A Física Das Possibilidades

Primeira lei de Kepler: lei das órbitas elípticas


A mulher via a cena estupefata. Não... Não era possível aquilo. Sheldon estava beijando aquela ruiva?

— Mas que diabos está acontecendo aqui?

A voz de Penny tirou o casal do beijo. Judy levou a mão direita aos lábios. Não por susto pela Penny ou algo do tipo. Foi por surpresa pelo beijo. Sheldon ainda a segurava pelo ombro e pela cintura tão surpreso quanto Judy. Ele não escondeu a frustração de ser interrompido.

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— O que você está fazendo aqui, Penny? – Sheldon disse sem se virar para a visita inesperada e ainda encarando firmemente a ruiva a sua frente. Judy afundou o rosto no peito de Sheldon com vergonha e também irritada.

— Vim saber o motivo do meu namorado estar demorando tanto! – Responde Penny, também irritada – Pelo que eu tô vendo, não foi nada grave pra vocês já estarem... Estarem...

— E continuaríamos se você fosse inteligente o suficiente para não nos interromper! – Sheldon agora vira o rosto para Penny numa careta furiosa enquanto acaricia o topo da cabeça de Judy, que ainda estava com o rosto enfiado entre os braços do físico.

— Você nem a conhece e já sai beijando? Com a Amy...

— Basta! Não permitirei que faça isso de novo, você me ouviu? – Sheldon agora havia se afastado do abraço e encarava Penny. Judy se escondeu atrás dele – Você não é bem vinda aqui, como pode ver o Leonard não está e nem sei onde possa estar! E pode nos dar licença? – Ele termina cruzando os braços em frente ao corpo. Judy arrepiou-se com aquela demonstração de... Dominância.

— Sheldon Lee Cooper, se você acha que eu vou permitir algo assim... – Penny começa apontando o dedo de Judy para Sheldon, mas é interrompida por uma risada debochada.

— Você não tem que permitir nada, Penny! – Judy retrucou já saindo de trás de Sheldon tentando puxar a barra de seu vestidinho de hospital. Sheldon olhou a abertura nas costas da ruiva e se deparou com uma carinha de ursinho aparecendo da calcinha lilás da garota. Ele ficou tão vermelho que começou a ter uma crise de tosse.

— Shelly, você tá bem? – Judy vira o rosto para ele, mas Sheldon não conseguia responder. Primeiro o beijo, agora uma visão da roupa de baixo de Judy? Não, era coisa demais para ele processar. Antes ele não se importaria... Mas agora, que não tinha controle sobre seus hormônios e sobre seu corpo. Algo assim mexia, e muito, com ele.

— I-Isso m-m-mesmo, Penny! – Sheldon puxa Judy para trás dele novamente, sob protestos da ruiva que queria falar mais algumas coisas para a loira – Você não tem direito nenhum sobre isso – Sheldon pigarreou ou acabaria gritando com Penny – Eu posso me envolver com que eu quiser. E eu quero a Judy.

Judy soltou uma mistura de risada com suspiro, que irritou Penny. A loira não conseguia entender o que estava acontecendo. Como Sheldon caiu nessa? Ele gostava de Amy, como pode esquecê-la? Amy era sua amiga e havia prometido que a ajudaria a ficar com o físico.

— Não acredito que você esqueceu a Amy tão rápido, Sheldon. Essa garota aí...

— “Essa garota aí” é minha irmã e acho bom você medir muito bem o que vai dizer, queridinha. Pois meto em você um processo por calúnia e difamação! Tiro até o que você não tem. A começar pelo bom-senso!

Jack havia entrado no quarto segurando uma fatia de pizza, sendo seguido por Leonard e Jane. Jack acabou convidando Leonard para lanchar enquanto Sheldon conversava com a irmã. Por isso Penny não o encontrou a porta do quarto. Jack a olhou de cima a baixo sem esconder o desdém. Não sabia quem era, mas já não tinha gostado. Jane já tinha ultrapassado Leonard e estava cruzando os braços ao lado do irmão.

— Quem é você? Ouvimos sua voz petulante do corredor... – Jane pergunta sem rodeios. Judy tinha saído das costas de Sheldon e ficou ao lado dele, com a mão direita na cintura.

— Não te interessa quem sou. Só vim atrás do Leonard. Vamos embora! – Penny disse num esgar enquanto Leonard não escondia a tensão. Os lábios de Jane começavam a se mover num sorriso falso. Jack observou e soltou uma risadinha. Queria ver aquilo de camarote.

