Apaixonada por Um Fantasma

Capítulo 2 - Me ajude!


Faltavam oito semanas para o meu aniversario de 17 anos.

Eram 2h da madrugada. Eu tentava dormir, mas era impossível. Mexia-me sem parar na cama. Suava e murmurava coisas sem nexo, e quando pegava do sono, tinha pesadelos atrás de pesadelos. E então eu ouvi sua voz. “Me ajude”. O ouvi, num sussurro. Não sei se era em meus sonhos ou mais um fantasma. Sentei-me em minha cama e o procurei. Não o vi em nenhum lugar de meu quarto. Saindo da cama, desci as escadas, indo até a sala. Nada. Fui até a cozinha, o procurando. Nada. Tentei seguir a voz, mas ela não passava de sussurros distintos. Fui até a porta de casa e a abri, o murmúrio aumentou. Estava ventando forte, meus cabelos chicoteavam meu rosto, olhei para o céu e uma nuvem negra se formava, iria chover bastante.

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– Olá? - chamei.

– Por favor... – o sussurro me atingiu com uma lufada de vento.

– Apareça. - pedi para além da escuridão que me recebia fora de casa.

– Me ajude. - o ouvi novamente. Sai de casa, descendo as escadas da varanda. Fui até a frente da casa e abracei meu corpo.

– Onde você está? Vamos, apareça, está frio. - o chamei.

– Você precisa me ajudar. - pediu de novo. E então, na minha frente, do nada, um homem apareceu. Ele era alto, tinha cabelos negros e olhos verdes. Estava com a camisa rasgada, de sua testa parecia que um filete de sangue escorria.

– O que aconteceu com você?

– Um acidente... Ela ainda está lá. - falou ele, dando um passo pra frente.

– Preciso saber o que aconteceu. Fale-me do acidente.

– Ajude-nos. – pediu. Sua voz não passava de um sussurro, mesmo que ele estivesse na minha frente.

– Eu quero te ajudar, mas para isso precisa me dizer o que aconteceu.

– Eu não sei, eu não... - e então, ele sumiu. Pingos de chuva começaram a cair, um carro passou na rua iluminando-me. Parou e voltou.

– Você está bem? - perguntou o homem que dirigia o carro.

– Estou. – abracei-me mais e olhei em volta procurando o fantasma. Nada. - Obrigada. - lhe dei as costas e voltei para dentro de casa. Fechei a porta e escorreguei pela mesma, com a respiração exaltada. Preciso saber o que acontecera com aquele rapaz. Ele estava ferido e, não se lembrava de nada. Eu precisava ajudá-lo! Mas primeiro preciso saber o que ele lembra, ele precisa conversar comigo. Levantei-me do chão e deitei no sofá. Aquela imagem não saia da minha cabeça.



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