Apenas para Lembrar

Capitulo 16 - Julgamento


O clique ensurdecedor das algemas de ferro a abrirem fizeram o ex-hollow levantar os olhos, passara os últimos dias preso as paredes de um local escuro que ao menos sabia aonde era. Porém, não havia oferecido resistência em momento algum desde o momento em que Soi Fong o havia entregado ao velho Yamamoto.

No escuro, Noah não conseguia definir ao certo quem o estava soltando, apenas seguia os movimentos no escuro com os olhos apertados, tentando reconhecer a figura disforme.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Estenda os braços. – A voz rouca ordenou enquanto prendia novas algemas no prisioneiro. – Siga-me. – Deu uma guinada nas correntes para que o outro o acompanhasse.

Fizeram o caminho em silêncio pelo corredor sem luz, depois subindo as escadas na escuridão completa, o único som até a saída foi o tintilar das correntes e os passos sincronizados. Ulquiorra apertou os olhos para o feixe de luz repentina e fez-se piscar repetidas vezes antes de reconhecer a pequena floresta que separava sua prisão de Rukongai. Seu carcereiro continuava encapuzado e deixou a manta cair.

– Espero que esteja pronto para o seu julgamento, hollow. – Hitsugaya disse entre os dentes o puxou mais uma vez.

~*~

– Não há nada que possamos fazer? – Ichigo indagou.

Estavam todos reunidos em uma casa de praia distante da família Ishida, onde estavam afastados do perímetro com maior força espiritual de Karakura, era mais fácil esconder-se ali.

– Infelizmente, não há como nós fazermos alguma coisa. – Rukia suspirou pesadamente. – Urahara está tentando trabalhar nisso, mas lacraram cara centímetro de acesso a Soul Society.

– Talvez eu possa negá-los... – Inoue apertou os dedos sobre o tecido da saia nos joelhos.

– Eles sabem que você está envolvida, Inoue, não seriam tontos em deixar alguma defesa aberta. – Ishida ponderou.

– O que podemos fazer, então? – Renji viu o olhar de decepção moldar o rosto da amiga.

– Esperar. – Chad abria a boca para falar pela primeira vez em horas.

~*~

Estavam todos ali. Cada capitão, sub-capitão estavam ao lado do general ao centro, na cadeira mais alta. Os soldados, testemunhas da invasão, estavam no tribunal olhando acusadoramente para Ulquiorra, que mantinha sua forma humana e o olhar calmo ao caminhar puxado pelo general da 10ª divisão. O barulho do múrmurio dos muitos ali era agitado quando pararam diante de Yamamoto e Hitsugaya prendeu suas algemas, primeiro a um totem a esquerda, depois a direita. O capitão sussurrou alguma coisa quando terminava e o acusado, preso as correntes, sentiu uma energia poderosa correr de uma corrente para a outra, os objetos agora tinham um pálido brilho azul e ele sabia que se tratava de algum Kidou para evitar qualquer tipo de fuga.

Clanc... Clanc... Clanc”, o barulho do cajado do velho homem da primeira divisão ecoou pelo local, fazendo todossilenciarem imediatamente. O velho olhou analiticamente o prisioneiro parado ali sem resistência, era realmente muito raro pegarem uma forma tão avançada de hollow e curiosa de homem. O próprio Yamamoto tinha dúvidas em sua mente, mas não as deixava transparecer tão fácil.

– Quem é você? – O general adiantou-se, levantando o corpo.

– Me chamo Noah, senhor. – Disse calmo, observando a marca do número quatro em seu peito.

– Não parece um nome que Aizen daria a um dos seus. – Byakuya foi o primeiro a levantar a voz no meio dos outros. – Eu não me lembro desse ser o nome do quarto homem dele.

– Ulquiorra Schiffer é um nome que não me pertencia, senhor.

– Então você confessa ter sido um dos arrankars de Aizen? – O velho homem o encarou.

– Nunca o neguei.

– O que queria, libertando-o?

– O hougyoku que ele carrega. – Disse com naturalidade, como se fosse algo simples.

– Então, sua lealdade ainda está com ele, posso pressupor, partindo da sua atitude.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Não. – Seu olhar caiu, sentia um pouco de vergonha do que tinha se tornado nas mãos do ex-shinigami. – Minha lealdade está com outras pessoas.

– Outras pessoas? Interessante... Diga-me, que participação Kurosaki Ichigo teve em ajudar-lhe? – A pergunta foi direta e cortante.

