Abri os olhos e me deparei com os mesmos dvds e equipamentos médicos que vi da primeira vez que acordei aqui há uns dias atrás. Eu estava o tempo todo na casa dos Cullens enquanto aquele louco me atacava. Minha nuca ainda ardia. Toquei de leve meu pescoço e senti pequenos cortes que formavam um desenho. O que? Levantei-me para procurar um espelho, mas antes que pudesse dar mais um passo, duas mãos agarraram meus ombros por trás. Não!! Ele de novo não!! Soquei para todos os lados, tentado atingi-lo. Facilmente, suas mãos se fecharam em meu pulso, me fazendo gritar. Em um só movimento, ele me girou para que eu pudesse encará-lo e...

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-Alice?! – perguntei arfando.

- Se acalme!! Pelo amor de Deus!! – disse se afastando, provavelmente assustada com meu ataque de tapas.

Apoiei as mãos no joelho, tentando me recuperar do susto. Quase cuspi o coração pela boca.

- Qual é a sua vindo de fininho atrás dos outros?! Queria me matar?!

Alice estava mais assustada que eu. Não sabia se vinha me acudir ou pegar um copo de água. E quando decidiu pelo copo, o deixou cair. A baixinha reclamava de mim, mas era tão atrapalhada quanto eu. Rodeei o quarto a procura de um espelho e encontrei um pequeno em uma das gavetas do Carslisle.

- Mas que merda é essa?! – gritei totalmente chocada.

Minha nuca tinha uma marca enorme por toda a extensão de meu pescoço. Mas não era uma simples marca, era toda detalhada, possuía pontas por todos os lados e um circulo no meio cheio de curvas e outros desenhos. O mais estranho, é que esse símbolo foi feito por cortes, e me lembro bem, nem mesmo aquele louco usou uma faca ali. O corte ainda estava aberto, era meio profundo. Aproximei mais o espelho e vi que em vez de sangue, o corte estava preenchido por um liquido azul que circulava sem parar entre as linhas do desenho.

- Não sabemos o que é. Nem o que significa. Esse liquido azul... o que quer que seja, não permite curativos. Tudo que colocamos ai é dissolvido rapidamente. – Alice se aproximou de mim e colocou as mãos em minha testa – Ótimo, pelo menos a febre passou.

- Febre? – perguntei afastando suas mãos. Alice deu um passo para trás, meio sem jeito – Toda aquela queimação que eu estava sentindo era uma simples febre?

- Era. Mas não uma febre comum. Carlisle ainda não conseguiu identificar a origem. Bella está mesmo se sentindo bem? – perguntou tentando conter a inquietação de vir me examinar.

- Estou Alice. Como viu, não estou mais com febre. – toquei minha testa para ter certeza. É, eu estava bem.

- Eu sei disso Bella. Mas seus olhos estavam azuis naquela noite. – parei com minha caminhada pelo quarto e a encarei surpresa. Azuis?! - Quase tive um treco quando entrei aqui e olhei para você. Seus olhos praticamente brilhavam e...Estava toda ensanguentada, gritando sem parar... – Alice soluçou – Eu só queria acabar com a sua dor Bella. Só isso. – a voz dela ficou tremula, e não aguentando mais reprimir o choro, se entregou, sentando no chão e cobrindo o rosto com as mãos.

Eu sei que não devia me sentir mal por ela, mas é assim que me sinto. Alice me magoou muito me deixando para trás, mas... parando para pensar, se o que o Edward me disse realmente for verdade, ela não tem tanta culpa assim. Afinal, como se rastreia alguém que não pode ser rastreado? Exatamente, você não faz. E ver o que ela viu noite passada, não deve ter sido nada fácil. Eu sei porque foi quase a mesma imagem que vi ao entrar em casa uns 9 ou 10 anos atrás. Minha irmã sangrando sem parar. Me senti impotente, queria ajudar a pessoa que amava, mas não podia. E não existe nada pior do que isso. Lembrando do desespero que passei por não ter mais minha irmã por perto, e a olhando aqui e agora, acho que deveria estar agradecendo por ter de volta a pessoa que achei que tinha perdido para sempre. Eu sofri com a ausência dela, e não tem mais porque ficar me torturando com isso. Já cansei de me torturar com os fantasmas do passado. Claro que não vou esquecer tão fácil o que ela fez, mas não vejo o porque em não abrir uma trégua. Ela esta aqui agora, se importando comigo, e é isso que importa. Os que erram também merecem uma chance.

