A Fênix

Sigam as Aranhas


- Isso mesmo. – disse Harry – Eu conversei com o Riddle, pelo diário, eu escrevia a pergunta e a resposta aparecia, como se a memória dele tivesse presa ali dentro – e apontou para o diário – Ele me levou há cinquenta anos, fazendo-me entrar no livro e ver a sua lembrança. – Cindy olhou-o com cara de “Endoidou de vez, é?”.

“Nela, ele falou com o diretor da escola, que não era o Dumbledore, a escola ia fechar porque uma garota tinha morrido. Pobre do Riddle, - disse num tom tristonho- morava num orfanato, não tinha para onde ir. E eles não me ouviam, como se eu não estivesse lá, era muito estranho. Ai ele foi até uma sala, onde o Hagrid estava e tinha uma caixa do lado dele; Riddle abriu e uma aranha enorme apareceu. Riddle tentou matá-la, porém ela fugiu, foi então que eu voltei para cá.” - terminou Harry, com um suspiro.

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- Primeiro, se acalma, e segundo, você tem certeza? Hagrid me parecia um homem tão bom... – disse Cindy, sentando-se ao lado de Harry.

- Mas ele é! Só que ele adora animais perigosos, por exemplo, ele já teve um cão enorme de três cabeças e um dragão norueguês, ele deve ter achado o bicho que tinha na Câmara fofo e libertou-o.

- Esse Riddle... Não gostei dele, me parece um baita de um fofoqueiro! – exclamou Cindy – O pobre Hagrid nem culpa tinha...

- É, mas aquele mostro matou alguém, você não teria feito o mesmo? –indagou.

- Primeiro eu teria conversado com Hagrid, para descobrir por que ele estaria fazendo aquilo, e outra: quem disse que aquele era o mostro da Câmara? Podia ser qualquer mostro. – disse Cindy, não gostara nenhum pouco desse T. M. Riddle.

- Só que depois disso os ataques pararam, se não Riddle não teria ganhado o prêmio e Hagrid sido expulso. – concluiu Harry

- Tá, você me convenceu... – teve que admitir, no entanto, ainda não conseguia acreditar que Hagrid fosse culpado.

- Vamos, precisamos contar para os outros. – disse Harry e levantou-se.

Harry contou tudo para Rony e Mione, que o fizeram repetir várias vezes. Depois os quatro não chegavam a uma conclusão do que fazer. Cindy recusava-se incriminar Hagrid. Rony e Harry não queriam perguntar a Hagrid, iria ser uma visita muito constrangedora para o amigo. Contudo, Mione estava decidida que eles tinham que interrogar Hagrid imediatamente.

- Vamos fazer o seguinte, se houver mais um ataque, nós perguntamos, se não, não, ok? – sugeriu Harry e todos ficaram de acordo.

Os encontros de Dumbledore estavam cada vez mais cansativos, ele fazia-lhe correr, flutuar coisas, conjurar chamas. E tinha mencionado ao diretor sobre aquela vozinha que lhe ajudar a duelar com Handley.

- Talvez – disse, olhando para a janela e dando uma grande pausa- quando você está em perigo, prevê os movimentos de seu inimigo, entretanto, é algo tão rápido que mal percebe e sua mente apenas manda-lhe um simples aviso. – e virou-se de repente – Para você ver como a sua mente é rápida!

A menina corou.

- A senhorita sempre encontra um meio de me surpreender... – disse o diretor, piscando para ela.

Chegara finalmente o dia primeiro de abril, o dia dos bobos. Cindy passara semanas imaginando o que Fred e Jorge estariam planejando para este dia tão especial, perguntou-lhes várias vezes, porém sem nunca ouvir uma resposta. Os pesadelos tiram-na cedo da cama e, quando desceu as escadas dos dormitórios, encontrou a sala comunal vazia, a não ser por duas cabeças ruivas cochichando. Ela andou letamente, sem fazer ruidos, para ver se ouvia o que eles tanto falavam e pregar-lhes um susto.

- ...você comprou as vomitilhas? – sussurrava Fred.

- Sim... muitas...- cochichou Jorge - Melhor nós irmos andando antes que a....

- A quem? – perguntou Cindy. Os ruivos pularam do sofá, assustados.

- Cindy, você por aqui? – perguntou Fred, ainda muito surpreso.

- Você queria que eu estivesse aonde? No dormitório da Sonserina? – disse Cindy, irônica – Agora digam, o que vocês estão tramando?

