"Ninguém nega que o passado ou que as lembranças são importantes em nossa vida. Mas só porque são importantes, não significa que sempre queremos nos lembrar de qualquer uma dessas coisas, ou até mesmo, viver elas novamente". (Thailany Silva)

Pov: Bella

Meus passos leves faziam muito pouco barulho no corredor do hospital. Parei em frente a uma porta com uma placa em que estava escrito" Dr. Cullen". Bati levemente na porta mas sabia que ele ouviria.

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— Entre - respondeu Carlisle e não fiquei surpresa. Ele era um vampiro, e eu tinha certeza que sabia que era eu. Abri a porta e ignorei aquela sala com suas paredes brancas e acessórios que me lembravam de uma antiga época minha. Algo que eu tinha soterrado no fundo da minha mente e do meu ser.

Sentei na cadeira antes que ele dissesse algo.

— Porque está me evitando ? - perguntei direta.

— Não sei do que você está falando, Bella. - Ele tentou mentir justo para mim que era praticamente a mestra da mentira e da trapaça.

— Não se faça de santo Carlisle. Eu sei de tudo. Depois da minha luta com os lobisomens, você ficou intrigado comigo, com meus... Dons e foi pesquisar um pouco. Na época em que nos conhecemos estava lidando com seus demônios internos, por isso não se importou comigo. Mas agora é diferente, não é ? Agora eu despertei sua curiosidade. Uma imortal que não seja vampira e nem lobisomem, mas que tem a mesma habilidade que eles.- Antes que eu pudesse continuar falando, me senti um pouco tonta.

— Você está bem ? - perguntou ele preocupado. Contornando a mesa e vindo até mim.

— Estou ótima - respondi com firmeza.

— Está bem, - ele encostou na mesa em uma postura quase relaxada - eu admito que não deveria ter feito o que fiz... Mas acho que o meu instinto me incitou a isso. Eu confesso que fiquei curioso com tudo isso. Com você. Me desculpe por me intrometer na sua vida, mas eu precisava saber.

— E o quê descobriu ? - perguntei séria. Eu podia agir como uma adolescente bricalhona, mas nunca me esqueceria do que eu sou : uma caçadora.

— Tudo. - respondeu ele simplesmente.

— Inclusive o porquê de terem me mandado para cá ?

Ele ficou surpreso.

— Mas você não veio para ficar...

— Não - eu o interrompi - Sério, Carlisle, você não é tão ingênuo assim. Quem foi o idiota que acreditou nessa história boba de eu ter sido enviada aqui para vigiar vocês ? Acredite, se vocês fossem traidores ou se por acaso os líderes ao menos desconfiassem que eram um perigo, seriam dizimados.

— Então qual é o real motivo de você estar aqui Bella ? - a voz dele era firme e autoritária, mas eu percebi algo ali... Tensão, talvez ?

— Eu não sei - desabafei frustrada - eu penso nisso o tempo todo, tentando encontrar uma solução, e a única conclusão que vem na minha cabeça é a de que queriam me manter afastada, e por isso eu estou aqui.

— Como chegou a essa conclusão ? - Carlisle tinha a testa franzida. Sim, ele estava realmente tenso. Análisei sua expressão corporal, a testa franzida, os ombros ligeiramente encolhidos... Eu já sabia o que tinha de errado. Eu não era burra, e todos os pontos se encaixaram rapidamente.

— Um pouco antes de eu vir para cá, eu percebi que estava sendo mandada para missões demais. Cada vez mais longe. Como se quisessem me afastar do castelo. Essa foi a última solução: me manda para cá. Isso não seria trabalho meu, mas sim dos caçadores mais fracos, porém me enviaram mesmo assim, porque era conveniente. Mas, precisavam de alguém para me manter ocupada, alguém que eles conheciam a bastante tempo para que pudesse ficar de olho em mim. Não é mesmo, Carlisle ? - Olhei diretamente em seus olhos. Não era exatamente uma pergunta, e ele sabia disso.

— Entendo. E sim, eles me pediram para vigiar você Bella. Me pediram para que não deixasse sair das vistas de nenhum de nós. Mas eu desconheço o motivo pelo qual me pediram isso. Aro é meu amigo a muito tempo, e eu fiquei feliz em realizar um pedido dele. Mesmo não sabendo os motivos para tal pedido - Carlisle me encarava intensamente, em um pedido mudo para que eu o entendesse.

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— Então, você não sabe o motivo exato de me quererem longe ? - perguntei com a testa franzida. Cruzei os braços.

— Não, e estou sendo totalmente sincero desta vez. - Ele me olhou no fundo dos olhos e acreditei nele. Carlisle era uma das pessoas mais sinceras que eu já tinha conhecido, se por acaso ele não me contou no começo, foi por lealdade aos Volturi.