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Caminhei lentamente até seu lado e estendi minha mão. Assim que Alice me viu, não conseguiu esconder a surpresa em seu olhar, eu também estava surpresa comigo mesma, mas não me arrependo de minha decisão. Vendo que ela não se mexeria, peguei sua mão e a puxei, a envolvendo em um abraço. Mesmo sem perceber, já chorava copiosamente nos ombros de minha irmã. Eu senti tanto a falta dela.

- Ah Bella.... – lamentou - Me desculpe pelo que fiz você passar, eu realmente te procurei...

- Eu sei Alice. Eu sei...

- Sabe? – disse esfregando os olhos com um biquinho manhoso. Embora ela tenha nascido primeiro, sempre fui a mais velha.

- Sim Alice, eu sei. – disse rindo do seu jeitinho.

- Isso quer dizer que estou perdoada? – perguntou com os olhos brilhando feito uma criança na noite de Natal.

- Não Alice, ainda não. Sinto muito. – Alice encarou o chão, mas rapidamente se recuperou, abrindo um sorriso triste.

- Eu não te culpo Bella. Estou feliz que pelo menos está me dando uma chance. Eu tenho tanta coisa para te contar. – disse segurando minhas mãos e pulando animada. Isso é tão...Alice.

Ela foi me arrastando até a cama, cantarolando a musica que ela costumava cantar para mim quando eu estava com medo dos trovoes. Assim que fui me sentar, percebi que a cama estava coberta de sangue. Não sei como ela estava aguentando permanecer aqui.

- Eu não ia te deixar. - sussurrou adivinhando meus pensamentos - Achamos que estava se transformando, mas ainda continua humana. Os cortes estavam horríveis...

Olhei automaticamente pra meu braço. E não sei o que mais me assustou, perceber a quantidade de cortes que havia ali ou ver que estavam cobertos por milhares de band-aids do Bob Esponja. É claro que eu não precisava que ela me dissesse nada, para saber que foi o Emmett.

- Ele ficou horas fazendo isso. Edward quase o jogou pela janela, mas Emmett é uma criança bem musculosa. – ela riu – As vezes somos obrigados a aturar e ainda por cima dizer que ficou maravilhoso. Isso inclui você.

E eu achando que aquele grandão não poderia ser mais infantil.

- Depois que eu morrer, podem doar meu braço pra Nickelodeon. – disse irônica - O homem fugiu?

- Fugiu. – suspirou – Edward está uma fera com tudo isso. Ele fica andando pela casa, se culpando pelo que aconteceu e jurando que vai arrancar a cabeça dele quando o encontrar. Na verdade, todos nós estamos nos sentindo um pouco culpados. Ninguém sentiu a presença dele Bella. – me encarou aflita - Se você não tivesse gritado, provavelmente já estaria morta.

Um arrepio percorreu minha espinha, me fazendo recordar o desespero que senti estando nas mãos dele. Rapidamente afastei esses pensamentos.

- De uma coisa eu tenho certeza. Ele não me mataria. – Alice franziu o cenho – Eles me querem viva e transformada. Mas o problema é em que. Se fosse em vampiro, já estaria transformada...nao é?

- Jasper te observou. Disse que não tinha nenhum sinal de um recém-criado.

- Quem é Jasper? – perguntei me sentando em uma das poltronas perto da janela. Com certeza não sentaria naquela cama.

- Meu namorado. – Como assim?!Não surta Bella. Não surta.

- Ahh, o loiro com dor. Ele também é medico? – Cadê o meu pai nessas horas? Sempre esperei o dia em que ele usaria aquela espingarda em um dos namorados dela.

- Não. Mas lutou e comandou muitos exércitos de recém-criados. Ele reconhece um quando vê.

- Como se conheceram?- perguntei fingindo interesse na historia do casal, porque na verdade eu só queria saber um pouco mais dele. Não é qualquer um que pode sair namorando minha irmã.

Alice se ajeitou na beirada da cama onde o lençol estava seco, ficando visivelmente empolgada por eu estar puxando conversa.

