A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO)

Capítulo Quarenta e Sete – Sonho Horrível


Belinda suava em bicas, Dorian vira, sem querer, o motivo de ela estar estranha e parecendo tão quebrada. Vira toda sua raiva, dor, mágoa. Ele vira tudo o que preferia não ter visto. Dorian baixou a Varinha e respirou fundo, já tinha estado muito na mente dela, mas algo naquela memória era mais doloroso pra menina do que todas as torturas de Bellatrix. Traição era difícil de aceitar, principalmente quando vem de onde menos se espera, ele conhecia aquele sentimento amargo e corrosivo.

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—Intrigante, não? –Ela questionou, parecendo mais aborrecida do que em sua chegada, enquanto secava o suor com a costa da mão.

—Mais pra irritante. –Ele respondeu, a fazendo dar um breve e duro sorriso. –Vamos dar uma volta.

Belinda o encarou de sobrancelha arqueada.

—Pra onde?

—Acho que você vai gostar de correr agora. –Ele deu de ombros.

—Acho que sim.

Lestrange estava surpresa por Dorian ser alguém tão surpreendente, achava que ele iria ignora-la e simplesmente força-la a treinar, mesmo sabendo que ela estava mal, contudo ele estava se mostrando compreensivo e uma companhia melhor do que ela jamais imaginara.

Belinda o sentiu segurar seu braço e o corpo desintegrar, ainda não gostava da sensação, mas agora era familiar. Bell abriu os olhos assim que sentiu os pés tocarem o chão, após a desaparatação.

—Lumus Maxima. –Ouviu a voz de Dorian recitar o Feitiço tão conhecido e em seguida o local estava iluminado

O lugar era simplesmente lindo, o capim era baixo ao redor das flores amarelas que cobriam boa parte do chão e as enormes árvores dificultavam a passagem da luz lunar, deixando a névoa cobrir o local. Era um tanto quanto ilusório, mas ainda bonito.

—Bom lugar para desenhar. –Ela comentou em voz alta.

—Não discordo, mas existem lugares melhores. –Dorian informou e ela sorriu, o encarando.

—Onde estamos?

—Na floresta North Greenwich.

—Ah, Londres. –Ela compreendeu, achava que estava mais longe de casa.

—E então, vamos correr? –Ele convidou, a fazendo sorrir, mas não era verdadeiro.

Belinda retirou o moletom da Grifinória e jogou para o rapaz guardar na mochila, mas os olhos de Dorian foram pra faixa negra em seu braço.

—Como todos você tem curiosidade do que tem por baixo disso, não é? –Ela não pareceu irritada ao questioná-lo.

—Se você não ficar boa em Occlumency, provavelmente eu vou descobrir. –Provocou.

Belinda o encarou desafiadoramente e sorriu de modo selvagem, o sorriso mais real da noite.

—Ah, Dorian. –A voz sedutora e arrastada. –Se você soubesse. –O sorriso perigoso compunha o olhar dela.

—Isso é um desafio? –Ele a encarou de cima.

Belinda ponderou, sabia que estava melhor em Occlumency e sabia que a memória por baixo da sua faixa era guardada no lugar mais fundo de sua mente. O que a fez dar um riso leve, mas não amigável.

—Você pode tentar.

Dorian bufou e a viu ir para trás de uma árvore, para tirar o resto de sua roupa, o rapaz rolou os olhos e virou de costa.

Belinda se jogou em sua cama e adormeceu em seguida, estava exaurida, a corrida fora exaustiva, mas essencial para seu humor se acalmar. Dorian a liberou mais cedo, dizendo que ela estava esgotada ao ponto da ineficiência. Em algum momento os sonhos iniciaram, a puxando para o fundo de seus pesadelos.

Belinda andava pelos corredores de Hogwarts, admirando o silêncio da madrugada, confortável na conhecida solidão, quando ouviu estouros do lado externo e correu para uma janela, vendo o caos do lado de fora. Hogwarts estava em chamas e a Marca Negra brilhava no céu noturno.

Belinda estremeceu ao ver a imagem, mas ainda assim decidiu correr para o Saguão de Entrada, onde se deparou com uma cena desesperadora, haviam corpos espalhados, assim como destroços do próprio castelo, contudo foi ao ver o corpo de Draco jogado no chão, os olhos abertos e sem vida, foi ai que o desespero lhe tomou até o último músculo, sendo acompanhado por gargalhadas, uma sobressaindo as demais, a maldita e escandalosa risada de Bellatrix.

