A Força dos Otakus

A reunião dos 4 Líderes Otakus


– É, aqui é tenebroso... Sabe... Eu acho que já falaram em tornar isso um museu, algo assim, por isso que ninguém nunca tocou nesse lugar. Mas é de dar arrepios... – Disse Yue.

– Hey, você sabe onde foi a explosão? – Perguntei.

Ela apontou para a direita.

– Então o que é essa parte da fábrica? – Falei.

Havia várias rampas no canto esquerdo do amplo espaço onde estávamos. Próximo ao portão havia um grande guincho e no extremo nordeste havia um amontoado de máquinas. Os portões atrás de nós já estavam abertos quando chegamos, havia uma pesada corrente no chão do lado de fora. Que, na verdade, parecia ser a única coisa que realmente havia mudado de lugar em bastante tempo. Bom, isso e as pegadas escritas na camada de poeira.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Acho que era daqui que saíam os produtos já prontos e embalados. Veja, acho que ali é o andar do escritório, todas as salas tem janelas viradas pra cá. – Yue falou apontando para o primeiro andar.

– Escritório, é? – Olhei para ela e dei um sorrisinho. – Sala de reuniões?

Ela deu de ombros e apontou pra escada. Seguimos por ela e nos deparamos com um corredor longo, também havia muita poeira no chão e todas as portas estavam fechadas, em algumas havia placas, mas em poucas se podia ler o que outrora havia sido escrito. Nenhuma delas chamava atenção em particular, exceto uma.

A única da qual escapava uma fresta de luz por debaixo da porta.

Avançamos até a porta, assim que ficamos de frente a ela ninguém mais se mexeu. Yue olhou pra mim com cara de incrédula e fez um gesto em direção da porta, como quem queria dizer: “Vamos, idiota, mostre que não votei em você por idiotice minha e bata na maldita porta”.

É, fazer o quê? Meio que já havia até mesmo aceitado aquele “cargo”. Bati na porta, mas em resposta nenhuma palavra foi-nos dita. Yue fez o mesmo gesto e percebi que ela queria que eu abrisse a porta.

“Hey! Não já está pedindo demais não? Eu votei em você, lembra?”, pensei em falar isso, mas decidi que era melhor simplesmente abrir a porta e acabar com isso.

Hesitei por um momento, mas decidido abri a porta. Tudo aconteceu muito rápido. A luz forte invadiu o corredor e eu tive um momento de cegueira, acredito que o mesmo aconteceu com Yue. Nos segundos seguintes haviam três espadas miradas pra mim e Yue, uma delas pegava fogo, outra era alva e uma fumaça rala como gelo seco saia dela, as duas estavam sendo portadas por uma pessoa só. A outra espada era estranhamente parecida com a minha e, diferentemente das outras duas, era uma katana, com fio único.

Assim que meu cérebro reconheceu a situação, minha mão escorregou pra minha própria katana.

– Nem pense nisso. – A garota com a katana falou.

– Quem são vocês? O que querem? – O garoto com as duas katanas falou.

– Grupo Otaku do Leste. Mandamos uma carta. Precisamos de ajuda. – Falei sem tirar os olhos das espadas.

– Provem. – A garota falou.

– Eu sou Naoki, tenho uma zampakutou. Acredito que possa ouvir a voz dela se sua zampakutou tocar a minha, certo?

Ela deu de ombros e disse:

– Vai lá, mas sem chance de você tentar qualquer coisa, entendeu? – Ela falou.

Concordei com a cabeça e lentamente desembainhei minha zampakutou. Com o pequeno toque, uma onda de choque fraca mais repentina eclodiu. A garota assentiu com a cabeça para o garoto que a fitava.

– E você? – Ele falou.

– Escritura... Sólida. – Yue falou.

Com o Solid Script fez “FIRE” queimar no ar.

– Certo, pode os deixar entrar, McRoy-san. – Uma voz de dentro da sala falou. Não tinha reparado nas outras duas pessoas que estavam sentadas diante de uma ampla mesa quadrada.

Um garoto e uma garota. Ele deveria ter 16 ou 17 anos. Ela algo como 16.

– Ah, peguem cadeiras ali naquele canto e se sentem. Por favor, não reparem na bagunça! – O garoto falou e riu da sua própria piada. – Já faz um tempo que ninguém se reúne aqui.

