A Elfa Escarlate

Tecnologia humana e olhares sedentos


Yuri me beijava com intensidade. Começou timidamente, quase como se ele estivesse com medo que eu fosse quebrar. Mas logo os beijos começaram a ficar mais sedentos e profundos. Nunca parecia o suficiente, eu queria sempre mais, mais, mais.

Ele me levantou e me fez sentar na mesa beijando o meu pescoço e descendo até meu ombro. Sentia minha pele se arrepiar por onde ele passava. Era uma sensação tão intensa que parecia que eu ia explodir ou morrer de falta de ar. Meu coração parecia martelar minhas costelas com tanta força que até mesmo eu fiquei com medo de quebrar.

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Minhas mãos começaram a agir por conta própria puxando e abrindo sua camisa à força. Eu só queria sentir sua pele contra a minha. Puxei-o arranhando suas costas e ele soltou um grunhido no meu ouvido. Me arrepiei ainda mais ao sentir sua respiração tão perto das minhas orelhas. Como se ele acendesse um fogo que queimava dentro de mim. Yuri colocou suas mãos por dentro da minha camisa, acho q queria sentir minha pele também. Meu corpo estava quente, parecia que eu estava com febre.

Nossas respirações pesadas e ofegantes se juntaram em um beijo desesperado. Parecia que eu derreteria em seus braços. A névoa parecia ter invadido minha cabeça novamente. Eu não conseguia pensar com clareza. Na verdade não conseguia pensar em nada além de ter ele ainda mais próximo de mim, mesmo que nós já estivéssemos colados.

Ele apertou minha cintura e eu soltei um gemido tímido. Aquilo pareceu lança-lo em um frenesi. Suas mãos passearam pelo meu corpo apertando minhas coxas enquanto ele mordia meu pescoço me fazendo gemer novamente. Aquelas sensações tão intensas eram novas para mim. Fazia qualquer outra experiência que eu já tinha passado antes parecesse desbotada e boba.

Ele arrastou seu braço pela mesa derrubando tudo no chão e me deitou nela. Meu rosto estava quente e vermelho de vergonha e... o que quer que fosse aquele sentimento indescritível que ele me fazia sentir. Ele parecia quase em transe e devo admitir que eu também me sentia assim. Observei com calma e desejo seu corpo grande e musculoso.

Ele tinha algumas cicatrizes pelo corpo e não pude evitar de me perguntar o que teria causado tal estrago. Passei as mãos delicadamente por elas e ele apenas me encarou. Também tinha vários desenhos gravados em seu corpo como a enorme cruz que cobria seu peito. Seria algum tipo de pintura de guerra ou ritualística? Não que isso importasse naquele momento. Era tão sensual.

Então ele segurou minhas mãos e passou-as lentamente pelo seu corpo. Senti meu rosto virar um pimentão, mas não queria parar. Seu corpo era perfeito e para um humano ele parecia muito forte e perigoso, quase selvagem. O que só o tornava ainda mais tentador. Ele quase parecia feérico, mágico. Se eu quisesse conseguiria fingir que ele era um dos nossos e que poderíamos ter uma vida juntos. Ainda mais quando ele me encarava como se eu fosse sua dona. Eu devia estar pensando loucuras, mas era a sensação que ele me passava. Como uma fera que esperava pacientemente seu dono e então o recebia com amor e saudade.

— Se você quiser me parar, é melhor faze-lo agora, ou não respondo por mim. – Dava pra ver o quanto ele estava se segurando em seu olhar. Ele levou minha mão ate o seu rosto e fechou seus olhos por alguns instantes. – O que você quer, Luna?

Eu estava prestes a dizer que não queria que ele parasse quando meu estomago roncou tão alto que até quem estivesse do lado de fora teria escutado. Vim direto da detenção e não tive tempo de parar pra comer, nem lembrei disso na verdade. Tudo que eu pensava naquele momento era em encontra-lo. Coloquei as mãos no rosto me escondendo de vergonha enquanto ele gargalhava.

— Pobrezinha, você morrendo de fome e eu aqui pensando em te devorar. – Disse ele com olhos famintos. Senti um frio na barriga quando ele disse isso com suas mãos passeando pelo meu corpo. Ele passou muito rápido de fera para domador, mas se afastou, visivelmente a contra gosto, e tirou algo do seu bolso. – Petrov, mande um jantar para o meu escritório.