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—NÃO! –Belinda acordou no susto e entre lágrimas, tanto de desespero quanto fúria.

Hermione, que estava pronta pra acordar a amiga do sono agitado, se assustou com o grito de desespero que a outra dera.

—Bell? –Gina, que ainda se levantava, pulou para a cama da amiga e tocou seu braço, a fazendo se sobressaltar e a encarar confusa.

—Desculpa. –Ela sussurrou, após perceber que estava em seu dormitório, tentando conter as lágrimas, mas não conseguia.

Belinda estava mais pálida que o comum e suava em bicas, o cabelo negro lhe grudava a pele e os olhos assustados pareciam febris. Ginny segurou sua mão e a sentiu tremer. Belinda parecia no limite, Gina sabia que a amiga não chorava facilmente e muito menos em frente as pessoas, mas ela estava quebrada e o afastamento de Malfoy só veio mostrar o quão profundas eram suas feridas. Gina a puxou para um abraço, o qual Belinda se deixou ficar dentro, mas nem se mexia, parecia em choque com o que quer que sonhara.

—Foi só um pesadelo. –Gina afirmou, tentando conforta-la.

Belinda sabia que a ruiva estava certa, mas também conhecia a possibilidade de tudo aquilo vir a ser real, dos destroços as mortes.

—Estou bem. –Bell disse por fim, quando ouviu a porta do quarto ser aberta e Kátia sair.

—Bell? –Hermione a chamou.

Lestrange se afastou da amiga e deu um leve sorriso.

—Desculpe, foi um sonho horrível. –Ela alegou, tentando parecer no controle. –Se importam se eu for tomar banho primeiro?

—Não, pode ir. –Hermione lhe sorriu gentilmente.

Gina viu, com preocupação, Belinda cambalear até o banheiro e fechar a porta.

—A tendência é ficar pior. –Ela comentou com Hermione, que tinha os olhos grudados na porta do banheiro.

—Eu sei. –Mione encarou a amiga. –O que a gente pode fazer?

—Primeiro temos que conseguir que o Marcos fique na dele e não fale merda. –Gina informou. –E ajudar, por incrível que pareça, o Malfoy conseguir o perdão dela.

—Ajudar o Malfoy? –A surpresa preencheu o rosto de Hermione.

—Ela precisa dele e isso todo mundo sabe. –Decretou.

Hermione não disse nada.

A noite parecia mais sombria do que Bell estava acostumada para a primavera, contudo ela imaginava que fosse seu humor nebuloso que não estivesse vendo as coisas do ângulo correto.

Freddie a encarou, andando silenciosamente ao seu lado. George olhou para o irmão, ambos preocupados com o estado de Belinda, principalmente depois do que Gina contara e por Belinda ter passado o dia todo em silêncio, se permitindo ficar com eles, mas presa nos próprios pensamentos, por mais que a chamassem.

—Minha Leoa favorita. –Ty cumprimentou, surgindo diante deles.

Belinda ergueu os olhos negros e focou o rosto do rapaz, os belos olhos verdes a encaravam preocupados, mas tentando esconder o sentimento e demonstrar diversão. Bell imaginou que poderia fingir também e decidiu que seria o melhor.

—Meu nerd. –Ela sorriu pra ele.

—Nerd. –Bufou ele, mas sorriu. –Bem, pelo menos sou seu.

Os gêmeos notaram que ela parecia perdida, mas tentando brincar, o que os levou a entrar na brincadeira.

—Pode tirar o olho, Parker. –George falou, passando o braço pelos ombros dela. –Ela é nossa!

—Qual é? –Ty os encarou. –A gente não pode chegar a um acordo?

—Não tem negociação. –Freddie foi claro e ele sorriu.

Belinda sentiu a mochila pesar, recordando que o presente de Cho estava ali.

—Na verdade, você apareceu na hora perfeita, Ty. –Ela lhe sorriu novamente, mas os olhos estavam sem sentimento algum.

—Acho que acabei de me foder. –Ele comentou e os gêmeos riram.

—Vem com a gente. –Ela chamou.

Belinda caminhava para as escadas Vai-e-Vem com os três rapazes, quando viu Malfoy, apoiado na parede e parecendo sem o menor humor.

Draco a viu e se preparou para tentar falar com ela, mas Belinda desviou os olhos irritados e passou direto.

—Isso vai ser difícil. –Blás comentou com ele e Malfoy assentiu, vendo Gina correr para as escadas, atrás de Belinda e dos irmãos.

Gina encarou Malfoy por uma fração de segundos, antes de acelerar a corrida para alcançar seus alvos.