— Está bem. - respondi. A expressão de Carlisle sugeria que ele queria dizer mais alguma coisa. Dei um suspiro de resignação. - O que está te incomodando Carlisle ?

— Na verdade, Bella - ele começou a dizer dando a volta e se sentando novamente em sua cadeira. Ele parecia extremamente desconfortável. - Eu também procurei um pouco mais sobre a sua constituição biológica.

— E o que encontrou ? - questionei impassível. Ele estava chegando perto...

— O que fizeram com você... - Carlisle sacudiu a cabeça com pesar, uma expressão quase dolorosa. Aquilo mexeu comigo. - Foi... Cruel demais, horrível demais.

— Está exagerando - retruquei fria. As minhas mãos agora estavam no braço da cadeira, apertando tanto, que os meus dedos estavam vermelhos pelo esforço.

Ele me olhou com uma expressão terna no rosto bonito.

— Não estou, e você sabe disso. Você era apenas uma garotinha, mesmo que já tivesse perdido os seus...pais - o loiro exitou na última palavra. Eu quase não conseguia esconder, meu muro estava ruindo aos poucos. Meus pais era um assunto muito doloroso.

— Fizeram o que tiveram que fazer, Carlisle. O mundo não é uma fábrica de realização de desejos, quanto mais rápido entendermos isso, melhor. - Respondi. Eu não estava aguentando. Eu não queria lembrar, não podia.

— Você não acredita realmente nisso, não é mesmo? Está tentando mentir para quem ? Para mim, ou para você ? - as perguntas de Carlisle eram feitas em uma voz firme e autoritária. Ele não era mais o doutor, ou o vampiro usado para ser minha babá. Era o líder de séculos. Só que ele se esqueceu de que para mim, ele era apenas uma criança e que seu dom de liderança, não funcionava em mim. Mas eu tinha que acabar logo com o assunto.

— Para ninguém. - respirei fundo. - Escute, eu não vim aqui para isso. Só queria saber o motivo de estar me evitando. E saber se os meus palpites estavam certos - me levantei.- Já que consegui o que eu queria, já vou indo.

Não olhei para Carlisle e simplesmente fui em direção a porta.

— Vai fugir ? Não quer enfrentar a verdade ? - suas palavras fizeram minha mão congelar no lugar e todo o meu corpo ficar tenso.

— Me deixe em paz Carlisle. - Em um segundo ele estava ao meu lado, sua mão no meu ombro.

— Tem que deixar essas memórias fluírem de você, Bella. - sussurrou ele hipnotizante no meu ouvido - Tem que se permitir lembrar, para que essa ferida realmente se cicatrize.

Balancei a cabeça negativamente. Eu não podia, eu não queria... Mas minha mente traiçoeira fez uma coisa que eu não me permitia fazer a muito tempo : mergulhar nas lembranças.

Lembranças...

O vestido da pequena garotinha se arrastava no chão sujando a barra. Ela não se importava. Sabia que tinha que chegar logo, antes que sua mãe começasse a se preocupar. Não poderia correr. Moças não faziam isso, e mesmo que sua família não fosse nobre, ela tinha que se comportar como tal. Seus brilhantes olhos castanhos encararam o horizonte por um breve segundo. O céu estava realmente lindo, tão lindo a ponto dela não ver a pedra que estava no seu caminho.

— Ah, não. - reclamou frustrada a garotinha, se levantando. - estou toda suja, mamãe não vai gostar nada disso. - Ela suspirou e olhou em volta enquanto tentava ao máximo tirar a poeira do vestido. Subitamente ela teve uma idéia. Indo em direção a árvore enorme que estava a sua direita, ela pegou uma maçã que tinha caído. Estava madura, do jeito que sua mãe gostava, talvez impedisse de brigar com ela. A garota guardou no bolso e retomou a caminhada para sair das plantações.

Logo, viu que não tinha outro jeito, estava anoitecendo e deveria chegar rápido a sua casa. Com uma das mãos levantou a barra do vestido e começou a correr. Os cabelos cor de mogno voando ao vento.

Descabelada, ofegante, suada, corada,suja e inexplicavelmente alegre. Foi assim que sua mãe a encontrou quando estava prestes a ir em busca da pequena filha.

— Bella - disse a mãe ternamente enquanto se aproximava dela e a pegava em um abraço, um pouco dificultoso por conta da barriga de grávida.

Bella passou os bracinhos pequenos em volta da mãe que tanto amava e sorriu.

— Mamãe, eu peguei algo para você - ela enfiou a mão no bolso e pegou a maçã. Ofereceu a mãe que pegou de bom grado com um sorriso, mesmo sabendo exatamente o que a filha queria com aquele gesto. Sua pequena era uma travessa.

