mesa decorada com uma toalha de renda clara e alguns vasos de lírios. Tinha um bolo grande, mas não exagerado, havia também doces e salgadinhos, alguns que eu nunca tinha comido.

Abracei minha família sussurrando um muito obrigada. Agradeci também a todos os garotos.

Cortei o bolo, bem mal cortado já que nunca fui muito experiente. O primeiro pedaço, não dei para o meu pai, nem para meus irmãos, dei para Neena.

—Você está sendo uma segunda mãe para mim, Neena. –Falei quando a abracei. -Ah, Neena. Cuida de mim desde pequena e eu sequer agradeço.

—Ah, menina Eadlyn. Pare com isso, sabe que adoro cuidar de você. Precisa de alguém que coloque juízo nesse cabecinha. –Respondeu. Sorri.

Depois todos foram comer. E eu também, claro. Meu pai tinha abandonado o escritório u pouco e estava conversando com Kaden. E Osten estava tentando entrar dentro da fonte sem ninguém ver, mas o guarda que ‘cuidava’ dele (Já que nem uma babá o aguentava) estava o olhando só esperando a peripécia, pronto para intervir. Ah, mas faltava aquele complemento. Suspirei.

Olhei o céu, estava bem azul, mas uma frente fria estava chegando do norte. O que será que você está fazendo nesse momento? Parabéns, Ahren.

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—Olá. –Erik cumprimentou.

—Olá. –Falei.

—Como está?

—Bem, e você? –Perguntei.

—Bem.

—Tem algo para me falar, Erik? –Perguntei quando o silencio se instalou entre nós.

—Não, quer dizer, sim. –Ele se atrapalhou. Eu ri.

—Sim ou não? -Perguntei.

—Na verdade, é mais uma pergunta. –Falou. –Tem previsão para o começo da elite?

—Sim, já estou meio que sei quem estará nela. –Disse.

—Henri está nervoso. Diz que está inseguro, e que provavelmente não estrará na elite.

Observei Henri, olhava seu pedaço de bolo pouco provado, seus cabelos balançavam no vento e estava um pouco mais afastado dos outros.

—Erik, guarde um segredo para mim: Henri já está ne elite. –Falei sorrindo e olhei Erik.

—Serio? –Perguntou e eu assenti. –Não sei se posso dizer isso, mas está fazendo boas escolhas, princesa.

—Obrigada. –Falei acenando com a cabeça.

Todos foram saindo aos poucos. Entrei na cada depois de conversar muito, já estava noite. Pedi a Neena que trouxesse um cupcake para mim, depois desci até o quarto da minha mãe, no hospital. Não visitei ela em nenhum dia dessa semana. Chegando lá, coloquei uma velinha que eu achei nas minhas coisas e acendi.

—Oi mãe, como você está? –Perguntei me sentando do lado dela. –É, hoje é meu aniversário. Meu e do Ahren. Uh, que dia. Você devia estar aqui, sabia? Como a vida é injusta. Por que coisas ruins acontecem com pessoas extraordinárias? Queria você aqui, oras! Principalmente hoje, nesse dia. Lembra quando eu era pequena? Eu queria ir ao terraço, e quando estava chovendo você me olhava e dizia que dias nublados eram necessários, senão como iriamos gostar tanto dos dias cheios de sol? Ah, mãe. Estou cansada de dias nublados. Quando o sol vai começar a nascer? -Uma lágrima escorregou pela minha bochecha.

Olhei para o pequeno bolinho, e cantarolei um ‘parabéns para você’ bem baixinho. Então apaguei a vela desejando que tudo ficasse bem, como é para ser. Pensei em Ahren, em papai, em Kaden, Osten, mamãe. Por que tudo simplesmente não dá certo de uma vez? Por que tudo tem que acontecer desse jeito? Tanto ‘porquês’ e poucas respostas.

Como eu disse mãe, estou cansada de dias nublados.

Comecei a ouvir gritos no corredor, passos de botas pesadas. Alguém gritando meu nome.

—PRINCESA! - Ouvi.

—ELA ESTÁ AQUI! –Ouvi outro guarda gritar quando a porta do quarto foi brutalmente escancarada. –Temos que ir.

—O que está acontecendo? –Perguntei receosa.

—Estão atacando o palácio! – O guarda me falou, me puxando pelo braço.

—Quem? –Perguntei com os olhos arregalados.

—Não sabemos ainda! –Disse exasperado.

Mas que aniversário maravilhoso.