- Ele me salvou. – Ótimo. O herói. -Eu era uma vampira muito inexperiente na época, e havia acabado de ganhar os olhos dourados. Ou seja, eu não tinha mais sangue humano em minhas veias. Estava fraca e tentando me acostumar com a dieta. Sai pra caçar sozinha, e um exterminador me encontrou.

Engoli em seco. Provavelmente foi alguém usando as armas que eu criei. Posso até mesmo ter vendido pra ele. Eu não possuía nenhum trabalho reembolsável, então tinha que lucrar do jeito que conseguia, já que eu havia criado a arma, podia muito bem fazer outra depois.

- Aquela fumaça me deixou perdida. – verbena. Quem criou? Ah, eu. - Eu só via o punho dele quando já estava a centímetros de meu rosto. Depois ele cansou de usar a mão, decidiu usar uma faca.

- Como assim ele usou uma faca?! Qual o nome desse desgraçado?! – levantei irritada quase derrubando a poltrona. Não importa o que ela fez, só eu posso gritar,bater ou brigar com a minha irmã. Isso vale para vampiros e humanos.

- Está preocupada comigo Bella? – perguntou com os olhos brilhando. Fiquei roxa no mesmo momento.

- Não! – o sorriso brilhante de Alice comprovou que eu ainda mentia horrivelmente mal. Preciso controlar minha raiva – Será que da pra continuar? – reclamei.

Depois de uma nada discreta revirada de olhos, ela continuou.

- Enfim, eu estava quase morta. Já havia desistido de tentar sair das garras dele. Ai Jasper apareceu – assim que pronunciou o nome dele, seus olhos se iluminaram. Que nojo. – Ele me trouxe para o Carlisle e...nunca mais foi embora.

Eu ainda pego esse loiro pelo pescoço. Salvou minha irmã, mas não perdeu tempo. Agora fica todo dia ai, desfrutando da boca dela. Belo pedido de agradecimento que ele escolheu. Deve ter salvado ela de propósito. Aquele...Jasper aproveitador!

- Bella, ele é legal. Não...precisa ficar com raiva.

Mal percebi que estava com uma cara de assassina, resmungando sozinha e quase cortando meu lábio inferior com os dentes. Estava pronta para dizer umas poucas e boas para ela, mas adivinha quem entra no quarto?

- Amor, vamos para a festa? – disse o loiro entrando e beijando minha irmã. Bastardo.

- Hei, eu ainda estou aqui! – resmunguei.

Ele ainda fingiu que não me escutou e terminou o beijo. Então me encarou sorridente, vindo até mim. Nunca fiquei tão feliz em ver uma pessoa. Eu adorava o Jasper!

- Me desculpe Bella. – disse me abraçando – Está se sentindo melhor? Tentei vir te ver um pouco mais cedo, mas Alice ainda não deixou ninguém entrar. Fiquei surpreso em encontrar a porta aberta.

- Não consegue estourar uma simples porta de madeira? – cruzei os braços sorrindo.

- Eu estouro a porta e sua irmã me estoura depois. – disse fazendo Alice soltar um muxoxo.

Jasper riu, me levando a rir também. Alice estava com um bico enorme. Eu conhecia muito bem essa nanica. Já presenciei muitos ataques raivosos dela. E se não me engano, o ultimo quase destruiu nosso quarto.

- Vamos logo para essa festa que não aguento mais ser zoada nessa casa. - disse ela se levantando.

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Jasper me deu um rápido beijo no rosto e pulou pela janela. No mesmo minuto em que ele saiu, senti a raiva voltar.

- Mas que merda foi essa? – sussurrei abismada, indo ate a janela. Se Jasper ainda estivesse ali, jogaria essa poltrona nele. – Jasper!!

Pude ver o vislumbre de um sorriso dele antes de desaparecer entre as arvores. Como assim eu fiquei toda “sorrisos” com o loiro pegador de irmãs? Nem faz cinco minutos que eu queria arrancar a cabeça dele por... Ahhh... por falar em irmã... Olhei para a Alice, que se controlava para segurar o riso.

- Você sabe muito bem o que aconteceu não é? – disse indo em direção a ela. Alice engoliu em seco. – Ahh... você sabe. Eu te conheço. O que ele fez?

- Controlousuasemoções. – ela disse tão rápido e baixo que mal consegui entender.