Nós fizemos o que ele disse e logo estávamos encarando outras 4 pessoas: dois homens e duas mulheres. À nossa frente os dois homens, à nossa direita, as duas mulheres.

– Bom, eu sou Taylor, o líder da “revolta” do Oeste. – Ele falou descrevendo aspas no ar. – E esse é meu tenente, McRoy-san. – Falou Taylor enquanto colocava os pés sobre a mesa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu sou Layla, a líder da revolta do Norte. Essa é minha Vice-líder, Nora.

Layla era incrivelmente bonita. Mais bonita que Yue, talvez até mesmo mais bonita que Akimi, refleti por um momento. É, talvez estivesse exagerando um pouquinho...

A tal Nora me encarava, acho que porque eu estava encarando Layla. Para não criar problemas desviei o olhar e nos apresentei.

– Sou Naoki, do Leste. Essa é Yue. Eu sou shinigami e ela é maga, usa solid script.

– Ah, certo. Os poderes... Bom, eu sou mago também. – Falou Taylor. – Dragon Slayer, pra dizer a verdade.

– Sério? – Tá, eu poderia ter sido menos exagerado no “Sério?”, mas realmente fiquei surpreso.

– É, Dragon Slayer do Som. – Ele disse.

– Hã... Você “come” o som? – Perguntei.

Ele riu.

– Algo como isso, me alimento de ondas sonoras.

Franzi a sobrancelha.

– É gostoso?

– Depende do som. Tenho um gosto especial por vozes femininas.

Nós rimos juntos. Ele era definitivamente um cara legal, já seu tenente parecia meio antipático.

– Outro tarado. – Nora falou bufando.

Taylor piscou para ela, que desviou o olhar com desprezo. Nós rimos juntos de novo.

Ele olhou para McRoy, que respondeu:

– Certo, eu sou um Hunter. Uso essas duas espadas... Sabe, Gelo e Fogo. Não sou um Hunter, tipo Hunter X Hunter, ok? Sou um Hunter mais Monster Hunter Orage, e se nunca ouviu falar, é um mangá do Mashima-sensei, não fez muito sucesso.

Assenti com a cabeça. Bom, ele podia ser antipático, mas definitivamente era otaku.

– Err, eu sou usuária de Akuma no mi. Comi a Akuma Akuma no mi, é um estilo Zoan místico.

– Sério? – Yue fez um “Sério?” até bem parecido com o meu. Ponto pra mim, assim ela não teria chance de tirar onda comigo depois.

– É, Layla-sama consegue se transformar em vários tipos de Akumas, mas não tem um meio termo, suas transformações são de humano-akuma, akuma-humano e só. Eu sou uma shinigami. – Nora respondeu um tanto entusiasmada.

Para uma pessoa que me pareceu bem introvertida, ela até fala bastante.

– Mas certo, vamos tratar do que nos trouxe aqui. – Falou McRoy. – Layla-Taichou? Qual o motivo de ter nos convocado?

Layla assumiu um tom sério e após um breve momento de hesitação disse:

– São dois os motivos: O primeiro é quanto à cooperação entre os grupos, em especial agora que sabemos da existência de um terceiro grupo organizado. E o segundo, é quanto a “Eles”. O grupo do Norte não pode conter sozinha a chegada “deles”, que por sinal vem aumentando em número. Precisamos dar um jeito nisso.

Tanto o grupo do Norte quanto do Oeste parecia retraído e indisposto para continuar a discussão. Particularmente, me sentia mais perdido que bêbado em labirinto, e pela cara de Yue ela não estava entendendo aquilo melhor que eu. Preparava-me para perguntar do que eles falavam quando algo mudou na atmosfera.

Sabe, desde que “ganhei” minha zampakutou podia sentir a presença dos outros otakus que receberam esses poderes. A presença dos otakus ali presentes era bem volumosa e havia ficado até feliz de ver que minha presença estava equalizada com a dos outros líderes. Na verdade, acho que ali minha presença só perdia para a de Layla.

O problema é que de repente uma presença explodiu no corredor que dava para a sala de reuniões. Simplesmente apareceu do nada. Era uma presença no meu nível, talvez um pouco mais forte. Todos se viraram de supetão para a porta. McRoy, Nora e Yue se levantaram. Minha mão escorregou para o guarda-mão de Sanjyuugurin.

Observei a maçaneta de a porta girar, e lentamente ir se abrindo, revelando dois homens, ambos com capas e máscaras. Máscaras da ANBU. Eram otakus. Meu corpo relaxou. Ao menos pareciam ser.

