A Colheita de Sangue

Capítulo 2 - Entre Luxos e Sombras


Os raios de sol atingiam o quarto de Isobel, revelando o belo dia ensolarado do lado de fora. A atmosfera combinava com a intensidade entre Isobel e Dean. Em um momento de urgência, Isobel tentava escapar, mas a resistência era fútil quando Dean a puxava para si, envolvendo-a em um abraço sedutor. Um leve gemido escapava dos lábios dela, enquanto a mesma tentava manter a razão.

— Vou embora. Falou Isobel tentando se afastar, mas foi em vão.

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— Você não vai. Respondeu Dean puxando a garota contra seu corpo. Isobel soltou um leve gemido ao sentir ele acariciar suas coxas.

— Eu te quero, te desejo. Completou beijando-o desesperada. Me faça sua.

Dean a beijava com firmeza e seus olhos verdes a devoravam.

— Como eu desejava estar com você, desde o momento em que você naquele bar. Sussurrou deixando-a arrepiada.

— Fique quieto, não estrague esse momento Winchester. Murmurou alisando os cabelos dele. Ele era incrivelmente sexy, seu corpo era musculoso, sua pele era macia...

O êxtase da intimidade entre Isobel e Dean foi bruscamente interrompido pelos batimentos na porta. O despertar abrupto para a realidade punha fim à cena íntima, deixando Isobel com uma expressão frustrada. Ela tentou ignorar, tentou voltar a sonhar com aquilo, mas a insistencia fez a jovem atender. O contraste entre a paixão efêmera e a invasão inoportuna destacava-se, transformando aquele momento promissor em uma situação indesejada. Era Liv.

— Posso entrar? Questionou empolgada. ” O que ela está fazendo tão cedo em minha casa no fim de semana? ” Pensou Isobel.

— Já entrou Olivia. Respondeu fechando a porta com firmeza. O que quer?

— Amo o seu mau humor matinal sabia? Disse a garota sorrindo e se acomodando no sofá que estava no canto da sala. Mathew está furioso porque você foi embora com o cara que conheceu no bar. O nome dele é Dean Winchester, certo?

— Como você sabe? Questionou Isobel esfregando os olhos e indo até a cozinha para beber algo.

— Qual é. Nós moramos em uma cidade pequena. Todos sabem da vida dos outros. Além disso, Mathew ligou furioso para Aaron querendo saber tudo sobre o cara...

— Idiota.

— Fiquei sabendo que ele é lidíssimo. Só falta você me dizer se ele também é bom de cama... Perguntou Liv ao vê-la voltar para a sala.

— Você não me deixou descobrir isso Olivia.

— Como assim? Ele está aqui no seu apartamento?! Ela perguntou assustada levantando do sofá imediatamente. Você largou um deus grego para ouvir as lamentações de sua amiga?

— Não, ele não está aqui, relaxa! Respondeu rindo. Eu estava sonhando com o tal Winchester quando você chegou. Você me conhece bem o suficiente para saber que eu não iria para a cama com um cara que eu acabei de conhecer.

Isobel sempre fora muito cautelosa. Ela não era tomada por decisões impulsivas ou por emoções que estava sentindo no momento. Tudo o que ela fazia desde as roupas que usava, até a profissão que ela tinha era analisado através de uma lista de prós e contras.

Sua amiga Olivia tinha arrependimentos, Mathew tinha arrependimentos assim como as outras pessoas que ela conhecia tinham arrependimentos, mas ela gostava de estar no controle da sua vida e sentia até um certo orgulho por isso.

— Eu sei, infelizmente! Murmurou atravessando a sala e indo para a sacada. — Você poderia estar por aí aproveitando a sua vida loucamente.

— Me acordou só para isso Olivia? Reclamou Isobel.

— Não exatamente. Aconteceu uma coisa e... estou tão feliz e ao mesmo tempo tão ansiosa.

— Me diz uma novidade. Você é a pessoa mais instável que eu conheço.

— Eu estou falando sério. Olívia deu pulinhos de alegria ao mostrar o anel em sua mão. O Aaron me pediu em casamento, e eu queria você fosse uma das primeiras pessoas a saber.

— Uau! Estou feliz por você!

— Jura amiga?! Mas eu estou com medo.

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— Porque? Não tem certeza se está pronta para algo tão sério?

— Eu sei que casamento envolve muitas responsabilidades. Mas ao mesmo tempo, eu nunca estive tão certa de que ele é o grande amor da minha vida. Ele conseguiu um bom cargo no porto da cidade, tem uma carreira estável o próximo passo é casar.

— Se você está feliz, eu estou feliz. Isso que importa Liv! Incentivou Isobel.

— Eu estou. Só espero que dê tudo certo e que ele não faça como o...

— Mathew?

— Isobel, eu não ia dizer isso. Ela disse em tom de remorso.

— Está tudo bem. Pelo ao menos nós dois servimos de exemplo para alguma coisa...

