Capítulo Seis
Substituto.

— O senhor é bruxo... — refletiu Tori.

— Sim, é o que parece. — concordou Dumbledore, soltando um risinho.

— Cadê suas verrugas? Sua vassoura? O senhor me parece normal demais. — colocou as mãos na cintura.

— Bom, é o tipo de traje que combina com a ocasião, concordamos? — ele falou.

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Tori assentiu e voltou a ficar cabisbaixa, pois havia se lembrado do que possivelmente tinha feito a Abigail minutos mais cedo.

— Vamos ver o que temos aqui. — Dumbledore começou a abrir a carta.

— Nem adianta, eu molhei a carta. Mas de qualquer forma minha resposta é sim, se eu ainda for bem vinda, claro. Isso é se lá tiver proteção para bombas-relógio como eu... — esfregou os olhos ainda úmidos.

— Mas é claro que será bem vinda. Eu vim até aqui justamente para entender sua falta de resposta, pois quero muito sua presença na escola. Hogwarts vai adorar te receber, Victória! — tentou animar a menina.

— E o senhor veio aqui só para isso? Não tinha um funcionário para fazer isso pelo senhor? — perguntou, curiosa.

— Sim, mas preferi vir eu mesmo. Queria te conhecer pessoalmente. — Dumbledore sorriu.

— E por quê? O que eu tenho de tão especial? — Tori fez mais uma pergunta.

— Suponho que existirá mais perguntas além dessas, principalmente depois do que tenho para te falar. Sendo assim, qual lugar podemos nos acomodar melhor? — mais uma vez ele sorriu.

Antes que Tori pudesse pensar e dar uma resposta ao seu visitante, uma mão magra agarrou sua orelha. A menina gemeu.

— O que foi que aprontou com o vestido, sua desastrada? Não te falei para ter cuidado? Uhn? — advertiu Petúnia, irritada.

— Me desculpa, tia. Foi Abigail que me derrubou na piscina. Eu não tive culpa... aaaaai! — choramingou ao receber um novo puxão na orelha.

— E ainda por cima conversando com estranhos. Você é pior do que eu imaginava! — dito isso, soltou a orelha e passou a arrastar a sobrinha pelo braço.

— Como vai, Petúnia? — Dumbledore se manifestou, atraindo a atenção da conhecida.

— O quê? — a mulher se virou e encarou o velhote — Não pode ser... Está tão... — ficou pálida.

— Normal? Victória já me disse isso. — ele riu e estendeu uma mão amigável — Quanto tempo, hum? — esperou.

— O inferno vai recomeçar. Que diabo! — resmungou e saiu correndo dali, parecendo ter visto um fantasma.

Tori tocou na mão estendida de seu diretor, para livra-la da péssima educação de sua tia.

— Acho que já deu para entender que não podemos conversar em casa... Mas vem, que tem um parquinho que Harry e eu costumávamos brincar. Acho que não vamos ser interrompidos lá! — enfim pôde responder.

— Está certo. — concordou o mais velho.

◾ ◾ ◾

O parquinho estava cheio, mas ninguém parecia prestar atenção em um velho e uma criança se aproximando do local. Mesmo ambos exalando o incomum, tudo o que viam era um avô passeando com a neta.

— O senhor quer escolher por onde começar? Pelo bom ou pelo ruim? Pelo tranquilo ou pelo queixo caído? — Tori perguntou assim que encontrou um lugar para os dois se sentarem.

— Por onde você quiser. Mas me diz: o que exatamente você sabe? — Dumbledore encarou a menina.

— Eu engoli a história da morte dos meus pais enquanto eu achava que era uma pessoa normal. Agora que sei que não sou, desconfio. Eles não morreram em um acidente de carro, não é? — massageou a própria nuca.

Falar dos seus pais era uma ferida não cicatrizada. Por mais que não se lembrasse deles, não conseguia não sentir falta.

