A Busca Pelo Irmão - Livro Um

Capitulo 19° - Pepsi em copos do Mc Donald’s.


19° Capitulo

Pepsi em copos do Mc Donald’s.

Mislayne W.

Não fomos recepcionados por ninguém no acampamento, Sr. Brown estacionou sua van na entrada, e pediu para desembarcarmos, em um instante súbito, a van desapareceu, e Sr. Brown nos olhou com um sorriso e uma cara do tipo, “Que foi? Somente sumi com a minha van”.

Já estava de noite, provavelmente todos os campistas estavam em seus chalés.

Mas tivemos uma recepção um tanto quanto indesejada.

–Alto lá, quem está ai. – Um garoto segurava um escudo e uma espada na mão.

–Sou eu! Thiago. – Ele era ajudado por Danilo.

O Garoto se espantou e arregalou os olhos, devia ter uns treze anos, o escudo era quase do teu tamanho, cabelos bem cortados e era um pouco gordinho.

–Oh Deuses! Vocês retornaram da missão! Entrem! – Sua voz era fina, o que deixava a cena um tanto quanto engraçada.

Ele nós “escoltou” até a Casa Grande, onde da janela, Chester já avistou a todos.

–Oh Zeus! Vocês retornaram - Chester olhou para o garoto e ele entendeu que deveria voltar a ficar vigiando, agora com mais esforço ainda...

A Casa Grande estava sendo iluminada a velas, a lareira estava acesa, a escada que levava até o segundo andar estava repleta de caixotes de papelão, a mesa onde fazíamos as reuniões estava repleta de jornais e alguns dracmas de ouro, junto com planos de guerra que raramente ficavam amostra assim, Chester havia decorado a parede com imagens de heróis em mármore polido, ele se dirigiu a pequena cozinha que era ao lado da sala da Casa Grande, e do armário tirou algumas xicaras e copos daqueles que pegamos no Mc Donald’s, encheu de Pepsi para os jovens e chá para Thiago e Sr. Brown, se bem que Thiago não era tão velho, mas aparentava gostar de chá.

–Vejo que concluíram a missão. – Falou Chester a goles de chá.

–Graça a mim, e claro. – Falou Bruno se levantando.

–A você nada, graça a todos, mas graças a Danilo principalmente. – Disse Victor.

Danilo franziu o cenho.

–Eu? Não, não fiz nada demais, todos ajudaram.

–Expliquem a missão, jovens.

Tomei a frente da historia, contei os perigos que passamos. A ajuda que Chester nos deu com a carta ao amigo, que essas horas devia estar muito bravo com todos, Chester afirmou que essa parte ele iria resolver, não precisávamos nós preocupar.

Naquele momento cheguei à parte critica da historia, o momento em que todos ficaram com expressões serias. Falei sobre o encontro com Erlan, à surpresa que tivemos ao encontrar ele, o que não era para ter acontecido.

Chester franziu as sobrancelhas.

–Mas e estranho, Erlan não era para estar no litoral? Como nesses cinco anos ele esteve na Amazônia e ninguém soube de nada? E os filhos de Demeter que andam por lá?

Explicamos essa parte detalhadamente a Chester, até chegarmos a Daymon, nesta hora Davi tomou a frente da historia, contou seu lado da aventura, falando de Anna e Fernando.

–Sinto muito Bruno, faremos a queima da mortalha amanhã à noite. – Falou Chester.

–Obrigado senhor. – Bruno esboçou um leve sorriso, o garoto estava bem até para quem perdera o irmão.

–Mas Daymon... Ele tinha me dito que iria atrás do grupo que estava na floresta amazônica, por que recebeu uma mensagem de Íris de Danilo. – Falou Chester.

–Essa e a questão. Não recebemos nenhuma mensagem. – Falou Danilo com um tom suave e grave.

–Daymon e um traidor. – Chester fintou o chão, dava para ver nos semblante do diretor do acampamento que não poderia acreditar no fato de Daymon ser um traidor.

–Sinto muito Chester, eu presenciei boa parte das batalhas. – Brown pegou no ombro de Danilo. - E como nosso jovem aqui próprio presenciou. Daymon é um traidor.

