Tava difícil lutar com todos aqueles monstros. Nunca vi tantos. E, quando tudo estava melhorando, apareciam mais e acabavam com nossas esperanças.

Eu golpeei um cão infernal e ele virou pó e pelo negro. Corri até perto de alguns campistas de Hefesto, que lutavam contra um gigante. Logo, ele virou pó. Mas então, algo estranho aconteceu.

Zumbis entraram na luta.

É sério! Eles começaram a aparecer, aos montes. Os monstros ficaram confusos. Os outros campistas também. Ao longe, pude ver que alguém carregava outra pessoa com uma capa que cobria a cabeça feito um saco de batatas. Percebi que era Bianca que nos ajudou. Não pude deixar de sorrir.

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Mas o inimigo recuperou o sentido e voltou a lutar. Quase fui atingido, mas meu TDAH me ajudou a me defender. Infelizmente, era um semideus. Usava um elmo, o que interferia que eu o visse. O golpeei com a parte não-letal da espada e ele caiu. Não iria mata-lo.

Ao longe, pude ver que Aline brigava com uma dracaenae. Ela murmurava algumas coisas, mas não pude entender. Então, a mulher-cobra se transformou em pássaros e saíram voando. Ela olhou para mim, e balançou a cabeça, num gesto severo. Então, corri até ela e ficamos de costas.

– O que você encontrou? - Ela perguntou, enquanto brigava com outro semideus.

– Bianca trouxe ajuda - disse, meio arfando e golpeei uma Harpia - mulheres com asas e pernas de galinha. Eram bem estranhas. - Zumbis.

– Sério?

– Sim. Parecem que estão ajudando.

– E o que mais?

– Ela sendo levada para a enfermaria.

– Que legal - disse ela, sarcástica. Então, com o que me pareceu um chute, derrubou o inimigo. - Que tal usarmos alguns truques?

Pensei. Ela jamais falaria isso se não fosse extremamente necessário. Da última vez, eu incendiei o chalé de Dionísio. Ficaram furiosos comigo. Suspirei, e assenti.

Tentei me concentrar nos céus, e senti um trovão balançando tudo. Vários monstros viraram pó. Aline fazia feitiços, e transformava o inimigo em diferentes coisas - pássaros, borboletas e outras coisas não-letais. Eles saiam fugindo. Até que era legal ver aquilo.

– JARED! - Ouvi uma voz masculina gritar. Me atrevi a olhar, e era Silvio. Ele corria para mim e Aline. Um cão infernal veio em sua direção, mas ele descreveu um círculo no ar com a espada, deixando somente pelo negro e pó.

Ele se encostou de costas entre Aline e eu.

– Tenho um plano - disse, cortando a lança de um semideus inimigo, e, com um chute, jogou-o para longe.

– Qual? - Perguntei.

– Avise a todos para irem a algum lugar alto.

– O QUE? - Olhei para ele como se fosse louco.

– Ou use os seus poderes. Mas coloque todos no alto!

– Mas pra que?

– Para eu alagar todos os monstros, e...

– Você eletrocutá-los! - Se intrometeu Aline.

É claro! Como não tinha pensado isso antes? Mas o problema é que eu não havia conseguido controlar esses poderes. Não mesmo. Aliás, da última vez, me lancei tão alto, que, se não fosse meu pai, teria virado uma geléia de semideus.

– Vou chamar alguém que consiga fazer isso direito - disse, e me afastei correndo. Pude ver que Aline e Silvio fizeram o esquema em que estávamos. Passei por cenas horríveis. Sabia que um dia ou outro, isso iria acontecer. Mas não sabia que seria tão logo.

Quando achei um irmão meu, o ajudei a destruir um gigante.

– O que está fazendo aqui? - Ele perguntou, arfando. Estava com os cabelos loiros bagunçados e queimados nas pontas. Tinha cortes e arranhões por todo o rosto. Sua armadura também não estava numa condição muito boa.

– Preciso que leve o nosso lado para o alto! - Eu respondi.

– Como assim?

– Que nos icem no ar! Nos deixe bem no alto!

Ele me olhou como se eu fosse louco, mas eu insisti. Ele suspirou, e, em um minuto, somente o inimígo estava no chão.

– AGORA! - Eu berrei, para que o Silvio me escutasse. Pude ver que ao longe, os feridos também estavam no ar. Todos com cara de confusos, principalmente os monstros. Mas eles estavam se recuperando. Alguns já estavam para jogar suas armas em nossa direção.

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E uma enorme onda alagou tudo. Assim, tudo mesmo. Como se fosse uma imensa piscina. Não perdi minha chance, e lancei meus truques de filho de Zeus em tudo aquilo. Tentei pegar leve por causa de alguns semideuses. Ele eram extremamente novos. Aquilo era de partir o coração. Mas pelo que pude ver, o pó se misturou com a água. Cessei os raios.

– Assim já está bom! - Eu disse, e toda a água foi de volta para a baia. Todos nós fomos levados novamente para o solo.

Pude ver que alguns semideuses estavam no chão. Quer dizer, além de nós, ninguém estava de pé. Tirando os do nosso lado que desmaiaram ou talvez... Bem, prefiro nem pensar nisso. Nada restou, além de inimigos molhados e eletrocutados. Talvez ainda podíamos salva-los. Não perdi tempo. Fui correndo ajudar os outros com os caídos.

Passou algum tempo, e pude ver que, apesar de um bom plano, quase todo o acampamento foi destruído. Pelo menos, estava tudo encharcado. Mas era melhor do que continuar a lutar. Havia feridos espalhados em macas improvisadas. Os curandeiros de Apolo estavam extremamente cansados.

E, para nossa alegria, os deuses chegaram.

– O Hades passou por aqui, foi? - Perguntou Atena. Ela era a diretora do acampamento, e estava terrivelmente abalada.

– Ei, nem meu reino é tão ruim assim - retrucou Hades, e Atena lançou um olhar do tipo "Ouse falar isso outra vez e eu vou te transformar em comida de coruja."

Mas ela só suspirou. Até que ia ser engraçado ver aquilo.

E me lembrei de alguém.

Bianca.

Sai correndo feito um louco. Se alguém me chamou, nem prestei atenção. Mas que me xingaram por pisar no pé, ah sim. E como fizeram. Quando cheguei, Ela estava deitada, desacordada. Estava pálida (o que, graças aos deuses, descobri que era normal), e a coxa enfaixada. Logo, em uma sombra, seu pai apareceu ao seu lado. Ele estava com seu manto. Sinceramente, era meio horrível ver aquilo. Não sei como ele podia usar. Mas, tirando isso, estava vestido como normalmente é. Blusa preta, calça jeans preta e tênis. Acho que não preciso dizer a cor deles.

Ele me olhou com aqueles olhos negros de louco. Mas eu não era nem louco de continuar o encarando. Voltei meu olhar novamente para Bianca, que contorcia o rosto, como se tivesse provado algo com gosto ruim. Ele se ajoelhou e colocou a mão na testa da filha. Aos poucos, ela abriu os olhos. Mas agora, não eram aqueles olhos estranhos que um dia eu conheci. Ela tinha os olhos vazios. Como de um morto.

Isso me preocupou pra valer, mas ela se sentou, me deixando um pouco mais aliviado. Olhou para mim com um ar de dúvida, como se não me conhecesse.

– Obrigado - disse seu pai, pro meu espanto. Então, deitou novamente a filha na areia. Ela fechou os olhos de morto de demorou para abri-los novamente.