A Dama de Ferro e a Garota de Aço

Capítulo 9 - Uma Nova Realidade


— Kara —

As horas foram passando, Lena e Maggie não apareciam, eu estava começando a ficar paranoica e achar que havia acontecido algo com elas, minhas mãos tremiam, eu não conseguia me controlar. Quando elas finalmente apareceram o alivio tomou conta de mim. Mas não por muito tempo, quando Lena avistou Kate no chão, aquele olhar devastado acabou comigo.

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— O que aconteceu? — Maggie indagou, Lena nem ao menos conseguia falar.

— Ares... — Eu menti. Lena não podia saber que eu fui responsável pela morte de Kate, lá estava eu. Uma assassina e agora mentirosa.

— Já chega de se esconder, nós vamos atrás desse maldito deus e eu vou mata-lo, eu vou mata-lo com minhas próprias mãos. — Lena levantou-se, eu nunca tinha visto tanta raiva em seus olhos.

— O que aconteceu com termos cautela? — Maggie indagou.

— Olha onde toda essa cautela nos levou. — Lena apontou para o corpo de Kate. Ela aproximou-se novamente. — Nós temos que enviar o corpo dela para Gotham, alguém lá a espera. — Lena completou.

— Moira? — Maggie perguntou. Lena assentiu, está devia ser a mulher da qual Kate havia me falado algumas horas atrás.

No momento para nós era tudo ou nada, um embate frente a frente com Ares, talvez morrêssemos, mas ao menos morreríamos tentando derruba-lo, seria uma morte digna. Eu só desejava a chance de vinga a morte de Katherine. Voltamos a Grécia, era onde encontramos ele pela última vez, era o lugar que ele deveria estar agora. Fui apresentada a uma lança forjada por Hefesto, capaz de perfurar até o deus mais poderoso, Lena e eu decidimos que Maggie deveria voltar a Ilha Paraíso perder mais alguém não era o que queríamos, ela já havia feito tudo ao seu alcance, agora essa nossa vez. Vagamos por algumas horas pela Grécia, até que resolvemos voltar para Atenas e lá encontramos novamente a mês atmosfera de antes, Ares estava lá.

— Você voltou para o round número dois, Supergirl? — Ele estava à vontade diante de toda aquela destruição.

— Não, eu voltei para matar você. — Lena finalmente revelou-se do lado aposto de Ares.

Não esperamos nada, apenas atacamos. Ele era sem dúvidas a criatura mais forte que já enfrentei, seus socos conseguiam me tirar sangue, mesmo com habilidade de Lena era quase impossível alcança-lo. Poucos minutos de luta e eu já estava zonza.

— É tudo que vocês têm? — Ares abriu os braços e riu.

— Nós só estamos começando. — Lena finalmente deixou seu pode fluir.

Partimos novamente para o ataque, com ela a todo vapor finalmente conseguíamos ameaçá-lo. A sensação de lutar ao lado de Lena era maravilhosa, mesmo que fosse em uma situação como aquela. Mas nós não conseguíamos uma brecha para feri-lo no coração, era onde seria necessário para elimina-lo de vez.

— Eu tenho uma ideia. — Lena me passou sua lança. — Use sua visão de calor nele. — Ela levantou voo, antes que Ares a seguisse fiz o que ela pediu Lena sumiu da minha visão, mas para minha surpresa a vi no ganhar forma nas costas de Ares, ela o segurou, ele estava imóvel. — Agora, Kara. Faça o que viemos fazer. — Ele estava completamente imobilizado, mas eu não teria coragem, eu o eliminaria, mas Lena iria junto. — Vamos, Kara, pense na quantidade de pessoas inocentes que você irá salvar. Respirei fundo. Não havia outra escolha.

— Sabe, em uma outra realidade talvez nós tivéssemos sido felizes juntas. — Lena sorriu para mim.

— Nós fomos felizes nessa, por breves momentos, mas foi o suficiente. — Ela fechou os olhos.

O que fiz a seguir foi instintivo, um voo certeiro e uma lança enfiado no peito de Ares que o atravessou levando Lena junto. O mundo ganhou, mas eu havia perdido. Eu não tinha nem mesmo um corpo para enterrar, tudo que me restava era uma lança. De súbito me veio um pensamento, uma lembrança de um amigo em outra realidade, eu sabia o que fazer. Lembrei-me do dispositivo que Cisco me deu. Voei até National City, eu precisava de Barry. Com o pressionar do botão ele estava frente a mim.

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— Eu preciso que você me leve a um lugar, alguns anos atrás. — Não fiz cerimonia, Barry me olhou espantado.

— Kara, viagens no tempo podem ser perigosas. — Não havia tempo para os discursos de Barry.

— A força da aceleração, não existe nessa realidade, você pode moldar o tempo como bem entender. — Eu estava desesperada.

— Onde você que ir? — Barry desistiu, talvez por notar a devastação em que meu mundo se encontrava.

— Me Leve para maio de 2003, mais precisamente para Ilha de Creta. — Ele assentiu.

