A Dama Quase De Ferro

Capítulo 2 - O acordo


Eu não acredito, porque o Hiroíto tem que morar perto da minha casa? Agora todo dia ele está me esperando e pergunta sempre a mesma coisa “A Kori está com você?”. Isso me irrita demais. Creio que ele ainda não entendeu QUE ELA NÃO QUER NAMORAR ELE!

Porém, na escola é a mesma coisa de sempre: Hiroíto quieto no canto dele, ou estudando, ou stalkeando a Kori-chan.

Hoje tivemos aula até mais tarde, já que teve alguns atrasos nas matérias. Merda. Três períodos de Matemática e dois de Física. Quem aguenta?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Estava transitando pelos corredores úmidos e enormes do colégio para mudar de sala, quando ouvi milhares de passos e risinhos no corredor. Olhei rapidamente para trás, mas não tinha ninguém. Subitamente, senti uma mão puxando-me indelicadamente para uma sala vazia. Tentei olhar para quem estava me segurando, mas não consegui decifrar quem era, pois vendaram-me. Depois de alguns minutos de silêncio e angústia, ouvi a voz mais irritante do mundo, a de Suzuko, que enquanto falava retirava a venda:

– Está muito assustada, garota estúpida? Ainda bem que está, porque hoje você não escapa! – Merda. Olha quem que estava querendo botar medo em mim.

– Ah... Então é você Suzuko. Ok, acabou a brincadeira. Lembre que você pode quebrar uma unha - disse ironicamente - Aliás, por que teria medo de você? Hahahaha. Arrogante.

– Idiota. Hoje eu coloquei fortalecedor nas unhas. Dãã - disse Suzuko com cara de inteligente. Só cara mesmo - E não tem ninguém para te ajudar, principalmente sua namoradinha ridícula... Ela não presta para nada mesmo!

– Cala a sua boca imunda para depois vir falar da minha amiga. E presta atenção, ela é minha amiga! – Essa garota estava me irritando, logo, logo vou darei um soco naquela cara toda maquiada...

Ouvi uma voz grossa vinda de trás da Suzuko. Quem mais deveria estar com ela? Pouco me importava. Estava irritada, quanto mais gente melhor para bater.

– Estou farto desse seu joguinho de ser difícil com todos os garotos - disse a voz.

– E o que você tem haver com isso? – disse curta e grossa.

– Você agora vai ter que fazer uma coisa para eu te soltar – disse o garoto que nunca tinha visto, ele começou a se aproximar de mim e na hora percebi o que ele iria fazer:

– Sai daqui, seu viado! Eu não vou te dar um beijo! – comecei a me sacudir e sem querer dei uma cabeçada nele.

– Ai, ai, ai – disse o garoto pondo as mãos sobre a cabeça – Vadia! Quem você pensa que é? – ele me olhou com ódio e me puxou contra ele num movimento bruto. Estava tentando me beijar a força! Iria ser meu primeiro beijo e não poderia ser com aquele viado!

Na hora do desespero, eu apenas fechei os olhos e tentei dar um chute no garoto, porém em vão, pois o chute foi ao ar e quando vi ele estava se encolhendo no chão. Não estava entendendo nada e quando observei com mais atenção, vi o retardado do Nerdoso sorrindo para mim.

– Nanica, você está bem? – disse Nerdoso agarrando o pulso de Suzuko e com o pé sobre o garoto. Suzuko tentou soltar-se, mas eu a impedi:

– Ei Suzuko - disse segurando o braço dela - Para onde você pensa que vai? - com a outra mão, puxei o cabelo daquela vadia mirim, fazendo-a se ajoelhar. Depois dela gemer muito de dor, chutei-a para fora da sala - Eu disse para tomar cuidado!

– Agora estou bem – disse finalmente respondendo a pergunta de Hiroíto – Pode deixar, que eu cuido do resto – encarei o garoto desconhecido e comecei a estralar os dedos. – Preparado para a sua morte? – Abri um sorriso maléfico.

– Por favoooooor, não me bata! Eu só queria ficar com você e então pedi ajuda para a Suzuko! Por favooooooooor! – choramingava o garoto, agora sendo agarrado pelo pescoço.

– Tem certeza? – perguntou Nerdoso com uma cara calma – Não precisa de ajuda?

– Eu não precisava de ajuda desde o começo, não sei porquê você veio. Eu sei me proteger – ele acha, por acaso, que preciso? – Eu NUNCA precisei de homem nenhum, imagine agora! Vai embora que eu cuido desse... Desse... Eu vou cuidar com muito carinho – abri outro sorrisinho, mais perverso que o primeiro. Eu estava com vontade de matar aquele bastardo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Então está bem – Nerdoso soltou o garoto, que caiu no chão e se encolheu todo – Cadê a Kori?