— Foi o que seus tios contaram? Ah, foi melhor assim. Não sei se eles teriam tanto jeito para contar a verdade... Enfim, não foi acidente algum. Seus pais entraram no caminho do Bruxo das Trevas mais poderoso da época, chamado Voldemort, e sofreram as consequências. Assim como outros que também não se curvaram às trevas. Alguns tiveram o destino pior que a morte... Todos lutaram, mas somente uma pessoa foi capaz de conte-lo: Harry Potter! — contou, sendo o mais resumido o possível.

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— Harry? O meu Harry? Mas... Como? — as muitas dúvidas de Tori estavam de volta.

— Ele só precisou de uma coisa. Uma única coisa que Voldemort não teria nunca, por não conseguir compreender: o amor! Lily se colocou à frente de Harry, disposta a morrer em uma tentativa de salva-lo. O amor forte que ela sentia deixou uma marca própria. Não, não como a cicatriz que ele ganhou na testa, não é uma marca visível. Ter sido amado tão profundamente, mesmo que a pessoa que nos amou já tenha morrido, nos confere uma proteção eterna. Está entranhada em nossa pele. Está em Harry e em você também. Bem aqui... — tocou o próprio peito.

Os olhos de Tori inundaram-se de lágrimas. Mas não era dor, era conforto. Saber o quanto ela e o irmão foram amados era como um analgésico em suas dores internas. Ela também tocou o próprio peito e sorriu.

— Mas por que Voldemort me poupou e não poupou Harry? Ou ele quis começar do caçula? — o sorriso foi reprimido por mais dúvidas.

— Porque horas antes alguém te buscou para um passeio. Para você ver como nem todo mundo esperava por um ataque, pois alguns estavam até vivendo normalmente. Você foi salva pela coincidência! — explicou, fixando o olhar em uma balança ocupada ali perto.

— Alguém? Quem? — agora havia ficado ereta de curiosidade, os olhos vidrados no diretor.

Jordana Potter¹, irmã de seu pai. Ela foi passear com você minutos antes. Era folga do trabalho e ela quis aproveitar com você, que tinha um relacionamento muito próximo. Desde então ela não foi vista. Desapareceu após tanta dor seguida. Perdeu o irmão, a cunhada, amigos e o homem que amava... — suspirou com a lembrança, pois parecia doer nele também.

— Pobrezinha... Poxa, senhor Dumbledore, aquele malvado machucou todo mundo. Espero que ele esteja mortinho da Silva! — Tori apertou os punhos de raiva.

— Eu não contaria com isso, infelizmente. — Dumbledore voltou a encarar a criança.

— O quê? Ele ainda vai voltar? — se assustou.

— Talvez. — ponderou.

— E se ele vir atrás do Harry? Ai meu Deus, eu preciso ir para Hogwarts agora. Tenho que estar pronta, porque saindo na mão eu perderia fácil para o Voldemort. Vamos, senhor Dumbledore, vamos! — se levantou toda agitada.

Dumbledore apenas riu.

— Precisamos ir logo. Eu não posso deixar que machuquem meu irmão, ele é só uma criança. — falou como se fosse muito diferente de Harry — Não sei se eu teria a mesma força que a minha mãe, se seria covarde ou corajosa... Deus do céu, o que vou fazer? — os olhos se encheram de lágrimas outra vez.

— Se acalme, Victória. Ninguém pode fazer mal ao Harry. Não ainda, não aqui. Ninguém consegue se aproximar daqui com essa intenção. Então não precisa se desesperar. — esticou a mão para a menina, que aceitou — Está tudo bem! — a puxou para se sentar outra vez.

— Ainda assim eu quero estar pronta. Quando o momento chegar, Harry vai poder contar comigo. Enquanto isso, juro para o senhor que vou tentar ser a melhor em Hogwarts. Bom... pelo menos a melhor em minha turma. — secou o rosto e abriu um sorrisinho.

— Eu não tenho dúvidas disso. — concordou o mais velho, retribuindo o sorriso — Sabe, Victória, você me lembra muito sua mãe, mas com diferenças muito perceptíveis. — comentou.

— E isso é bom, não é? — Tori perguntou o encarando.