Eu sabia que aquela, era a primeira vez que Ares escapara, eu só teria que pega-lo, esperei que ele se apresentasse e o perfurei com uma lança pelas costas, nem mesmo lhe dei chance para ver o que o estava atingindo.

— O que acontece agora? — Indaguei para Barry.

— Você será levada de volta, algumas coisas podem estar extremamente diferentes, mas lembre-se a escolha foi sua. — Sua voz ecoou e eu fui perdendo a consciência gradativamente.

Uma música tocava ao fundo, era um folk de doentio sobre canibalismo. Que tipo de lugar tocava essas músicas? Tentei abrir meus olhos, foi difícil focar em algo. Minha cabeça estava doendo, como se eu tivesse bebido por noites seguidas. Ouvi o celular vibrando no criado mudo ao lado.

— Alô? — Quase não consegui pronunciar a palavra.

— Eu não me importo em que prostibulo, bar ou cama de moça você está, senhorita Danvers. Você me deve uma capa, para hoje, eu estou esperando. — A voz era de Cat, eu estava com problemas.

— Eu não estou em um prostibulo. — Consegui finalmente abrir meus olhos, na verdade eu estava. Como diabos eu havia ido parar ali?

— Não me venha com essa, eu conheço seu gosto por bebidas e mulheres fáceis, agora venha já para a CATCO. — O telefone foi desligado em minha cara.

Me virei na cama, os lençóis eram realmente macios. Pude sentir que estava sem roupa, não liguei. Minha cabeça doía muito para pensar naquilo. A porta abriu-se para um bordel aquele lugar era muito bem cuidado, uma ruiva estonteante entrou pela porta, ela carregava uma xícara de café nas mãos.

— Bom dia, cookie. — A xícara foi depositada em minhas mãos, eu nunca tinha visto aquela mulher na minha vida. Ela usava apenas um hobby preto, seus cabelos eram ruivos e ondulados, não chegavam a ser cacheados, mas tinham belas ondas. Ela subiu na cama se sentou-se sobre mim. — Que tal mais uma vez antes de você ir para o trabalho? — Suas mãos desceram para minhas pernas. Com minha mão livre automaticamente agarrei sua cintura.

— Eu não tenho tempo, desculpe. — Disse isso, mas minha mão continuava a agarra-la pela cintura. O cheiro que ela tinha me embriagava, sua boca era tão vermelha que me lembrava um morango pronto para ser devorado. Pus a xicara no criado mundo. A mulher pegou minhas mãos e guiou até seus seios, enquanto isso não tirava seus olhos de mim.

— Você ainda está brava por ontem à noite? — Ela abriu o hobby deixando à mostra o par de seios, respirei fundo.

Senti minha boca secar, não fazia ideia do que ela estava falando, mas eu realmente queria fazer algo com aqueles seios a minha frente. Me aproximei de seu rosto a plantei beijinhos leves, ela agarrou meu cabelo. Minhas mãos passeavam por suas coxas, desci um pouco mais de encontro aos seus seios, todo o corpo dela me tinha um gosto familiar. O modo como ela gemia e respirava fundo enquanto minha boca passeava por ela, eu conhecia aquela mulher. E ao mesmo tempo não conseguia controlar minhas ações, eu tinha uma nova personalidade que conflitava com a Kara de semanas atrás. Inverti as posições.

— Você me deixou realmente com ciúmes ontem à noite. — Investi em sua boca, seu beijo tinha um gosto doce e a mesmo tempo venenoso. Ela envolvia meu corpo com suas pernas, me puxando cada vez mais para junto dela.

— Você vai ser má comigo por isso? Vamos, você pode me foder como a primeira vez que veio aqui. — Ela estava quente, tão excitada que poderia chegar ao auge sem que eu ao menos fizesse esforço. Dei um último beijo nela e sai deixando-a na cama. — É sério? — Ela sentou-se em um misto de raiva e confusão.

— Isso é por ontem à noite. — Comecei a recolher minhas roupas.

— Você é uma bela filha da puta mesmo. — Ela levantou-se não se importando em cobrir o corpo nu, eu já devia tê-lo visto milhares de vezes. — Você disse que estava tudo bem. — Eu não conseguia tirar os olhos dela.

— Eu menti. — Proferi as palavras com desgosto.

— Ele é um antigo cliente passando pela cidade, você sabe que é a única, não sabe? — Fui pressionada contra a parede e novamente estava a beijando.

— Você não precisa viver aqui, Moira. Você pode morar comigo, estar comigo. — Segurei seu rosto, o verde de seus olhos era tão brilhante, tão puro.

— E fazer o quê? Ser a sua dona de casa? Que te espera com uma mesa farta a noite? — Ela falou as palavras com desdém.

— O que tem de errado nisso? — Eu ainda segurava seu rosto, suas mãos estavam em minha cintura.

— Essa não sou eu, você me conheceu aqui. — Ela afastou. Terminei de me vestir em silencio.

— Eu só quero ter algo normal com você. — Ela mordeu os lábios, pude ver sua expressão se comprimir em algo triste.

