Mia P.O.V

Acordei muito bem disposta, ao meu lado Adam ainda cochilava. Levantei-me com cuidado para não acordá-lo e fui para o banheiro, tomar uma ducha. Como hoje era folga de Adam, geralmente fazíamos algum programa com sua família.

Fechei meus olhos e deixei a água quente relaxar meu corpo, quando ouvi a porta do Box se abrindo, sabia que minha companhia preferida havia chegado.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Bem que dizem, que quando você namora não existe mais privacidade. – digo sarcástica sem me virar para vislumbrar seu corpo perfeito.

— Algo me diz que você gosta assim. – Adam retruca. Consigo sentir seu peito contra minhas costas, ele conseguia ser mais quente que a água morna!

Encosto meu corpo propositalmente ao dele, Adam distribui beijos ao longo de meu pescoço, me atiçando.

— Você sabe que minha mãe e minha prima estão logo ali fora não é? – questiono ofegante.

— Duvido que entrem aqui. – ele responde, girando meu corpo para que eu fique de frente para ele. Suas mãos passeiam por meu corpo, solto um suspiro satisfeito com suas caricias. – Sua prima não está. – ele emenda.

— Como sabe? – pergunto incomodada que ele saiba sobre isto e eu não.

— Ontem quando chegamos você estava dormindo, então tive de te carregar para dentro de casa. Sua mãe estava nos esperando e me contou que sua prima e Sebastian foram viajar. – Adam responde. Seguro suas mãos interrompendo as caricias para me concentrar na conversa.

— Como assim viajar? Juntos? – pergunto chocada.

— Sim, ele veio aqui pediu e sua mãe permitiu. – Adam responde fazendo biquinho era obvio que preferia continuar a brincadeira a falar daqueles dois.

— É um bom sinal, não é? – pergunto para mim mesma em voz alta.

— Sim. – Adam responde curto – Agora podemos, por favor, continuar de onde paramos, antes que você mate a mim de abstinência? – ele pergunta. Não posso deixar de sorrir ao ouvir isto.

— Abstinência? – questiono me divertindo.

— Claro! Não posso ficar muito tempo sem te tocar, sinto um extremo vazio quando isso acontece. – ele diz sério.

Encaramos-nos e sei bem o que ele quer dizer com isto. Sinto-me da mesma forma quando ficamos muito tempo sem nos ver, quando nos reencontramos é sempre maravilhoso.

— Vamos continuar... – digo.

Adam então recomeçou de onde paramos.

Emily P.O.V

Levantei mais cedo do que gostaria para um dia de sábado, mas estava ansiosa para explorar a floresta no entorno da cabana, era tudo muito bonito por ali.

Sebastian ainda não havia se levantado, então preparei um super café da manhã digno de hotel para nos dois. Enquanto arrumava tudo na mesa, vislumbrei um Sebastian completamente relaxado caminhando em minha direção, ele estava apenas com uma calça jeans surrada e a camisa pendurada sobre seu ombro e um sorriso simpático direcionado para mim.

— Bom dia! – digo desviando meu olhar de seu corpo para seus olhos e sentando-me para tomar meu café da manhã.

— Bom dia! – Sebastian parou de frente a mesa, olhando admirado tudo o que eu havia preparado – Acordou inspirada? Ou isso é um café da manhã normal para você? – perguntou sentando-se na cadeira vazia a meu lado.

— Na minha antiga casa aos fins de semana era comum, eu e mamãe preparávamos juntas. – respondo sorrindo com a lembrança.

Eu comi bem pouco em contraste ao Sebastian que devorou tudo. Ele não deixou nem que se desperdiçasse um farelo sequer.

— Como você faz para manter o físico comendo desta forma? – perguntei admirada.

— Metabolismo de lobo baby. – ele respondeu dando uma piscadela.

Recordei-me que Adam e seus irmãos também pareciam adorar a hora das refeições.