– Vai logo, sai daqui, e para de procurar a minha amiga seu pervertido!

Quando Hiroíto saiu da sala eu fui dando alguns passos, lentamente, até o garoto que me olhava em pânico. Dei um sorrisinho para ele e comecei socá-lo. Não bati muito. Eu estava preocupada mesmo era com a aula que já deveria ter começado. Droga, o professor não iria deixar-me entrar na sala. Tudo culpa desse inútil. Dei mais uns socos e chutes nele e abri a porta da sala.

– Da próxima vez não vou ter pena, entendeu? – olhei para ele que fez que sim, freneticamente, com a cabeça – Então está entendido? Boa aula! –sorri com os olhos o mais simpático e irônico possível e fui de encontro com a aula.

Garoto estúpido. Dizendo que eu precisava de ajuda, ha ha ha , ele pensa que sou essas menininhas indefesas? Não, eu não preciso de ninguém para me defender! Não vou agradecer se é isso que o Hiroíto acha que vou fazer. Não vou! Mas como que ele conseguiu chegar bem no exato momento? Estava me perseguindo? Por que me ajudou? Eu definitivamente não entendo aquele garoto estranho.

– – – – – – – – – – – – – – – –

– O-obrigada... – PORQUE DIABOS EU ESTAVA NA FRENTE DO PORTÃO AGRADECENDO O HIROÍTO? Ele nem fez nada – er.... ESQUECE! – sai correndo que nem uma idiota.

– Ei Tsuki! Por que está correndo? – parei no exato momento, olhei para ele e começou a sair lágrimas pelos meus olhos.

– Por que está chorando, idiota?

– Eu não estou chorando! - fiz uma pausa secando as lágrimas- Foda-se também, as pessoas só querem me julgar por eu ser uma coisa que eles não querem. Estou cheia! Um dia ainda mato um. – Tsuki! O que você estava fazendo... Não era para ter dito nada sua idiota!

– T- Tsuki? – ele estava com uma cara pensativa – Não quer mais isso? Acho que tenho uma ideia!

Por que está me ajudando? Não entendo.

Antes de me dizer, foi me guiando para uma rua menos movimentada e então parou na minha frente.

– Fale logo seu idiota!

– Por que não namora alguém?

– Claro que não! Só tem retardados no colégio e eu não gosto de ninguém.

– Humm... Assim fica difícil sabia? Já que não quer namorar com ninguém, porque não finge namorar alguém?

– Quem iria fazer uma idiotisse dessas?

– Se você me ajudar com a Kori eu poderia fazer isso numa boa...

– Você? - ri irônicamente- A pessoa mais idiota do mundo? Não.

– Então os outros vão ainda incomodar você e a linda da Kori.

– Hunf. Não me importo.

– Mas você acha que a Kori não se importa? - falando disso, a Kori não diz, mas...

– Está bem, garoto chato! Eu aceito, mas no que quer ajuda?

– A Kori tem que se apaixonar por mim para nós vivermos felizes para sempre - disse Hiroíto super gay.

– Então você quer que eu faça a minha amiga se apaixonar por você? Vai sonhando.

– Mas se você não fizer isso eu não irei te ajudar - disse Hiroíto blefando - Você não vai conseguir entender. Mas a Kori-chan é uma garota muito especial. Eu preciso dela! Eu gosto muito dela! – parecia até que iria chorar. Gay.

– Ok, ok... Mas agora pare de fazer cara de choro que isso é muito coisa de viado – disse.

– Mas não era você mesma que estava chorando? – ele me encarou e começou a rir.

– Quem estava chorando...? Não sei! Eu não! – cruzei os braços – Voltando ao trato... Eu aceito – disse firme.

A expressão do rosto dele mudou rapidamente. Estava muito alegre, parecia até uma criança ganhando chocolate.

Agora que tudo vai para água baixa. Como que eu vou mudar ele, completamente, para a Kori gostar dele? Vai dar trabalho. Mas fingir namoro? Que vergonhoso. Nunca pensei que um dia chegaria a esse ponto!

– Hiroíto! Se você contar alguma coisa sobre hoje... Eu te mato.

– Finalmente aprendeu meu nome – riu - Tudo bem, Pirralha. É o nosso segredinho. Até amanhã, Namorada-chan – então saiu. *Baka, não ria, isso é vergonhoso...