– Apresentem-se. – Falou Yue com a caneta em riste.

Todos olharam de supetão pra ela, acho que ninguém esperava que ela falasse.

Rapidamente os tenentes se recuperaram e voltaram a ficar a postos. Eu continuava surpreso com a presença dos nossos novos “convidados”.

– Não se preocupem. – Disse o cara que estava na frente, enquanto se movia para tirar a máscara. – Nós somos nakamas.

– Faça o favor de se apresentar e mostrar seus poderes. – Disse McRoy.

Ele deu uma risada sarcástica. Não estava gostando desse cara nem um pouquinho.

– Eu sou Luke, fui concebido como um ninja! – “Concebido? Quem esse cara pensa que é?”, eu pensei. – Um ninja especial...

Franzi a sobrancelha, sarcástico. Metido e ainda por cima dando uma de misterioso. Definitivamente não fui com a cara dele.

Ele retirou a máscara por completo e revelou dois olhos completamente diferentes, um era completamente branco. Um olho vazio, livre de cor ou qualquer tipo de emoção. O outro era um olho de um vermelho vivo como sangue, dentro do qual havia três símbolos negros que pareciam planetas orbitando sobre uma estrela invisível.

– Sharingan e Byakugan? – A voz de Nora parecia demonstrar toda a perplexidade de todos nós.

– Não só isso, né? – Ele falou.

Esse cara realmente me irritava, mas tenho que admitir que ele era forte.

– Cubra o olho! – Disse Layla.

– Não confiam em mim? – Ele perguntou com o maldito sorriso que não saia do rosto.

– Não vou me arriscar com uma pessoa que acabo de conhecer e que tem poder para me controlar.

Ele riu alto.

– Não, desculpem-me, mas isso não é algo que posso fazer no momento. Vocês têm presenças fortes demais.

– Não seja ridículo, sua presença é tão forte quanto a nossa. – Falei apesar de pensar que a dele provavelmente era maior que a minha.

– Obrigado pelo elogio, mas acho que sequer posso devolvê-lo. Afinal, nem havia percebido você aí. – Ele respondeu.

– Não foi realmente um elogio, se você como ninja nem consegue perceber uma pessoa que está do seu lado. Assim vai acabar morrendo.

– Não precisa se preocupar comigo, eu sou bom suficiente.

– Será? – Provoquei.

– Quer testar?

Soltei a primeira parte da espada de modo que ela ficasse livre para ser sacada rapidamente. Ele também se movimentou.

– Garotos, parem com isso agora!! – Uma força muito grande emanava do meu lado direito.

Virei-me rapidamente. Era Layla. Ela era assustadora, não consegui persistir.

Embainhei minha espada por completo, e o tal Luke também relaxou.

Depois de um segundo de silêncio perguntei:

– E ele? – Apontando para a outra pessoa que acompanhava Luke.

– Ah! Ele? Bom, ele é o motivo de eu não poder usar o sharingan em pessoas fortes como vocês.

Por que Luke estava respondendo? Epa, por que o outro cara estava debilitando o poder de Luke?

Luke retirou a máscara da outra pessoa. Era um garoto também. E seus olhos... Pretos, mas... Três símbolos orbitavam na sua esclera.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Maldito, você... – Falei espantado.

Ele gargalhou.

– Pois é! Ele é minha marionete.

A partir daí, aconteceu muito rapidamente, e minha mente tomada pela raiva não conseguiu digerir muito bem a informação. Em dois segundos minha espada estava competindo e ganhando de uma kunai de Luke. As veias próximas ao seu olho estavam dilatadas. Fechei meu olho esquerdo e foquei apenas nesse, e não podia ver o outro olho. Dois dedos pressionavam meu pescoço e uma dor insuportável começou. Eu sabia que era a “marionete” dele.

Taylor tinha um soco pronto na direção de Luke, Yue apontava uma palavra pronta para o tenente de Luke, e eu sabia que um de seus olhos já devia estar completamente negro. Layla tinha uma mão feita unicamente por garras apontadas para minha têmpora.

– Separem-se! – Layla falou.

Mas naquele momento tinha persistência suficiente pra enfrentar o haki dela, ou o que quer que fosse.

– O mesmo pra você e seu tenente, Luke. – Disse Taylor.

– Liberte-o. – Falei entre dentes. – Isso é desumano, ele não é seu escravo. Se você não libertá-lo irei acabar com você!

