POV por Lina

Estava deitada olhando para o céu, não tinha nuvens e o céu estava em um lindo azul claro, havia algumas borboletas pairando sobre meus dedos. Brincando com elas senti um dedo bem pequenino atrapalhando o meu jogo com a borboleta.

—Mamãe! Podemos chama-la de Koletinha?

Me virei e um belo menininho com cabelos escuros enrolado, estava sorrindo pra mim ao meu lado deitado. Seus olhos esverdeados brilhava e ele me lembrava Stefan.

Ao me virar para o outro lado, Stefan estava com meu pai em uma espécie de pescaria na beira do lago no Bayoun. Me levantei e o garotinho se levantou junto, ele entrelaçou suas mãozinhas nas minhas de uma maneira bem carinhosa.

—Mamãe! Olha!—Ele apontou para um lírio e foi correndo pegar um. Quando voltou, me entregou a flor.

Stefan se virou para mim acenando e eu acenei de volta. Mas não era pra mim o aceno. Era para o garotinho que correu para os braços dele saltitante, meu pai em velocidade entrou na frente pegando em seus braços e rodopiando sorrindo como nunca vi antes.

Stefan revirou seus olhos e acabou rindo do gesto. O garotinho dava gargalhadas quando meu pai fazia cócegas em sua barriga, ele se virou pedindo ajuda para Stefan que o pegou do colo do meu pai correndo para longe.

Olhei para os lados procurando por mais alguém, mas era apenas nós três e o garoto. Stefan o colocou no chão perto da vara de pescar e estava ensinando o garotinho a pescar. Eles estavam em uma sintonia muito intima e fofa.

Meu pai em velocidade veio ao meu lado, colocou seus braços por cima do meu.

—Eu não sei nem descrever a alegria que você me deu Sweetheart.—Franzi o cenho—Finalmente os 10 anos do nosso acordou acabou e você continua aqui comigo.

—Pai, esse acordo foi quebrado há muito tempo e eu nunca te abandonaria.—Sorri para ele.

Ele colocou as mãos no meu rosto e deu um beijo carinhoso na minha testa.

—Eu sei que não. — Ele abriu um sorriso, mas logo se fechou ao olhar para o garotinho.—Sweet, eu tenho que ir agora, meu tempo está acabando.

Ele se afastou de mim e meu coração se apertou. Eu não queria que ele fosse embora.

Ouvi um barulho de uma flecha acertar seu coração e de repente ele foi ficando cinza e caiu nos meus pés. Dei um passo para trás assustada, olhei para ver de onde tinha vindo a flecha e vi Nate. Ele estava diferente, estava mais amadurecido, barbudo, mair forte. Ele segurava o arco, seus olhos estavam azuis como da última vez que eu vi no ritual de Takan.

—Você achou que eu não te encontraria? —Ele disse e veio para cima de mim e eu deixei meus olhos sombrios. O meu sentimento não era mais de proteger Nate, mas sim de mata-lo.

Havia rancor. Ódio.

Stefan gritou meu nome atrás de mim e eu me lembrei do garotinho que estava com ele, meu coração se encheu de medo do hibrido fazer algum mal para o pequeno.

Quando me dei conta o garotinho não estava mais nos braços de Stefan, olhei desesperada para o lado o procurando, mas ouvi um coração ser arrancado de seu corpo.

Não era o meu. O medo tomou conta por saber que provavelmente seria do Stefan. Mas senti suas mãos tocar meu rosto.

—Lina, você está bem?— Stefan estava na minha frente preocupado comigo, respirei aliviada por ele estar bem.

O afastei para ver meu pai e vi o corpo de Nate no chão com um buraco vazio no seu coração. Ao seu lado o garotinho levantou suas pequenas mãozinhas segurando o grande coração e deu um pequeno sorriso de lado um tanto parecido com o do meu pai.

Stefan e eu respiramos aliviados.

—Eu sempre vou te proteger mamãe.—Disse ele deixando o coração cair e correndo para nós dois sorrindo, eu o abracei e Stefan abraçou a nós dois.

