A Grande Guerra

Epílogo 2: Visitantes de uma Estrela Distante!


Terra, ano 776

Dentre todos os dias da primavera daquele ano, nenhum deles havia sido tão bonito. As nuvens se espalhavam moderadamente nos céus azuis, como enormes chumaços de algodão flutuando acima da cabeça de todos. Os pássaros cantavam alegremente suas sinfonias distintas, e a grama nunca havia parecido tão verde. Era um dia perfeito para passear, caminhar no parque ou simplesmente sair com a família. Ou, porque não, um dia perfeito para treinar?

Goku sorria alegremente, acompanhado por seu filho mais novo Goten, Vegeta e o pequeno Trunks. Um pouco afastado, sentado confortavelmente debaixo da sombra de uma árvore estava Piccolo, que observava tudo de longe. Todos eles haviam se encontrado nas proximidades das Montanhas Paoz, numa campina espaçosa por ideia de Goku, para que pudessem todos treinar juntos como não faziam já há algum tempo. No entanto, o dia belo superava até mesmo a mais otimista das expectativas.

– Ah, tenho o pressentimento que o dia hoje será ótimo! – disse o bondoso guerreiro Saiyajin, enquanto fazia alguns alongamentos para a coluna – Só espero que os outros não demorem muito a chegar.

– Normalmente o meu irmão Gohan é muito pontual – falou Goten, que assim como o pai já começava a se aquecer, esticando as pernas – Porque será que até agora ele não veio?

– Talvez neste exato momento ele esteja bancando o herói por aí, usando aquela fantasia cafona feita pela Bulma – disparou Vegeta, com os braços cruzados – Ele e a namoradinha filha do Mr Satan.

– É, talvez seja mesmo isso – Goku concordou, olhando para o céu aberto – Então Vegeta, acha que devemos começar logo?

– É melhor que os garotos comecem a se aquecer – respondeu o príncipe dos Saiyajins, olhando em direção a Goten e Trunks – É o tempo que Gohan pode chegar aqui. Se ainda assim ele não chegar, começaremos o treino sem ele. Não se esqueça, Kakarotto, que eu concordei em vir até aqui para podermos lutar uma outra vez. Vou te mostrar os resultados de meu treinamento!

Os dois Saiyajins sorriram um para o outro. Embora a hostil rixa entre Goku e Vegeta parecesse se transformar a cada dia numa rivalidade amigável, o sangue dos dois ainda fervia de excitação ao pensar numa luta. Era impossível negar as próprias origens de Saiyajin.

– Sim, você tem razão. É melhor nos aquecermos também Vegeta. Tenho planos para um dia bem proveitoso de treino para todos nós hoje.

Goku tirou a parte de cima de seu uniforme laranja, ficando apenas com a camiseta azul que vestia sempre por baixo do mesmo. À fim de imitar seu pai, Goten imitou o gesto, permanecendo com a camisa de mangas longas azul marinho que usava por debaixo, enquanto Trunks ajustava sua faixa na cintura e suas munhequeiras. Vegeta estalou as vértebras do pescoço movendo-o lentamente para ambos os lados e então todos eles começaram a fazer alongamentos e aquecimentos para iniciar o treino.

Passados alguns minutos, os kis de Gohan e Videl puderam ser sentidos por todos os presentes, aproximando-se cada vez mais, até que ambos pousaram diante dos demais companheiros. Gohan trajava seu uniforme azul marinho que costumava usar para treinar junto ao irmão Goten, enquanto que Videl, para a surpresa de todos, usava um uniforme idêntico ao de Goku.

– Olá pessoal! – saudou Gohan, sorrindo – Por favor, desculpem o atraso. Mas eu e Videl passamos na Corporação Cápsula para buscar estas roupas que encomendamos com a Bulma. A Videl queria muito poder usar este uniforme igual ao seu, papai!

– Ah, é mesmo? Puxa, me sinto lisonjeado com isto Videl!

A jovem filha do Mr Satan cumprimentou a todos alegremente, dando uma atenção especial à Goten e Trunks – com quem tinha mais intimidade. Nunca havia parado para conversar com Vegeta, mas sabia da fama de ranzinza do príncipe Saiyajin, cumprimentando-o à distância. Por sorte, Vegeta talvez estivesse num dia de bom humor, devolvendo o cumprimento com um movimento de cabeça quase que imperceptível. E então, começaram os treinos.

O grupo iniciou uma sucessão de treinamentos humanamente impossíveis, como flexões de ponta cabeça com apenas um dedo ou repetições de abdominais que chegavam às centenas de milhares facilmente. Em seguida, Videl assistiu maravilhada os combates entre Goten e Trunks e posteriormente Gohan e Piccolo. Embora fossem todos amigos, mas as lutas eram ferozes, garantindo um espetáculo para todo e qualquer amante de artes marciais. E agora, era a vez do sparing de Goku e Vegeta.