“O casamento está cancelado. ” Disse Mathew para a garota que estava fazendo os últimos ajustes do vestido. Ela olhava para ele e não dizia nada, e o silêncio perturbava o rapaz mais do que qualquer coisa no mundo.

— Bel? — Insistiu Olivia estalando os dedos. Eu estou falando com você.

— Eu estou te ouvindo. Informou Isobel balançando a cabeça.

— Não minta para mim. Eu sei que você estava pensando no Mathew.

— Eu sinto muito, mas não sei do que você está falando? E quer saber?! Acho que está na hora de você ir embora. Fiquei de visitar Graham e Sarah e não quero chegar atrasada. Desculpou-se.

— Tudo bem. Nós vemos mais tarde?

— Provavelmente. Depois eu te ligo.

— Até mais.

O relógio marcava 10:30 da manhã quando Dean acordou. Ao tentar voltar a dormir e perceber que não conseguiria, ele se levantou e tomou um banho. Logo em seguida, o jovem foi até a cafeteria, conversou com alguns moradores e decidiu que precisava visitar a casa do Xerife Martin para falar com Megan.

Ao ligar para a atendente local e obter o endereço, Dean dirigiu-se a residência e ficou surpreso com o tamanho do lugar: uma casa de dois andares, com uma grande piscina e uma quadra de esportes. "O governo está pagando bem, Xerife. Eu deveria ter realmente pensado na possibilidade de virar um agente do FBI", murmurou Dean enquanto se dirigia à porta e tocava a campainha.

— Bom dia rapaz. Em que posso lhe ajudar?

— Falo com a Senhora Martin?

— Sim!

— Sou Dean Winchester, agente do FBI, estou na cidade para investigar os assassinatos das garotas. Sua filha Megan Martin foi testemunha de um dos crimes e eu precisava falar com ela.

— Lamento muito Agente Winchester, mas não posso deixar você falar com a Megan. Meu marido não está em casa, e se eu permitir tal coisa sem o consentimento dele, terei problemas. Respondeu exitante.

— Quanto a isso não se preocupe. Conversei com o Xerife Martin e tive autorização para conversar com a filha de vocês. A mulher olhou desconfiada, porém permitiu que o rapaz entrasse na residência.

— Sente e sinta-se à vontade. Deseja beber algo? Uma água, um café?

— Agradeço a gentileza da senhora, mas estou satisfeito.

— Eu vou chamar minha filha, não demoro. Anunciou a senhora dando-lhe as costas.

Sozinho, Dean observou novamente as extravagâncias da família. A casa era bem decorada, com móveis caros e lustres. Não era comum o padrão de vida naquela cidade; todos viviam confortavelmente, com pequenos luxos e grandes mordomias.. Algo estava errado.

— Dean?! Não achei que fosse me procurar tão rápido. Falou Megan lhe dando um beijo na bochecha e sentando na poltrona em frente ao rapaz.

— Vocês já se conhecem? Questionou a senhora Martin confusa a certa distância.

— Sim, nos conhecemos no bar ontem à noite. Eu estava conversando com uma garota e ela foi nos cumprimentar, comentou Dean.

— Era a Isobel. Completou Megan revirando os olhos.

— Você anda atormentando aquela moça novamente Megan?

— Não mamãe... eu só a encontrei no bar, e foi coincidência.

— Espero que tenha sido mesmo, o seu pai já lhe deu um aviso.

— Ai, você é inoportuna... Agora sai, quero conversar com ele a sós.

— Tudo bem, Megan. Respondeu a mulher contrariada. Vou olhar minha torta que está no forno.

— Torta? — Indagou Dean com um brilho especial nos olhos.

— Sim filho, você gosta?

— Sou apaixonado por tortas.

— Posso lhe servir um pedaço se quiser agente Winchester.

— Muito obrigado Senhora Martin. Respondeu Dean vendo Hilarie Matin sumir pelo corredor.

— Ela disse agente?

— Sim, sou agente do FBI e gostaria de conversar com você sobre o assassinato da sua amiga.

— Ela não era minha amiga. Éramos apenas colegas.... Do grupo que andava com ela, acho que ela era a menos insuportável. Respondeu a garota com certa frieza. Achei que tivesse vindo me ver gatinho. Disse Megan segurando a gravata de Dean.

— Megan, por favor... vamos manter o foco nos acontecimentos daquele dia.

— O meu pai realmente sabe que você iria vir aqui?

— Claro que sabe.

— Eu acho que não. A verdade é que você ficou muito ansioso para me ver... Sua cara não nega! Respondeu cruzando as pernas de forma provocativa.

— Megan, eu já te pedi para não desviar o assunto. Respondeu pigarreando e olhando de forma discreta para as pernas da garota. "Droga, ela é muito gostosa” — Ele pensou.

— Ok, se é assim eu acho melhor você ir embora. Meu pai não vai gostar de saber da sua visita.