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— Tó Faísca, trouxe pra você. Com bastante cogumelo e ketchup, como você gosta! – Jack andou em direção à irmã, entregando a pizza. A ruiva começa a comer com mordidas grandes enquanto se sujava de ketchup.

— Obrigada – Ela disse de boca cheia, fazendo Jack rir e Sheldon soltar um sorrisinho. Ela era extremamente fofa para não se derreter.

— Veio buscar o Leonard? Você se chama Penny, por acaso? – Jane disse num tom frio e com aquele sorriso falso, sádico. Penny bufou.

— E se for? Qual o...

Penny não terminou a fala, pois havia sido jogada contra a parede por Jane, que já a segurava sem dificuldades pelos ombros com o antebraço. Leonard não teve reação enquanto Jack colocava as mãos nos bolsos atrás de um guardanapo pra Judy. Como se aquela demonstração de força fosse tão interessante quanto o voar de um mosquito.

— Acho que você diria “Qual o problema”, não é? Vou fazer um resumo do SEU problema, Penny: Seu problema hoje, amanhã e sempre... Vai ser eu. Tá entendo, sutiã 38? – Jane era mais alta e pressionava Penny cada vez mais, sem deixar brecha ou chance dela revidar – Chego aqui e minha irmã está machucada. E provavelmente apaixonada por aquele cara ali – Ela faz um meneeio com a cabeça em direção a Sheldon, que estava atrás de Judy e dava algumas olhadas para baixo, ora para a confusão a sua frente – Mas não me importo AINDA com isso... Me importo com você, Srta. Penny... Em como revidar...

— Eu digo que você pode querer processar minha irmã por agressão e ameaça, Penny – Diz Jack, oferecendo o guardanapo a Judy – Mas até que o processo seja apresentado, acho que mudaria para sequestro... Ou tortura – Jack finalizou com um sorrisinho tão diabólico quanto da irmã mais velha. Judy engoliu em seco. Havia esquecido o quanto que seus irmãos podiam ser... Assustadores.

— Leonard, faça algo! – Penny disse tentando sair daquele apertão. Jane bocejou, demonstrando que não estava tendo trabalho nenhum.

— Jane, solte-a. Acho que ela entendeu o recado. Se mexer com a ruivinha nanica... Ela se ferra! – Jack diz enquanto se aproxima da irmã e a segura pelos ombros. Jane solta a loira, a contragosto. Penny solta um pigarro.

— Vocês vão pagar por isso! – Ela nunca tinha sentido medo ou humilhação. Mas aqueles três fizeram isso com ela. E iriam ter o troco.

— Aceita cheque? – Jack debochou – Vá querida, acho que seus ombros vão ficar roxos com esse quase mata-leão da Jane.

Penny saiu com passos duros, esquecendo até Leonard que ainda estava assustado com aquilo. Se Jack e Jane eram assim, tão assustadores... Imagina a doce e meiga Judy em um estado assim? Judy ficou a frente dos irmãos e Leonard e deixando Sheldon para trás de si.

— O que eu faço com vocês dois? – Judy disse pondo as mãos na cintura enquanto Jane olhava para o teto e Jack dava gostosas gargalhadas – É sério, vocês chegam e causam tudo isso? O que a namorada do Leonard vai pensar de vocês, seus retardados? – Ela disse batendo o pé furiosamente. Jack segurava a barriga de tanto rir.

— Fizemos o que você gostaria de ter feito, mas sua mão não ia permitir! Hahaha! – Ele limpa os olhos das lágrimas de riso e respira fundo – Ah, qual é? A Jane até se controlou bastante – Jack aponta para a irmã, que confirma com a cabeça. Judy pragueja.

— E... EU entendo que a Penny ultrapassou os limites. Mas isso foi... Assustador! – Leonard diz, finalmente saindo do torpor da situação enquanto Judy aponta para Leonard com uma cara de “Ó aí, viu?”. Jane estala a língua, entediada.

— Os Winters se defendem, Padawan – Jane diz, numa careta de tédio – Se ela se meter a besta, ela dança. Somos de New Jersey, somos durões. Me desculpe se incomodei sua namorada... Mas ela começou.

— Penny merecia, Leonard. Admita – Sheldon dizia ora olhando para eles, ora olhando para baixo. Jack estranhou aquele cacoete ocular e passou a prestar atenção para onde Cooper estava desviando tanto o olhar – Ela causou tudo isso. Ela e sua amiga Amy. Quem sabe um bom susto a faça parar – Sheldon terminou corando violentamente sob um olhar de aprovação de Jane e um olhar maroto de Jack. O ruivo sabia o que ele estava olhando com tanto afinco. Só queria confirmar.