Os dois se encararam por um tempo, com um sorriso desafiador estampado na face de ambos. Seus cabelos dançavam ao vento, enquanto que ambos os lutadores assumiam suas posturas de combate. E então, se lançaram um contra o outro. Vegeta foi o primeiro a lançar um ataque, um soco em direção ao rosto de Goku que se esquivou com bastante perícia e devolveu com outro golpe similar. O Príncipe dos Saiyajins também evitou aquele ataque com facilidade, os dois lutadores saltando no ar enquanto trocavam sequencias de golpes em alta velocidade. Todos os ataques de ambos os lados eram evitados ou defendidos, não havendo um único acerto de nenhum dos dois. Um espetáculo para qualquer um que fosse apaixonado por lutas e os olhos de Videl brilhavam cada vez mais à medida que o duelo seguia.

Os cotovelos se chocaram de frente, depois os joelhos e por fim os punhos, então ambos os guerreiros voltaram ao solo. Assumiram instantaneamente suas posturas de combate outra vez e se lançaram novamente um contra o outro, mas antes que um único golpe fosse dado, a luta parou de repente.

Eram dois kis razoavelmente grandes, aproximando-se cada vez mais do Planeta Terra em alta velocidade. Não somente Goku e Vegeta, como também todos os demais guerreiros Z olharam em direção aos céus, no instante em que dois objetos voadores não identificados passaram rasgando, ardendo como meteoros flamejantes.

– O que...? Será possível...? – Goku balbuciou, vendo os objetos redondos se distanciando.

– Aquelas naves... com certeza são as mesmas naves que utilizávamos na época de Freeza... – disse Vegeta, travando os dentes – Mas quem será que vem nelas?

– Não vamos perder mais tempo! – exclamou Piccolo, com ar de preocupação – Vamos lá descobrir quem são e o que querem!

Os seis guerreiros Z e a filha do Mr Satan se lançaram nos céus o mais rápido que podiam, seguindo os dois traços flamejantes que iam se perdendo no horizonte. Goku e Vegeta iam à frente, seguidos de perto por Piccolo, Goten e Trunks. Gohan vinha um pouco atrás, junto com Videl. Se por algum acaso precisasse protegê-la, isso seria mais fácil se já estivesse por perto. Um duplo som alto irrompeu à distância, indicando que ambas as naves haviam se chocado com o solo. Já estavam bastante perto de onde elas haviam pousado e todos os guerreiros Z mal conseguiam conter a própria curiosidade para com os dois estranhos visitantes.

Havia duas grandes crateras em meio a planície, com grandes cortinas de fumaça subindo das mesmas. Os guerreiros Z pousaram à uma certa distância, pois sentiam que os dois kis permaneciam fortes e inabalados e então, viram duas silhuetas humanoides saírem em meio à fumaça. Goku, Vegeta, Gohan e Piccolo pareciam em choque com o que estavam vendo.

Eram dois guerreiros de cabelos pretos, utilizando armaduras de batalha Saiyajins e rastreadores no rosto. Um deles parecia ter mais ou menos a idade de Gohan, com os cabelos longos presos num rabo de cavalo. Usava uma armadura preta brilhante, com detalhes no peitoral e na linha dos ombos na cor verde esmeralda, bem como o bico de suas botas. Nas pernas e nos braços trajava tensores na cor vinho. O outro era maior e parecia um pouco mais velho, com o corpo robusto e enormes cabelos rebeldes que lhe passavam da linha da cintura, usando um conjunto preto e dourado. Sua armadura não possuía ombreiras e seus braços estavam expostos, vestindo pulseiras que respeitavam o mesmo padrão de cores da armadura e dos sapatos. E na cintura, estava enrolada uma peluda cauda marrom.

Os dois encararam os guerreiros Z com um olhar sério, que passeava por cada um dos seus rostos. O guerreiro mais robusto olhou para o menor, após prestar atenção nas feições de cada um dos presentes.

– Então, qual destes é ele? – ele perguntou, num tom de voz rouco e bruto. Algo naquele guerreiro fazia com que Goku se recordasse instantaneamente do seu irmão Raditz.

– Aquele ali – respondeu o outro, apontando para Goku com o dedo indicador – O de calça laranja e camisa azul.

– Tem certeza?

– Absoluta. Aquele é o guerreiro que estamos procurando.

– Hmpf... Não me parece grande coisa... É duro acreditar que tenha sido ele que derrotou o Grande Freeza. Olhe só as suas feições... este homem tem os traços de um Guerreiro de Classe Inferior...

Os guerreiros Z não entendiam ao certo o que estava acontecendo. Porque aqueles guerreiros alienígenas pareciam demonstrar interesse e até algum conhecimento nas façanhas do Saiyajin criado na Terra? Sem se deixar intimidar pela presença dos dois, Goku deu um passo à frente, ficando mais próximo dos misteriosos visitantes que o resto de seus companheiros.

– Digam-me, quem são vocês... e o que querem na Terra – disse o guerreiro, num tom sério e levemente autoritário.