– Naoki! – Layla falou mais alto que eu. – Recomponha-se. Você está aqui representando mais do que sua própria ideologia. Está representando um grupo que sei que sofreu quase tanto quanto o meu. Talvez você ainda não tenha entendido, mas essa é uma guerra que atingirá proporções mundiais e está começando por nós. Precisamos de aliados e de poder de fogo, não vou tolerar um conflito entre vocês dois. E apesar de concordar com você – Ela deu uma longa pausa e encarou Luke. O sorriso dele murchou e o meu nasceu. – Não temos tempo para esse tipo de besteira.

Parecíamos crianças levando bronca de uma adulta, mas algo chamou minha atenção a ponto de me deixar assustado alguns segundos depois dessa cena. “Talvez você ainda não tenha entendido, mas essa é uma guerra que atingirá proporções mundiais e está começando por nós.” Proporções Mundiais?

– Yue! Por favor, recue. – Falei e recuei. Apanhei minha cadeira e me sentei embainhando minha zampakutou.

Acompanhei com os olhos o sorriso de Luke renascer e ela sentar à minha esquerda.

– Venha! – Ele ordenou em tom extremamente imperativo para o outro cara. Ele sorriu para mim.

E ainda vai me provocar? Argh! Que raiva desse cara!

– Ah, se eu não ouvi errado... – Ele falou virando o rosto para todos da mesa. – Você é do Norte, você do Oeste e você do leste, certo? Então comigo do Sul, completamos Os Quatro Cardeais, certo?

Permiti-me um sorriso. Não importo se ele é bom ou ruim, é otaku de um jeito ou de outro, ao que parece. Lembrei-me da frase de Layla.

– Temos algo mais importante para discutir. Como assim uma guerra de proporções mundiais? É um pouco de exagero, não? - Perguntei.

– Não, Naoki-san. Temos realmente um problema muito grande em nossas mãos. Imagino que vocês tenham percebido que por trás da declaração de guerra do País ao Japão tem algo de MUITO errado, não? – Falou McRoy.

Afirmei com a cabeça.

– E não sei se vocês perceberam, mas o novo presidente dos EUA aceitou fácil demais apoiar um país como o nosso numa guerra contra o Japão, o que também é muito estranho... – Completou Taylor.

– Concordo. Eu e Yue presumimos que os EUA estivessem instigando a guerra por debaixo dos panos... – Falei.

– Foi confirmado. Nós conseguimos as filmagens das câmeras de segurança do Aeroporto onde foi posta aquela “bomba”. Não foi um passageiro. A bomba explodiu de uma mala que estava no aeroporto desde antes deste abrir. Quem colocou lá foi um cara vestido de funcionário, mas que não constava nos registros de empregados do aeroporto. – Disse Layla.

– Então foi absolutamente tudo uma farsa? – Disse Yue.

– Sim. Quem entrou em guerra contra o Japão não foi nosso país, e sim o Japão. Quem entrou em guerra contra a Inglaterra foram os EUA, não a Argentina. E quem entrou em guerra contra a Dinamarca não foi o México, e quem depôs o Primeiro Ministro Canadense e retirou o Canadá da área de influência do Reino Unido não foi a elite militar de lá. – Falou Taylor.

Eu estava literalmente boquiaberto. Como tanta coisa pôde acontecer e fugir do nosso conhecimento?

– E obviamente, quem fez “Eles” foram os Estados Unidos da América! – Disse Layla.

– Como assim? Que são “Eles”? – Questionou Yue.

Layla parecia perplexa pela primeira vez.

– Vocês... Vocês nunca encontraram com “Eles”? O Batalhão Especial para Repressão a Guerrilha? Aqueles loucos malditos. – Ela perguntou exasperada.

– Hã... Não. – Falei.

Encarei todos os outros: Os grupos do Oeste e Norte pareciam surpresos com a notícia. Luke parecia tão alheio quanto eu e Yue... Menos mal.

– Eles foram as tropas enviadas pelos EUA. São soldados modificados.

– O quê?

– Soldados biologicamente modificados. É nisso que os EUA estavam investindo para lutar na 3º Guerra Mundial.

– Tipo Capitão América? Sério? Isso é impossível. – Falei.

