A Cor do Amor

Distraída


A noite não consegui dormir. Cenas de varias coisas que poderiam acontecer passavam pela minha cabeça, confundindo-me. Tirando o meu sono. A promessa passava pela minha cabeça, deixando ainda mais claro que agora eu tenho um objetivo de vida. E eu vou cumpri-lo.

De manha, acordei mais cedo que o normal. Mas cedo até que Charlie, que saia primeiro de casa. Eu fui até o banheiro e furtei pela primeira vez na minha vida. Não que seja exatamente um furto, já que peguei de dentro da casa em que moro.

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Eu me arrastei pelos corredores vazios e dentro do armário do banheiro achei o que procurava. Maquiagem. Tudo que eu precisava. Junto disso, peguei também algumas revistas de adolescente, daquelas que explicam passo a passo como fazer uma maquiagem perfeita. E que também tem reportagens como “o garoto mais gato” e “mantenha-se na moda”. Em meu estado normal eu nunca pensaria nem em tocar nessas coisas. Mas eu não estava mais normal.

Chegou à hora de mudar. Tanto por fora como por dentro.

Quando voltei ao quarto e abri o guarda roupa pensei por um estante que teria que desistir do meu plano, pois dentro dele só tinha casacos enormes de capuz, causas compridas largas e coisas do gênero.Nada feminino.

Algo dentro de mim me fez olhar para a minha mochila que repousava em um canto de meu quarto. Fui até ela decidida a seguir meus instintos. Quando abri a mochila, senti uma vontade de rir alto. Varias roupas estavam ali dentro. Roupas femininas, que não me deixando surpresas, eram exatamente do meu tamanho. Não tinha nenhuma duvida de quem fez isso. Alice...

Sorrindo, dei o primeiro passo de muitos, para a maior mudança de minha vida. A mudança de uma garota fraca e sem vontade própria, para uma decidida, e de certa forma... Poderosa.

(...)

Já tinha feito tudo. Já tinha colocado a roupa. Já tinha passado tudo àquilo em meu rosto. Olhando-me no espelho, não me reconheci. Eu estava esperando Jazz chegar ao meu quarto, como ele estava fazendo esses dias até que desse segunda e ele tivesse que ir a escola também. Quando ouvi a porta se abrindo, não me movi. Jazz entrou no quarto sem me olhar, esfregando os olhos sonolento.

Esperei que ele me olhasse, mas ele se jogou na cama e ficou olhando em volta. Pigarreei, tentando chamar sua atenção. Quando seu olhar pousou em mim, vi sua aura e sua face mudar drasticamente. Primeiro ficou amarela de surpresa junto com suas feições. A Boca ficou em um formato de “O” e os olhos arregalaram-se. Depois a aura se tornou confusa e seus olhos estreitaram-se. Pude ver os fios coloridos em volta dele recuarem amedrontadamente. Logo depois ele entendeu e sua feição se tornou feliz.

_Bella, você... É você mesma?

Sorri para ele. “Sim, Jazz, essa sou eu... Só que melhorada!” pensei.

Em vez de o responder optei por ir ao andar inferior e surpreender os outros integrantes de casa. Charlie, Reneé e Rosalie tomavam café. Rosalie com toda aquela majestosa e cruel aura normalmente vibrante estava calma, assim como meus tios. Mas quando me viram, assim como a do Jazz, as auras deles viraram um misto surpreendente de cores. Me deliciei quando Rosalie cuspiu o café em que bebia na cara de Reneé.

Rindo internamente, sai de casa, feliz por encontrar um volvo com o meu príncipe encantado me esperando. Sabe, contrariando a tudo em que acredito, Edward me fazia sentir de forma única. Às vezes eu me sentia infantil, por não ter toda aquela sensualidade em meus atos... Às vezes eu me sentia inferior, por não ter tudo a quilo que ele tem. Mas o que eu mais sentia era um calor no peito toda vez que o olhava. E um vazio inexplicável toda vez que nos despedíamos, mesmo sabendo que nos veríamos amanha.

Quando me sentei ao seu lado no Volvo, minhas mãos tremiam. Eu sentia que algo importante aconteceria ali naquele carro, hoje. Os pelos em meu braço estavam arrepiados e calafrios passavam pelo meu corpo. Não sei se era coisa boa ou ruim, mas com certeza algo aconteceria.

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_Nossa, Bella... Você esta... Linda! – Edward finalmente falou. Ele ficou um tempo olhando para mim. Dirigindo apenas com uma mão ele passou os dedos da mão livre pelo meu rosto.- Você deveria ficar assim mais vezes...

Sorri. Chegou à hora de mostrar para ele que agente podia seguir em frente. Cumprir aquilo que a Alice chama de destino. Viver a vida, sentir tudo o que puder. Estiquei meu braço e coloquei minha mão em sua nuca, fazendo um carinho. Senti-o arrepiar. No mesmo momento ele parou o carro e segurou a minha mão, tirando-a de sua nuca.

_Bella, não quero que faça isso por se sentir pressionada...

_Quem aqui esta pressionando, Edward?

Decidida, tomei a iniciativa. Encostei meus lábios nos dele. No mesmo momento uma eletricidade passou pelo meu corpo. Sem nem perceber, eu envolvi meus braços em seu pescoço ao mesmo tempo em que ele apertou minha cintura. Estávamos aproveitando aquele momento. Tentando guardar o gosto um do outro. Tentando fazer desse, o primeiro de muitos momentos que teremos.

Estávamos tão distraídos que não vimos um carro vir em toda velocidade em direção ao Volvo parado em que estávamos... Tão distraídos ao ponto de não ver que o motorista estava com o objetivo obvio de nos atingir... Tão distraídos que não notamos que o motorista era o James...

...Tão distraídos que nem notamos quando o carro nos atinjiu, destruindo toda a parte frontal do volvo reluzente.

Ainda envolvida no beijo só senti o prazer dos lábios da Edward misturado com a dor súbita. E depois... escuridão.