– Pensei que fosse óbvio para vocês, principalmente para você, cujo nome se espalha no Universo soubesse que nós somos guerreiros Saiyajins... Goku – disse o mais robusto, cujo tom de voz denunciava o quão arrogante ele com certeza era, pois havia posto uma grande quantidade de desprezo ao pronunciar o nome do guerreiro.

– Não diga bobagens! – Vegeta entrou na conversa, com o punho fechado erguido próximo a altura do rosto – Todos sabemos que Freeza destruiu o Planeta Vegeta com as próprias mãos! Não houveram sobreviventes senão eu, Nappa, Raditz e Kakarotto, que estes terráqueos insistem em chamar de Goku! Vocês não irão nos enganar com este papo de Saiyajins só porque usam os nossos antigos equipamentos!

– Então seu verdadeiro nome é Kakarotto? – desta vez foi o menor quem falou, aproximando-se um pouco mais – Agora faz sentido... Goku com certeza não é um nome Saiyajin e é por isso que todas as buscas que fizemos entre os sobreviventes quanto a sua identidade resultaram em nada.

– Agora me lembrei – começou o Saiyajin mais robusto, com os olhos fixos em Goku – Meu instrutor me contou uma vez que ele e os outros só conseguiram escapar com vida da destruição do Planeta Vegeta graças à um Guerreiro de Classe Baixa conhecido pelo nome de Bardock, que avisou a todos dos planos de Freeza de exterminar nossa raça. Ele me disse que este guerreiro havia tido um filho, um filho que fora batizado Kakarotto... então estamos aqui diante do filho de Bardock, o homem responsável pela nossa salvação. Ele deve ter sido mandado para cá quando criança e aqui foi rebatizado com o nome de Goku...

– Fico surpreso que vocês saibam tanta coisa sobre mim que nem mesmo eu sei – disse Goku, que embora esboçasse um sorriso, ainda mantinha as feições sérias – Afinal eu vim para a Terra quando era muito pequeno e como fui criado aqui, não me lembro de nada relacionado aos Saiyajins ou a meus pais. Mas eu não acho que tenham se dado ao trabalho de vir até este Planeta apenas para dizer o nome de meu pai... Me digam o que querem aqui, agora!

Os dois Saiyajis recém chegados se entreolharam e em seguida o mais robusto dos dois respondeu, em meio a um sorriso sarcástico:

– Se você quer mesmo saber o porque que estamos aqui, porque não experimenta me derrotar? Adoraria testar as forças do Lendário Super Saiyajin que derrotou Freeza!

Vegeta rangeu os dentes, fazendo menção de avançar contra o confiante guerreiro Saiyajin de longos cabelos pretos e espetados enquanto sibilava as palavras “seu miserável!”, mas Goku ergueu uma das mãos em frente ao seu peito, detendo-o.

– Eu irei lutar – disse o guerreiro, sem sequer tirar os olhos de seu oponente – Se você quer tanto assim testar a minha força, então que assim seja. Mas esteja certo de que hoje em dia estou muito mais poderoso que na época da minha luta com Freeza. É melhor você lutar com todas as suas forças.

Isso era tudo que eu queria ouvir de você... – respondeu o guerreiro Saiyajin de longos cabelos, que em seguida travou ambos os punhos e liberou todo seu ki em meio à um grito, causando espanto geral. Aquele misterioso guerreiro havia assumido a forma do Super Saiyajin.

Aquilo era simplesmente inacreditável. Se ainda havia algum dúvida quanto a identidade daqueles dois estranhos guerreiros, ela se foi no momento em que o tão conhecido brilho dourado se fez presente no corpo de um deles. Vegeta rangeu os dentes outra vez, olhando aquela cena com a mais intensa expressão de cólera, enquanto que Trunks, Goten e Gohan assistiam o desenrolar dos eventos estupefatos, sem ação. Piccolo por sua vez se limitou a cruzar os braços, observando o que iria acontecer enquanto sua capa se esvoaçava ao vento.

Goku por sua vez, sorriu. Não fazia ideia de que outros além deles podiam se transformar em Super Saiyajins. Foi a vez dele travar os punhos e liberar o ki, se envolvendo pela aura dourada que mudou a cor de seus olhos e cabelos instantaneamente.

– Estou surpreso que possa se transformar em Super Saiyajin... o seu companheiro também pode? – perguntou Goku, que foi sumariamente ignorado pelo seu adversário – Ah, acho que só vou ficar sabendo disso também se eu te vencer não é? Tudo bem... eu aceito o desafio!

Goku assumiu a sua mais tradicional postura de batalha, com uma das mãos na altura do rosto, com os dedos semi flexionados e com a outra mão na cintura, enquanto que arqueava ligeiramente os joelhos. E esperou que o oponente viesse em sua direção.

– Asus – disse o Saiyajin mais jovem, que também observava tudo de braços cruzados, um pouco afastado – Não vou interferir em sua luta, mas não se esqueça o objetivo de nossa missão neste Planeta.