- Nada... – disse Jorge, olhando para o teto com cara de “quem não quer nada, mas esconde tudo”.

- Nadinha... – completou Fred, fazendo uma cara de santo – Agora, só um aviso: não está um dia muito bom para tomar café da manhã – piscou para a garota. Ele e Jorge saíram pela porta da sala comunal, deixando-a imóvel com cara de boba.

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Logo a sala comunal encheu, todos estavam alegres, menos o dia, que estava nublado e às vezes caía umas pancadas de chuva.

- Cindy, tudo bem? – disse Harry, descendo as escadas e vindo ao seu encontro.

- Harry, houve mais um ataque... – disse Cindy, gélida.

- Por Merlin, quem? – perguntou Rony, se aproximando.

- Com... – tentou falar, porém estava trêmula. Os meninos encaravam-na, aterrorizados, quem seria essa nova vítima?

- Vocês! Primeiro de abril! – exclamou Cindy, rindo muito da cara assustadas dos amigos – Vocês são muito tapados mesmo...

- O que é que tem tanta graça? – perguntou Hermione

- A Cindy brincando com coisa séria... – disse Rony, emburrado.

- Rony, menos, é primeiro de abril... Aproveite! – disse Cindy, ainda rindo muito.

Os três desceram para o salão principal para tomar café da manhã, e encontraram-no lotado de gente rindo e brincando. Sentaram-se à mesa da grifinória, entretanto Cindy não tocou na comida, seguiu o conselho de Fred e ficou olhando os outros comerem, com água na boca, pois estava morta de fome.

Poucos minutos depois que o Harry, Rony e Hermione começaram a comer, uma menina da Lufa-Lufa, Ana Blaquet levantou-se, com o rosto muito pálido e simplesmente vomitou no meio do salão.

Depois disso, muito mais coisas nojentas aconteceram e o caus reinou em Hogwarts. Praticamente todo o salão começou a vomitar, incluindo os professores. E o barulho ficou insuportável, era gente gritando, gente chorando, gente rindo, gente caindo no vômito do outro. Cindy teve que sair de lá o mais rápido possível se não ela seria a próxima a vomitar.

Na entrada do salão principal, Fred, Jorge e Lino não conseguiam parar de rir.

- Foram vocês, não é? – disse Cindy, segurando-se para não rir. Tinha que admitir, para quem olhava de fora, era algo muito idiota.

- Óbvio minha cara. – disse Fred, rindo tanto que chegava a chorar.

- Pessoal essa foi melhor que a do ano passado. – disse Lino, e quando parou de rir, continuou: - Mas então, gostaram do presente?

- Que presente? – perguntou Cindy, curiosa.

- O de aniversário, é claro! Espero que tenham servi... – disse Lino, que não pode completar a palavra, pois Cindy o interrompera:

- Hoje é o aniversário de vocês?

Fred e Jorge entreolharam-se, quietos.

- Eu não acredito que vocês não contaram para mim que hoje é aniversário de vocês! – exclamou ela, que mudara a sua cara de feliz para irritada.

- É que nós não ligamos muito para isso... – disse Fred

- É só nosso aniversário de catorze anos, se fosse o de 17 importaria... – completou Jorge.

- Vocês não têm jeito mesmo... – disse a garota, suspirando e abraçou os dois ruivos juntos, que retribuíram e murmurou em seus ouvidos: - Feliz Aniversário...

A Páscoa chegou e o fato do dia primeiro de abril não tinha sido esquecido, os professores procuravam pelos culpados, que provavelmente nunca seriam descobertos. Todos dormiam tranquilamente, como os ataques haviam cessado, não havia nada com se preocupar. Ainda assim, havia uma garota que tinha um sono agitado. Cindy Collins nem tinha mais vontade nenhuma de dormir, ficava muitas vezes acordada até tarde com os gêmeos. E, como estava perto do próximo jogo de quadribol, Fred e Jorge tinham treinos à noite e ela ia assisti-los, mesmo Wood não gostando muito da ideia.

Na véspera do jogo, a menina estava sentada conversando com os ruivos, no momento que Harry e Rony desceram em alta velocidade as escadas do dormitório masculino.

- Cindy! – gritou Harry e aproximou-se de Cindy

- Hermione! – gritou Rony, e foi para outro canto, em direção a Mione.

- Que foi? – perguntou Cindy.

- Vem comigo, preciso lhe mostrar uma coisa! - disse Harry, recuperando o fôlego.