— Acha que assim vai me conquistar mocinha? - perguntou ela com uma fingida seriedade enquanto dava uma mordida na maçã. - Por que demorou tanto ? Eu estava ficando preocupada.

— Ah, mamãe. Eu estava ajudando a Sra. Delmas a regar a plantação dela. Coisas assim demoram - Bella explicou enquanto seguia a mãe para dentro da casa simples mas muito organizada.

— Hum, sei. Mas da próxima vez, tente me avisar antes de sair. Lembre-se de que você é apenas uma criança ainda. - recomendou ela enquanto Bella se acomodava um um banquinho de madeira.

— Está bem. - concordou a menininha. - O que está fazendo, mamãe ?

— Uma torta para o seu pai. É dia de colheita e ele vai estar muito cansado quando chegar. Quero algo que possa ajudar. E além do mais, acho que seu irmão também quer torta.

As duas riram. Bella não via a hora do bebê finalmente sair da barriga da mãe. Seria legal ter um irmão ou uma irmã para fazer companhia, ela já estava se cansando de apenas brincar no bosque ou nas plantações sozinha.

A noite com suas brilhantes estrelas ia chegando e Bella observava a mãe indo de lá para cá na cozinha pegando ingredientes e assando a torta na coisa feita de barro que tinha fogo, cuja qual ela não sabia o nome. Só sabia que não devia mexer, porque "não era para crianças", como sua mãe sempre dizia. Um som de passos ruídosos foram ouvidos e logo um homem alto entrou na cozinha.

— Papai! - exclamou Bella, enquanto se levantava e corria em direção aos braços do pai, que a levantou e girou.

— Meu amor, que saudades - exclamou ele com voz grave.

— Eu também estava papai. Você também não é mamãe ? - Renée sorriu e se juntou ao marido e a filha, abraçando os dois enquanto Charlie acariciava sua barriga com uma das mãos.

A família estava completa e feliz. E ficaram melhor ainda, depois de comer a torta maravilhosa.

Bella dormia tranquilamente. Sua respiração era calma e leve como a de uma criança quando dorme feliz. Repentinamente,um som muito alto e agudo foi ouvido por ela. Um grito de plena agonia que fez ela acordar assustada e encarar o teto escuro. Lentamente ela se levantou e saiu do quarto. Ali, o barulho tinha se transformado em vários outros. Gritos, expressões de lamento, gemidos e sons de algo se dilacerando. Era horrível, assustador. Ela tremia da cabeça aos pés e tinha medo de sair da casa, porque pelo que parecia, vinha do lado de fora toda a agitação.

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— O que vamos fazer ? - ela ouviu a voz da sua mãe.

— Eu não sei, precisamos pegar Bella e correr. - ouviu seu pai responder mas não entendeu. Correr porque ? O que estava acontecendo no vilarejo ? Porque tinha pessoas gritando ?

— Mamãe ? Papai ? - chamou ela com a voz trêmula. Logo uma tocha apareceu e com ela os rostos apreensivos dos seus pais.

— Estamos aqui - disse sua mãe com voz embargada enquanto a puxava para um abraço apertado que logo evoluiu para muitos beijinhos carinhosos no rosto.

— O que está havendo ? - perguntou Bella quando sua mãe cessou com o carinho.

— Não é nada, meu amor. - disse Charlie entregando a tocha para a esposa e pegando a filha no colo. Bella era uma criança esperta, sabia que algo estava acontecendo e que os pais estavam tensos.

Os três saíram da casa, e o que a menina Bella viu, a assustou profundamente. Casas queimadas, pessoas gritando, adultos e crianças com membros decepados correndo com sons estranhos saindo da garganta. Alguns com pedidos de socorro, outros com pedidos de misericórdia. O cheiro de sangue, fumaça, e podridão enchia tudo.

Charlie tentou ao máximo proteger sua garotinha mas não conseguiu. Ela viu absolutamente tudo. As lágrimas transbordavam dos olhos dela, da garganta saia sons estranhos dos soluços que reprimia. Aquilo não era uma coisa que uma criança de aproximadamente cinco anos, deveria ver. Na verdade, aquilo não era uma coisa que qualquer pessoa deveria ver.

— Ah meu amor, vai ficar tudo bem - dizia Charlie enquanto caminhava rapidamente afagando os cabelos de Bella.

— Céus! O que fizeram Charlie ?- Não era exatamente uma pergunta, mas Renée não conseguia pensar em nada coerente para expressar o seu horror. Dessa vez tinham ido longe demais, mas ela sabia, todos sabiam que um dia tudo chegaria ao fim.

A família seguia em direção a um atalho para sair do vilarejo. Eles andavam rápido e tentavam ao máximo ignorar tudo a sua volta. Principalmente os lamentos e a agonia das pessoas. Exceto a menina, ela via tudo chorando e soluçando, e se perguntava o que estava acontecendo. Quem tinha feito aquilo ?