O guerreiro que atendia por Asus simplesmente pareceu não ouvir as palavras de seu companheiro, avançando contra Goku e lançando-lhe logo de cara uma sequência de vários socos e chutes em alta velocidade. O guerreiro possuía um estilo de luta feroz e arisco, muito parecido com o de Vegeta e se lançava sem medo durante os ataques. Também possuía uma boa defesa, conseguindo esquivar e bloquear os contra golpes lançados contra si com uma louvável maestria. Num determinado momento, Goku esquivou-se de um dos socos lançados por Asus, segurando seu braço e projetando o corpo de seu oponente para frente, que se recompôs antes mesmo da queda no chão. Ele se atirou outra vez contra Goku, desferindo outro combo de socos em altíssima velocidade enquanto o Saiyajin da Terra bloqueava todos os golpes com as palmas das mãos e no momento certo atingiu Asus no peito, com um golpe de mão aberta que o empurrou de costas no chão. O bárbaro guerreiro Saiyajin se levantou instantaneamente, embora não entendesse direito o que havia acontecido. Goku sorriu para ele, como quem estava se divertindo bastante com aquela situação.

– Eu vejo que você luta muito bem – disse ele a Asus, ainda com o mesmo sorriso no rosto – Seus ataques são firmes e sua técnica é perfeita! Você é praticamente um lutador impecável. Consegue ser tão bom em termos de técnica de combate quanto diversos adversários poderosos contra quem eu lutei durante minha vida.

– Você até que não é tão ruim quanto eu pensei – o guerreiro Saiyajin respondeu, também desfrutando do prazer da batalha – conseguiu até mesmo me surpreender com este golpe. Mas vamos ver se você consegue evitar meus ataques de energia!

Asus concentrou na mesma hora o próprio ki na forma de esferas brilhantes em suas mãos, lançando rajadas de energia dourada em direção à Goku. A primeira foi facilmente evitada com uma evasiva lateral, o disparo de energia estourando à distância. Outros disparos vieram em seguida, Goku evitando-os com ligeiros movimentos com o corpo, que se deslocava para os lados no momento em que os ataques pareciam atingi-lo. Conforme a grande quantidade de explosões ia se sucedendo, a grama da planície ia ficando cada vez mais arruinada, e uma densa nuvem de poeira ia se formando, mas nada que fizesse nenhum dos dois guerreiros se importar. Asus lançou um último ataque com seu próprio ki, uma esfera dourada de diâmetro mediano, cuja qual Goku rebateu para o lado com as costas da mão direita como faria com uma simples bola de praia. A esfera foi explodir alguns quilômetros ao longe, numa montanha.

Naquele instante, Vegeta não se conteve mais. Andou para frente, berrando em direção ao Saiyajin da Terra em plenos pulmões:

KAKAROTTO SEU DESGRAÇADO DE UMA FIGA, PARE DE LUTAR COMO UM TOLO IDIOTA E ACABE DE UMA VEZ COM ESTE VERME! Em vez de ficar brincando como uma criança imbecíl, lute a sério com todos os seus poderes e vença de uma vez! Nós dois ainda temos um combate para terminar hoje!

– Puxa Vegeta... não seja tão estraga prazeres desta forma! – respondeu Goku, com uma expressão resignada no rosto – Você não precisava ter dito isso logo agora que eu estava me divertindo tanto...

Ambos os guerreiros Saiyajins recém chegados estacaram, com suas atenções desta vez voltadas não para Goku, mas sim para Vegeta, cuja expressão mal-humorada seria capaz de assustar qualquer um.

– Como foi... o nome que você o chamou?! – indagou Asus, estupefato, virando-se novamente para Goku. Mas foi Vegeta quem respondeu.

– Ele me chamou pelo meu nome, Vegeta, o Príncipe dos Saiyajins! Porque, você tem algum problema com isso?!

Asus na mesma hora baixou o próprio ki, voltando a sua forma normal e ajoelhou-se diante do Príncipe, com o punho direito fechado sobre o peito esquerdo. O outro guerreiro Saiyajin também se aproximou, ficando lado a lado com ele e repetindo o gesto.

– Olha Trunks... aqueles dois estão se ajoelhando diante do seu pai! – comentou Goten, tão surpreso com aquele ato quanto o próprio filho de Vegeta, que contemplava a cena com uma grande sensação de admiração pelo seu pai.

Então é este o respeito que meu pai tem diante do povo Saiyajin? Nossa, então ele nunca exagerou quando se vangloriava por ser o Príncipe... até mesmo esses dois que nunca o viram antes se ajoelharam ao ouvir seu nome. He, he, he... meu pai é o melhor!

– Perdoe-nos, Majestade – disse Asus, cujo tom de voz agora era suave e respeitador – Nós não sabíamos que era o senhor... Por favor, releve a nossa impertinência...

Vegeta cruzou os braços, dando um grunhido enquanto virava o rosto em outra direção, ranzinza como sempre.

– Podem se levantar... – ele disse – E façam o favor de se explicarem imediatamente.