- O que?!

- Ahhh Bella, eu preciso ir. – se aproximou e me deu um beijo no rosto. Alice era expert em mudar de assunto – Ele só não queria ser atingido por sua raiva repentina contra ele. Não mate meu namorado. Isso é uma ordem. – disse seria, dando um peteleco no meu nariz. – Te vejo lá.

Depois de se ajeitar na frente do espelho, pulou pela janela. Essa nanica não tem jeito mesmo. E mesmo que ela não queira, vou ter uma pequena conversa com esse Jasper. Espera...Ela disse que me veria lá? O pequeno ronco em minha barriga quase me matou de susto. Depois daquela noite, estou me assustando com praticamente tudo. Talvez o Emm possa preparar alguma...O que eu to pensando... Talvez eu encontre o Edward pela cozinha. Não tava afim de ir para o hospital por culpa de alguma gororoba preparada pelo Emm. Quando fui girar a maçaneta, fui surpreendida por uma leve batida do outro lado da porta.

- Alice...Por favor, me deixe entrar. Eu preciso vê-la. – Edward? Ele soava preocupado – Eu sei o que você vai dizer, mas olhar da janela não é a mesma coisa. E eu ouvi vocês duas conversando. Sei que ela já acordou. Eu prometi que cuidaria dela e você está me obrigando a quebrar minha promessa. – Edward bateu mais uma vez. Eu poderia abrir, mas até que estava gostando de ouvi-lo falar - Já estou me sentindo culpado o suficiente por ter permitido que...aquele maldito encostasse nela – rosnou. Depois de um suspiro longo continuou – Foi tudo minha culpa. Por mais que eu tente eu sempre acabo tornando a vida dela mais infeliz. Acho que o melhor é...

Isso já é crueldade. Ele me ajudou e salvou minha vida, não vou deixar que ele se martirize por algo que não faz o menor sentido. Em um só movimento, escancarei a porta.

- Edward a culpa não é...- minha voz, meu ar, tudo sumiu quando encarei atônita o homem em minha frente.

Edward estava usando um smoking preto, com uma camisa social cinza escura e uma gravata marrom. Seus cabelos continuavam rebeldes, fazendo a palma da minha mão coçar, me dando uma vontade louca de mergulhar meus dedos ali. Ele estava incrível. Edward era obviamente lindo, mas hoje ele está...ual!

- Bella! Eu fiquei tão preocupado!– disse me envolvendo em seus braços. – Você está bem?

Não sei o que era mais tentador. Olhar para o rosto perfeito dele ou ter seu cheiro inebriando meus sentidos. Está começando a se tornar perigoso ficar tão perto assim de Edward Cullen. Depois de me soltar, claramente aliviado, esboçou um sorriso torto que eu tive que me segurar para não engasgar. Percebendo meu estado de choque, ele perguntou.

- Bella, tem alguma coisa errada? – disse enrugando a testa.

Mas que merda... Sim! Você! Vá embora e fique feio!

- Edward você...voce está... – bela hora para gaguejar Isabela.

Ele olhou para a própria roupa, procurando algo de errado.

- Está feio não está? – perguntou fazendo uma careta. – Eu disse para Alice que ficaria horrível.

Feio? Como ele pode sequer pensar nisso?

- Não...Você está incrível. – disse sentindo o rubor invadir meu rosto. Não acredito que eu realmente disse isso.

Seu sorriso se tornou ainda maior. Essa é a hora exata para um holofote focar nele e um coral de anjos começar a cantar. Meu Deus, será que eu não consigo parar de babar?!

- Não tanto quanto você nessa camiseta. – disse rindo. Ainda estava com a mesma roupa que ele me emprestou na campina, ou seja, estou parecendo um rapper com essa bermuda e a camiseta longa.

- Pode parar com as piadas, e sim, eu estou bem. E a culpa disso tudo não é sua – quando ele ia retrucar, continuei – E esse fato não está aberto para discussão. A culpa não é sua e ponto final.

- Não faz idéia do que está dizendo pequena.

Ele suspirou e negou com a cabeça, fazendo aquele Edward com o olhar doloroso voltar. Suas palavras me assustaram um pouco, sabia que elas tinham um peso maior do que eu imaginava.

- Edward,vai me dizer o porque dessas suas mudanças repentinas?