Quando abri meus olhos não tinha um céu azul dessa vez, nem borboletas, tinha um teto com um ventilador rodando. Eu estava no meu quarto, esse sonho foi muito estranho.

Virei meu rosto de lado e meu pai estava sentado em sua poltrona segurando uma de minhas mãos e na outra segurando um livro.

—Pai...

Ele ouviu minha voz e rapidamente largou o livro de lado.

—Filha, você está bem?—Perguntou ele preocupado. Acenei que sim e ele deu um beijo na minha testa.

—Acho que estou.—Ele deu um sorrisinho—E você está bem?

—Você derrota um ser maligno e quer saber se eu estou bem?— Perguntou ele irônico.—Melhor impossível, você não sabe o quanto eu estou orgulhoso de você e do seu irmão.

—Pai, não tenho nem palavras pra te agradecer, você salvou a vida do meu melhor amigo Seth! — Eu o abracei.— Estou feliz que todos estejam bem, estamos a salvo agora.

—Eu também feliz.— Ele me apertou mais ainda.— Muito feliz.

—Onde está todo mundo?—Nos soltamos.

—Seu irmão está descansando no quarto dele com a Melissa, me pediu que quando você acordasse fosse o primeiro a saber.

—Eu vou tomar um banho antes, você pode dizer á ele pra vir aqui depois? Precisamos conversar sobre toda essa loucura! Nem acredito que eu estou viva.

Meu pai se levantou junto comigo. Estava indo em direção ao banheiro e ele a porta, quando parou de repente e virou pra mim.

—O garotinho cumpre mesmo o que diz, te protege.—Ele piscou e ia saindo do quarto.

—Garotinho? Como você sabe disso?—Perguntei espantada e ele não sabia como responder.

—É..Você estava "sonhando" segurando minhas mãos sweetheart, eu vi tudo.—Ele abriu a porta—E...Você não sabe mesmo? Não tô acreditando que você é minha filha....

E saiu todo feliz rindo. E eu fiquei com cara de tacho.

O que é que eu não sei?

[...]

Terminei de me arrumar e me sentei perto da janela. Meus híbridos estavam espalhados pelo jardim, alguns jogando bola, outros conversando, outros brigando, como sempre. Meu coração estava palpitando de felicidade, era como se as coisas estavam partindo para a normalidade.

—Posso entrar?—Henrik disse e eu acenei que sim. Ele trancou a porta e sentou do meu lado na janela.—Você definitivamente é melhor quando está limpa.

Dei um soquinho no braço dele rindo e peguei em suas mãos brincando com elas.

—Acabou?

—Eu não tenho certeza, o que eu tenho certeza é que vamos estar juntos sempre e pra sempre irmãzinha. Estaremos juntos para o que for.

—Tenho essa certeza também.— Sorri pra ele— Você me disse que tinha algo pra falar comigo, o que é?

—Ah Lina, na verdade eu não sei se sou a pessoa certa pra te contar algo...que está tão na cara...—Ele disse se levantando e coçando a cabeça—Estão esperando por nós lá embaixo. Caroline acabou de chegar e não veio sozinha.

—Quem veio com ela?

—Você tem que ver. Vai ficar muito feliz.—Ele se levantou abrindo a porta para eu passar—Me responde uma coisa, só pra eu ter certeza... Você se lembra de como você ficava antes do Takan aparecer?

—Claro, meu corpo sempre sabia quando ele ia aparecer, eu ficava tonta, enjoada.—Caminhávamos pelo corredor— Argh, só de lembrar.

—Seth me disse que quando você encarou Takan, ele encostou em você e seu corpo reagiu diferente.—Rik perguntava bem curioso e animado.

—É, eu meio que dei um choque nele. Não sei bem como eu fiz isso.— Dei uma risadinha, mas ele não, ficou me olhando esperando que eu falasse algo.— O que você quer dizer com isso?

—Você não sabe mesmo?—Perguntou franzido a testa.

—O que deu em vocês para ficar fazendo essa pergunta pra mim? Se tem alguma coisa que eu não sei, porque vocês não me falam logo!

Ele revirou os olhos rindo.