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Imagino como Petrov escutaria, mas ele pareceu nem ter esperado a resposta, serviu mais vodka para nós e sentou no sofá fazendo um sinal para que eu sentasse com ele. Quando me aproximei ele puxou minha cintura me fazendo sentar no seu colo.

— Não sei se vou conseguir te deixar ir embora, talvez eu te sequestre dessa vez. – Sorri da sua piada. Seu rosto no entanto estava sério e seus olhos enevoados. Eu entendia seus sentimentos, também desejava ficar com ele ali para sempre. Dei mais um gole.

— Que tipo de mercadoria você vende? – Perguntei olhando curiosamente para a caixa de madeira. Era melhor tentar mudar de assunto. Pensar em qualquer outra coisa que não fosse pular em cima dele.

— Do tipo que é melhor você não saber. – Nossa agora eu entendi sua frustração em não saber nada. O que tinha demais em me falar sobre os temperos do restaurante dele? Até parece que eu seria concorrência. Era mesmo irritante ficar no escuro. Fiquei emburrada, mas ele apenas sorriu e também bebeu. – Como você conseguiu chegar ate a cidade? É engraçado, só consigo lembrar que fui te deixar em algum lugar.

— Peguei carona na estrada. – Ele quase cuspiu toda a vodka em cima de mim.

— Você o que?! Não sabe como é perigoso? – Seu rosto se retorceu de raiva e ele passou a mão nos cabelos curtos frustrado. – Você não tem nenhum transporte?

— Não... – Ele ficou em silêncio por alguns segundo perdido em seus próprios pensamentos. Não falei nada, apenas me encostei nele e fiquei sentindo o seu cheiro. Depois de alguns minutos assim ele se levantou me levando junto. Para ele eu parecia não ter peso nenhum. Ele me sentou no sofá e foi até sua mesa, abrindo algumas gavetas. Ele andou até mim e me entregou um objeto preto pequeno.

— Pegue, use isso para me ligar. Eu vou te buscar sempre que quiser vir para a cidade. E não se preocupe, não pode ser rastreado. – Encarei o objeto nas minhas mãos intrigada. Cheirei e tinha um forte cheiro de metal.

Tinha números escritos também. Meu rosto se iluminou quando uma luz acendeu e mostrou uma imagem com números. Ofeguei surpresa. Era parecido com o objeto que ele puxou do bolso e também com o objeto do dia que o conheci, onde eu havia visto o que eles chamaram de foto. Yuri me encarava sem entender nada, confuso e frustrado. Ele suspirou profundamente.

— Você não sabe usar isso não é? - Seu olhar era de súplica, mas ainda assim ele não perguntou nada. Talvez ele também tivesse seus segredos. Tenho certeza de que era muito frustrante não entender nada. Mas eu não podia lhe ajudar. Tinha que ficar calada. – Não se preocupe, vou te ensinar. Não peça mais caronas na estrada, certo?

Apenas acenei com a cabeça. Ele sentou-se novamente, me puxando para o seu colo, segurou minhas mãos e as beijou. Senti meu coração acelerar novamente ao sentir seus lábios na minha pele. A porta se abriu e um dos seus homens entrou com uma bandeja de comida. Senti meu rosto esquentar novamente e tentei me esconder em seu pescoço, me embriagando mais ainda com seu perfume. O rapaz colocou a bandeja na mesinha na nossa frente sem dizer nada e se retirou. Yuri parecia a vontade e nem um pouco envergonhado.

— Obrigada Petrov. – Olhei discretamente para Petrov e ele parecia curioso. O que era tão surpreendente? Talvez ele estivesse tão constrangido quanto eu. Seu olhar parecia maligno e me deu arrepios. Olhos negros e profundos que não pareciam ter fundo. – Dispensado. – Por um segundo sua voz pareceu ameaçadora. Quando ficamos finalmente sozinhos me aproximei do prato, meu estomago estava me matando. Yuri segurava minha cintura possessivamente enquanto eu me inclinava.

Sorri timidamente para ele e me levantei, sentando na poltrona à sua frente para comer. O cheiro era delicioso. Eu nem mesmo conseguia distinguir o que era, exceto pela carne. Não pude evitar minha cara de êxtase e surpresa quando experimentei a comida. Era divina! Eu nunca havia provado algo tão delicioso. Nem se comparava aos legumes murchos da cantina.