–Entendo. O importante e que todos voltaram em segurança, depois resolvemos o assunto “Daymon”. Agora aconselho vocês a irem para os chalés, e descansar, teremos muita algazarra amanha pela volta de vocês. Thiago e Erlan peço que vocês fiquem um pouco aqui na Casa Grande, e me aguardem, temos assuntos a tratar, tanto do seu sequestro Thiago, como da sua ida a uma armadilha Erlan. Bruno, irei lhe acompanhar até o chalé, precisamos conversar.

Bruno levou a mão à cabeça.

–Eu fiz o que? Eu voltei, ajudei na missão, não explodi nada... Bem, quase nada, não fiz nada demais.

Chester tomado por um sorriso levou a mão ao ombro de Bruno.

–Não fez nada grave jovem. Somente quero conversar um pouco.

–Ufa! – Disse Bruno em um suspiro profundo.

–Vocês estão dispensados, podem se retirar, agradeço por trazerem Brown e Thiago... E a Erlan também, sinto muito pelas perdas, mas temos que ver que quase todos voltaram bem. – Chester olhou para a perna de Mayra. – Quase bem. Há uma coisa que quase esqueço, até tomarmos maiores decisões, nada do que aconteceu nas vossas missões e nem o que conversamos aqui sai desse grupo... Sigilo total.

Mayra sorriu, e todos nós retiramos da sala, menos que Chester pediu que ficasse, até Sr. Brown se retirou.

Todos foram pra seus respectivos chalés, Victor foi ajudar Danilo a levar Mayra até o chalé 01, que era o chalé de Zeus. Davi e Erlan pareciam até felizes por voltar, foram o caminho todo conversando, Bruno estava no chalé de Hermes, e como sabia, seus irmãos estavam acordados. E assim após todas as loucuras da missão todos foram descansar...

Segui para o meu chalé, a coisa que mais queria, e tomar um bom banho, e dormir em uma cama decente.

Retorno ao Chalé 01

Danilo L.

Nunca tinha sentido tanta saudade daquele chalé, ajudei Mayra a se sentar no beliche, as camas estavam forradas com um lençol azul bebê e travesseiros estavam no topo da cama, como se a faxineira tivesse acabado e arrumar nosso quarto, mas não tínhamos ficado nem poucos dias no chalé, então era bem razoável do chalé estar bem arrumado.

A imagem de Zeus parecia ter sido pintada há uma hora, Zeus em uma pose imponente, uma túnica branca tremeluzia ao vento, segurava o raio mestre na mão direito, e a mãe esquerda estava na cintura poucos centímetros acima de um cinturão que segurava a túnica, cabelo levemente encaracolado, e o olhar frio e ameaçador, não sei se Zeus queria intimidar os filhos, ou fazendo um convite a se retirarem do chalé.

Olhei para a imagem, e lembrei-me de Zeus no deserto me presenteando com a Sunshine, não se parecia nada com o da pintura, no deserto ele era mais acolhedor, com terno de risca azul marinho, barba grande e poucos fios brancos que se espalhavam pelo cabelo grande. Mas o da imagem era ameaçador, isso me fez questionar como era a imagem de Zeus quanto aos outros semideuses, sátiros, ciclopes e outras criaturas magicas.

–No que está pensando maninho?

Levei um pequeno susto quando Mayra falou comigo, me lembrei de que estava no chalé 01 do acampamento Olimpiano.

–Nada demais. – Sorri para ela.

–Tem como me ajudar? – Ela ergue as mãos, como se precisasse de ajuda para levantar. – Me sinto uma inútil com essa perna machucada.

–Não, você foi uma heroína nessa missão.

Levantei Mayra do beliche.

–Mas confesso que muitas vezes não soube o que fazer, tive medo, incertezas.

–Comigo foi o mesmo. – Sorri.

–Mas não parecia. Você aparentava sempre saber o que fazer, sempre decidido e centrado na batalha, como um filho de Zeus deve ser.

–Serio que aparentava isso? – Sorri.

Ele levantou o polegar e sorriu.

–Pode ter certeza. Agora me deixe no banheiro, quero tomar um banho.

Franzi a testa.

–Como?