- Ai, calma, tudo bem, eu já vou indo... – disse Cindy – Eu já volto tá?! – e olhou para os gêmeos, Jorge sorriu, porém Fred parecia um tanto emburrado.

Ao entrar no dormitório, viu a bagunça que se encontrava a cama de Harry. Seu malão aberto, roupas jogadas no chão e rasgadas, livros rasgados, bolsos e gavetas revirados.

- Mas o que é isso? – perguntou Cindy, boquiaberta.

- Alguém só podia estar procurando alguma coisa! – exclamou Mione.

- E achou, o diário do Riddle sumiu. – disse Harry, e começou a arrumar as coisas, Cindy foi ajudá-lo.

- Mas... só um aluno da Grifinória podia ter roubado, ninguém mais sabe a senha... – comentou Hermione.

- Exatamente – disse Harry – A pergunta agora é “quem?”.

- E “por quê?” – completou Cindy.

O dia amanheceu ensolarado. Cindy acordou cedo e foi tomar café, lá encontrou dois ruivos, ansiosos. Eles mal tomaram café, mesmo que ela insistisse. Harry ficava olhando para todos os alunos da Grifinória ali sentados, provavelmente perguntando-se qual deles roubara o diário de Riddle e porque fizera isto, sendo assim, quase não comera também.

Harry levantou-se e saiu, Rony e Mione acompanharam-no. Fred, Jorge e Cindy também saíram, logo atrás deles, para pegarem as vassouras dos meninos. Fred estava fazendo uma imitação de Lockhart muito engraçada, Jorge e Cindy choravam de tanto rir. Em meio de risadas, ela foi surpreendida por aquela voz fria e arrepiante, aquela que dominava seus sonhos, que lhe era familiar, e agora descobrira de onde ela era familiar...

Matar dessa vez... me deixe cortar.. me deixe rasgar...

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – gritou Cindy, pálida. Fred e Jorge levaram um susto, Harry virou-se para trás com uma cara assustada. Ele ouvira também.

- O que houve? – perguntou Fred, assustado.

- Nada... – mentiu, nervosa – Melhor vocês irem ou vão se atrasar, e-eu preciso ir... – hesitou ao sair em direção ao trio. Os gêmeos não entenderam muito bem, contudo decidiram que se preocupariam com isso depois, agora, ainda tinham que ir até a sala comunal pegar as suas vassouras.

Quando Cindy chegou, Hermione estava saindo.

- Onde ela foi? – perguntou a garota, trêmula.

- A biblioteca, parece que ela descobriu alguma coisa e... – disse Rony

- Você ouviu? – interrompeu Harry, muito nervoso também – Foi por isso que você gritou?

- Sim, Harry, você não acha que vai ter outro ataque, vai? – perguntou Cindy, olhando para os lados, esperando que acontecesse a qualquer momento.

- Provavelmente, mas agora eu preciso ir para o jogo, estou atrasado. – disse Harry e subiu correndo até a sala comunal. Cindy e Rony foram para as arquibancadas, enquanto o menino aparentava ter esquecido-se as vozes, a menina estava alerta a qualquer sinal, qualquer barulho.

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Os times da Lufa-Lufa e da Grifinória já estavam em campo, só faltava Harry Potter. Ele saia em direção ao campo, no momento que a Prof. McGonagall chegou com um megafone nas mãos.

- O jogo foi cancelado – disse a professora pelo megafone – Todos os alunos devem ir para as suas casas, imediatamente!

Rony e Cindy entreolharam-se, só podia indicar uma coisa, houvera outro ataque. Eles saíram junto com a multidão enfurecida, ninguém gostou do cancelamento do jogo. Avistaram Harry, ele estava junto com a Prof. McGonagall.

-Weasley, Collins, talvez seja bom vocês virem também. – disse a professora e fez sinal a fim de se aproximarem.

Eles caminharam até a enfermaria, e antes de entrarem, a Prof. McGonagall alertou:

- Vai ser um pouco chocante para vocês. Houve mais um ataque, um ataque duplo... – e abriu a porta.

Eles viram uma menina do quinto ano deitada em uma cama, paralisada, imóvel e do lado dela, veio à surpresa. Hermione encontrava-se ali também.

- Hermione... – gemeu Rony

- Elas foram encontradas perto da biblioteca, e no chão ao lado delas foi encontrado isto – disse McGonagall e apontou para um pequeno espelho circular.

- Não... – disse Cindy, estava desnorteada, Harry, apavorado, porém quem parecia estar mais chocado era Rony, nem piscar o ruivo piscava.