– Olhe pra si mesmo, Naoki. Não é impossível. Eles criaram soldados extraordinários e quase indestrutíveis. Nós acreditamos que lutamos contra a reca deles, e ainda assim foi muito difícil de matá-los. Perdemos muitos nakamas por causa deles. Queimam coisas só de pensar, leem pensamentos... Coisas desse tipo. – Taylor explicou.

Eu continuava boquiaberto.

– Inacreditável! – Exclamou Luke. Depois ele emitiu uma sonora gargalhada.

– Você é louco? – Falei irritado. – Você está rindo quando estamos enfrentando um problema que é simplesmente inacreditável!

– Eu sei. Por isso que estou rindo. – Ele levantou a cabeça e fitou o teto enquanto ria. Deixou a cabeça cair para minha direção e falou:

– Eu estava ficando entediado de matar pobres soldados fracos!

Esse cara era louco de pedra.

– É por causa disso que convoquei essa reunião. Temos que nos levantar em conjunto e acabar com essa palhaçada. Enquanto for só em poucos países ainda podemos agir e retroceder esse início de Guerra Mundial, mas teremos que ser rápidos. – Falou Layla.

– Precisamos de um golpe de Estado! – Exclamou Taylor.

– O quê?! – Eu e Yue falamos ao mesmo tempo. Estava ficando preocupado com a quantidade de “O quê”s que eu diria nesse dia.

– Não, não, não. Vocês não entenderam. Nós viemos aqui pedir apoio para acabar com isso, não pra prolongar. Meu grupo está tendo problemas até para nos suprir com comida e tudo que fizemos até agora foi pra evitar novos combates. – Yue explicou.

– Não vai adiantar. Se não agirmos agora, chegará a um ponto que vocês só serão extintos e pronto. Não há um meio termo. Eu sei que vocês ouviram aquela voz quando receberam seus poderes. – As memórias daquele dia voltaram em peso à minha cabeça. – Ela falava disso.

– Vocês sabem o que ela é, então? – Perguntou Luke.

– Não. Quebramos cabeças pensando nisso e não chegamos a nenhuma conclusão plausível. Infelizmente, não temos mais tempo para isso... – Nora afirmou.

– Portanto, eu quero pedir que vocês tomem quantas cidades for possível de seus respectivos Estados. Simultaneamente. – Explicou Taylor. – Precisamos estipular uma data para começar o maior golpe Estado que o país já teve. De quantos dias vocês precisam?

– Treze. – Respondeu imediatamente Luke. – 13 dias são suficientes para o Sul.

Continuava perplexo, mas Yue passou na minha frente:

– Precisamos de mais tempo, mas estaremos prontos em 20 dias.

Não deu tempo nem de protestar.

– Pois bem, em 20 dias nós realizaremos o maior Golpe de Estado do mundo!!! – Exclamou entusiasmado Luke.

Bufei e aceitei aquilo, mas lembrei de uma coisa: Nosso suprimento de comida.

– Hey, mas nós do Leste ainda precisamos de um apoio com mantimentos! – Falei.

Layla ia responder, mas foi levemente interrompida quando a parede explodiu atrás de mim.

Rapidamente todos nós pusemo-nos de pé e fitamos o local que deveria ser uma parede. Um batalhão de soldados se estendia no andar de baixo e não tão longe mais uma tropa com uns 10 militares.

– Ufa! Estava doido para alongar os tendões. – As veias ao redor do olho esquerdo de Luke se dilataram, e acompanhando de seu tenente ele partiu para a luta.

– Não se preocupe, precisamos dele. Mas manteremos nossos olhos abertos... Daremos um jeito nele. Por favor, nos ajude. Precisam nos ajudar. – Layla falava isso com um semblante sério. Fez-me perceber o quanto ela era linda.

– Certo. Pode contar conosco. Agora somos nakamas. – Fitei a cena lá embaixo. – Yue! Vamos provar para que realmente viemos.

Liberei toda a “presença” que estava calmamente contendo. Layla e Taylor viraram para mim rapidamente. Deixei um sorriso nascer no meu rosto.

– Não esperava tanto, Naoki-san! Agora percebi o quanto você é bonitinho. – Layla disse.

– Era pra ser um elogio?- Falei enquanto corria para o vão que havia sido aberto. – Vou considerar um.

E pulei. Yue pulou comigo e rabiscou rapidamente criando uma plataforma no ar. Usei o Shumpo para ir para o meio da tropa. Desembainhei minha espada artisticamente enquanto todos os soldados olhavam assustados para mim.