Ele passou as mãos pelo cabelo andando de um lado para o outro, claramente nervoso com algo.

- Isso era mais fácil antes...- sussurrou para si mesmo.

- Antes? Antes de que?

- Antes de eu me a...- ele estava no modo automático. Tão distraído que estava quase me respondendo, mas assim que me olhou, parou subitamente. – Chega dessa conversa ok? – levantei minhas mãos em rendição, sua carranca amoleceu, fazendo aquele sorriso torto voltar – Eu vim aqui por outro motivo.

- E qual seria?

- Temos uma festa para ir.

- Espera ai...Temos? No plural? – eu não iria a uma festa com ele. Ainda mais vestida assim. Não que alguém fosse reparar em mim com Edward ao meu lado.

- Sim. Eu e você. Vamos encontrar todos lá. Inclusive alguém que pode saber o que aconteceu com você.

- Pode esquecer Sr. Cullen. Não vou a nenhum lugar. Acabei de acordar. Vai você e me conta o que ele disse depois. Não acha que tem muita coisa acontecendo para irmos a uma festa? Esse louco ainda pode estar por ai. E eu não estou nem um pouco a fim de sentir ele me cortando de novo.

- Bella, eu sinto muito pelo que aconteceu. Mas não vai se repetir. Eu não vou mais sair do seu lado. – disse beijando minha testa. – E você é obrigada a ir a essa festa.

- Como assim obrigada? – perguntei com um tom de irritação.

Edward me encarou sorrindo divertido.

- É a festa do Emmett.

Merda. Eu lembro daquela criança ter comentado algo sobre isso, mas achei que já estaria fora daqui, então acabei prometendo que iria. Não devia estar me apegando tanto aos Cullens, mas me aproximei quase sem perceber. Emmett era um deles. Já me divertia com ele mesmo antes de vê-lo.

- Tinha que ser a festa do Emmett? Droga! – reclamei - Ele vai ficar muito chateado se eu não for?

Edward concordou com uma carinha engraçada.

- Ele disse que eu poderia ficar, mas você tinha que ir. Meu próprio irmão me trocando por uma exterminadora. – disse fingindo estar chateado.

Me sentei na cadeira, pensando em tudo que tem acontecido comigo. Desde que cheguei aqui, minha vida virou de cabeça para baixo. Eu já achei que ela era muito estranha, mas conseguiu ficar ainda mais. Não sei se essas mudanças são boas ou ruins. Estou esquecendo de quem me tornei. Estou...me tornando sentimental. Perto dos Cullens essa pedra de gelo que coloquei no lugar do meu coração está começando a derreter. Por mais que eu quisesse continuar por aqui, com minha irmã, o palhaço do Emmett e...ele, preciso terminar o que comecei. Preciso achar novas respostas, principalmente para isso que acabou de acontecer comigo.

- No que está pensando pequena? – disse Edward ajoelhando em minha frente.

- Preciso ir embora.

O sorriso no rosto de Edward se quebrou em milhões de pedacinhos. Seus olhos se tornaram tristes, ele tentou disfarçar olhando para o outro lado, mas eu podia ver muito bem. Ele estava assim por aquele motivo estranho ou porque eu disse que tinha que ir? Ta ok, eu sempre segui as regras do meu trabalho e nunca parei para me divertir. Já decidi dar uma chance a minha irmã, não custa nada enfiar o pé na jaca, já que quando eu for embora, não terei mais nada disso.

- Não posso ir para essa festa vestida assim. – levantei dando uma voltinha.

Ele voltou a sorrir, mas estava estranho. Como se tivesse algo martelando sua cabeça. Estava imerso em seus pensamentos.

- Acho que comecei errado. Depois de ver que estava bem, eu deveria ter te dado isso. – não sei se ele estava segurando atrás das costas desde que entrou, mas Edward me entregou um buquê de rosas vermelhas, me deixando totalmente constrangida. – E só depois ter te intimado para a festa. É que você me deixa... – ele se aproximou para tocar meu rosto, mas depois mudou de ideia. Fiquei congelada no mesmo lugar.

- Está... tudo bem com você? Está estranho... – perguntei tentando entender o que estava acontecendo. Já é a segunda vez que ele trava.