—Isso é engraçado. Quando eu soube pela primeira vez eu estava falando com Stefan e não achei certo contar á ele, por que seria você a pessoa certa a contar. Mas você não sabia. E como ele já sabe agora e você não...Acho que ele que deveria te contar.—Ele piscou pra mim e desceu as escadas correndo. Eu fiquei super confusa.

Quando olhei escada abaixo, vi Caroline ao lado do meu pai e Seth estava com... Larissa! Fiquei super feliz em vê-la ali.

—Lari!—Pra minha surpresa ela abriu um sorriso ao me ver e me abraçou, sua barriga estava enorme.— Estou feliz que esteja aqui.

—Estou feliz que esteja bem e viva!—Ela olhou pra mim seu aspecto estava radiante.—Seth tem uma novidade pra você!

—Tenho mesmo!—Seth disse ao vir nos abraçar.—Decidi que nossos filhos devem crescer juntos, então estou voltando de vez pra New Orleans!

—Isso é ótimo! Eu vou ter meus dois melhores amigos comigo! —Disse sorrindo— Mas acho que nosso filhos não vão crescer juntos, os seus estão quase para sair.

—Viu?— Ele disse olhando pra Larissa.— Eu disse que ela não sabia.

—Ah não! Chega, eu já estou cansada disso!O que é que eu não sei?

—Lina, tem alguém que precisa te contar algo.—Meu pai disse atrás de mim e Stefan apareceu do meu lado segurando um lírio.— Pode ser que eu tenha contado algo sobre seu último "sonho"...

—Nicolina...—Eu estava pronta pra brigar com Stefan por me chamar assim, até que ele se ajoelhasse na minha frente e eu paralisei.—Eu sei que não gosta que te chame assim. Mas se vou fazer isso, tenho que fazer isso direito.

—Stefan...—Minha voz começou a tremer ele ia fazer isso mesmo? Na frente de todo mundo? Do meu pai?

—Deixa eu falar, não interrompa...—Ele disse sério—Isso não é um pedido formal de casamento. Fica calma. Na verdade não é com você quem eu quero realmente conversar...—Ele segurou em minha cintura e me puxou para mais perto, olhando para a minha barriga.—Você tem tentado se comunicar faz um tempo né, campeão? Com tudo isso que aconteceu sua mãe ficou tão preocupada com seu tio Henrik que acabou te bloqueando. Mas você é bem corajoso, deu um jeitinho de cuidar dela daí de dentro e deu forças quando ela mais precisou...Já sei a quem você puxou.—Stefan deu um beijo na minha barriga e eu senti um friozinho—Preciso que você saiba que eu te amo, e agora eu preciso contar pra sua mãe que tem um bebezinho dentro dela, porque acredite ou não ela ainda não sabe! Será que ela vai surtar? Vai saber, ela é doida, fica aí que eu te conto depois amigão.

Ele deu mais um beijo na minha barriga e se levantou segurando minhas mãos, deixando o lírio em nossa mão esquerda mais precisamente entrelaçado em nossos dedos anelares. Eu estava paralisada.

—50$ que ela vai surtar. —Seth disse baixinho para Rik que apertou as mãos dele concordando.

—Shhh...Não estraga o momento!—Caroline disse, todos estava prestando a atenção em nós dois.

—Nicolina Mikaelson, você está grávida.—Stefan disse calmamente sorrindo pra mim.

—Oh...—Foi a unica coisa que eu consegui dizer no momento.

Eu..tô grávida? Esse tempo todo e eu estava grávida?

Eu quase morri com um bebê dentro de mim! E todo mundo sabia menos eu?

—Eu tô grávida...—Disse olhando para o Stefan— Como...

—Então, você e o Stefan...—Seth começou a dizer.

—Seth!— Tio Elijah disse.

—Stefan...Eu não...

—Eu também não, mas vamos fazer isso juntos.—Ele olhava no fundo dos meus olhos.

Soltei um ar que eu não sabia que estava segurando. E o abracei o mais forte que eu pude.

—Aquelas sensações que eu tive, a fome que eu sentia, não era nada por causa do Henrik!—Soltei ele e olhei para a minha família— Vocês me deixaram enfrentar um ser maligno, grávida?