Noah continuou a olhar para o chão, seu peito apertava onde a cicatriz do buraco estava. Ele ainda estava se acostumando a sentir as emoções de ter um coração, embora se lembrasse de sua vida passada, as lembranças recentes como arrankar, pelo menos físicas, eram um pouco mais fortes e sentir-se humano ainda era esquisito. Pensou sobre a resposta e levantou os olhos mais uma vez, procurando a Capitã da 2ª divisão no meio dos outros.

– Nenhuma. – Os lábios tremeram ao afirmar e voltar a olhar para o general, ele esperava que a capitã se levantasse.

– E Ishida Uryuu e Sado Yasutora?

– Não participaram. – Afirmou novamente e olhou: Soi Fong não se moveu nenhum centímetro.

– Kuchiki Rukia, estava lá? E Abarai Renji?

– Estavam, mas não há culpa neles também.

– Inoue Orihime. – Apenas o nome era suficiente para que o general fizesse transparecer sua pergunta.

– Não. – A voz saiu rouca e Noah engoliu seco. – Eu os estava controlando. – Mentiu tão bem quanto pode.

– Então, deveria haver alguma explicação para que eles estejam foragidos. – Byakuya interviu mais uma vez.

– Eles sabiam que seríamos idiotas por não acreditar. – Soi Fong cruzou os braços sobre o estômago. – E os vi, pareciam realmente fora de si.

– O que... – Os olhos da capitã e prisioneiro se cruzaram, um brilho cúmplice vinha dos orbes da mulher.

– Diga-nos mais, Soi Fong. – Yamamoto fez sinal para que ela se levantasse.

– Eu prendi o homem e consegui neutralizá-lo. – Olhava para o tribunal com o queixo erguido. – Quando o fiz todos os outros pareciam ter caído de volta a si. Kuchiki tentou me explicar e eu disse para ficarem em segurança até o julgamento, onde eu contaria tudo.

– Sabe onde eles estão, capitã?

– Não, general, mas sei quem sabe e direi que estão livres assim que tiver certeza de que estarão. – Voltou a se sentar.

– Já ouvi o bastante. – O velho parou.

Um silêncio mortal fez-se presente na sala de julgamento enquanto o general olhava para o nada, focado, como se organizasse todas as informações que recebera no ar. Dois minutos correram ali e pareciam uma eternidade.

– Ulquiorra Schiffer, eu o condeno por invasão a Soul Society, por desrespeito a segurança de Rukongai, por tentativa de assassinato e por controle de mentes inocentes. Sua sentença é: culpado. Você será punido com execução. – Apoiou-se em seu cajado e levantou, olhando o homem preso ao chão. – Levem-no.

~*~

Yoruichi abriu a porta da sala com força, encontrando os jovens sentados no chão em um círculo de silêncio tenso a olhar sua expressão preocupada. A mulher arfava com a mão no peito e tentava recuperar o fôlego. Seja lá de onde ela tinha vindo, havia vindo com pressa.

– Yoruichi-san, o que houve? – Rukia foi a primeira a se levantar e correr até ela.

– Vocês estão livres. – Apoiou-se na parece ao lado da porta.

– Como? – Entreolharam-se confusos, dizendo em uníssono.

– Soi Fong os protegeu, vocês estão livres.

– A capitã... Ela... – Renji estava incrédulo com a ação da mulher.

– E Noah-kun? – Um fio de esperança formava-se na voz de Inoue.

– Noah... – Yoruichi caminhou devagar até a menina ruiva no chão e abaixou-se na frente dela. – Sinto muito, mas... – A voz falhou.

– Por favor, não. – A ruiva levou as duas mãos para cobrir a boca.

– Eu sinto muito... – Inoue levantou a mão para acariciar o topo da cabeça da garota que deixava lágrimas fluírem pelo rosto.

– Não podemos fazer nada? – Ichigo deixou a voz alterar-se.

– Ele mentiu para proteger a todos e Soi Fong sustentou a mentira, Ichigo! – A mulher-gato repreendeu. – Colocaríamos mais vidas em risco por isso e eu sei que Noah não iria querer isso!

– Mas ele vai morrer! – Renji fechou os punhos.

– Ele vai morrer como homem, Abarai. – O quincy abaixou-se até Inoue e a sentiu jogar-se nele para um abraço entre os soluços. – Ele iria desejar isso.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.