– ABRAM FOGO!! – Uma voz ordenou, mas e sabia que eles não podiam fazer isso sem machucar seus companheiros.

– SEPAREM-SE E ABRAM FOGO! – Outra voz gritou. Mas a minha suprimiu todas.

– Suiten Sakamake, Nejibana! – Vi de relance que os outros capitães haviam pulado para o meio do batalhão também.

Girei o tridente com o pulso e impulsionei os três dentes para o chão, proclamando:

– Nami no Eikyo! (Impacto da Onda!)

A água do tridente formou um círculo ao meu redor e criou ondas que afastaram todos os soldados de perto de mim. Yue já lutava e pelos sons que ouvia não era a única. Vi os golpes de praticamente todos eles.

A Akuma Akuma no mi de Layla era uma Zoan que a permitia se transformar em diversos demônios, mas não havia meio termo entre humano e demônio. Vi ela se transformar no Metal Mode, Fire Mode e o Basic Mode, assustadoramente fortes.

Acho que o poder do tenente de Luke também era uma Akuma no mi, mas não fiquei por perto porque senão definitivamente atacaria Luke e seu maldito sarcasmo no calor da luta.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

A zampakutou de Nora não me pareceu do estilo kidou. A shikai tinha a forma de um grande machado, mas os adornos próximos à lâmina me pareceram bem tendenciosos a um ataque kidou.

Estava bem envolvido na batalha apesar de estar lutando pra ferir e incapacitar, não para matar. Esperava que os outros também lutassem assim. Mas eu vi que íamos demorar demais para voltar para o nosso QG e íamos precisar de todo o tempo possível para nos preparar para a guerra.

– Vou dar uma de Momochi Zabuza, não percam a oportunidade e nos veremos de novo!! – Gritei.

Yue se aproximou de mim e uma voz de longe gritou.

– AQUELE BRUXO ALI ESTÁ PREPARANDO ALGUMA COISA, DETENHAM-NO!

Eu ri internamente. Agora sou um bruxo? Super!

– Souten ni Saze, – Minha voz retumbou! – Hyourinmaru!!

Respirei fundo adequando minha presença que se somava fortemente a de Samjyuugurin.

– Tensou Juurin.

Lá fora o céu escureceu rapidamente com uma grossa camada de nuvens, e um relâmpago e uma trovoada deram início a uma chuva forte. Dentro do prédio da antiga fábrica, uma névoa densa começou a surgir. Os soldados e Otakus pararam. Em alguns segundos eu só podia ver Yue ao meu lado.

Olhei para ela, que confirmou com a cabeça. Ela subiu nas minhas costas e em uma sequência de Shumpos saímos do local para a pousada onde havíamos nos hospedado. Juntamos nossas coisas rapidamente, fechamos a conta e saímos. Esperava que os outros tivessem conseguido escapar.

Ou pelo menos a maioria...

~.~

Muito longe dali, um conhecido bateu as palmas e tocou num símbolo desenhado numa parede, esmagando uma estranha criatura.

– ENTREM LOGO. – Ele gritou.

Atrás deles algumas pessoas ainda passavam um grande portão, e só 4 pessoas permaneciam de fora: Um garoto baixinho e estranho, dois homens e uma mulher. Eles afastaram todas as criaturas que tentavam se aproximar e num movimento rápido entraram no prédio também.

Um dos homens bateu as palmas e tocou num símbolo escrito numa das portas do grande portão que rapidamente se fechou e se lacrou.

– Droga! Acho que uma dessas coisas quebrou minha perna. – Disse o garoto que lacrara o portão.

– Vá ver o Rafael na enfermaria. – Aconselhou o garoto que fechava o livro. – Nós vamos dormir por que estamos cansados demais, né? – Ele disse olhando para o garotinho que estava sentado ao seu lado.

– Certo, vou fazer isso! Mas se bem que o Rafael deve estar lotado de trabalho, né?

– É, ele tem estado muito ocupado ultimamente.

A garota se despediu dos dois e seguiu em direção a uma escada. Subiu-a e entrou num amplo vestiário/banheiro que se encontrava vazio.

Ela retirou a roupa deixou em cima de um banco e entrou em um das divisões para banho fechando a porta atrás de si. Encostou a cabeça na parede, enquanto a água passava por seu corpo. Bufou e com o semblante cansado falou:

– Cadê você Naoki? Precisamos de você... Eu preciso de você!


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.