— Qual é, você não seria capaz de contar para ele.

— Eu não seria capaz de tal coisa... mas o meu pai segue uma rotina. Ele almoça em casa todos os dias no mesmo horário, e em uns 15 minutos mais ou menos ele deve estar entrando por aquela porta, disse Megan apontando.

— Droga! Ele exclamou. Eu não vou demorar Megan, só preciso que você me diga o que exatamente aconteceu naquele dia.

— Estávamos em um Chalé perto do lago com alguns conhecidos e eles nos desafiaram a fazer a brincadeira do copo. Eu não dei muita ideia, mas a Ellen sempre fora muito ousada e queria mostrar que não tinha medo de nada.

— Continua. Ordenou Dean.

— Aquele era o lugar ideal, o lago é cheio de histórias sinistras e com as mortes recentes, tudo ficou ainda mais interessante. Nós acendemos algumas velas e apagamos as luzes, para poder entrar no clima. Não acreditávamos naquilo e nossa curiosidade falava cada vez mais alto, então seguimos em frente.

— Certo, e onde vocês arranjaram um tabuleiro de Ouija?

— Os rapazes encontraram na cabana...

— É mesmo? Bom saber. E o que mais você lembra?

— Em clima de brincadeira, fizemos todo o procedimento, primeiro fizemos a oração do pai nosso, depois todos colocaram a mão no copo e em seguida perguntamos “Tem alguém aí? ”, “algum espirito que deseja se comunicar? ”.

— E ?

— E aí que um vento forte entrou pela janela da cabana, e as cortinas começaram a balançar loucamente. Tudo era muito estranho, mas não levamos a serio e começamos a rir, até que o copo começou a mexer, e um sentimento de euforia tomou conta de nós. Perguntamos o que ele queria, e da letra E, ele foi para o L, permaneceu no L por alguns instantes e depois voltou para o E, e finalmente para o N, formando assim o nome da Ellen.

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— E foi então que ela tirou o dedo do copo? Indagou Dean.

— Não. Ela zombou, disse que éramos ridículos, e que só estávamos fazendo aquilo para assustar ela. Ellen ainda insistiu na brincadeira, questionando ao espirito se ele era do bem, e a resposta dele foi: Morra cadela! Eu quis encerrar a brincadeira, mas o espirito não deu a autorização, e então nós continuamos. Pensamos ter visto um vulto e foi nesse momento que a Ellen se assustou e tirou o dedo do copo.

— E o que aconteceu?

— Eu mandei ela colocar o dedo de novo, e quando ela colocou, o copo começou a se mover sem sentido algum, até que ela caiu para trás. Seu nariz começou a sangrar eu e fui acudi-la, mas o vulto, monstro, ou seja lá o que for era real.

Todos correram, mas apenas nós duas seguimos a mesma direção. Eu tropecei, e pensei que ele fosse me matar, mas ele desviou de mim e pegou a Ellen deixando claro que queria apenas ela. Nós estávamos brincando, eu não queria que ninguém morresse. Concluiu Megan.

— Se vocês fossem menos imprudentes isso não teria acontecido. Onde já se viu, fazer essas brincadeiras de espírito no meio do mato. Repreendeu a mãe da garota ao retornar para sala com um pedaço de torta. Minha filha não tem muito juízo. Eu não a culpo, o único culpado disso é o pai dela que sempre a mimou.

— Mamãe, será que você pode dar um tempo?

— Eu já te dei tempo demais Megan Martin. Respondeu a senhora.

— Vocês sabem por um acaso onde ocorreram os outros assassinatos?

— Todos os assassinatos ocorreram no lago. Tem certeza que leu o relatório Dean? Questionou a garota.

— É que eu tinha me esquecido desse detalhe. Perdão! Respondeu tentando se justificar.

— É por isso que o FBI não prende ninguém. Está cheio de incompetentes.

— Megan. Falou a Sr. Martin a repreendendo-a novamente. Você já percebeu que os assassinatos têm um padrão né? Um por mês...

— Mamãe pare de falar maluquices. — disse a garota.

— É que talvez ele não tenha percebido isso.

— Agradeço a gentileza senhora Martin.

— Você gostaria de ficar para o almoço rapaz? O meu marido não deve demorar.

— Adoraria, mas já tenho outro compromisso. Disse olhando para o relógio temendo encontrar o Xerife.

— Com a Isobel? Questionou Megan.

— São assuntos pessoais Megan. Ele não tem que lhe dar satisfação e se fosse com a Isobel, qual seria o problema? Questionou a Sra. Martin.

— A Isobel não é mulher para ele, é muito insossa.

— E quem seria? Você?

— Senhora Martin, eu agradeço por ter sido tão gentil e por ter me tratado com muita cordialidade, mas realmente eu tenho que ir. Interrompeu Dean.

— Eu te levo até a porta. Disse Megan rapidamente. Espero te ver em breve.

— Até mais Megan, e juízo.