— Sim, isso te torna única. — assentiu o velhote.

Tori abriu um enorme sorriso, tão grande que sentiu sua boca doer. Era uma honra ser comparada a sua mãe, ainda mais agora, sabendo de toda a sua coragem antes de morrer. Agora amava ainda mais sua família, mesmo ela estando incompleta. Amava até Jordana, mesmo não sabendo se voltaria a vê-la um dia.

— Posso te pedir uma coisa antes de nossa despedida? — Dumbledore se levantou.

— Claro que sim, senhor. — concordou ela.

— Não conte nada da nossa conversa ao Harry. Ainda não é a hora. Espere pela carta dele e então faça como quiser. Posso contar com você? — pediu.

— Tudo bem, como quiser. É a primeira vez que escondo algo dele... Mas vou dar o meu melhor para guardar isso só para mim. — encolheu os ombros.

— Obrigada. — agradeceu — Nos vemos em Hogwarts então? — estendeu a mão.

— Pode apostar que sim! — Tori tocou e sacudiu a mão do velhote, empolgada demais outra vez.

◾ ◾ ◾

Assim que chegou na porta de sua casa, Tori soltou um suspiro alto e abriu um sorriso bobo. Saber parte de sua história tirou um peso enorme de sua cabeça. Só seria complicado não contar nada a Harry, já que nunca esconderam nada um do outro.

Mas como dizem que para tudo tem sua primeira vez, aquela seria a sua.

Ao adentrar a casa, encontrou o irmão descendo as escadas. Ele sorriu ao vê-la e desceu mais rápido para ir até ela. Essa seria a deixa que Tori precisava para colocar em prática a mentira sobre o tempo que ficaria longe dele. Todos da casa pareciam ocupados e o espaço ali era todo deles.

— Tigrinho, posso falar com você? — pediu, enquanto fechava a porta.

— E desde quando você precisa pedir, Lene? Oras! — se sentou no último degrau.

Tori foi para perto dele e também se sentou.

— Sabe que sempre tentei ser sincera com você, não sabe? — começou perguntando.

— Sim, eu sei. — Harry concordou.

— E que eu sempre tentei o melhor para nós dois? — outra pergunta, pois não teve coragem de ir direto ao ponto.

— Também sei disso, Lene. — o menino moveu os ombros.

— E que eu te amo e faria tudo por você? — agora Tori conseguiu abrir um sorriso, mas este saiu acompanhado de uma lágrima que ela tratou de secar rapidamente.

— Eu sei de tudo isso e qualquer outra coisa que você me perguntar. Agora pode ir direto ao ponto? — suspirou Harry.

— Tudo bem. Harry... — soltou um suspiro trêmulo e fez um enorme esforço para não chorar — Eu vou pra um Internato em setembro e vou demorar meses para voltar para casa. — falou e engoliu em seco.

Os olhos do menino se abriram se surpresa e logo em seguida se abaixaram de tristeza.

— Era isso que tinha na carta? Argh, se eu soubesse nunca teria te ajudado a recebe-la! — ele apertou o rosto contra as mãos.

— Eu sinto muito. Eu não queria ir, mas é um castigo da tia Petúnia por minhas notas horríveis esse ano... — apertou um pedaço do tecido do vestido, pois mentir estava sendo um esforço terrível — É a mesma escola que a mamãe e o papai estudaram. Eram ótimos alunos, então nós dois temos vaga garantida desde o dia que nascemos! — contar uma verdade a fez relaxar um pouco.

— Espera... Eu também vou? Por que não disse logo? E eu aqui choramingando feito um bebê... — tirou as mãos do rosto e soltou um riso.

— Vai sim. — engoliu o choro — Quando completar onze anos, apenas aí... — abaixou o rosto.

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— Mas você não pode ir, Lene. Nós somos uma dupla, lembra? Não podemos nos afastar. Isso é injusto! — o desespero dele voltou, partindo o coração da irmã.

— Eu vou voltar nas férias, sabia? — Tori tentou animar a situação.