A Prof. McGonagall os acompanhou até a sala comunal, em silêncio. E, chegando lá, deu o aviso:

- Todos os alunos devem voltar à sala comunal de suas casas às seis horas da tarde. Nenhum aluno deve sair dos dormitórios depois dessa hora. Um professor os acompanhará a cada aula. Todos os treinos e jogos de quadribol estão suspensos. – ela enrolou o pergaminho que acabara de ler e acrescentou – E se o culpado não for pego, sinto muito em lhes dizer, mas Hogwarts vai ter que fechar.

Foi à professora sair da sala que os murmúrios começaram. Fred e Jorge puxaram Cindy pelo braço para um canto.

- O que foi aquele gritou? - perguntou Fred, sério.

- E não venha dizer que foi nada, nós lhe conhecemos, sabemos que foi alguma coisa – completou Jorge.

- Garotos, eu queria tanto contar a vocês, mas é muito complicado... – disse Cindy, viu que Rony e Harry os observavam, sabia que os dois já tinham tomado à decisão do que iriam fazer, só a esperavam.

- Isso é muito estranho, primeiro você ouve vozes que ninguém ouve e está sempre no local onde acontecem os ataques... – disse Fred

- E depois vieram esses pesadelos e essa voz... – completou Jorge

- E agora você solta um berro no meio do corredor e acontece um ataque duplo. – disse Fred. Cindy ficou sem reação, apavorada com a agilidade dos gêmeos, eles juntaram todos os fatos, eram muito mais espertos do que imaginava.

- Ok, ok, eu ouvi a voz de novo tá legal, ela disse que ia matar alguém, eu levei um susto, pois era a mesma voz que me persegue nos meus pesadelos, mas não queria apavorar vocês...

- Belo jeito de nos deixar tranqüilos, gritando... – disse Fred, irônico, a menina não se segurou e riu.

-É, mas o Wood iria me matar se eu deixasse os seus dois batedores tensos para o jogo, não é? – argumentou.

- Ah, isso ele iria mesmo – disse Jorge, fazendo Cindy e Fred rirem. – Mas você não precisava fazer tudo sozinha...

- Oi, desculpe atrapalhar - interrompeu Harry, aproximando-se deles. “Ou tudo com o Harry...” completou Fred, em pensamento, revirando os olhos, zangado, todavia Cindy ouviu e teve que se segurar para não rir. – Será que eu podia falar com a Cindy?

- Tudo bem, a gente já acabou mesmo – disse Cindy, deu tchau aos gêmeos e saiu com os dois amigos.

- Nós vamos visitar o Hagrid, imediatamente. – disse Rony

- Mas como, não podemos sair.

- Eu herdei do meu pai uma capa de invisibilidade, podemos usá-la. – disse Harry.

Naquela noite, eles esperam todos dormiram e saíram com a capa de invisibilidades pelos corredores. Estes estavam lotados por professores, monitores e fantasmas, o que deixava a travessia mais complicada. Foi um alívio quando saíram do castelo.

Fazia uma noite clara e estrelada. Eles correram para a cabana de Hagrid e só tiraram a capa quando chegaram à porta. Hagrid abriu a porta portando um arco antigo, apontando diretamente para os estranhos. Dentro da cabana, um cão latia fortemente.

- Ah! São vocês... – disse Hagrid, não parecendo tão aliviado, abaixando a arma – O que vocês estão fazendo aqui?

- Precisávamos falar com você. – disse Cindy, entrando na cabana. Era um lugar pequeno e rústico. Havia uma grande cama ao fundo e uma grande mesa no meio, uma lareira acesa onde uma chaleira estava pendurada. Era bagunçada, contudo, aconchegante.

- Sentem, vou preparar um chá... – disse Hagrid. Ele parecia meio nervoso, quebrou um copo ao botar a mesa e depois derramou toda a água fervendo no chão de madeira.

- Está tudo bem, Hagrid? – perguntou Harry - Você soube o que aconteceu com Hermione?

- Ah, soube, sim, muito triste... – respondeu Hagrid.

- Hagrid, nós precisamos saber se você sabe quem foi que abriu a Câmara dos Segredos. – disse Cindy, antes que se arrependesse. Hagrid aparentou estar espantado com a pergunta.

- Bem o que vocês precisam saber primeiro é que... – dizia Hagrid, no entanto parou estático. Alguém batia à porta.

Harry, Rony e Cindy entraram em pânico, porém logo se esconderam por debaixo da capa, e foram para um canto.