O menor se reergueu primeiro, exatamente no momento em que Goku voltava à forma normal e sorriu para ele. Cuidadosamente ele removeu o rastreador de sua própria face, segurando-o com a mão esquerda.

– Senhor Goku... – disse o rapaz, com um tom de voz que só agora os presentes podiam perceber que era polido e educado, lembrando um pouco a forma de falar de Gohan ou do Trunks do Futuro que haviam conhecido – Queira nos desculpar pelas nossas atitudes. Mas realmente, precisávamos muito ter certeza de que você é você.

– Eu ainda não entendo... vocês vieram até aqui atrás de mim?

– Por favor... permita que eu explique a todos vocês... Meu nome é Spark, e eu sou um Guerreiro Saiyajin assim como você e o Príncipe Vegeta e meu companheiro Asus... Mas antes de te contar sobre o motivo da minha vinda, é preciso que eu conte a vocês um pouco da história do Planeta onde nós vivemos, e o que andamos passando recentemente....

* * *

Aquela havia sido a história mais fantástica que os Guerreiros Z haviam escutado. Desde o momento em que o grupo de cinquenta pessoas lideradas por Dio escapava do Planeta Vegeta segundos antes de sua explosão até o o nascimento e a vida de Spark, os treinamentos duros que havia passado com sua Mestra Lenia, a rixa com Asus que resultou numa luta que o mandou diretamente aos Kelfos, o treinamento com Khan, a luta na Arena e a batalha com os Krügers, tudo havia sido escutado com atenção por Goku e seus amigos. Piccolo havia prestado uma atenção toda especial no momento em que fora tocado no fato do Grande Imperador Kelfo ser um Namekuseijin assim como o Grande Patriarca de Namekusei e o ser que fora o antigo Kami-Sama e seu pai, Piccolo Daimaoh, antes deles deixarem de ser um só. Goten e Trunks haviam escutado tudo, e imaginavam se um dia chegariam a conhecer Omega-003. Gohan e Videl permaneceram abraçados durante todo o tempo em que escutaram o que Spark tinha a dizer, sem falar absolutamente nada. Enquanto que Gohan parecia maravilhado com mais aquelas revelações sobre o povo Saiyajin, Videl se emocionou com Lily e seu sacrifício.

– Então, depois de tudo isso foi o Kibitoshin quem te indicou o caminho para a Terra? – perguntou Goku, que estava em pé só escutando até então.

– Sim. Com a sua ajuda nós podemos ajustar as coordenadas na nave para vir para cá. Levamos cinco dias para chegar neste Planeta. A princípio Asus não acreditava direito em mim, achava que eu tinha tomado pancadas na cabeça demais durante a luta e estava imaginando coisas... mas realmente o Supremo Senhor Kaioh falava a verdade em tudo.

– Mas deixa eu ver se eu entendi... – arriscou Gohan, falando pela primeira vez – Vocês vieram para a Terra para nos pedir ajuda na reestruturação do mundo de vocês?

– Exatamente. Na verdade, o Senhor Kibitoshin me mandou aqui pelo motivo de que neste planeta existem os mesmos objetos mágicos que existiram há muitos anos em Omega-003: viemos aqui pelas Esferas do Dragão. Queremos que elas realizem nosso desejo, para que tudo se torne como era antes da batalha contra os Krügers...

– Ah, mas então é isso? – Goku exclamou, sorrindo – Pois vocês estão com sorte! Com o passar dos anos, as Esferas do Dragão da Terra foram sofrendo algumas mudanças e hoje elas podem realizar mais de um desejo! Podemos pedir à Shenlong para que ele desfaça todos os males causados no seu Planeta pelos Krügers, e ainda sobra um desejo para que possamos transportá-los de volta para casa instantaneamente! Não é o máximo?

– O único contratempo é que as Esferas do Dragão estão espalhadas pelo mundo... – observou Piccolo, de braços cruzados – Teremos de procurar pelas Esferas nós mesmos.

– Faremos isto! – exclamou Trunks, feliz – Com o radar da minha mãe e com todos nós trabalhando em equipe, poderemos recuperar todas as Esferas em apenas um dia! Isto é ótimo!

Os dois garotos sorriram alegremente, contagiando também Goku, Gohan e Videl. Embora Vegeta e Piccolo ainda se mantivessem sérios, ambos também pareciam inclinados a procurar pelas Esferas do Dragão. O coração de Spark se encheu de felicidade ao ver aquilo. Depois de uma guerra sangrenta, era o momento de restaurar a paz e a alegria em seu Planeta.

* * *

O sol já estava se pondo quando Gohan, Goten, Trunks e Videl chegaram com a última Esfera do Dragão que faltava. A Esfera de seis estrelas brilhava nas mãos do filho de Vegeta, recuperada depois de muito trabalho mergulhando no fundo do Oceano. Parecia que as Esferas do Dragão haviam estado nos lugares mais difíceis de serem encontrados desta vez, uma delas estando na borda de um vulcão em erupção e outra no cume de uma montanha, coberta de neve. Apenas uma delas havia parado num local de fácil acesso. A Esfera de quatro estrelas repousava no telhado da casa do Mestre Kame, em cima de sua antena de TV.