–Eu me viro, não e a primeira vez que fico com a perna machucada, só pegue algumas roupas no baú ao lado da cama e pode ficar tranquilo.

–Como quiser. – Disse em meio a um riso.

O som do chuveiro me acalmou, deitei no beliche de cima e fintei o teto.

Olhei para a pulseira que Daniella tinha me dado, lembrei-me do que tinha dito no começo da missão, para todos os oito semideuses... Antes de nos irmos, voltaremos todos para este ponto, a entrada do acampamento, todos nós voltaremos juntos, e prometam sempre estarem unidos!”. Disse tudo isso na entrada do acampamento, e dois não voltaram. Em seguida em lembrei de partes da profecia. “Na selva densa, um perecerá”. Davi comentou que eles estavam em uma montanha na qual era repleta de florestas, talvez a floresta densa não fosse a Amazônia, e sim onde Anna ficou. “Em troca da vida, outro morrerá”. Essa parte se referia a Fernando, o qual tinha prometido que iria salvar ele, quando ele me salvou do ataque da Harpia na minha escola. Agora ele estava morto, e não pude retribuir o favor.

Centenas de pensamentos fluíam em minha mente, até que Mayra saiu do chuveiro com um pijama com duas letras “OP”, e um garoto com um chapéu de palha e um regata vermelha, short azul e um corte na bochecha, reconheci o desenho, era o Luffy do anime One Piece. Sorri ao reconhecer o desenho.

–O banheiro está livre. – Sorriu a garota de cabelos preto e molhados.

–Ok.

Conversa de Pai e Filho.

Davi Ismael N.

A conversa com Erlan foi interessante, contou–me sobre a vinda para o acampamento, que foi bastante conturbada. E todos os treinamentos que passou, ele era bem experiente, treinou com o próprio Chester por algum tempo.

Ele pareceu não querer, mas acabou falando dos velhos amigos, Carlos e Britney. Carlos era um comediante, sempre sorrindo e fazendo palhaçadas, foi difícil para Erlan perder o amigo. Britney devia ser muito bela, para Erlan dizer tudo sobre ela com brilho nos olhos.

Enfim chegamos até a margem do lago, era enorme, se estendia por quase todo o acampamento, da arvore na qual Danilo ficava até os estábulos e a floresta. Erlan se virou se despedindo e seguindo para a casa grande falar com Chester.

–Até mais. – Acenei com a mão.

Virei-me para o mar, o barulho calmo que combinava com a lua e o silencio que o acampamento proporcionava. Pelo pouco tempo que passei naquele local, algo me dizia que nem sempre ele ficaria daquele jeito.

Olhava para o lago, esperando alguma resposta, algum sinal... Mas nada, nenhuma ondulação na água, algo me dizia que Poseidon não estaria disponível no momento.

Sentei-me na areia, me inclinando para trás e colocando as mãos me apoiando nelas.

A cena de Barbara me jogando e eu vendo as duas sendo soterradas pelas pedras e pedregulhos não saia da minha mente.

Como pude ser tão fraco, a ponto de deixá-las serem presas, me sentia um inútil.

–Não se sinta assim. – Uma voz grave veio do lago.

Levantei-me a tropeços, meus olhos se arregalaram, fiquei sem ar.

– Q-Quem é você?

–Seria bem claro você não me reconhecer, já que a ultima vez que te vi você tinha um ano de idade.

–P-Poseidon. – Olhei com duvida.

Um sorriso surgiu de seu rosto, as marcas de risos ficaram evidentes, a barba cobria a boca, mas não era muito grande, o cabelo estava bem penteado, vestia uma camiseta de praia e bermuda marrom, estava com um suco de laranja e uma vara de pescar, teria achado engraçado se não tivesse paralisado.

–Sim, mas se quiser me chamar de pai.

Franzi o cenho.

–O-Oque está fazendo aqui?

–Não posso ter uma conversa com um filho? – Ele abriu os braços, então levou o copo à boca.

–S-sim... Eu acho, mas, como o senhor? Zeus sabe disso?

–Por que precisaria? – Riu Poseidon. – Só vim ter uma conversa com meu filho.

Olhei apreensivo.

–Ok... Mas, sobre o que quer conversar.