Hagrid abriu a porta, com o arco em mãos. Para a surpresa do trio escondido, Dumbledore e outro homem velho entraram.

- É o chefe do papai! – cochichou Rony – Cornélio Fudge, Ministro da Magia!

- Problema sério esse Hagrid, quatro atentados a nascido trouxas, o Ministério precisava agir – disse Fudge, Hagrid empalideceu e começou a suar.

- Eu nunca – disse Hagrid, olhando para Dumbledore, como se pedisse ajuda – Prof. Dumbledore, você sabe...

- Cornélio, tenho que lhe dizer que Hagrid tem toda a minha confiança. – disse Dumbledore.

- Contudo, a ficha de Hagrid depõe contra ele... – disse Fudge.

- Todavia, Cornélio, continuo a afirmar que levar Hagrid não vai adiantar nada. – disse o diretor, seus olhos azuis pareceram olhar, por alguns instantes, para os olhos negros de Cindy, por baixo da capa.

- Eu prometo que se descobrirem que não é Hagrid, ele voltará e não se fala mais no assunto, só que agora tenho que levá-lo. – disse Fudge.

- Me levar? Para onde? – perguntou Hagrid, começando a tremer – Para Azkaban não...

- Azkaban? – sussurrou Cindy.

- Prisão bruxa. – cochichou Rony em resposta.

Neste instante alguém mais bateu na porta. Era um homem alto, loiro, muito bem vestido, com uma capa preta e segurava nas mãos uma bengala com uma cobra na ponta. Ele entrou decidido na cabana, com um sorriso frio e satisfeito. Canino, o cachorro babão de Hagrid, começou a rosnar.

- Já está aqui, Fudge, muito bem... - disse o homem.

- O que o senhor está fazendo aqui? – pergunto Hagrid, zangado – Saia da minha casa!

- Meu caro, fique claro que não dá nenhum prazer de estar na sua... hum.. você chama isso de casa? – disse o homem, com cara de nojo. Ele era arrogante igualmente a dois garotos que Cindy conhecia, Malfoy e Handley. – Vim à escola e me disseram que o diretor se encontrava aqui.

- Quem é ele? – cochichou Cindy para Rony.

- Lúcio Malfoy, o pai do Draco – cochichou Rony em resposta. Harry mandou-os ficarem quietos.

- E o que você queria comigo, Lúcio? – perguntou Dumbledore, um tanto curioso.

- Quero lhe dizer que eu e os conselheiros resolvemos agir, já foram quatro ataques a nascidos trouxas, e nós achamos que você deve se retirar – disse Malfoy, puxando um rolo de pergaminho – Aqui você vai encontrar as doze assinaturas. Já que o diretor não conseguiu fazer pararem os ataques, botaremos outro que consiga.

- Ah, olhe, Lúcio – disse Fudge, assustado – Dumbledore suspenso, não, não, não, essa é a última coisa que queremos. Se ele não conseguiu parar os ataques, quem vai conseguir?

- Não sei, Fudge, porém isso é decisão do Conselho, - disse Malfoy com um sorriso desagradável no rosto - e como todo ele votou...

- Se você afastar Dumbledore, vai haver um ataque por dia! – exclamou Hagrid, invocado. Cindy também estava furiosa, com vontade de sair debaixo da capa e dizer umas verdades para aquele Malfoy, entretanto Harry pareceu perceber a raiva da garota e segurou-a pela mão, fazendo-a se acalmar, inesperadamente.

- Acalme-se, Hagrid – ordenou Dumbledore e virou-se para Malfoy – Caso o Conselho queria meu afastamento, que assim seja. Entretanto, sabia que eu realmente terei deixado à escola somente quando ninguém mais for leal a mim e que Hogwarts sempre ajudará aqueles que a recorrerem. – e piscou para o canto onde Cindy, Harry e Rony estavam escondidos.

- Belíssimos sentimentos – disse Malfoy, indiferente – Vamos? – e apontou a porta. Dumbledore saiu e Malfoy foi atrás. Hagrid também ia saindo, mas parou na porta, de repente.

- Ah, se alguém estiver com alguma dúvida, siga as aranhas. É só isso que eu posso dizer. – disse Hagrid e acrescentou – Alguém vai ter que dar comida a Canino quando eu estiver fora. – e saiu, Fudge também.

No momento que a porta fechou, Rony, Harry e Cindy saíram debaixo da capa.

- Hagrid tem razão, agora sem Dumbledore vai ter um ataque por dia. – disse Rony, rouco.