- O vestido está no banheiro...e...eu te espero lá em baixo. – disse saindo rápido, evitando olhar para mim.

Mas que bicho mordeu ele hein? Ele não estava assim estranho até a noite na campina. Não me lembro muito bem, mas...será que aconteceu alguma coisa para deixar ele assim? Sem perder mais tempo, fui para o banheiro, encontrando um vestido preto pendurado atrás da porta, ao lado estavam os saltos. Espero que eu ainda saiba andar nisso aqui. As vezes tinha que me disfarçar para recolher algumas informações sobre os clãs, e só ai usava essas coisas. Não costumo caçar usando scarpin.

Depois de finalmente acabar de me arrumar, fui em direção a escada, esperando não estar tão ridícula quanto eu achava que estava. Parei na ponta da escada, esperando Edward me notar. Assim que ele me viu, sua boca se abriu em um perfeito “o”. Em um nano segundo, ele estava em minha frente, beijando minha mão.

- Você está...perfeita Bella. Realmente magnífica.

- Obrigada. – Porque eu estou toda “sorrisos” com ele? Jasper não está por aqui está? Alguma coisa também mudou em mim naquela noite na campina. Mas não faço ideia do que seja.

- Vamos? – perguntou me oferecendo seu braço direito.

- Vamos. – respondi aceitando.

Edward abriu a porta de seu volvo prata pra mim e rapidamente já estávamos em movimento.

- Sinto falta do meu carro. – sussurrei mais para mim mesma, mas ele ouviu é claro.

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- Seu impala está seguro na garagem. Rosalie até consertou os retrovisores para você.

- Jura? Quem é essa Rosalie? Já gostei dela. – disse animada por meu carro estar inteiro novamente. Ele revirou os olhos.

- É a namorada do Emmett. A loira. Ela vai estar na festa.

A claro. A loira perfeita que estava o lado dele enquanto eu estava levando uma surra das Denalli. Pelo menos ela já tem namorado e fica longe do... Ah não, eu não pensei isso.

- Afinal...quem vai estar nessa festa? Não vai ter...muitos vampiros não é? Tipo os que querem me matar ou fritar minha cabeça.

- Nada de Denalli ou algo do tipo, se é isso que quer saber. É claro que alguns vampiros estarão por la, mas eles já sabem sobre você. E não terá nenhum ataque, porque a festa também vai estar cheia de humanos.

- Humanos? Possuem amigos por aqui? – perguntei sem conseguir esconder a surpresa.

- Você é a única humana que não se sente atraída por nossa espécie Bella. – É, ate ver você nesse smoking. Merda Swan, pare com isso! – Não é difícil arrumar amizades. Hoje em dia as pessoas só procuram uma carinha bonita.

- E isso você tem de sobra.

- Ah, então a senhorita Swan me acha um gato.

Espera, eu disse isso alto?! Não..por favor não...

- Dirige e cala a boca Edward. – resmunguei mordendo meu lábio inferior, com o rosto totalmente roxo por ter sido pega.

Vi Edward se mexendo desconfortável no banco do carro, mas nem me importei em perguntar. Ele não me responde nada mesmo. Depois de mais um tempo dirigindo, paramos em um cais. Edward abriu a porta para mim e caminhamos até um dos barcos que estava ali.

- Onde exatamente é essa festa?

- Precisamos pegar a lancha para chegar lá. É uma das propriedades do Carlisle.

Chegamos até a ponta do píer. Tinha uma lancha enorme nos esperando. Me assusta o quanto eles são ricos. Não me sinto bem com tudo isso. Se não fosse pelo Emm...Não iria ser muito fácil entrar nisso com estes saltos, sem me esborrachar. Antes de Edward me ajudar, o piloto me segurou pela cintura e me ergueu como uma criancinha, me colocando a bordo da lancha.

- Obrigada pela ajuda. – agradeci, mas suas mãos continuaram em minha cintura.

- Ma quella ragazza bellissima. Ne sono incantato. (Mas que mulher bonita. Estou encantado.) – ótimo, italiano. Espero que ele não esteja me xingando. - Qual'è il tuo nome piccola? Che ne dici di un bacio in cambio di questo aiuto? (Qual é seu nome pequena? Que tal um beijo em troca dessa ajuda?)

