Apenas para Lembrar
Capitulo 16 - Julgamento
O clique ensurdecedor das algemas de ferro a abrirem fizeram o ex-hollow levantar os olhos, passara os últimos dias preso as paredes de um local escuro que ao menos sabia aonde era. Porém, não havia oferecido resistência em momento algum desde o momento em que Soi Fong o havia entregado ao velho Yamamoto.
No escuro, Noah não conseguia definir ao certo quem o estava soltando, apenas seguia os movimentos no escuro com os olhos apertados, tentando reconhecer a figura disforme.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Estenda os braços. – A voz rouca ordenou enquanto prendia novas algemas no prisioneiro. – Siga-me. – Deu uma guinada nas correntes para que o outro o acompanhasse.
Fizeram o caminho em silêncio pelo corredor sem luz, depois subindo as escadas na escuridão completa, o único som até a saída foi o tintilar das correntes e os passos sincronizados. Ulquiorra apertou os olhos para o feixe de luz repentina e fez-se piscar repetidas vezes antes de reconhecer a pequena floresta que separava sua prisão de Rukongai. Seu carcereiro continuava encapuzado e deixou a manta cair.
– Espero que esteja pronto para o seu julgamento, hollow. – Hitsugaya disse entre os dentes o puxou mais uma vez.
~*~
– Não há nada que possamos fazer? – Ichigo indagou.
Estavam todos reunidos em uma casa de praia distante da família Ishida, onde estavam afastados do perímetro com maior força espiritual de Karakura, era mais fácil esconder-se ali.
– Infelizmente, não há como nós fazermos alguma coisa. – Rukia suspirou pesadamente. – Urahara está tentando trabalhar nisso, mas lacraram cara centímetro de acesso a Soul Society.
– Talvez eu possa negá-los... – Inoue apertou os dedos sobre o tecido da saia nos joelhos.
– Eles sabem que você está envolvida, Inoue, não seriam tontos em deixar alguma defesa aberta. – Ishida ponderou.
– O que podemos fazer, então? – Renji viu o olhar de decepção moldar o rosto da amiga.
– Esperar. – Chad abria a boca para falar pela primeira vez em horas.
~*~
Estavam todos ali. Cada capitão, sub-capitão estavam ao lado do general ao centro, na cadeira mais alta. Os soldados, testemunhas da invasão, estavam no tribunal olhando acusadoramente para Ulquiorra, que mantinha sua forma humana e o olhar calmo ao caminhar puxado pelo general da 10ª divisão. O barulho do múrmurio dos muitos ali era agitado quando pararam diante de Yamamoto e Hitsugaya prendeu suas algemas, primeiro a um totem a esquerda, depois a direita. O capitão sussurrou alguma coisa quando terminava e o acusado, preso as correntes, sentiu uma energia poderosa correr de uma corrente para a outra, os objetos agora tinham um pálido brilho azul e ele sabia que se tratava de algum Kidou para evitar qualquer tipo de fuga.
“Clanc... Clanc... Clanc”, o barulho do cajado do velho homem da primeira divisão ecoou pelo local, fazendo todossilenciarem imediatamente. O velho olhou analiticamente o prisioneiro parado ali sem resistência, era realmente muito raro pegarem uma forma tão avançada de hollow e curiosa de homem. O próprio Yamamoto tinha dúvidas em sua mente, mas não as deixava transparecer tão fácil.
– Quem é você? – O general adiantou-se, levantando o corpo.
– Me chamo Noah, senhor. – Disse calmo, observando a marca do número quatro em seu peito.
– Não parece um nome que Aizen daria a um dos seus. – Byakuya foi o primeiro a levantar a voz no meio dos outros. – Eu não me lembro desse ser o nome do quarto homem dele.
– Ulquiorra Schiffer é um nome que não me pertencia, senhor.
– Então você confessa ter sido um dos arrankars de Aizen? – O velho homem o encarou.
– Nunca o neguei.
– O que queria, libertando-o?
– O hougyoku que ele carrega. – Disse com naturalidade, como se fosse algo simples.
– Então, sua lealdade ainda está com ele, posso pressupor, partindo da sua atitude.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Não. – Seu olhar caiu, sentia um pouco de vergonha do que tinha se tornado nas mãos do ex-shinigami. – Minha lealdade está com outras pessoas.
– Outras pessoas? Interessante... Diga-me, que participação Kurosaki Ichigo teve em ajudar-lhe? – A pergunta foi direta e cortante.
