Uma aula no paraíso

Não acreditei em que estava vendo, o garoto que tinha esbarrado em mim estava na mesma escola que eu, pior na mesma sala. Ele ainda estava com um sorriso em seu rosto olhando para mim. O acontecimento no hotel me fez detestar esse garoto.

– Bom dia, você é a senhorita Grace? - assenti meio envergonhada, o professor aparentava ter em torno de 40 anos, mas mesmo assim é um velho bonito - Bem - vinda como você é nova aqui gostaria que se apresentasse.

Me apresentar? Minha barriga revirou completamente, poderia simplesmente negar ou inventar uma desculpa esfarrapada. Mas não podia deixar a minha timidez ganhar. Respirei fundo e encarei a turma, era em torno de 45 alunos que olhavam para mim.

– Me chamo Katherine Anne Grace sou de Los Angeles e tenho 18 anos...- olhei para o professor em sinal dizendo que acabei. Ele assentiu e deu um passo a frente.

– Muito bem... Katherine pode sentar e mais uma vez seja bem- vinda. -fiz o que ele pediu e sentei o mais longe possivel do garoto, aff preciso aprender o nome dele. Ele sentava no penúltima cadeira da última fila do lado esquerdo e já eu a última cadeira da última fila do lado direito.
A aula era de Química, odiava química, na verdade odiava tudo com cálculos sempre fui péssima. A aula passou voando, e nesse tempo me senti incomodada com os olhares do encrenqueiro.

Ao término da aula iríamos para a aula de educação física. Não sabia onde ficava e nem o que faríamos. Olhei para o pessoal da minha sala, precisava só de uma informação. Vi uma garota ruiva e a achei simpática pelo seu rosto que parecia de anjo, me aproximei toda cautelosa.
– Com licença sabe como vai funcionar a Educação Física? - ela olhou pra mim dos pés à cabeça com um olhar de desdém.

– Por acaso tenho cara de informante? Faça - me favor, um trapo como você vindo falar comigo, se enxerga. - e assim ela foi embora me deixando pasma, como uma pessoa que nem me conhece me julga? Fui me sentar novamente em meu lugar. Não mudou nada nos últimos anos, as pessoas continuaram me ignorando. Coloquei meu fone de ouvido, já que o tempo estava vago e abaixei minha cabeça e peguei no sono.

( ...)

Acordei com alguém me cutucando, minha vista estava meio embaçada, mas conseguir enxergar quem era... era ele o cara de olhos azuis. Ele estava com um sorriso perfeito, qualé esse cara vivi rindo.

– Que coisa feia logo no primeiro dia de aula e já está cochilando. - ele era do tipo bad boy. Como não precisava de uniforme os alunos usavam o que quisessem, claro de acordo com as regras. Ele usava uma camisa branca com um casaco de couro preto e jeans. Se não detestasse ele diria que era um gato. Mas eu detesto.

– O que você quer? - perguntei indiferente.

– Talvez te chatear, te xingar... te beijar - ele deu um sorriso malicioso e eu franzi a testa o repreendendo. - Tudo bem, tudo bem. Como sou uma boa pessoa decidir de acordar, agora é a aula de educação física. É melhor se apressar- ele já estava indo embora, quando voltou - Ah verdade você não sabe onde é.

Eu o olhei será que me levaria até lá? Não esse garoto é muito irritante, talvez quisesse me humilhar igual da última vez.

– Eu posso te acompanhar até lá - ele falou indiferente, mas eu me surpreendi com essa oferta. Assenti e levantei da cadeira e o segui.

Andamos bastante em silêncio, ele não parecia incomodado, mas eu sim. Quebrei o silêncio.

– Por que está sendo legal? - perguntei chamando sua atenção, ele deu um sorriso perfeito me deixando com raiva, ele era realmente lindo. - Da última vez você foi bem malvado.

– Bem... eu sou legal com qualquer garota. Mesmo sendo igual a você.

– O que quer dizer "mesmo sendo igual a você"? - ele parou de andar e eu também, estávamos próximos a um armário, no corredor vazio. - E além disso você não pediu desculpas.

Falei meio brava, pois ele tinha me feito de trouxa. Em questão de segundos, o cara me jogou contra o armário colando nossos corpos. Quem ele pensa que é pra me tratar assim?
Sua boca estava perto do meu pescoço e podia sentir o seu hálito quente contra a minha pele. Era uma situação bem difícil, pois sentir os pelos do meu corpo arrepiarem involuntariamente
– Quero dizer que qualquer garota não pensaria duas vezes pra ir pra cama comigo... - ele chegou perto da minha orelha a ponto de encostar sua boca nela. - ... e aposto que até você não resistiria.