— Eu não quero que você precise voltar, pois quero que fique! — Harry a encarou com os olhos úmidos — Lene, você não pode me deixar aqui... Nossa dupla consegue se defender do Duda, mas cada um por si não seria a mesma coisa. Não me deixe aqui com esse chato, por favor! — suplicou.

— Harry, não torne as coisas mais difíceis para mim... Acha que eu queria te deixar? Claro que não! — se alterou e apertou o rosto contra os joelhos, começando um choro com soluços.

Harry pareceu enfim entender, pois ficou em silêncio por um tempo.

— Desculpe. — quebrou o silêncio — Eu juro que vou ser o menino forte que você espera que eu seja! — e abraçou o corpo encolhido da irmã.

— Obrigada, Tigrinho. — agradeceu entre um soluço e outro.

— Hum... Lene, por que está molhada? E de onde tirou esse vestido tão frufru? — ele mudou de assunto.

Aliviada pelo rumo diferente da conversa, Tori ergueu o rosto e sorriu.

◾ ◾ ◾

Como em todos os dias das últimas semanas, Tori acordou cedo na segunda-feira. Mas naquela vez não seria para trabalhar, tampouco ir para a escola. Não que detestasse ambas as coisas, mas o que estava prestes a fazer superaria tudo o que já viveu até então.

Iria ter seu primeiro passeio em solo mágico. Dumbledore havia lhe informado que os materiais necessários seriam encontrados em um lugar chamado Beco Diagonal, que ele mesmo a levaria até lá. Havia simpatizado tanto com o diretor, que estava ansiosa também para vê-lo outra vez.

Ao sair do armário embaixo da escada, suspirou aliviada por Harry permanecer adormecido. Não queria ter de contar mais mentiras ao irmão, pois a última ainda martelava forte em sua consciência. Mesmo sabendo que era o melhor para ele sendo dessa forma.

Se vestiu ao lado de fora da porta do banheiro, calçou seu velho par de tênis, que começava a ficar apertado, e prendeu uma parte do cabelo para trás deixando o restante cair livre pelas costas.

Ouviu o despertador de seu tio vindo do quarto e se apressou para sair antes que ele acordasse Harry com suas passadas pesadas pelos degraus da escada. Deixou suas roupas em um canto, guardou no elástico de sua saia o pergaminho com a lista das coisas que teria de comprar e desceu rapidamente, correndo para sair logo para fora da casa.

Caminhou, praticamente correndo, até o ponto de encontro que havia marcado com Dumbledore e ficou inquieta ao não encontra-lo. Estava tão ansiosa que queria ser esperada, como na primeira vez que se viram.

Passou a contar folhas de uma moita ali perto, em uma tentativa desesperada que o tempo passasse mais rápido. Terminou de contar e focou agora nas flores e ramos, tentando se demorar mais para se distrair.

Victória Evans? — uma voz masculina a chamou, mas não era a voz que se lembrou ter ouvido em Dumbledore.

Se virou e concluiu que aquele não era mesmo Dumbledore, ou seria um novo disfarce, mesmo este não sendo nada discreto.

O homem era muito pálido, o nariz curvo e os cabelos pretos e oleosos. Parecia irritado, mas isso mudou a partir do momento que seus olhos pousaram na menina. Sua expressão mudou de carranca para choque. Parecia ter visto um fantasma em sua frente.

— Senhor Dumbledore, adorei seu disfarce gótico das trevas. — apontou para as roupas escuras e peculiares do adulto.

Ele pareceu sair do transe.

— Eu não sou Dumbledore, seu cérebro de trasgo! — rosnou, movendo o olhar para outro canto.

— Trasgo? Ah, me desculpa, senhor... Pensei que Dumbledore curtia Guns N' Roses! — riu sozinha em uma tentativa de quebrar o gelo, mas o adulto fechou ainda mais sua expressão — Hum... Ok. E cadê ele? — reprimiu o riso e coçou a nuca.

— Não pôde vir e me mandou no lugar. — foi direto — Agora vamos, que não tenho o dia todo! — saiu andando.