Noah continuou a olhar para o chão, seu peito apertava onde a cicatriz do buraco estava. Ele ainda estava se acostumando a sentir as emoções de ter um coração, embora se lembrasse de sua vida passada, as lembranças recentes como arrankar, pelo menos físicas, eram um pouco mais fortes e sentir-se humano ainda era esquisito. Pensou sobre a resposta e levantou os olhos mais uma vez, procurando a Capitã da 2ª divisão no meio dos outros.
– Nenhuma. – Os lábios tremeram ao afirmar e voltar a olhar para o general, ele esperava que a capitã se levantasse.
– E Ishida Uryuu e Sado Yasutora?
– Não participaram. – Afirmou novamente e olhou: Soi Fong não se moveu nenhum centímetro.
– Kuchiki Rukia, estava lá? E Abarai Renji?
– Estavam, mas não há culpa neles também.
– Inoue Orihime. – Apenas o nome era suficiente para que o general fizesse transparecer sua pergunta.
– Não. – A voz saiu rouca e Noah engoliu seco. – Eu os estava controlando. – Mentiu tão bem quanto pode.
– Então, deveria haver alguma explicação para que eles estejam foragidos. – Byakuya interviu mais uma vez.
– Eles sabiam que seríamos idiotas por não acreditar. – Soi Fong cruzou os braços sobre o estômago. – E os vi, pareciam realmente fora de si.
– O que... – Os olhos da capitã e prisioneiro se cruzaram, um brilho cúmplice vinha dos orbes da mulher.
– Diga-nos mais, Soi Fong. – Yamamoto fez sinal para que ela se levantasse.
– Eu prendi o homem e consegui neutralizá-lo. – Olhava para o tribunal com o queixo erguido. – Quando o fiz todos os outros pareciam ter caído de volta a si. Kuchiki tentou me explicar e eu disse para ficarem em segurança até o julgamento, onde eu contaria tudo.
– Sabe onde eles estão, capitã?
– Não, general, mas sei quem sabe e direi que estão livres assim que tiver certeza de que estarão. – Voltou a se sentar.
– Já ouvi o bastante. – O velho parou.
Um silêncio mortal fez-se presente na sala de julgamento enquanto o general olhava para o nada, focado, como se organizasse todas as informações que recebera no ar. Dois minutos correram ali e pareciam uma eternidade.
– Ulquiorra Schiffer, eu o condeno por invasão a Soul Society, por desrespeito a segurança de Rukongai, por tentativa de assassinato e por controle de mentes inocentes. Sua sentença é: culpado. Você será punido com execução. – Apoiou-se em seu cajado e levantou, olhando o homem preso ao chão. – Levem-no.
~*~
Yoruichi abriu a porta da sala com força, encontrando os jovens sentados no chão em um círculo de silêncio tenso a olhar sua expressão preocupada. A mulher arfava com a mão no peito e tentava recuperar o fôlego. Seja lá de onde ela tinha vindo, havia vindo com pressa.
– Yoruichi-san, o que houve? – Rukia foi a primeira a se levantar e correr até ela.
– Vocês estão livres. – Apoiou-se na parece ao lado da porta.
– Como? – Entreolharam-se confusos, dizendo em uníssono.
– Soi Fong os protegeu, vocês estão livres.
– A capitã... Ela... – Renji estava incrédulo com a ação da mulher.
– E Noah-kun? – Um fio de esperança formava-se na voz de Inoue.
– Noah... – Yoruichi caminhou devagar até a menina ruiva no chão e abaixou-se na frente dela. – Sinto muito, mas... – A voz falhou.
– Por favor, não. – A ruiva levou as duas mãos para cobrir a boca.
– Eu sinto muito... – Inoue levantou a mão para acariciar o topo da cabeça da garota que deixava lágrimas fluírem pelo rosto.
– Não podemos fazer nada? – Ichigo deixou a voz alterar-se.
– Ele mentiu para proteger a todos e Soi Fong sustentou a mentira, Ichigo! – A mulher-gato repreendeu. – Colocaríamos mais vidas em risco por isso e eu sei que Noah não iria querer isso!
– Mas ele vai morrer! – Renji fechou os punhos.
– Ele vai morrer como homem, Abarai. – O quincy abaixou-se até Inoue e a sentiu jogar-se nele para um abraço entre os soluços. – Ele iria desejar isso.
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