— Hã, Judy... Pode dar uma volta? – Jack pede sob os olhares interrogativos dos presentes acompanhado de um olhar realmente assustado de Cooper. A garota não entende, mas faz o que é pedido. Quando o irmão vê o vestido aberto, revelando a calcinha lilás, voltou a rir como um maníaco. Jane ficou paralisada ao perceber e Judy irritada com a risada por algo que ela nem sabia o que era.

— Para de rir! – Judy bateu o pé novamente – Juro que eu...

— Hahahaha! SANTO DEUS, VOCÊ TÁ USANDO A CALCINHA DO URSINHOOOOO!!! HAHAHAHA! – Ele diz apontando para a ruiva que ficou em choque. Quando virou-se para Sheldon, deu com ele ainda observando-a e deu um berro de vergonha.

— Ai Jesus, Ai... Tô adorando Pasadena! Ufa, que risadas boas! – Jack diz enquanto Jane aponta para Sheldon:

— Você estava secando o ursinho, confesse!!! – Judy agora deitava na maca e cobria-se até o nariz deixando a testa vermelha de vergonha e os olhos fechados à mostra.

— N-Não, n-não estava! – Sheldon diz cada vez mais vermelho. Leonard segurou o riso. Achou muito fofa essa revelação – E-Eu olhei uma vez e...

— Fora, seu tarado! Fora, fora, fora! – Diz Jane empurrando-o junto com Leonard. Ele estava à beira da porta quando ouviu um pedido:

— Sheldon, p-pode vir quando eu receber alta? – Judy havia sentado, mas colocado o cobertor sob a cabeça como se fosse um véu, deixando seu rosto aparecendo num sorriso tímido. Sheldon só conseguiu dizer: “Sim, eu ven-” antes de Jane bater-lhes a porta na cara. Leonard se virou para o amigo:

— Sheldon Lee Cooper, seu espionador de calcinhas de ursinhos! – E riu alto, chamando a atenção de alguns visitantes. Sheldon enfiou as mãos nos bolsos, irritado demais.

** Eles tem razão. Eu estava olhando mais do que deveria. Só uma vez bastaria e eu não esqueceria. Mas... Eu achei tão delicado, tão bonitinho de se ver... Não! Tenho que esquecer o que acabei de ver. Mas essa minha memória eidética não está ajudando **

— E agora? Como vou lidar com a Penny? – Pergunta Leonard para o amigo. Mas Sheldon já estava perdido em outra memória.

** Os lábios dela são deliciosamente macios. E tão quentes... Eu... Tive tanta vontade de beijá-la como os estudantes da universidade faziam... **. Automaticamente sua mão foi para a boca, tentando esconder um sorrisinho que apareceu.

— Sheldon, tô falando com você! O que eu...

— Eu beijei a Judy.

Leonard parou de andar e ficou olhando Sheldon sorrir em sua direção. Ele mesmo ficou assustado com o que tinha saído de sua boca.

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— O... O quê? – Leonard pergunta, procurando a parede para se encostar.

— Essa vontade estava me enlouquecendo! Queria beijá-la e... E quando ela me disse que deveríamos nos afastar, eu... – Ele corou mais ainda – Não sei o que me deu. Beijei-a, Leonard! E gostei disso. Gostaria que tivesse durado mais... Mas aí a Penny apareceu e estragou tudo! Desejei isso com afinco nas últimas horas e ela me frustra! Não pude saborear o festival de sensações e sabores que aqueles lábios possuem.

Sheldon dizia aquilo com uma tranquilidade perceptível. Leonard não sabia o que responder.

— Foi como uma demo de um game que não poderei ter e levar para casa e continuar. Estou furioso! Agora que provei daquilo... Sinto que eu necessitasse de mais. Mais sensações, mais... O que está havendo?! – Ela já dizia para si mesmo enquanto segurava os ombros – Ela me viciou só com um simples contato de lábios? E nem houve todo aquele movimento estranho que você e Penny fazem quando se beijam. Como a presença da língua no momento...

Ele olhou para baixo. Podia vê-la ali, em seus braços. Podia ouvi-la chamá-lo: “Shelly” e inclinar-se para ele. Conseguia sentir novamente a textura de sua pele macia e arrepiada em contato com sua mão e relembrou a sensação de beijá-la. Fechou os olhos e suspirou.

— Quero matar a Penny, Leonard.