— Me desculpa pelas gracinhas. O senhor é a segunda pessoa do mundo mágico que conheço, não quero te aborrecer. Então, vamos começar de novo? — falou, enquanto corria para passar à frente do adulto.

Ela estendeu uma mão amigável e o fez parar. O choque veio ao seu rosto outra vez.

— Estamos perdendo tempo com coisas sem necessidade. Quer ter seu material ou não? Ótimo! — outra vez desviou-se da menina e seguiu com passos apressados.

— Ok... — abaixou a mão solitária e se virou para continuar a andar — Não vai ao menos dizer seu nome? Não posso andar com um estranho, é errado! — pediu.

— Severo Snape. Agora ande logo! — praticamente correu, obrigando as pernas curtas da menina a fazerem o mesmo.

— Sem ressentimentos, senhor Snape. Meu tio também tem um humor azedo de manhã, parece que dormiu de jeans. Então tudo bem o senhor ser tão resmungão e tam... — parou de falar quando esbarrou no adulto.

— Será que pode se calar um pouco, Evans? Está me dando dor de cabeça! — a careta irritada de Snape estava pior que minutos atrás.

— Como quiser. — concordou Tori, sorrindo para o estranho mesmo depois de tanta grosseria.

Os dois caminharam por um tempo, até uma rua pouco movimentada de Little Whinging. Então Snape parou. Uma pergunta chegou a ir até a boca de Tori, mas ela resolveu engolir para evitar em irritar mais ainda aquele homem tão azedo.

Quando Tori começava a ficar entediada, ouviu o som que parecia ser de algo grande e barulhento se aproximando, mas olhou para todos os lados e não viu nada.

Foi então que uma espécie de ônibus se materializou na frente deles, cantando seus enormes pneus e fazendo a menina cair sentada na calçada de tamanho susto. Snape nem pareceu se abalar.

— Bem-vindos ao Nôitibus Andante, o transporte andante para bruxos e bruxas perdidos. Basta estic... — o homenzinho magricela que surgiu na porta foi interrompido por um resmungo.

— Se poupe, rapaz. — rosnou Snape — Se mexa logo, menina! — Agora virou-se para Tori, que ainda estava no chão.

Rapidamente, a menina se colocou de pé e ainda ficou observando os detalhes daquele esquisito ônibus de três andares, que era roxo berrante e tinha letras escritas no para-brisa: O Nôitibus Andante.

— Custa onze cicles... — o condutor falou, visivelmente intimidado pela expressão de poucos amigos de Snape.

O homem, ainda com expressão azeda, tirou do bolsoo valor exato das duas passagens e entregou ao rapaz. Em seguida, adentrou o ônibus e Tori o seguiu.

— Boa tarde, senhor. — a menina cumprimentou.

— Stanislau Shunpike. Stan. E a senhorita? — disse, também entrando.

— Tori. — sorriu de maneira gentil.

— Prazer, Tori. Já conhece o Ernesto, o motorista? — apontou para um bruxo idoso com óculos de grossas lentes sentado ao volante.

— Olá, senhor Ernesto. — a menina acenou para o motorista, que não retribuiu por estar quase cochilando.

Snape pigarreou um tempo depois, parecendo impaciente com toda aquela conversa e a demora em sair do lugar. Stan arregalou os olhos e se virou para a passageira mais uma vez.

— Para onde vocês vão mesmo? — fez uma última pergunta.

— Um tal de... De Beco Diagonal, eu acho! — Tori respondeu um pouco nervosa.

— Certo. Agora é melhor se sentar e segurar firme, Tori! — Stan se afastou — Manda ver, Ernesto! — se sentou ao lado do motorista.

Outra vez um forte barulho aconteceu, agora acompanhado de um forte solavanco que jogou Tori contra uma cama vazia — que reparou estar no lugar do que deveriam ser poltronas — e ela teve de se segurar para não escorregar para fora. Até mesmo Snape parecia atingido, ficando um pouco verde e resmungando sozinho.

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