Peeta chegou bem tarde da noite, percebi que ele demorou pois ainda estava abalado com o que aconteceu de manhã. Eu não via sentido em ele se sentir mal por aquilo, passei o dia com saudades dele e quando ele chegou fiquei sorrindo que nem uma boba, não demorou muito para ele retribuir, afinal era o Peeta, ele sempre sorria para mim.

Não tocamos no assunto, apenas nos deitamos e eu deixei meu corpo relaxar daquele dia cansativo até cair no sono. Logo os pesadelos chegaram, eu sabia que eu iria ter em decorrência daquele dia, e realmente veio com toda a força, vi centenas de vezes Peeta sendo torturado, Prim no meio da explosão, bestantes correndo, eu me sentia como se estivesse na arena do Massacre Quartenário com os gaios tagarela me perseguindo e atormentando, o medo me dominava completamente.

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Acordei berrando, todo o ar de meu pulmão se esvaziou rapidamente mas eu ainda buscava folego para gritar enquanto me debatia sem controle. Peeta não sabia o que fazer, pois eu nunca estive tão apavorada como esta noite.

Consegui me acalmar, Peeta estava tão preocupado. Seus lindos olhos azuis estavam encobertos pela sombra que suas sobrancelhas curvadas proporcionavam e sua testa formava algumas rugas.

– Kat, está tudo bem. Foi só um pesadelo, já acabou. Eu estou aqui, sempre estarei aqui.

E naquele momento eu não pude conter o meu desejo, enquanto ele falava algo dentro de mim despertou. Me sentei na cama e avancei em seus lábios, e só então percebi o quanto eu necessitava disso, o beijo dele me acalmava e fui invadida por um calor dentro de mim, a mesma ânsia que havia sentido na noite na praia.

Ele me correspondeu imediatamente, um necessitava do outro, um mantinha o outro. Era o que a gente sempre havia feito, nos protegemos. Peeta era meu porto seguro, meu dente de leão amarelo, minha esperança.

E quando nos separamos sem folego, um olhando o outro, ele me perguntou docemente, em sussurro:

– Você me ama. Verdadeiro ou falso?

Eu digo a ele:

– Verdadeiro.

A sinceridade daquela palavra me atingiu. Eu o amava? Amava. Em que momento comecei a ama-lo? Não sei, mas o sentimento era tão real agora que eu não entendia o porque da minha demora de assumi-lo.

Depois disso eu não consegui dormir mais, não pelo medo dos pesadelos, mas pelo Peeta. Nos ficamos abraçados, nos beijando, conversando e passamos a noite assim, nos amando.

Quando o sol nasceu decidimos levantar, fomos para a cozinha preparar o café da manha. Peeta tentou me ensinar a fazer pão, mas no fim apenas tinha uma massa melequenta, farinha pelo meu corpo inteiro e a cozinha inteira suja.

– Acho que eu não tenho talento pra isso. - Eu disse apontando para minha roupa.

Peeta que estava concentrado fazendo seu pão olhou para mim e caiu na gargalhada. Fingi estar brava com ele, mas não aguentei e nós dois acabamos rindo da situação.

– Você está linda, mesmo com toda essa farinha. - Ele disse vindo me beijar, correspondi o beijo no mesmo momento que pegava o saco de farinha e virava na cabeça dele.

– Vingança por você ter rido da minha cara! - Disse rindo da cara dele.

Ele me olhou espantando e depois abriu um sorriso vingativo, sai correndo desesperada mas ele me alcançou e me atacou com cócegas.

– Ok, chega chega chega! Eu peço desculpas, para com isso! - Eu não conseguia nem mais respirar de tanto rir, e então ele parou.

– Não precisa de desculpas, eu já me vinguei também.

– Mas o que que aconteceu nessa casa? Docinho estava na cozinha? - Haymitch surgiu do nada, com certeza seu estoque de bebida tinha acabado. Ele nos observou por um momento, estávamos abraçados, quase nos beijando, mas depois ele deu de ombros e decidiu nem comentar.

– Pior que foi isso mesmo. Mas fica tranquilo, Peeta fez comida pra nós também.

Levantei e tentei tirar um pouco da farinha em mim, depois olhei para a cozinha que estava com farinha em todos os cantos. Eu teria que ajudar Greasy com a arrumação hoje...

Sentamos para tomar o café da manha e então Haymitch tocou no assunto que evitávamos:

– Voces receberam a carta da Capital? - Nos limitamos a apenas balançar a cabeça em concordância.

– Então estejam preparados, não vai ser nada fácil. - Disso nós já sabíamos. - Ah, e Effie vai vir amanha de manha preparar a queridinha aqui, afinal você não pode aparecer na Capital com esses maltrapilhos que gosta de usar por aqui.

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Eu já imaginava isso. O ponto positivo de tudo isso é que eu vou poder rever algumas pessoas que a muito tempo não via, acho que esse era o único ponto positivo. Mas eu já estava acostumada as coisas nunca ter pontos positivos, não seria a minha primeira vez.

Lancei meu olhar para Peeta e tentei abrir um sorrisinho pra ele, demostrando confiança. Mas provavelmente não foi isso que eu passei, ele passou os braços em volta de mim e sussurrou em meu ouvido:

– Nós estamos juntos, tudo vai ficar bem.

E eu me agarrei naquelas palavras com toda a minha esperança.