Yuri sentou na poltrona na minha frente e ficou bebendo enquanto me encarava. Seu olhar era intenso e penetrante. Desconcertante. Eu não sabia quem estava devorando o que. Naquele momento eu não me sentia uma guerreira, apenas uma garota boba. A fome era maior que a vergonha, então devorei o prato rapidamente. Ainda assim era uma belíssima visão. Vê-lo com a camisa entreaberta, seu corpo desenhado aparecendo enquanto ele bebia e me encarava profundamente com seus olhos cor de água. Comecei a sentir aquele calor novamente. Dei mais um gole na bebida para limpar o meu paladar.

— Satisfeita? – Perguntou ele. Assenti.

— Você não vai comer?

— Vou – Disse com um olhar intenso e um sorriso maldoso. – Venha, deixa eu te ensinar como usar o celular. – Então esse era o nome daquela coisa de metal. Peguei o celular e sentei no seu colo novamente. Eu me sentia envolta em uma grande urso. Quase podia acreditar que nada de ruim aconteceria.

Ele passou um tempo me explicando mais ou menos o que fazer e eu me esforcei para entender. Era mais complexo do que eu imaginava. Yuri se mexeu e tirou o seu celular do bolso. Então ele pegou seu próprio celular e depois de fazer algo na tela, colocou-o no seu ouvido. Fiquei tentando decifrar o que tudo aquilo significava. De repente uma música começou a tocar bem alto e o celular nas minhas mãos começou a vibrar. Levei um susto tão grande que quase derrubei ele no chão. Yuri sorriu apertando algo na tela e fez um gesto indicando que eu deveria coloca-lo no ouvido também. Não sei bem o que eu estava esperando. – Alô...

O som veio nitidamente do aparelho. Meu queixo caiu em choque e tive que tapar a boca com a mão.

— Você faz magia? – será que ele era uma mago disfarçado. Por um segundo me permiti ter esperanças. Talvez por isso ele parecesse tanto um de nós. Como isso era possível?? Yuri gargalhou me fazendo balançar. Levantei e fui para o canto mais afastado da sala para ter certeza, me agachando de cara para a parede. – Você está me ouvindo?

— Sim querida. – Disse sua voz abafada pelo som metálico.

— Você é uma mago? – Corri para perto dele de novo. Ele gargalhou novamente.

— Serio, de que planeta você saiu? Isso é tecnologia. – tecnologia humana. Quase soltei o celular no chão de novo. Aquilo também era proibido no instituto. Se alguém achasse eu estaria em um beco sem saída. Mas ainda assim, pensar que poderia escutar sua voz sempre que quisesse... chama-lo sem ter que lidar com humanos asquerosos. Aquilo era precioso demais. – Como você nunca viu um celular antes? Estava presa em algum cativeiro? – Ignorei suas perguntas segurando aquele pequeno objeto bem forte e sentando novamente em seu colo.

— Obrigada. – Disse com gratidão e alívio. Ele sorriu para mim.

— Tudo bem, tenho vários desses na gaveta. - Comecei a beijar seu pescoço lentamente enquanto ele terminava o copo de Vodka. Eu me embriagava com seu cheiro enquanto minhas mãos passavam delicadamente pelo seu corpo. Sentia seus músculos enrijecerem e relaxarem ao meu toque. Ele fechou os olhos e me permitiu o controle, passei tantas horas sonhando em fazer isso. Passei a língua na sua pele só para ver que gosto teria. Fui subindo pelo pescoço até a sua orelha e senti suas mãos me apertando. – Luna... – Disse em tom de aviso. – Estou tentando não perder o controle com você. – Mas eu não conseguia mais me segurar. Se eu fosse mesmo morrer por aquilo, iria fazer valer a pena. Beijei sua orelha enquanto escutava sua respiração falhar. Ele se levantou com um gemido me levando junto e entrou por mais uma daquelas infinitas portas, trancando-a depois de passar. Agora estávamos no que parecia ser seu quarto. Ele me jogou na cama e tirou o que restava da sua camisa, antes de ficar por cima de mim. – Eu te dei duas chances para escapar. Não vai haver uma terceira.

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