Spark olhava intrigado para as Esferas do Dragão. Estava finalmente diante delas, as Esferas místicas que eram capazes de realizar desejos. No entanto, elas não pareciam poderosas, apenas meras bolas feitas de vidro, com estrelas desenhadas em seu interior. Por outro lado, já havia tido bastante experiências com poderosos artefatos místicos dos Kelfos e não iria subestimar as Esferas por sua aparência. O curioso era que, uma vez que elas eram reunidas, todas brilhavam e emitiam um zunido em uníssono como se suas energias vibrassem em ressonância.

– Muito bem, elas estão todas reunidas – disse Goku, após organizá-las no chão – Agora tudo que precisamos fazer é chamar o Shenlong e pedir para que ele realize o nosso desejo.

– Eu agradeço, senhor Goku – respondeu Spark, com um sorriso sincero – Agora falta pouco para que tudo volte ao normal...

– Bom... é melhor nos adiantarmos! Vamos fazer logo nosso pedido! Apareça, Shenlong!!!

As sete Esferas do Dragão brilharam dourado ao mesmo tempo, emitindo um facho de luz em direção aos céus que na mesma hora se tornaram negros como a noite. O facho de luz deu diversas voltas no céu, como uma serpente viva para no instante seguinte tomar a forma de um enorme dragão de escamas verdes e olhos vermelhos. O imponente Shenlong agora pairava no ar à frente de todos.

Spark e Asus arregalaram os olhos diante da presença de Shenlong, que era com certeza uma experiência única. Não sabiam o que esperar daquela mística criatura gigante, e ambos estremeceram no momento em que ele moveu sua boca e palavras perfeitamente audíveis ecoaram por toda a planície.

Vocês me chamaram... Digam-me agora quais são os seus desejos...

Spark estava sem palavras para qualquer coisa, apenas olhando diretamente nos olhos do Deus Dragão, tão parecido com a imagem talhada no Templo do Mestre Khan. Não conseguia sequer pensar direito, quando foi trazido de volta à realidade pela mão de Goku, que o tocou no ombro de forma gentil e amigável.

– Vamos, faça seu desejo. Foi para isso que você veio até aqui, não foi? – o Saiyajin da Terra sorriu, encorajando Spark.

– Hmm... ok... Grande Dragão, meu desejo é que você desfaça todos os males ocorridos no Planeta Omega-003 durante a última Grande Guerra contra os Krügers... isso é possível?

O dragão fez seus olhos vermelhos brilharem ainda mais que o normal, como duas lanternas escarlates durante um tempo, enquanto se manteve em silêncio. Pouco depois, sua voz ecoou novamente como um trovão:

Está feito. Todos que foram mortos pelos Krügers voltaram à vida, assim como todos os danos ao Planeta causados pelas batalhas foram reparados. Vocês ainda tem um desejo a ser feito... querem que eu o conceda agora?

Spark sorriu abertamente, dando um viva alto e cheio de energia como uma criança, só de pensar que Lenia, Lily e os outros haviam voltado à vida. Era melhor do que um sonho. Aqueles que mais amava estavam de volta... no fim, tudo havia valido à pena. Mesmo Asus, que sempre fora tão fechado emocionalmente não deixou de esboçar um sorriso, com ambos os braços cruzados. Agora sim poderiam dizer sem a menor dúvida: missão cumprida.

Spark dirigiu-se para Goku. Estava feliz por tudo que havia acontecido, mas sabia que este era o momento da partida. Mas não poderia ir embora sem se despedir.

– Senhor Goku, eu agradeço ao senhor de coração por ter nos ajudado – ele disse, sorrindo – Sabe, durante toda a minha vida eu ouvi histórias sobre seu grande feito de derrotar Freeza, e desde o dia que o Supremo Senhor Kaioh me mostrou uma visão sobre você e seus amigos que eu desejava muito poder ter a honra de conhece-lo, mas isto sempre pareceu um sonho distante. Mas agora, graças as circunstâncias, este sonho se tornou realidade. O senhor é muito mais do que dizem... foi uma honra conhece-lo.

Ele estendeu a mão para Goku, que a apertou prontamente, com um sorriso nos lábios.

– Foi muito bom conhece-lo também, Spark, e saber que existem mais Saiyajins vivos por aí pelo espaço. Prometo um dia ir visita-lo quando tiver tempo. E nunca se esqueça das coisas que você aprendeu durante suas lutas, principalmente que o poder do Super Saiyajin é algo praticamente ilimitado. Tudo vai depender somente de seu trabalho duro!

– Não me esquecerei disso, senhor! Prometo me fortalecer ainda mais e sempre proteger meu planeta assim como o senhor faz aqui na Terra!

E então, virou-se para Vegeta, batendo novamente o punho direito sobre o peito esquerdo, numa respeitosa saudação.