O que ele tava pensando que era assim tão fácil? Que era igual a maioria das garotas vadias da escola? Até parece que iria me entregar de bandeja, apesar de uma parte querer. Mas me controlei e o empurrei para longe o fazendo rir.

– Se fazendo de difícil só pra correr atrás de você? - ele se aproximou, mas não tanto, e segurou meu queixo olhando nos meus olhos- Digo uma coisa, é você que vai se rastejar até mim de quatro gata.

Ele soltou meu queixo e foi embora me deixando sozinha. Cara o que foi aquilo? Ele é retardado ou o que? Parece que a cada instante detesto mais esse garoto.

– Olá é... Katherine não é? - nem percebi que do meu lado havia uma loira de olhos negros, será que ela viu? - Você é ficante do Daniel? - então o nome dele era Daniel.

– Não! Deus me livre, esse cara é um retardado. - disse agitando as mãos - ele mora no mesmo hotel que o meu, o conheci lá e foi horrível.

– Ah que bom, um conselho não se apaixone por ele, tem várias meninas aqui no colégio que tiveram seus corações partidos por ele- eu ri, me apaixonar por um cara não faz muito meu estilo, ainda mais por ele. - Me desculpe... Meu nome é Laura Valdez. - ela estendeu a mão e eu a cumprimentei.

– Katherine Grace - ela sorriu e se assustou com o seu celular, que provavelmente tinha uma mensagem ela leu e riu digitando novamente.

– Você não sabe onde é a quadra né? - assenti e ela sorriu gentil - vem comigo estou indo para lá- e assim eu fui a seguindo.

(...)

Não era muito longe chegamos no vestiário feminino, todas as meninas estavam lá se arrumando e colocando um maiô preto e outros azuis.

– Não era aula de educação física? - perguntei para a Laura que entendeu o que quis saber.

– É aula de educação física, só que hoje é natação. - ela foi até um armário e pegou dois maiôres, ela me deu um preto e ela ficou com o azul. - é melhor se trocar, os banheiros ficam ali atrás.

Fui para o banheiro e coloquei o maiô, ele ficou bem em mim, minhas pernas pálidas ficaram mostra. Deixei meus cabelos soltos e tirei meus acessórios colocando na bolsa. Sair do banheiro e não tinha mais nenhuma menina ao não ser a Laura me esperando, em todo minha vida nunca fiquei por mais de 5 minutos com uma pessoa. Laura era bem simpática e empolgada era realmente legal. Fomos até a piscina onde estava o resto da turma.

Entrei no lugar, era enorme tinha chuveiros e uma área para as pessoas sentarem e é claro a piscina.

– Oie Laura estava te esperando, demorou muito sua biscate- disse um cara ruivo de olhos azuis para Laura, que estava apenas de bermuda deixando sua barriga amostra, me senti envergonhada, ma também privilegiada com a visão. - Você é a Katherine não é?

O ruivo estava falando comigo.
– Sim - disse envergonhada.
– Você fica MA- RA-VI-LHO - SA com esse maiô. Poxa se eu pudesse vestir um maiô iria arrasar! - ele disse isso todo empolgado, olhei para a Laura e ela confirmou minha desconfiança, o ruivo era gay. - Laurinha você tinha que ver os lindos deuses gregos no vestiário, chega que fiquei excitado.

– Katherine esse é o Bruno McLean. Desperdício de homem é não?

Poderia ter respondido, mas minha atenção estava em um moreno. Ele estava realmente lindo qualquer um podia ver, usava uma bermuda azul escuro e seus cabelos estavam bagunçados o deixando mais sexy.
Sei que o detesto, mas era impossível negar que Daniel era um gato. Ele parou do outro lado da piscina quase em minha frente.
E ele percebeu que eu o estava olhando e sorriu malicioso, fiquei com raiva e ao mesmo tempo encantada.

– Droga- pensei o que aconteceu. Ele disse que eu iria ser igual as outras garotas, iria rastejando para ele. Me controlei, aquela não era eu, estava aceitando muita as coisas. Lembro de meu irmão ter dito ser eu mesma e é isso que vou fazer.

Irei ser eu, aceitei demais as provocações e encantos do moreno. Ele iria provar do seu próprio veneno.