— Você pode acertar a conta com as meninas da recepção, não é porque dorme com a dona do estabelecimento que vai deixar de pagar. — Ela saiu batendo a porta atrás de si. Fiquei para trás confusa, minutos atrás eu estava lutando contra o deus da guerra, agora estava em um relacionamento confuso com uma dona de um bordel.

Nada havia mudado aparentemente, todos os prédios continuavam os mesmos. Eu ainda trabalhava no mesmo lugar, chequei meus números de telefone, eles permaneciam os mesmos com exceção de Lena, enquanto checava o número de Alex surgiu em minha tela.

— Ei? — Atendi um tanto confusa.

— Kara, tudo bem? Eu sei que nós não nos falamos há quase dois anos, mas eu e Maggie estamos noivando hoje à noite, seria importante para mim... você estar aqui. — Minha irmã e eu não tínhamos contato a dois anos? O que estava acontecendo?

— Tudo bem, eu irei. — Respondi de forma calma.

— Sério? Isso significa o mundo para mim. — Sua voz era de um sincero agradecimento. — Mas para que você não desista de última hora, vou te dar uma tarefa, você pode pegar os filhos de uma amiga de Maggie no aeroporto? — Ela pediu talvez esperando uma recusa minha, pois o tom era cuidadoso.

— Claro, me diga apenas os nomes deles. — Tentei ser a mais prestativa possível.

— Violet e Zachary, eles são um amor. Esteja lá as 16:00, caso não possa ir ligue ante, tudo bem? — Alex falava com muito cuidado, nós realmente estávamos distantes há tempos.

Me dirigi a CATCO e entreguei minha matéria para Cat, depois disso pude me atualizar, tudo ali era igual, mas ao mesmo tempo novo. Eu agia como Supergirl desde os 16 anos, mas aparentemente a heroína havia sumido dos céus há dois anos e meio. O que havia me levado a parar? Eu tinha vagas lembranças, eram flashes rápidos e confusos. Finalmente estava na hora de pegar as tais crianças. Foi pouco tempo de espera e logo uma garota de aproximadamente 14 anos estava andando em direção a mim, ela segurava o pequeno garoto pelo braço.

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— Violet? — Ela assentiu. Seus olhos eram cor de mel e seus cabelos tinham um tom castanho claro, seu rosto me era familiar.

— E esse monstrinho se chama Zac. — Ela pegou o garoto nos braços. Ele tinha as bochechas rosadas e um par de olhos azuis que poderiam facilmente faze-lo o bebê mais que lindo que já vi.

— Podemos ir? —

— Minha mãe adora suas histórias, ela as lê o tempo inteiro. Sempre diz que você é a repórter mais corajosa de National City, aposto que ela vai pedir um autografo ou coisa parecida. — A menina falo enquanto já entravamos no carro.

— Não são histórias, são reportagens. — A corrigi. Ela sorriu.

— Você agora está soando exatamente como ela. — Violet era uma menina perspicaz, fugia do clichê da maioria dos adolescentes, eu podia notar.

Chegamos casa de Alex e tudo estava sendo preparado para seu noivado, ela parecia tão feliz, podia jurar que estava brilhando. A noite caiu, os convidados começaram a chegar, alguns eram rostos conhecidos outros não. Eu continuava a conversar com Violet e brincar com o pequeno Zac, eles eram encantadores. A porta novamente se abriu e dessa vez me trouxe dois rostos conhecidos, eram Kate e Lena.

— Elas finalmente chegaram! — Violet foi em direção as duas. Tentei me manter lucida. Kate andou em direção a mim, ela estava viva.

— Supergirl... — Ela apertou minha mão com cordialidade.

— Batwoman. — Sussurrei de volta.

— Eu quero que você conheça minha esposa, ela é uma grande fã. — Segui Kate, fui guiada até Lena. O que eu fiz realmente teve um grande impacto. Ver Lena ali me fez perder toda a compostura.

— Me desculpem, eu tenho que ir. — Sai evitando contato com Lena, Alex me seguiu.

— Onde você vai? — Senti sua mão agarrar meu braço.

— Me desculpe, eu não...

— Você não quer estar aqui? Claro! Típico de Kara Danvers. — Alex nem ao menos esperou que eu explicasse e voltou para dentro.

Eu não sabia para onde ir após sair de lá, acabei por voltar para o mesmo quarto em que estava no início da manhã.

— O deu errado na sua vida essa noite? — Moira entrou pela porta.

— O que? — Indaguei confusa.

— Sempre que algo dá errado na sua vida você corre para cá e arranca minhas roupas é assim que funciona entre nós. — Ela sentou ao meu lado na cama.

— Eu só queria ver você. — Encostei minha cabeça em seu ombro. — Me desculpe por hoje cedo. — Sussurrei, tudo que eu estava falando era quase que por reflexo, eu tinha um histórico com Moira, mas também tinha com Kate.

— Tudo bem, você foi generosa na gorjeta. — Ela brincou. Sorri.

Eu teria que aceitar a antiga Kara não existia mais, talvez essa nova fosse mesmo uma viciada em prostitutas e tivesse sérios problemas para se manter em um círculo social, mas ao menos as pessoas que eu amava estavam seguras.