–Queria poder conversar sobre tudo contigo. – Ele veio até meu lado e agachou, fintando o lago. – Esse lago e realmente bonito, adoro esse local.

–Verdade, você e como se fosse, um tipo de... Protetor desse acampamento.

Poseidon riu novamente.

–Patrono, mas se quiser chamar de protetor. – Poseidon jogou o anzol na água, mas não pensei que iria pescar algo, era só para distrair. – Vim conversar contigo, tirar um pouco desta tua aflição.

Franzi o cenho, não tinha entendido muito bem.

–Aflição?

–Sei que você está abalado com tudo que aconteceu no Guarujá, mas não foi sua culpa, a vida de um semideus é assim. Você viu o que aconteceu a seu irmão filho, e ele está firme e forte, como um semideus deve ser. Mas não se preocupe tudo passa, e às vezes, só às vezes, o destino pode te surpreender.

–Mas por que você não me ajudou, o Guarujá está meio... Em seus domínios pai.

Poseidon fintou o horizonte, seu semblante mudou.

–Deuses não podem interferir na vida de seus filhos, somente se for de extrema importância.

Levantei-me.

–E aquilo não era de extrema importância. – Nem percebi que meu tom de voz tinha se elevado até os céus, e meu corpo estava inclinado.

–Não pude fazer nada... Quis ajudar, mas não pude.

Cerrei os punhos.

–Mas algo para falar?

Poseidon se levantou, e colocou as mãos em meus ombros, o cheiro da brisa do mar soprou sobre mim, me senti bem relaxado e tranquilo.

–Filho, independente do que irá acontecer no futuro, seja forte, coisas podem acontecer que vão abalar seu emocional, mas seja forte, pois estarei sempre aqui. – Ele colocou seu dedo indicador no meu peito, na região na qual o coração ficava. – E se você for forte o bastante, poderá mudar o futuro.

–Como assim mudar o futuro?

Poseidon olhou nos meus olhos com um sorriso enorme, seus olhos eram azuis iguais ao mar, ou talvez mais azuis.

–Tenho que ir filho. – Ele me abraçou.

Ele se virou.

–Feche os olhos. – Ele sorriu.

–Não... Não, espera.

Ouvi um zumbindo alto. Levei as mãos ao ouvido, e fechei os olhos.

Senti um calor irradiando do local onde Poseidon estava, e um brilho enorme tomou o local.

Quando tive coragem de abrir os olhos, ele não estava mais lá, no lugar tinha somente uma carta, com uma marca azul encrustada por um tridente.

Examinei a carta, então peguei com a mão, olhei atento para ela, levei o dedo ao marcador azul.

–Ei! Davi. – Gritou Brendon, fazia tempo que não via aquele cara. – Ei! Filho de Poseidon seria bom você ir dormir. –Sorriu o garoto.

Guardei a carta no bolso de trás da calça.

–Já estou indo. – Sorri novamente.

Ele estava com um escudo e um elmo do acampamento.

–Que bom que todos voltaram da missão. – Pelo jeito ele ia me escoltar até o chalé.

–Quase todos.

O semblante do garoto mudou, do “estou fazendo algo legal” para “fiz merda!”.

–E-eh, desculpe-me, não era minha intenção.

–Tudo bem... Estou feliz por ter voltado bem da missão.

Ele sorriu para mim. Era bem mais alto do que eu, e mais musculoso, não imaginaria ele pedindo desculpas para mim.

–Também fico feliz.

Caminhamos um pouco, até chegarmos ao local onde os chalés ficavam, se distribuindo lateralmente, com chalé de Zeus e Hera no centro, e Poseidon a alguns metros ao lado, divididos por arvores e vasos, e outras coisas que não consegui identificar pela pouca luz.

–Obrigado por me acompanhar, já estou bem.

Ele levantou o elmo.

–Boa noite Davi.

Acenei com a mão, e segui para meu chalé, o qual já estava sendo ocupado por Erlan. Foi bom não estar sozinho.

Fim do Capitulo

Autor da História: Danilo Silva.

Editora da Ortografia: Mayra Bellini.

Baseado na história de Rick Rordan: Percy Jackson e os Olimpianos.