Porém Harry parecia mais interessado na fileira de aranhas que saiam da cabana do Hagrid, com Cindy ao seu lado.

- Vamos! – disse a garota, e abriu a porta da cabana. Harry veio logo atrás, com uma lanterna velha e Canino a seus pés.

- Parece que a trilha vai para a Floresta Proibida... – disse Harry, pensativo.

- Harry, Cindy, vocês não estão pensando em seguir as aranhas... – disse Rony, assustado, ele tinha medo de aranhas, contudo era tarde demais, os dois já estavam andando em direção a Floresta. – Por que aranhas? Não podia ser “Siga as borboletas?” – resmungou.

Canino foi na frente, cheirando plantas e raízes, parecia estar feliz em entrar naquele lugar. Harry guiava os outros com sua lanterna velha, de varinha pronta na outra mão. Seguiam um fluxo constante de aranhas que iam pelo caminho. Caminharam em silêncio por uns vinte minutos, no meio da escuridão densa. Então as aranhas que eles seguiam saíram do caminho principal.

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- Elas saíram do caminho, Hagrid disse que nunca deveríamos sair do caminho na última vez que estive aqui. – disse Harry, nervoso.

- Mas Hagrid também disse para você seguir as aranhas. - disse Cindy e apanhou a sua varinha dizendo “Lumus”, e da ponta dela brilhou uma luzinha – Acho que isso talvez ajude.

- Por que você não fez isso antes? – perguntou Harry.

- Acabei de me lembrar desse feitiço – disse Cindy, rindo – Vamos?

- Já que chegamos até aqui... – lamentou-se Rony.

Agora tinham que andara mais devagar, pois havia muitas raízes e troncos no caminho. Canino andava rente ao Harry, não mais saltitando feliz. Eles tinham que parar às vezes para reencontrar as aranhas, e era um pouquinho mais fácil que antes, pois tinham mais iluminação. Caminharam mais ou menos uma meia hora, e o chão parecia estar descendo, embora o arvoredo ficasse cada vez mais denso.

De repente, o Canino soltou um latido que ecoou pelo silêncio da Floresta, fazendo Rony, Harry e Cindy darem um salto.

- O que aconteceu? – perguntou Rony, alto, olhando parar a escuridão e segurando num dos braços de Harry.

- E-eu não sei... – disse Cindy, baixinho, também olhando para a escuridão e agarrada no outro braço de Harry.

- Será que vocês dois não conseguem fazer silêncio? – disse Harry ríspido, mal conseguia se mexer – Acho que tem uma coisa de mexendo por ali – e apontou para trás de uma moita.

O barulho parou, e os três se acalmaram e se soltaram, foi um alivio para Harry.

- Desculpe, Harry... – disse Cindy, constrangida.

- Não foi nada, Cindy. – disse Harry sorrindo para a garota, que retribuiu. Eles ficaram se olhando por alguns momentos, sem perceber que o barulho recomeçara.

- GENTEEEEEEEE! – gritou Rony, ele tinha sido agarrado por um mostro peludo, que estava o levando para longe. Canino choramingava, também sendo levado por outro mostro.

- Harry, o que é isso? – perguntou Cindy, e agarrou o braço de Harry de novo. Apontaram as varinhas para a escuridão. Pelo barulho, parecia que tinha mais monstros ali escondidos.

E com um único movimento, dois outros monstros agarraram Cindy e Harry. Cindy foi agarrada pela cintura, seus longos cabelos cacheados roçavam no chão. Ela estava muito assustava, entretanto engoliu seco e respirou fundo, juntando o pouco de coragem que lhe restara.

- Ei seu mostrengo, me larga! – gritava a garota, debatendo-se. Percebeu então que o animal que a carregava tinha oito patas peludas. “Isso é uma aranha?”. Ela pôde ouvir o choramingo de Rony e Canino, porém Harry estava calado, o que a preocupava muito.

Ela não soube quanto tempo ficou nas garras daquele bicho, embora passasse todo o tempo tentando fugir. Até que a escuridão diminuiu o suficiente para ela ver que, em vez de folhas, o chão estava cheio de aranhas. Elas subiam em seus cabelos, deixando-a mais enfurecida.

A morena foi a primeira a ser solta, parecia que a sua aranha gigante tinha cansado dos seus berros. Estava na beira de uma depressão, onde havia um clarão e dava para admirar as estrelas. Aranhas de tamanho de cavalos, elefantes e formigas rodeavam-na. Um arrepio percorreu a sua espinha, estavam cercados.