— Como é? Ser lobo? – pergunto curiosa. Eu sabia como funcionava, mas precisava entender como se sentiam.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Depende Emy, são como “fases”, umas melhores do que outras. Mas a sensação de liberdade quando você se transforma é incomparável. Os primeiros anos são os mais difíceis, basta alguém te irritar que você se transforma, essa habilidade nos exige um extremo autocontrole sobre os sentimentos. – ele responde pensativo.

— E você tem? – pergunto irônica. Sabia muito bem do gênio irritadiço dele. Sebastian se virou para mim, me olhando atentamente.

— Uma coisa é ter controle sobre seus sentimentos, outra completamente diferente é ter que aturar ser feito de idiota. Admito não ser a pessoa mais paciente do planeta, mas não sou o pior da minha espécie. – Ele responde com sinceridade, observando minha reação.

— Eu sei. – retruco sem pensar, perdida em seus olhos. Sebastian aproxima seu rosto do meu, nossos narizes se tocando.

— Como pode saber? – ele pergunta bem baixinho.

Meus exemplos eram Adam e seus irmãos e todos pareciam mais bem controlados e passivos do que ele, porém tinham um lar mais afetuoso e estruturado. Eu como órfã, sabia muito bem o que a falta dos pais poderiam fazer com o caráter de uma pessoa, por isso podia afirmar que Sebastian não era uma pessoa ruim.

— Porque somos parecidos, pelo menos foi o que me disse. – respondo, dando um selinho rápido em seu nariz e me levantado indo para meu quarto. – Você limpa a bagunça. – emendei.

Vesti uma roupa mais confortável para minha caminhada, quando voltei para sala, Sebastian estava concentrado em lavar a louça.

— Vou caminhar, que vir? – perguntei aproximando-me dele e olhando para a pia, ele já estava terminando sua tarefa.

— Só depois de cumprir sua ordem. – ele responde sarcástico.

— Eu faço e você limpa. – digo rindo.

— É justo. – ele retruca quando coloca o último prato no escorredor.

Logo me arrepende de tê-lo convidado a vir comigo, o preparo físico de Sebastian era mil vezes superior do que o meu. Ele estava me levando ao topo do monte, ficava à uma hora da cabana, estávamos subindo a meia hora e eu estava quase morrendo.

Percebendo minha dificuldade, Sebastian para e me espera alcançá-lo.

— Que foi escoteira? Uma subidinha te assusta? – ele pergunta irônico enquanto me espera.

Limito-me a jogar a garrafinha de água vazia em minhas mãos nele, que se desvia habilmente. Quando finalmente o alcanço, me sento no chão e me concentro em regularizar minha respiração.

Sebastian se agacha a meu lado e coloca uma de suas mãos em meu ombro.

— Você está bem? - ele pergunta, agora parecendo realmente preocupado.

— Sim, só estou enferrujada. – respondo o encarando.

Depois que minha respiração se acalma eu me levanto, Sebastian porém permanece na mesma posição e diz:

— Sobe!

— Como? – pergunto sem entender.

— Eu vou te levar, sobe nas minhas costas. – ele explica.

— Não sou leve assim sabia? – digo em dúvida se deveria aceitar sua proposta.

— Para mim vai ser leve como uma pena, vantagens de lobo esqueceu? – ele diz irônico.

Penso bem e sinceramente queria muito chegar ao topo, andando perderia muito tempo, então a carona de Sebastian é mais que bem vinda. Ele me carregou com facilidade e era bem mais rápido do que eu andando, seu calor me fazia suar, mas minhas pernas estavam agradecidas pelo descanso.

— Está gostando do passeio senhora? – perguntou irônico, quando já estávamos no fim da trilha.

— Muito confortável. – digo rodeando seu pescoço com meus braços e colando meu rosto em sua nuca. Fico contente ao ver sua pele se arrepiar com meu contato.

Quando Sebastian me colocou no chão, vi há paisagem mais incrível que eu já tinha visto em minha vida. A cidade parecia minúscula rodeada por montanhas e pelo lago enorme.

