A Aposta

Capítulo 18 - Boxe!


− Hoje tem festaa!! − Ray adentrou a sala pulando e gritando, sendo seguido por Lolli.

− Não aqui, né?

− Não, em Pittsburg! Hoje tem tipo um festival de bandas, e vai ser ótimo! Eu fui no ano passado e, cara, foi maravilhoso! Qualquer coisa nós podemos ficar numa pousada de uma tia minha. Quase ninguém fica lá, mesmo com o festival. Quem vai comigo?

Nem é preciso dizer os nomes que levantaram as mãos em questão de milésimos de segundos depois de Ray terminar de falar, não é? Pois bem... Lolli, Frank e Bob saíram pulando de felicidade pela sala, enquanto Mel olhava para mim como se pedisse permissão para ir com eles.

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− Sarah... Você vai com eles?

− Sim, Mel, e você vai comigo.

− Não vou sair de perto de você.

− Também não é pra tanto, Mel. Você vai acompanhar o resto do pessoal, vai andar com quem quiser, mas vai tomar muito cuidado com os desconhecidos, não vai beber nem aceitar refrigerante de ninguém, ouviu bem?

− Tá. − Mel olhou para mim como se eu fosse a mãe dela e me abraçou.

− Vamos nos arrumar então, não é? − Sorrimos.

Peguei-a pela mão e subimos para o quarto. Tomamos banho e nos juntamos a Lolli para escolher as roupas. Minha prima colocou um vestido tomara-que-caia azul meio roxo, o tão famoso coturno e prendeu o cabelo pink num coque meio louco. Mel colocou um short jeans, uma camisa rosa com um bonequinho sorridente e seu All Star branco, com as meias listradas coloridas. Eu sorri quando a vi, tão linda, alegre e inocente.

Mel era, com toda a certeza do mundo, uma das pessoas mais amáveis e amadas por mim. Ela era minha irmã mais nova, era parte da minha família, dona de um pedaço do meu coração, minha eterna companhia e era a única que me passava segurança suficiente para que eu contasse todos os meus segredos.

− Vocês já estão prontas? − Gerard abriu a porta e as meninas começaram a gritar.

− Sai daqui, Gerard! Nós ainda não estamos prontas! A Sarah ainda não se arrumou! − Lolli empurrou-o e bateu a porta com força, passando a chave depois.

− Sarah, você ainda não se arrumou? Anda logo! − Frank bateu (lê-se:chutou) na porta e saiu correndo enquanto Gerard corria atrás dele gritando.

Coloquei uma saia xadrez branca e roxa, uma camiseta preta com uma caveira de lacinho e meu All Star roxo. (N/A: alguém reparou que a Sarah é tarada por roxo?) Lolli desceu a escada tentando escorregar no corrimão, Mel pulou de dois em dois degraus e eu, como sempre, desci do modo sem graça, degrau por degrau.

− Aleluia! Quem demorou tanto? − Ray estava impaciente.

− A patricinha, senhorita Sarah Bryar. − Frank também estava impaciente.

− Calem as suas bocas, seus idiotas. Nós somos garotas, é natural demorarmos. Se o Ray nos avisasse mais cedo nós já estaríamos na estrada agora! − Mel disse, cruzando os braços em seguida e ficando séria, o que assustou a todos. − O que nós estamos fazendo aqui?! Vamos logo pra van!

E todos realmente ficaram com medo da Mel, porque o pessoal saiu correndo pra van. Ray dirigiria, Bob foi no banco do passageiro, Gerard e Frank foram ao meu lado e Lolli, Mikey e Mel foram atrás. A bagunça começou pouco tempo depois, e durou quase que a viagem toda. Menos de meia hora depois, chegamos em Pittsburg.

Ray encontrou um estacionamento perto do parque onde seria o festival de bandas, e eu pude ver como a área estava animada. Não havia muita gente, não a multidão dos shows, mas até que tinha bastante gente. Fizeram uma espécie de corredor com as barracas de vendas que dava para uma arena com o palco onde as bandas se apresentariam.

− Tudo bem... Nós vamos nos encontrar perto da van daqui a umas... três horas, pode ser?

− Se alguém tiver algum problema é só ir no palco ou ir naquela barraca com letreiro verde que eles digitam a sua mensagem e mostram ela no telão do palco. Alguém vai ter que ver, porque os mensageiros avisam quando tem mensagem nova. − Ray sorriu. − Vocês podem confiar, aquilo funciona.

− Então... Nós vamos nos separar?

− Provavelmente sim.

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Mas nós não nos separamos instantaneamente. Nós passeamos por todas as barracas, fomos para perto do palco, vimos alguns lugares na arquibancada e então nos separamos. Lolli e Frank foram numa barraca de bonés, Mel, Mikey e Bob foram ver uns jogos e Ray foi encontrar uns outros amigos.

− E então? Para onde vamos? − Gerard abraçou-me por trás e beijou meu pescoço.

− Hum... Não sei...Vamos andar por aí. Temos uns 45 minutos até a primeira banda se apresentar.

− Vamos tomar um sorvete?

− Claro. − Sorrimos.

− Já volto então. − E Gerard desapareceu para a barraca.

Encostei-me numa árvore, olhando as pessoas ao redor e observando tudo. Algumas bandas já estavam próximas ao palco, preparando-se para as apresentações, e todos já seguiam para a arquibancada. De repente, um rapaz moreno estava perto de mim, olhando-me. Vestia uma calça larga preta, uma camisa branca e um boné também branco. Tinha um piercing no lábio inferior e sorria para mim.

− Oi gata. Sozinha por aqui?

− Não.

− Com as amigas?

− Também não. − Cruzei os braços.

− Hum...está com os amigos?

− Sim, por quê?

− Você é linda e eu não consigo parar de te olhar. − Ele estava meio bêbado, óbvio. − Meu nome é Eric. E o seu?

− Sarah. Agora, será que você pode sair? Estou esperando meu namorado.

Ops, a palavra saiu num jato. Gerard não era meu namorado − não que eu soubesse.

− Tudo bem... Eu não sou ciumento.

E o abusado agarrou-me e beijou-me. Tentei sair, comecei a empurrá-lo, mas Eric era forte.

− Oque está acontecendo aqui?!

Merda.

Gerard apareceu. Ele puxou Eric pela gola e olhou para nós dois, confuso.

− Esse idiota estava me agarrando!

− Eu? Agarrando você? Qual é, gata... Você quis. − Ele sorriu. −Está na cara que ela é uma oferecida.

Uma onda de ódio passou pelo meu corpo e, antes que Gerard pudesse fazer algo, Eric já estava caído no chão. Eu estava parada na frente dele, com os punhos fechados, tremendo de tanta raiva.

− Sarah, acalme-se! − Ele me segurou pelos ombros e começou a me sacudir.

Então eu notei o que aconteceu.

Merda.

Eu dei um soco no garoto e voei nele para bater mais – e consegui. Eric estava com o piercing arrancado e seu nariz sangrava violentamente.

Merda.