A Garota e o Lobo

Todas as formas de Amor


Mia P.O.V

Minha reação pegou a mim mesma de surpresa, comecei a rir descontroladamente. Adam me encarava boquiaberto. Devia estar me achando uma louca.

— O que você acha que eu deveria pensar? – pergunto irônica.

— Não sei Mia, é a primeira e última vez que digo este tipo de coisa a uma garota. – ele responde sério.

Sua constatação me faz rir ainda mais, estou em estado de choque, minha felicidade é tão grande que me apavoro que algo ruim possa acontecer.

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Sentei-me em seu colo, agora de frente para ele.

— Desculpe, não pense que estou zombando de seus sentimentos. Como posso dizer isto sem parecer clichê? – pergunto retoricamente, desviando meu olhar para o teto – Adam, eu me sinto honrada por ser a mulher que você sempre irá amar, quer dizer, como iria me irritar por algo do tipo? – pergunto, sentindo meus olhos começaram a arder.

— Mia, é muito compromisso e de uma forma bem precoce, isso assusta a maioria das pessoas, por isso tantos divórcios acontecem, não quero que tome uma decisão de forma precipitada. – ele diz sério, estica uma de suas mãos e acaricia minha bochecha. – Não quero que tenha arrependimentos...

“Só digo uma coisa, ele é bem melhor como pessoa do que eu” as palavras de Sebastian ecoaram em minha mente, estava claro agora porque ele havia dito aquilo. Mesmo sabendo das conseqüências caso nos terminássemos e eu fosse embora, Adam nunca me prenderia a ele com chantagens emocionais. Ele sempre colocou minha felicidade em primeiro lugar.

Dou um beijo longo e carinhoso em meu namorado, mesmo sendo pego de surpresa ele retribui.

— Vai perceber que a taxa de divórcios entre humanos e lobos é bem menor. – digo quando nos afastamos, Adam sorri, sua tensão finalmente se dissipando – E os planos que antes eu fazia sozinha, agora serão nossos planos, a vida vai se ajustar e não teremos arrependimentos.

Adam me beija de surpresa agora, e eu retribuo feliz. Colocando minhas mãos ao redor de seu pescoço, sinto seu calor, algo me diz que nunca terei noites frias de agora em diante.

— Eu amo você. – digo quando nos separamos.

— Eu também, para sempre. – Adam promete e sei que está falando a verdade, realmente ficaremos juntos para sempre.

Emily P.O.V

Deitada no banco do cemitério, eu tentava me recuperar das últimas informações que havia visto e ouvido. Mesmo depois de ter lotado Sebastian sobre as perguntas mais minuciosas sobre sua “espécie”, eu ainda não conseguia assimilar o fato.

— Vamos Emily, você é uma garota forte, não fiquei ai como se tivesse levado uma surra. – Sebastian me repreendeu ironicamente.

Ele estava sentado no gramado, de frente para o banco, me avaliando pelos últimos quarenta minutos. Já começara a escurecer, mas eu não estava nem um pouco preocupada com isto.

— Você fala como se tivesse me mostrado algo normal. – retruquei no mesmo tom.

— Para mim é “normal” – Sebastian retruca, fazendo aspas com as mãos para enfatizar. – Você vai se acostumar.

— Acostumar? – pergunto, sentando-me finalmente no banco, para encará-lo melhor.

— Sim, como minha amiga é seu dever me aceitar como eu sou. – ele retruca debochado.

— Você trapaceou. – O acuso, levantando-me.

— Como assim? – ele também se levantou para me encarar, olho a olho.

— Revelou seu maior segredo, depois que viramos amigos, pra me prender nesta promessa. – digo e começo a caminhar, mas sou impedida por sua mão que segura meu braço me mantendo ali.

Sebastian não diz nada de imediato, ele me puxa de modo que fiquemos frente a frente, coloca suas mãos em meus ombros e me olha firmemente.

- Emy, porque você não admite logo que me adora e queria ser minha amiga tanto quanto eu queria ser o seu? – Sebastian questiona e parece ser uma pergunta séria.

Encarando seus olhos, sinto minhas bochechas queimando, estava ficando vermelha diante de seus olhos. Desvencilho-me de seus braços e recomeço a caminhar.

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— Vamos embora. – chamo-o.

Ele caminha a meu lado, em silencio voltamos para onde havíamos deixado a moto. Sebastian estica um capacete para mim e coloca o outro. Fico esperando ele sentar-se, mas ele não se move, apenas fica me encarando pensativo.

— Que foi agora? – pergunto desconfiada.

— Vou te ensinar a pilotar. – ele responde determinado.

Minha boca se abre em choque, olho para a moto gigante e sei que nunca iria dar conta de equilibrar tamanho peso.

— Está louco? Isso deve pesar uma tonelada. – reclamo.

— Vou segurar o peso e te ajudar a equilibrar. – ele diz pratico. – Vamos Emily, quer sentir medo para sempre? – ele questiona. Sebastian sabia que detestava sentir medo do quer que fosse.

— Ok, mas não nos deixe cair, quero chegar a minha casa inteira. – ordeno aproximando-me da moto.

— Pode deixar. – ele responde.

Depois de subirmos e ele me mostrar os comandos básicos, preparo-me para arrancar. Sinto seus braços em volta da minha cintura e fico grata por ele não poder ver o quanto minhas bochechas estão vermelhas.

Estava gostando de meu novo amigo, mais do que deveria.

Sebastian P.O.V

No caminho de volta, estava pensando admirado em como Emily era forte, mesmo tendo visto tudo que viu ela não demonstrara ter ficado com medo, pelo contrário, parecia estar realmente tentando confiar em mim.

Ela pilotou relativamente bem para sua primeira vez, a estrada tranqüila e plana facilitou o processo. Quando chegamos a sua casa, não pude deixar de notar a caminhonete de Adam estacionada ali, as luzes acesas indicavam que ela estava sendo esperada.

Desci da moto, alongando bem meu corpo, retiramos nossos capacetes. Emily parecia querer dizer algo, me encarou por um breve momento e esticou uma de suas mãos, como um cumprimento. Mesmo sem compreender o gesto, eu estiquei minha mão e segurei a dela.

— Obrigada! – ela agradeceu, deixando-me confuso. – Por me incluir sabe. – completou sem graça.

Tive de sorrir, ela parecia realmente satisfeita por estar incluída em nosso segredo. Ainda segurando sua mão aproximo-me dela.

— Eu que agradeço, estou feliz por tê-la por perto. – digo com sinceridade.

Continuamos de mãos dadas, nos encarando. Meu olhar desvia de seus olhos e pousa em seus lábios. Surpreendi-me imaginando como seria ser beijado por eles.

— Emily? – Mia chama a prima pela janela de seu quarto. - Emily é você? – ela pergunta a escuridão da noite provavelmente atrapalhando sua visão.

— Sou eu. – Emily grita em resposta, soltando minha mão.

Coloco meu capacete de volta e subo em minha moto.

— Nos vemos por ai. – despeço-me, indo embora.

Pelo retrovisor reparo que Emily ainda está parada me observando partir.

Muitas palavras ainda não foram ditas pelo visto.