A Garota Da Confusão

O mistério da Peruca


Assim que entrei na escola sabia que tinha algo errado. Todos estavam muito quietos e assustados. Puta merda! Isso significa que alguém aprontou e o diretor está uma fera! Mas juro que eu não aprontei nada! Nem tive tempo pra isso...

—O que aconteceu? -Eu perguntei sentando ao lado de Vicky.

—Uma coisa horrível. -Ela murmurou dramática. -A peruca do diretor sumiu!

—Puta merda! -Foi a única coisa que eu consegui exclamar.

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Eu sabia que a peruca do diretor era a coisa mas intocável da escola! Eu poderia pichar a escola, jogar uma aranha na professora, poderia até colocar uma bomba na escola mas eu JAMAIS, NEVER, NUNCA, NUNCA, NUNQUINHA MESMO, pegaria a peruca do diretor. Era expulsão na certa! Ninguém era louco o suficiente pra pegar a peruca dele! Ele ficava louco da vida por causa da peruca...

Dou graças a Deus que não fui eu quem cometeu esse suicídio de pegar a peruca dele! È o pior crime que uma pessoa poderia cometer para o diretor. Ele entrou no pátio com a sua careca brilhante. Era impossível não olhar! A careca dele brilhava! Eu estava hipnotizada pela careca dele.

—Eu quero olhar o armário de todos. -O diretor avisou bravo. -Em ordem alfabética.

Começou com a Alice, o armário dela estava vazio. E assim foi indo... Um por um, todos vazios e finalmente chegou no meu.

—Emely Watson. -O diretor me olhou desconfiado e com desprezo. Affz. Alice me deu um sorriso maldoso. Que? Qual o problema dessa garota? Franzindo a testa eu abri o armário.

PUTAQUEPARIU! A peruca estava lá no meu armário! Foi armação! Eu tenho certeza! Eu JAMAIS, NEVER, NUNCA, NUNCA, NUNQUINHA MESMO, pegaria a peruca! Era a mesma coisa que desafiar a morte!

—Por que será que eu não estou surpreso, Srta.Watson?! -Ele me olhou indignado enquanto a escola inteira fazia me encarava. Cacete. Agora fudeo tudo!

—Juro por Odin, que não fui eu! -Eu comecei a jurar. Mas ele acreditaria hein mim?! Claro que não! Eu era a maior trapaceira, pilantra e mentirosa do Universo. Só que dessa vez eu era inocente!

—Assuma logo, Srta.Watson. -Ele pegou a peruca na mão.

—Sério, eu tô jurando por Odin! Por Zeus?! Pelo Batman então! -Eu implorei. Ah qualé! Alguém nessa bagaça tinha que acreditar em mim!

—Ah claro! E a peruca criou pernas e foi andando direto pro seu armário! -Ele ironizou. Ui! Nunca tinha visto o diretor ironizar. Dessa vez não tem jeito, eu tô fudida mesmo!

—Deve ter algum erro aí. -Vicky se pronunciou. Obrigada, Vicky.

—A Emely jamais pegaria a sua... peruca. -Gabriel veio em minha defesa.

—È! Ela não é tão maluca assim! -Foi a vez de Melaine.

—Algum mal entendido... -Pedro sugeriu.

—Além de tudo, como ela conseguiria fazer isso? Pegar a peruca da sua cabeça? -Ethan questionou tentando por a dúvida na mente do diretor.

—Acredite, ela faz coisas que até o diabo duvida. -O diretor não se convenceu.

—Ah, qual é! -Foi a vez de Daniel falar. -Emely Watson, é garota mais encrenqueira que eu já conheci. Ela é rebelde, desmiolada, desboca, retardada, barraqueira, sem limites, desobediente, e todos nós merecemos um lugar no céu por ter que conviver com essa criatura. -Pera aí! Mas que porra ele tá fazendo?! Hellow! È pra me defender e não criticar! -E sim ela faz coisas que até o diabo duvida! Eu já vi ela aprontar tanto que eu já considerei a hipótese de chamar um padre pra dar um jeito! Na maioria das vezes ela só liga para si mesma e o resto que se foda, mas ela é uma boa pessoa. Lá no fundo, mais bem no fundo mesmo! E eu sei que ela ama desgraça alheia, porém ela seria incapaz de pegar a sua peruca! Fala sério, diretor! Ela está ocupada demais acabando com a vida das pessoas pra roubar uma misera peruca! Então, Emely pode ser a peste que for... Mas ela não roubou a maldita peruca que ela tanto odiava! -Daniel terminou o seu discurso e me deu uma piscadela! ArgH! Eu vou matar ele!

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—Pelo seu discurso, eu percebi que Emely Watson é um perigo pra humanidade! Me siga agora, Srta. Watson! -O diretor gritou e saiu andando para a sua sala.

—Obrigado Daniel, por foder com a minha vida mais ainda! -Eu lancei meu dedo do meio pra ele irritada! Maldito discurso que ele fez!

—Eu estava te ajudando sua ingrata! -Ele devolveu indignado.

—Ah, bela Ajuda que você me deu! -Eu devolvi irônica.

—Quer saber?! Eu não vou te ajudar agora! -Ele cruzou os braços irritado.

—Ah, com amigos como você, quem precisa de inimigos? Seu idiota! E eu quero que você e a sua ajuda vão se foder! -Eu respondi irritada e fui atrás do diretor deixando um Daniel babaca para trás.

—Vou ligar para seus pais. -O diretor me lançou um olhar furioso e começou a telefonar, quando cheguei em sua sala.

Eu sabia o que aquele olhar furioso significava. Era o fim! Ele me expulsaria e minha mãe iria me internar num colégio interno. AH DROGA! Eu estava ferrada! Eu sempre soube que quando a coisa tá boa demais, algo está errado. E agora tudo vai desmoronar!