— Incrível. – digo baixinho deslumbrada.

— Eu sei, é um lugar bem especial. – Sebastian retruca. Ele admirava a paisagem tão deslumbrado quanto eu, mesmo já tendo estado ali antes.

Ficamos sentados ali por bastante tempo, agradeci por ter me alimentado bastante pela manhã, pude aproveitar aquele lugar até o fim da tarde. O por do sol era tão incrível ali, que nem conseguia desviar meu olhar dele.

— Melhor irmos, eu acho que vai chover. – Sebastian disse apontando para uma nuvem negra que se aproximava.

Olhei para o céu bem quando os relâmpagos começaram, sempre odiei tempestades.

— Vamos! – digo me levantando e voltando para trilha.

Sebastian veio atrás de mim em um silencio meio constrangedor, sempre que me virava ele estava me olhando com um sorriso diferente no rosto.

Descer era mais fácil, mas gastamos muito mais tempo do que esperávamos, os pingos finos de chuva começaram a encharcar o caminho, tornando a lama uma armadilha certa que me fazia escorregar.

Sempre que perdia o equilíbrio ele me segurava, mesmo assim consegui levar nos dois para o chão. Levantei-me depressa, coberta de lama pronta para pedir perdão, mas ele estava rindo, não de mim e sim da situação.

— Esse seu lado desastrado eu não conhecia. – ele disse se levantando devagar. Estávamos ensopados. Estiquei uma de minhas mãos imundas e passei em seu cabelo.

— Quem te deu permissão de rir de mim? – perguntei rindo também da situação.

Sebastian esticou suas mãos imundas pronto para tocar em mim, mas sai correndo. Que chances eu tinha de fugir de um garoto que era metade lobo? Nenhuma! Mesmo assim tentei e vergonhosamente ele me alcançou bem rápido e me ergueu colocando meu corpo sobre seu ombro, dando um tampa no meu bumbum.

— Levada! – ele diz baixinho, continuando a caminhar comigo nesta posição. Todas as tentativas de me desvencilhar foram falhas, ele me segurava com firmeza.

Quando chegamos à cabana, a chuva já tinha parado Sebastian não me colocou no chão imediatamente, como eu imaginei que faria, ele adentrou a casa e quando chegou à porta do banheiro entrou junto comigo.

— O que pensa em fazer? – perguntei, novamente tentando me desvencilhar dele.

— Um banho gelado será minha vingança. – ele responde.

— Nem pensar... – começo a dizer quando ele entra no Box, ainda sem me colocar no chão e liga a água. Sinto o jato gelado de água em minhas costas – Sebastian! Não!Não! – grito desesperada.

Ele me desce, e ficamos frente a frente, seu sorriso malicioso virá uma expressão intensa e séria, enquanto nos encaramos. Estico uma de minhas mãos para bater em seu braço e expulsa-lo dali, mas ele a segura, erguendo a prende com a sua junto à parede, acima de minha cabeça.

Minha respiração fica irregular, ele dá um passo em minha direção e eu recuo, sentindo a parede gelada em minhas costas, ele se aproxima mais um pouco e com sua mão livre segura minha outra mão. Entrelaçamo-nos os dedos.

Ele começa a aproximar seu rosto do meu, a expectativa era tanta que sentia a pulsação do meu coração em nossas mãos entrelaçadas, quando nossos narizes se tocam, ele me encara como se pedisse permissão para o beijo. Então surpreendendo a mim mesma, eu tomo a iniciativa e toco meus lábios no dele.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

No começo é um beijo lento, Sebastian liberta minhas mãos, segurando meu rosto com as suas mãos, colando seu corpo quente junto ao meu. Estico minhas mãos e toco o seu abdômen por baixo de sua camisa. À medida que minhas mãos passeiam por seu corpo, seu beijo se torna mais intenso.

Quando nos separamos estamos os dois arfando.

Não falamos nada, a sensação daquele beijo falara por nós.