– Majestade... foi uma honra poder conhece-lo pessoalmente!

Asus aproximou-se do Príncipe dos Saiyajins, também repetindo o gesto de Spark. Vegeta respondeu o gesto com um leve aceno positivo com a cabeça.

– Vê se você se torna um bom Rei, moleque – acrescentou ele, com seu jeito frio de falar de sempre.

– Falando nisso, Majestade – falou Asus, olhando em direção ao Príncipe – Não gostaria de ir conosco? A sua presença seria de grande agrado para todos nós, além de que finalmente estaria voltando ao seu trono como nosso líder. Ficaríamos honrados em tê-lo entre nós uma vez mais.

– Sinto muito, mas irei recusar a oferta. Eu já estou no lugar onde pertenço, entre aqueles que me são importantes – Vegeta repousou uma das mãos sobre a cabeça de Trunks – e tenho certas obrigações a cumprir com este lugar. Além do mais... vocês já tem um futuro Rei. Vocês não precisam de mais outro.

Os dois saudaram respeitosamente Vegeta uma vez mais, quando o grande dragão falou novamente, com sua voz grave em altíssimo volume.

Vocês por acaso não querem mais fazer nenhum desejo? Se for este o caso, irei embora.

– Ah, perdoe-nos a demora, Deus Dragão – disse Spark, virando-se em direção a Shenlong uma vez mais – Meu desejo é que mande a mim e a Asus de volta para Omega-003. Queremos voltar ao lar.

Os olhos de Shenlong brilharam novamente, ao mesmo tempo em que Spark acenava para os guerreiros Z em sinal de despedida, enquanto Asus se mantinha de braços cruzados. E então, quando se menos esperava, os dois simplesmente desapareceram no ar.

Eu já realizei os seus desejos. Agora irei embora. Adeus...

Tão repentinamente quanto havia surgido, o enorme dragão verde desapareceu no ar, enquanto que as sete esferas se elevaram juntas em direção aos céus, para em seguida se separarem como sete velozes estrelas cadentes que se deslocaram em direções distintas, cada uma para um ponto aleatório na Terra. O céu então deixou de ser negro, voltando a estar tingindo de dourado pelo entardecer.

Goku olhou para o céu, sorrindo enquanto olhava para uma distante estrela que surgia anunciando a chegada da noite. E então, permitiu-se uma ligeira divagação por um momento.

Então ainda existem Saiyajins por aí... parece que até mesmo nossa raça recebeu uma segunda chance. Spark, Asus... cuidem bem dos nossos semelhantes.

– Kakarotto, será que agora podemos continuar? – Vegeta aproximou-se, parando diante de Goku com o olhar faiscando em sua direção.

– Continuar o que, Vegeta? – foi a resposta do bondoso Saiyajin criado na Terra, em meio a uma expressão facial inocente, que definitivamente irritou ainda mais o Príncipe dos Saiyajins.

Não se faça de idiota Kakarotto, você sabe que eu odeio quando você age assim! Temos uma luta a terminar e você sabe que eu não vou te deixar fugir outra vez!

– Ah Vegeta... é que agora eu tô morrendo de fome! Eu não consigo lutar direito de barriga vazia! Que tal irmos para casa jantar e lutamos amanhã de manhã, hein?

Todos os presentes caíram na gargalhada, exceto Vegeta, que continuava a bufar, praguejar e xingar Goku de todas as formas até que seu próprio estômago também deu um rugido. Os demais riram ainda mais daquilo, e coube a um Vegeta completamente sem-graça aceitar a proposta de Goku, mas fazendo questão de dizer que no dia seguinte ele não escaparia de forma alguma do combate prometido.

* * *

Muitos anos luz longe da Terra, Spark e Asus ressurgiam diante da Fortaleza. Ao entrarem no local, encontraram um clima misto de surpresa, confusão e alegria, quando para todo lado em que olhavam havia alguém cumprimentando um companheiro ou companheira que fora abatido durante a luta contra os Krügers. Ao pisar no Salão Principal, os olhos de Spark encheram-se de lágrimas ao ver novamente, de pé e em plenas condições de saúde a sua Mestra querida, desta vez sem nenhuma auréola dourada sobre a cabeça. Nesse instante, não houve compostura, orgulho de guerreiro ou vergonha que ficassem em seu caminho: correu para abraça-la como um filho que não vê a mãe há muito tempo, deixando as lágrimas rolarem por sua face sem preocupações. E, dadas as circunstâncias, Lenia retribuiu o gesto na mesma intensidade.

– Ora garoto... vamos, pare com isso, você está me deixando sem graça – ela brincou, enquanto o abraçava – Como vai ficar a minha imagem de Instrutora dura e rígida depois dessa cena?

Os dois sorriram, bem como Mahala, ficando lado a lado com Asus. Este por sua vez, apresentava o mesmo desprezo por situações cheias de apelo emocional de sempre. Pela expressão de seu rosto, parecia querer vomitar.

– Argh... comportem-se como Saiyajins, por favor... – ele disse, com seu mal humor habitual.

