A 73 Edição Dos Jogos Vorazes

Capítulo 6 - O Treinamento


-Por mim – disse Ery – tudo bem.

-Ainda bem! - eu disse, animada – mas prefiro montar estratégia na arena – Já no segundo dia de treinamento, nós ainda não havíamos feito nós e isso seria muito útil para arranjar comida.

-Se você prefere. - ele disse, enquanto íamos em direção à estação de nós e armadilhas.

Todos nós passamos o dia todo treinando. No dia seguinte, os Idealizadores dos Jogos iriam julgar nossas habilidades. As notas vão de 0 à 12. Normalmente, os Carreiristas tiram notas de 8 à 12, que são as notas mais altas. Os Carreiristas são treinados e bem alimentados, enquanto o resto de nós somos mal nutridos e sem experiência.

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Quando terminamos o treinamento, já estou com habilidade para usar lanças e facas, sei fazer nós e camuflagem e tenho meu talento natural com machados.

Vou para o meu quarto e tomo uma chuveirada, visto uma calça simples preta e uma blusa vermelha sem mangas. Fui para a sala de jantar, onde só encontrei Mekenzie.

-Oi. - eu disse, me sentando do lado dele

-Oi – ele respondeu, dando um gole numa bebida transparente que talvez seja alcoólica. - Ansiosa para amanhã?

-Um pouco – respondi

-Olha, não comece com alianças – ele disse, deixando de lado a bebida – Talvez, você possa se unir à alguém no meio dos Jogos, mas o começo é melhor você por conta própria. E despiste a Cornucópia – ele me olhava agora – Você não ia conseguir sair caso entrasse no meio do banho de sangue.

-Mekenzie – agora minha voz estava melancólica – Você acha que eu tenho chance? - logo senti uma lágrima correndo na minha bochecha.

-Mais do que qualquer um – ele disse, secando as minhas lágrimas - Mais até que a garota do 4.

-Por que ela tem tanto ódio de mim? - eu disse, enquanto fitava suas bochechas rosadas por natureza.

-Não é ódio – O tom de voz dele dava confiança – É inveja – ele parecia sincero – Por que você é bonita, simpática, forte, habilidosa. E digamos que ela tem uma quedinha pelo Ery.

-O que? - eu estava rindo – Você tá brincando!

-Não mesmo! - ele também ria agora – Ela olha com ódio para todos, menos para ele. - a risada ainda estava esboçada na sua face. - E ela estava dando em cima dele no treinamento. - a graça do momento já tinha acabado. Mekenzie e eu não somos do tipo que ri muito. Mas afinal, vivendo em Panem, quem tem uma razão para rir? - Você não está com ciúmes?

-Não sou ciumenta. - eu fazia formas redondas com meus dedos na mesa – e ele não é meu namorado. - dei de ombros – Não tenho motivo para ter ciúmes.

-Mas admita que ama ele. - ele começou à rir novamente, quando Ery entrou pela porta

-Oi – disse ele, com um sorriso na face. - De quem estavam falando?

Mekenzie ria e olhava para mim enquanto esperava minha resposta. Finalmente falei, com o sangue fluindo nas minhas bochechas :

-Meu irmão – boa escapatória pensei.

-Vou deixar vocês à sós. - disse Mekenzie se levantando e indo embora. - Tchau

-Tchau – Ery e eu falamos

-E então... - disse Ery. Não sei por que, mas desde o treinamento, nossa relação está mais pesada. - Me fale um pouco sobre seus irmãos.

-Bom... - comecei - Nadik é meu irmão gêmeo e ele me ajuda à cuidar da nossa família. Ele é muito maduro e é um líder nato. - eu disse, fitando o nada – Minha irmã Bea tem 7 aninhos só. Ela é muito fofinha, tão inocente... - minha voz falhava um pouco – E meu irmão Porty... Ele não é de falar muito. E tem 10 anos. - Agora eu olhava para Ery, que estava me olhando fixamente – E ele diz que o pior que podia acontecer com ele, era Nadik ou eu irmos para os Jogos Vorazes. O pesadelo dele está acontecendo. - mordi o lábio – Me pergunto o quanto eles vão sentir minha falta.

-Ah, essa saudade não vai durar muito – ele disse, me abraçando – Por que você vai voltar para casa. E não diga que não vai. - ele estava sério – E amigas. Você não têm?

-Bom, eu tenho uma única amiga verdadeira – passo os dedos no pingente de machado que dei para Any e ela pediu para que eu usasse na arena – O nome dela é Any, a filha do açougueiro. - eu olhava para ele – Conhece ela?

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-Acho que já vi ela sim. - ele concordava com a cabeça.

-Ela é muito bonita e eu queria ser como ela – eu disse, segurando com força o machadinho de ferro.

-Meriva, você é a garota mais bonita que eu já vi – disse Ery, com os braços sobre meus ombros – E sim, Any é bonita, mas você também é.

Eu fiquei vermelha. Várias pessoas me dizem que sou bonita, mas eu particularmente, não concordo tanto com eles.

Já não consigo mais falar sobre a minha família, então, deito a cabeça no peita do Ery e ele fica acariciando meus cabelos e então eu digo :

-Estou com saudades, Ery. - eu estava começando à chorar. Choro sem soluço, só lágrimas salgadas correndo rapidamente pelo meu rosto – Eu quero voltar para casa agora! - eu parecia uma criança metida.

Ele só ficava acariciando meu cabelo, enquanto eu chorava para me aliviar. Então ele beijou minha cabeça e disse :

-Eu te amo, Meriva.

Girei o corpo e lhe dei um beijo leve e disse :

-Eu te amo, Ery.