Rony, Harry e Canino também foram largados, logo atrás dela. Para o espanto dos garotos, Cindy levantou-se decidida, e começou tirar umas aranhinhas que tinham no seu cabelo.

As aranhas que tinham os trazidos para este lugar se aproximaram da depressão. E começaram a falar fazendo a garota se assustar e desviar a sua atenção a elas.

- Aragogue! – disse a que havia agarrado Cindy, batendo rápido as pinças.

- Vocês ouviram isso? – sussurrou Cindy para os garotos ainda deitados no chão, que assentiram, pareciam muito assustados.

E de dentro da depressão emergiu uma aranha gigantesca, a maior de todas que tinham ali. Sua pelagem era acinzentada, indicando que ela era mais velha e em cada olho havia um líquido leitoso. Ela era cega também.

- O que é? – disse Aragogue.

- Homens – disse a aranha que agarrara Harry.

- É Hagrid? – perguntou Aragogue

- Estranhos. – disse a aranha que agarrara Rony.

- Mate-os – disse Aragogue – Eu estava dormindo...

- Epa, epa, epa! – gritou Cindy, zangada, interrompendo Aragogue – Eu não vim até aqui para morrer! Nós somos amigos de Hagrid, e ele NÃO ia gostar nem um pouquinho se você nos matasse!

Clique, clique, clique fizeram as pinças das aranhas por todo o local. “Como ela ousa” dizia umas aranhas, “Que petulância” dizia outras, “Merece morrer, com certeza” diziam as mais enfurecidas. Harry estava muito surpreso, Cindy estava sendo muito corajosa para uma garota que a momentos atrás estava agarrada nele por causa de um simples barulho.

- Silêncio! – disse Aragogue, irritado – Hagrid nunca mandou homens para à depressão antes.

- Mas é porque Hagrid nunca tinha sido preso antes. – disse Cindy, num tom de ironia e superioridade.

- Preso? – repetiu Aragogue, agora parecia preocupado.

- Isso mesmo, preso. Acham que ele foi o culpado pela abertura da Câmara dos Segredos, que nem há cinqüenta anos. – disse Cindy, sem mudar seu tom.

- Cindy, calma... – sussurrou Harry, agoniado, aquela aranha gigantesca não estava gostando nem um pouco do tom dela. A garota foi até ele e estendeu sua mão, ajudando o garoto a se levantar. E os dois ficaram de pé diante Aragogue, de mãos dadas. Harry estava com muito medo, contudo Cindy estava tão confiante que o fez sentir-se melhor.

- Mentira, Hagrid nunca abriu a Câmara dos Segredos! E não fui eu quem matei a garota encontrada no banheiro. Na realidade, nunca matei nenhuma pessoa do castelo, nunca! – exclamou Aragogue.

- Então vo-você não é o mostro? – gaguejou Harry. A menina olhou-o com um sorriso e apertou forte a sua mão.

- Não, o mostro nasceu no castelo, eu fui trazido por um viajante de uma terra distante, Hagrid me ganhou e me criou. E quando eu fui responsabilizado pela morte da garota, ele me escondeu aqui, e me arranjou uma esposa, Mosague. Bom homem, o Hagrid... – disse Aragogue.

- Mas então quem é o mostro? – perguntou Cindy

- Nós não falamos o seu nome... – começou Aragogue, com a voz rouca.

- Já ouvi esse papo em algum lugar... – zoou Cindy, baixinho, referindo-se a Voldemort, fazendo Harry rir.

- Pois nós os tememos mais do que tudo. – terminou Aragogue, ele aparentava não ter ouvido o comentário de Cindy.

- Ajudou muito, Sr. Aragogue, nossa... – disse Cindy, irônica. Porém não quis insistir muito. Eles começaram lentamente a recuar até onde Rony e Canino estavam deitados. As outras aranhas também iam se aproximando, no mesmo ritmo.

- Bom, acho que vamos embora... – disse Harry, começando a se desesperar, apertando forte a mão de Cindy.

- Acho que não... – disse Aragogue lentamente – Meus filhos e filhas não atacam Hagrid porque eu não deixo. Mas como posso negar a eles carne fresca quando ela entra com tanta boa vontade em nosso ninho... Adeus, Amigos de Hagrid. – e, ainda que estivesse escuro e que aranhas não sorrissem, eles podiam jurar ter visto Aragogue dar um sorriso malicioso ao terminar de falar.