— Meu Deus ! - exclamou sua mãe colocando a mão tampando a boca. Bella olhou em volta mas não viu motivo para a exclamação repentina.

Charlie colocou a filha no chão e respirou fundo.

— Bella ? - chamou ele tentando recuperar a atenção da filha que observava uma criança da sua idade sem um dos braços se remexendo como um peixe fora d'água no chão.

— S-sim, papai ? - perguntou ela com voz trêmula encarando o pai muito mais alto que ela.

— É muito cedo mas... Você vai ter que prosseguir sua viagem sozinha a partir daqui - disse o pai enquanto a mãe chorava olhando com muito amor para a pessoa que mudou a sua vida.

— Vocês vão me abandonar ? - perguntou ela chorando.

— Não, meu amor. Nunca faríamos isso - respondeu Renée ao ver que Charlie não conseguiria falar com tantas lágrimas. - Nós não vamos poder prosseguir. Mas escute: nós te amamos muito. Nunca se esqueça disso. E também, não importa o que é certo para os outros, escolha a sua definição do que é certo. Cresça bem, e nos perdoe por não te ajudar nessa jornada, coma bem, durma o suficiente... - a voz falhou. Como ela consegueria fazer aquilo ? Como dizer adeus a ela ? Doía muito.

Charlie segurou na sua mão e juntos se abaixaram para dar o último abraço na filha.

— Te amamos muito.

— Eu também amo vocês - Bella conseguiu responder.

Os pais deram um beijo na filha e Charlie a colocou dentro de um pequeno galinheiro que estava ali e acariciou a rosto dela que ainda não entendia o porquê dos pais a deixarem sozinha. Como iria sair dali ? E o bebê ? Não poderia conhecê-lo ?. Não teve suas respostas e os pais se afastaram rapidamente como se tivessem pressa.

Bella encostou a cabeça na parede e ouviu de repente um grito. Um som alto, agudo e parecia... Sua mãe. Ela não se atreveu a sair do celeiro. Abrindo a porta vagarosamente ela olhou para fora. E o que viu ali, nunca sairia da sua mente, sempre estaria a atormentando pelos próximos seiscentos anos.

Um casal, o mais lindo que já vira na vida. O homem com longos cabelos negros e roupas estranhas que ela nunca tinha visto, a mulher com cabelos loiros que alcançava a cintura. Tudo neles parecia perfeito, a pele extremamente branca, os traços que Bella não conseguia descrever para si mesma e muito menos comparar com algo que já tinha visto. Tudo perfeito, menos os olhos vermelhos assustadores. Quando Bella saiu do transe percebeu o que estavam fazendo. A mulher estava com a boca no pescoço de seu pai que tinha os olhos arregalados em choque e dor. O homem fazia o mesmo com a sua mãe enquanto rasgava o ventre dela com as unhas. O sangue escorria, sua mãe gritava, o pai quase inerte chorava. Não, não não. Aquilo não podia estar acontecendo. Sua mãe, seu pai. Seu irmão. Quem eram ? O que estavam fazendo ?

— Eu quero voltar para casa, eu quero dormir com o papai a mamãe do meu lado. Isso não é real, não pode ser real. É um pesadelo... - dizia ela sem parar observando a cena. Enquanto balançava a cabeça com as duas mãos nela.

Chegaram mais duas pessoas iguais ao casal que estavam torturando seus pais. Ambos com uma pessoa cheia de sangue nos ombros. O casal parou o que fazia e seus pais caíram no chão. Bella não conseguia entender o que eles falavam, porém, uma coisa estranha aconteceu. Eles pareciam voar e em um momento Bella via as pessoas feridas e deformadas se rastejando no chão. No outro, todos os corpos empilhados. Pessoas em cima de pessoas. Quase todas vivas. Em outro segundo ela viu as pessoas pegarem fogo com uma tocha que aparentemente tinha sido jogada pela mulher loira. O cheiro de carne queimada ardia no nariz dela, as pessoas gritavam e dava para se ouvir um estalar nauseante. Mas nenhuma tinha forças o suficiente para sair do fim que até a alguns minutos atrás não sabiam que existia. Bella estava ofegante, trêmula, as lágrimas caiam, os olhos estavam arregalados. Sua mãe e seu pai foram os últimos. Seu pai sem uma perna, e sua mãe com um líquido estranho misturado ao sangue que saia do lugar onde estava o bebê. Ambos olharam para ela enquanto eram arrastados para a fogueira humana. Um sorriso, um último singelo sorriso, apareceu nos lábios dos dois. Era um último adeus para a pequena garota que tudo observava, mas nada podia fazer.

Continua...