A Cor do Amor

História


No outro dia quando me preparava para ir à escola, eu senti certo medo. Tinha certeza de que algo iria acontecer hoje e eu estava receosa do que poderia ser. Alice me sustou totalmente com aquele e-mail ontem. Tipo, eu não tenho problemas cardíacos, mas se tivesse eu provavelmente estaria morta.

Quando ouvi os berros de Rosalie me chamando coloquei as pressas o meu capuz e sai correndo. Desci as escadas pulando degraus e escorreguei na ultima, mas me recompus rapidamente e fui em direção ao carro de Rosalie. Um conversível vermelho-sangue ofuscante.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu já abaixava a cabeça para abrir a porta do carro quando um outro barulho de carro pode ser ouvido. Levantei novamente a cabeça para ver um Volvo reluzente estacionar no outro lado da rua. Uma janela abriu para revelar o rosto sorridente da Alice

_Vem com a gente Bella!

Perdi alguns segundos olhando sonsamente para o carro. Quando me recuperei olhei para a Rosalie, que olhava de mim para o Volvo em pura descrença. A aura de dela de repente tingiu-se de preto e cinza. As cores do ciúme. Meus olhos se arregalaram quando vi um grosso fio se preparando para funcionar como um chicote em minha direção. Uma buzina foi ouvida e eu sai correndo antes que Rosalie me atingisse. A porta traseira do Volvo se abril e eu me joguei lá dentro como se minha vida dependesse disso.

Bom... De certa forma dependia, ne?

Enfim, assim que entrei o carro arrancou em uma velocidade que se tornou logo absurda. Sem fôlego não consegui reclamar.

_Nossa, Bella, respire. Sua prima não pode te matar agora. – A voz de Alice cortou meus pensamentos. Ela estava rindo, sua aura brilhando amarela, me envolvendo carinhosamente. Senti-me segura e feliz.

_Então você é a Bella! Rá! Edward, você não consegue ler o pensamento de um ser tão pequeno? Rá! O Ed ta perdendo a pratica!

Levantei a cabeça para ver o que falava. Dei “de cara” com um homem alto e forte. Cabelo curto e preto, que o deixava com cara de mal. Nariz estilo “batatinha” e boca grossa curvada em um sorriso feliz e sacana, que parecia ter sido inventado somente para ele. Seus braços eram musculosos, o dando uma aparência assustadora que não combinava com seu sorriso.

Ele me encarava e vendo minha confusão, riu mais ainda.

_annn... Oi?- eu disse confusa. Sei que pareci de certa forma sonsa, mas no momento meu cérebro não processava nada. A aura amarela de Emmet e da Alice me cegavam. O Edward pareceu perceber isso e me estendeu um óculos-de-sol. Coloquei-o e olhei agradecida.

Alice olhou para o Edward e riu com o Emmet, que cantarolava a marcha nupcial. Pude notar Edward corar.

_Então... Por que vocês apareceram na minha casa hoje? – perguntei, enquanto forçava meus olhos para o Edward, tentando ver se achava qualquer cor ali. Vi apenas o nada.

_Desista, Bella. – O ouvi murmurar, enquanto tirava por um momento os olhos da estrada. Corei

Alice riu.

_Só queremos que conheça uma pessoa. Mas antes, temos que te contar uma historia.

Emmet, nesse ponto, pegou duas canetas no porta luvas e as usou como baquetas, tocando uma música de suspense. Edward esticou o broco e pegou as baquetas improvisadas, as jogando para fora do carro.

“Como estava dizendo... A historia” Alice continuou “ Quando eu tinha 9 anos, o Ed tinha 10 e o Emm 11 sempre fomos acampar. Nossos pai sempre gostavam de nos mostrar a natureza. Mas teve um dia que minha mãe insistiu que somente ela e meu pai fossem acampar. Nesse dia, sozinhos em casa, eu e meus irmão fomos brincar de caça ao tesouro. Rindo, fomos ao quarto da minha mãe para começarmos a brincadeira.”

Nesse momento o olhar de todos ficou pesado. A aura da Alice escureceu e sua voz se tornou sombria. Um arrepio correu por toda a minha espinha.

“Quando entramos lá, Emmet de alguma forma tropeçou em algo que fez um buraco na parede aparecer. Como uma passagem secreta, sabe? Lá, vários quadros repousavam. Existia um em que minha mãe e meu pai velinhos estavam abraçados. Existia um em que eu, Edward e Emmet estávamos juntos, com 17 anos, assim como estamos hoje. E existia um em que você e Edward se beijavam”.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Nesse instante, minha cabeça virou-se para Edward, que não olhou para mim.

“Mas o quadro que mais nos assustou foi um em que o corpo da minha mãe era despedaçado por um urso. Nesse instante, não sei te explicar, mas todos nós apagamos”

“Quando acordamos estávamos nas nossas respectivas camas. Nosso pai estava na cadeira em que mamãe costumava sentar para contar-nos histórias. Mas sua expressão estava triste. E nesse instante contou-nos que nossa mãe foi atacada por um urso”.

Depois desse eu olhei assustada para a Alice. Ela olhava para o nada. Seus olhos estavam dispersos como quem lembra algo distante.

“Foi quando uma dor invadiu minha cabeça. Foi a maior dor da minha vida. Era como se línguas de fogo percorressem do meu crânio para o resto do corpo. Quando a dor passou me vi fora do quarto. Eu podia olhar para mim mesma mais velha colocando flores em um tumulo e indo para o Volvo do Edward com varias malas. Logo depois, estava de volta ao quarto e pude ver o Emmet em cima de uma cama estraçalhada olhando para suas próprias mãos assustado e Edward me olhando como se tivesse visto o que eu tinha visto.”

“Foi então que descobrimos nossos dons”

De repente os olhos da Alice se iluminaram quando ela olhou para fora do carro. Percebi que o carro estava parado em frente a uma enorme casa branca cercada por inúmeras arvores. Na porta um homem loiro se escorava confortavelmente, esperando. Quando o olhei, ele acenou para mim. Sua aura era de um branco tranqüilo.

_Bella, esse é o nosso pai. Ele que nos ajudou a entender a complexidade dos nossos dons. E ele quer te ajudar. O que me diz? – Alice me perguntou de repente.

Depois da historia da Alice fiquei totalmente confusa. A mãe dela tinha também uma espécie de dom... E ela me viu com o Edward de alguma forma... Olhei para minhas próprias mãos, em pura duvida. Senti-me sufocando. Mas uma mão entrou em minha visão, segurando minhas mãos, passando segurança. Olhei para cima e vi os olhos aconchegantes de Edward, e inexplicavelmente, já tinha tomado minha decisão.