Não sei o que ele disse, mas deixou Edward extremamente furioso. Ele entrou no barco fuzilando as mãos do loiro e me puxou para perto dele, agarrando minha cintura, em um ato até rude, me chocando contra seu peito. Mal conseguia me mover em seu aperto de aço. O olhar que ele lançava ao homem estava quase o queimando vivo. O loiro parecia envergonhado.

-Mi dispiace signor Cullen non sapevo che questa bella ragazza è stata compromessa. Non ti vedo mai con nessuno. (Me desculpe Sr. Cullen não sabia que essa menina linda é comprometida. Eu nunca vi você com ninguém.)– respondeu encarando as mãos. Alguém tem google tradutor?

- Questa bella ragazza è la mia ragazza. Non voglio sentire complimenti. Lei è la MIA piccola. (Esta linda menina é a minha namorada. Eu não quero ouvir elogios. Ela é a MINHA pequena.)– a voz de Edward estava calma, mas não deixava de ser assustadora. Mas ouvi-lo falar italiano deveria ser proibido. Ele fica tão...tão...arrrggg.

O homem assentiu e assumiu seu posto. Edward praticamente me arrastou para a parte da frente da lancha. Rapidamente o motor ligou, nos colocando em movimento. Já que o piloto era humano, não escutaria nossa conversa.

- Vai me dizer o que foi isso? O que disse a ele? – perguntei.

Edward inclinou a cabeça para traz, respirando fundo. Nossa...ele ainda estava puto. Em um só movimento, ele me soltou. Tive que me agarrar na borda do barco para não cair de cara no chão ou pior, na água.

- Hei!! Se quiser jogar ele na água, tudo bem, mas eu não!! – disse irritada, arrumando meu vestido.

E lá estava ele, de novo, passando as mãos pelo cabelo como se o mundo fosse acabar. Estava me dando agonia vê-lo andando de um lado para o outro sem parar.

- Para com isso Edward!! Da pra me dizer que merda acabou de acontecer?! – berrei chamando a atenção dele.

- Ele só me perguntou para que lado era a festa. – respondeu cruzando os braços.

- A ta, não funcionou. Se quiser mentir pra mim, vai ter que inventar algo melhor, porque acho que o piloto que foi contratado especialmente para essa festa, não iria te perguntar o caminho!

- Mas que merda, o que você quer de mim?! – berrou.

- A verdade!! – gritei ainda mais alto – Será que da para, pelo menos uma vez, parar de esconder as coisas de mim?! Desde quando estávamos no quarto você está agindo assim! Você está estranho! Que merda aconteceu naquela campina?! O que está te deixando...louco assim?! – ele riu sem vontade, encarando o céu.

- Você. – sussurrou cravando seus olhos dourados no meu.

Arregalei os olhos. Como assim eu? Não fazia sentido. Edward começou a se aproximar lentamente, sem, em momento nenhum, desgrudar os olhos de mim. Cada passo dele era uma tentativa frustrada de meu coração em sair pela boca. Era um perfeito e magnífico predador caminhando ate sua presa. O vento em seus cabelos o deixavam ainda mais irresistível. Meus pés de repente se esqueceram de como se mover.

- Posso te pedir uma coisa Bella?

Engoli em seco, sem conseguir emitir uma palavra.

- Posso pequena? – sussurrou com uma voz rouca que quase me fez desmaiar.

- Pode. – murmurei.

Edward pressionou seu corpo contra o meu, envolvendo minha cintura com suas mãos. Minhas mãos, por reflexo, foram para seus ombros, tentando manter alguma distancia. Ele me olhava como se eu fosse algo magnífico. Sua mão esquerda subiu por minhas costas, me puxando para ainda mais perto, enquanto ele afundava o rosto em meu pescoço, aspirando profundamente o aroma de meus cabelos, fazendo meus olhos se fecharem por vontade própria. À minutos, esqueci de como se respira.

- Edward... – sussurrei.

- Shhhh...- sua mão que à pouco estava em minhas costas, subiu para minha nuca, puxando meu rosto suavemente para mais perto – Pequena... – sussurrou em meus lábios, fazendo meu corpo todo se arrepiar. Eu preciso parar...Preciso arrumar um jeito de parar... Colando sua testa na minha, esse sussurrou a frase que eu sabia que iria me colocar em um impasse cruel.

- Me beija?