– Ora Asus... pelo menos uma vez na vida seja mais alegre. É bem capaz que a essa hora, os Saiyajins que morreram nas geleiras estejam a caminho de casa, inclusive o Instrutor Tank. Porque não o recebe com um sorriso, pra variar?

Asus ficou sem saber o que dizer por um tempo, simplesmente lhe dando as costas e fazendo menção de deixar o recinto. Porém, diante da porta de entrada e saída do Salão Principal, ele se deteve.

Acho que vai ser interessante poder rever o Instrutor Tank e mostrar para ele os meus avanços. – ele disse, sem sequer olhar para trás. Mas pelo seu tom de voz, Mahala pôde deduzir que ele estava com seu habitual sorriso sarcástico no rosto, talvez já pensando em exibir seus novos poderes para quem o havia treinado.

Ah Asus... você não tem jeito mesmo...

E então ela foi se unir a Spark, que contava com uma enorme riqueza de detalhes tudo que havia se passado na Terra, desde o encontro com os Guerreiros Z até o surgimento de Shenlong e os desejos. E, enquanto narrava a história para seus amigos, mal podia esperar para conta-la novamente para alguém muito especial. Alguém que neste exato momento deveria estar em algum lugar belo e agradável, na recém reconstruída Himmel.

Mal posso esperar para te ver... Lily!

* * *

As vezes eu fico surpreso como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem, quando olho para trás penso na minha infância e na minha juventude. Hoje, as coisas mudaram bastante desde àquela época. Não há mais a necessidade dos Kelfos e os Saiyajins viverem tão afastados um do outro. A Fortaleza e Himmel continuam exatamente nos mesmos lugares de sempre, mas os preconceitos já não existem mais. Com o final da Grande Guerra, nossos povos resolveram tentar deixar suas diferenças de lado e tentar uma aproximação. Fiquei sabendo que Wulfric – logo ele – lutou até o fim de sua vida no Conselho dos Kelfos para que nossos povos pudessem se aproximar e selar laços de amizade. O Chanceler Kopf agora não é mais Chanceler... foi consagrado Imperador do povo Kelfo e mantem ótimas relações conosco. Mas talvez, o mais engraçado disso tudo sejam as mudanças que a vida proporciona, tornando realidade situações que nunca imaginaríamos possíveis. Asus e Mahala tiveram dois filhos ao longo dos anos, embora ele não seja exatamente o que podemos chamar de “exemplo de pai”, mas acho que ele faz seu melhor. Os quatro vivem viajando por aí pelo Universo afora, treinando sempre e procurando desafiar adversários poderosos. O filho mais velho dos dois tem uma ligeira rixa com Sares, que é o nome do filho da Mestra Lenia com Tank. Chega a ser engraçado ver a história se repetir, um sempre querendo ser mais forte que o outro, mas acho que desta vez será uma rivalidade sadia.

Eu também mudei bastante. Cumpri o meu legado e me tornei Rei, e devo dizer que é menos chato do que eu pensei. Nunca parei de treinar e sempre carrego comigo a promessa que fiz a Goku de proteger o planeta. Também fiz a minha parte para aproximar ambos os Saiyajins e os Kelfos: tomei a filha do Imperador como esposa e isso foi crucial para a união de nossas raças. Sim, Lily é a minha rainha. Parece que Simon desistiu do casamento, dizendo que embora gostasse muito dela, não poderia forçar uma pessoa a estar com ele quando na verdade, desejava outra pessoa. Os dois ainda são bons amigos, e Simon sempre aparece para nos visitar quando pode. Ele e os antigos membros da gangue de Asus agora trabalham juntos, como mercenários ao redor da galáxia. Uma boa forma de se treinar e também de aumentar os poderes. E até hoje ele ainda usa meu antigo rastreador – aquele da lente rachada, da minha luta contra Asus.

Uma vez enquanto pensava sobre tudo que se passou ao longo destes anos de minha vida, me perguntei se poderia haver um final melhor. Foi aí que eu me dei conta de que isso não é o final. É apenas o começo! Começo de novas histórias, o nascimento de novos heróis e novos guerreiros, cada um sendo o personagem principal de sua própria saga. E graças a essa conclusão, eu deixo essa mensagem gravada, não para um “alguém” específico, mas para todo o Universo! Um desejo sincero para que todos nunca deixem de acreditar em si mesmos, que nunca deixem de lutar por aquilo que almejam e encontrem dentro de si a força que faltar nas horas de dificuldade. As batalhas são sempre duras, mas a vitória estará sempre lá para aqueles que acreditam nela. E, se um Saiyajin de Classe Inferior conseguiu superar até mesmo o Príncipe que era visto como o mais forte de nossa raça – e mais ainda, tornou-se o guerreiro mais poderoso do Universo – porque é que alguém não conseguirá alcançar seus sonhos?

Assim disse eu, Spark, o Rei dos Saiyajins de Omega-003 para todos os que puderem ver esta mensagem!


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.