As aranhas vinham de todos os lugares, grandes e pequenas, estavam os cercando. Rony choramingava que nem louco, mas se levantara, Canino nem latia, ainda deitado no chão.

- Fiquem atrás de mim! – ordenou Cindy, largando da mão de Harry.

- Mas Cindy... – retrucou Harry.

- Confie em mim! – exclamou Cindy. Harry não tinha mais o que fazer, as aranhas já os rodeavam, estavam se preparando para o bote, então obedeceu.

A morena levantou os braços e, junto com eles, cortinas de fogo se ergueram do chão. Essas chamas fizeram um círculo alto em volta do grupo, protegendo-o. Harry e Rony estavam boquiabertos.

- Da onde veio isso? – perguntou Rony, trêmulo.

- C-como você fez isso? – perguntou Harry.

- Silêncio, vocês dois! – disse Cindy, olhando para eles enquanto o círculo com chamas brilhavam em volta deles – Preciso pensar como sairemos daqui. – e sentou-se no chão.

Rony olhava apavorado pelos lados, ouvindo os gemidos das aranhas que tentavam ultrapassar o fogo, a fim de pegá-los.

– Não se preocupe, Rony, dali elas não passam – disse Cindy, sorrindo.

Ela precisava fazer alguma coisa, não podiam ficar naquele por muito tempo, sentia-se cada vez mais fraca, projetar aquelas as chamas consumiam muito de seu poder, logo elas extinguiriam e eles seriam mortos. Entretanto, era difícil pensar com os gemidos frenéticos de dor das aranhas que tentavam atravessar o fogo e os bufos de raiva de Aragogue. “Por isso você não esperava, não é seu mostrengo peludo” pensou a menina, rindo orgulhosa, “Cindy, concentra” e deu um tapinha em sua cara, Rony e Harry olharam mais assustados, fazendo-a rir. A morena levantou sua cabeça e admirou as estrelas, o círculo de fogo era alto, porém ainda dava para olhar para o céu. Sempre que ela olhava para o céu se lembrava no seu primeiro vôo na vassoura...

- Voar!? – exclamou a garota de repente, quebrando o silêncio, Harry e Rony pularam num susto – É isso!

- Seria uma brilhante ideia se ao menos tivéssemos vassouras. – disse Rony

- Não precisamos ter vassouras para voar, Rony – disse Cindy, com seu tom irônico de sempre. – Rony agarre bem o Canino, Harry agarre-se bem em Rony - e Rony e Harry obedeceram, sem protestar, e com algumas dificuldades, pois Canino não queria sair do chão.

“Se você conseguiu fazer Jorge flutuar, pode muito bem voar, Cindy e só você querer...” pensou, confiante, e agarrou o braço de Harry. Todos estavam prontos. Ela fechou os olhos e concentrou-se. Ainda de olhos fechados pôde ouvir as exclamações dos garotos “Santo Merlin!” e “ Não acredito!”.

Quando ela abriu os olhos seus pés não encostavam mais no chão, assim como o de Harry e o de Rony. Somente com sua mente, ela quis subir, e foi o que aconteceu. Eles foram subindo até chegarem à ponta do círculo de fogo. Cindy fez um movimento com a mão e ele sumiu, o que deixou as aranhas enlouquecidas. Depois voaram calmamente até a cabana de Hagrid, que era um tanto longe, mas noite estava muito agradável, fazendo com que o voo saísse perfeito.

No momento em que eles pousaram ao lado da cabana do Hagrid, Harry e Rony estavam chocados. Eles entraram na cabana e Canino se escondeu rapidamente debaixo da mesa, parecia ser coisas demais para um pobre cãozinho.

- Como você fez isso? – perguntou Harry.

Cindy sentou-se e contou a sua história, a história da fênix. O mais resumido possível.

- Uau! Isso é demais! – exclamou Harry.

- Brilhante! Brilhante! – exclamou Rony.

- Mas é segredo, ninguém pode saber, entenderam? – disse Cindy, séria – Agora vamos, estou exausta... – e saiu da cabana, com o andar devagar, todo aquele esforço havia esgotado-a.

Harry pegou sua capa e seguiu-a. Rony fez o mesmo.

- Siga as aranhas! Belo conselho, Hagrid, quase morremos por isso! – disse Rony, tento mais um de seus surtos – O que descobrimos com isso? N A D A!

- Não é verdade, Rony, agora sabemos que Hagrid é inocente – disse Harry, e cobriu os três com a capa de invisibilidade.

“Grande coisa...” resmungou Rony, em pensamento, Cindy começou a rir.