—Demorou, mas descobriu! — Henrik disse entregando um nota de 50$ para Seth.

—Não tínhamos tanta certeza no começo.—Kol disse ao entrar com uma pequena caixa embrulhada em um papel de presente— Ninguém conseguia ouvir o coração dele bater, porque você o bloqueava mentalmente, estava preocupada demais com Henrik.

—Tive minhas suspeitas, quando você achou que Takan estava em você—Henrik disse—Seu bebê te protegeu e avisou de muitas formas quando ia estar em perigo Tipo quando eu me transformava no Takan. Ele sabia o que poderia acontecer, mas com o seu bloqueio, a forma que ele tinha de te avisar era com...sintomas de gravidez. Previsível eu sei, mas você sabe como era diferente.

E como era, eu achava que estava passando mal normalmente, mas parando para analisar era magia. Se meu bebê me protegia e me avisava com esses sintomas de tonturas e sendo meu filho e do Stefan, poderia muito bem fazer isso.

E como Henrik iria saber se era diferente ou não? Não importa, eu vou ter um bebê!

Passei as mãos na minha barriga sorrindo, agora eu entendi o porquêe ela estava tão maior que o normal.

—Eu estou esperando um filho.

—Lina...— Meu pai deu um passo vindo até a mim e Stefan olhou pra ele como um alerta e ele levantou suas mãos em rendição—Relaxa papai, foi uma vez com meu neto e nem aconteceu ainda, é o seu momento.

Stefan colocou suas mãos sobre as minhas e eu olhei para o lírio lembrando que o garotinho havia me dado no sonho.

—Isso simboliza o casamento, a união e a doçura.—Stefan me disse—Ele te deu mostrando a parte da sua doçura, mas eu te entrego mostrando que quero me casar com você, o que significa nossa união...É sobre nós três unidos, por toda a eternidade.

—Eu te amo.—Disse enquanto plantei um beijo no seus lábios, ouvi alguns suspiros que era da minha mãe, Caroline e Tia Rebekah. Os assobios e palmas exageradas eram dos meus híbridos.

Quando o soltei todos vieram nos cumprimentar, meu pai ao invés de vir em mim primeiro, foi de encontro ao Stefan e o abraçou. Falou no ouvido dele como se ninguém fosse ouvir.

—Se alguma coisa acontecer com eles, eu te mato Salvatore.— Ele bateu nas costas dele um pouco mais forte do que esperado, Stefan riu e se soltaram.

—Faço as palavras de Niklaus as minhas—Tio Elijah disse e o cumprimentou.

Henrik e Seth fizeram a mesma ameaça.

Todos vieram me abraçar, as mulheres estavam todas emocionadas!

Com toda a alegria que eu estava sentido, senti uma mão me puxar e era Kol.

—Tampinha, eu não tenho muito tempo, então queria deixar isso com você, não abra agora tá bom? Estou muito feliz por você.

Quando eu ia respondê-lo, ele sumiu da minha vistas.

Meu pai pegou uma champanhe e abriu todo feliz e servindo á todos.

—Eu vou ser vovô!—Dizia ele felizão e olhou para Henrik— Um de cada vez por favor!

Durante a comemoração e um gole e outro no meu suco, me lembrei de algo que me deixou intrigada. Olhei para o meu pai e fui até ele.

—Você disse que nem aconteceu ainda, o quê? Por que o que eu te mostrei foi um sonho pai... —Stefan, Seth e Henrik se entreolharam. — Foi um sonho não foi? Ou vai me dizer que meu bebê me mostrou o futuro?

Eu disse sendo irônica, mas Seth bateu palmas rindo.

—Tá aí, pelo menos ela descobriu algo sozinha!

Henrik revirou os olhos nervoso e pegou o dinheiro do bolso dele de volta, e veio para perto de mim.

—Irmãzinha, tem muitas coisas que precisamos te falar que aconteceu enquanto você estava dormindo.—Ele ficou sério e eu sabia que dali não sairia nada bem.

Realmente a alegria de um Mikaelson não dura para sempre.