Capitulo catorze

Em sua corrida desenfreada de volta ao castelo, o loiro foi facilmente ultrapassado pela ruiva, o que apenas o alertou ainda mais para o perigo e temendo que fosse a Hime a gritar ele utilizou uma de suas próprias técnicas de velocidade para chegar mais rápido ao palácio.

Porem depois de correr pela metade dos corredores e ouvir novamente o grito foi que ele notou que nenhum dos guardas havia se movido de seus postos, e que muitos na verdade estavam segurando o riso, porem foi só quando ele chegou à sala, ao lado da cozinha que ele entendeu o que se passava.

Kushina estava sentada no chão de frente ao espelho do chão ao teto, que os funcionários normalmente utilizavam para garantir que estavam apresentáveis antes de servir a realeza, a ruiva escondia o rosto nas mãos e um pote de sorvete derramado ao lado, sorvete de amora.

– Kushina? O que aconteceu? – o loiro questionou, recebendo uma bufada.

– O que aconteceu? Olha o que aconteceu! – ela falou, tirando as mãos do rosto. Minato arregalou os olhos, quando viu o rosto inteiro... O rosto, o pescoço estavam inteiramente cheios de brotoejas. Os braços estavam começando a ficar empipocados também, algumas pequenas brotoejas já estavam nas mãos da ruiva Uzumaki.

Minato tossiu, para disfarçar o riso que parecia estar subindo de seu peito.

– Bem... Tirando essas coisas na sua cara... Você sente mais alguma coisa? Precisa de alguma coisa que não seja sorvete de amora?

Subitamente, Kushina começou a tossir, segurando a mão direita no pescoço, enquanto ficava pálida. Ela apontou na direção da porta, enquanto murmurava agua.

Minato correu pegar um meio copo com agua, voltando o mais rápido que pode. Naquele momento, a cozinha estava sem viva alma, o que o loiro deixaria para pensar mais tarde. Quando retornou, Kushina havia dado um jeito de tirar o casaco estampado que usava, segurando um frasco, contendo um liquido amarelo claro. Ainda ofegando, ela tentava destampa-lo, coisa que Minato fez imediatamente após tirar o frasco das mãos dela.

Quando a ruiva pegou o frasco novamente, jogou todo o conteúdo no copo e com as duas mãos, trêmula, começou a engolir. Depois de largar o copo, Kushina ajoelhou-se as mãos nos joelhos, puxando o ar.

Ela ainda ficou um bom tempo daquele jeito e enquanto isso, Minato começou a reparar nas roupas de Kushina. Após o ataque a Mulan, Kushina havia ido trocar de roupa, colocando uma calça vermelha, larga. Usava um cinto dourado, sapatilhas douradas também. A camisa lavanda que usava, tinha por cima um casaco florido, com flores pequenas, muito delicadas.

– Está se sentindo bem? - Minato questionou, quando percebeu que a ruiva parou de ofegar.

– Sim... Droga, eu ataquei os potes de sorvete sem tomar o meu anti-alergico... – a ruiva respondeu, a voz dela tendo ficado ligeiramente rouca.

E muito sexy.

Minato pigarreou, pegando Kushina pelo braço, para ajuda-la a levantar. Minato pensou, que em condições normais, ele a ajudaria a ir até algum quarto e ofereceria todos os seus préstimos, para desnuda-la... Seus pensamentos ficaram perdidos no beicinho que Kushina fez.

– A tia Kikyou deve ter feito um pacto com o oni, porque a comida dela é tão boa, tão diliciosa que até vale a pena morrer para comer uma bela tigela ou duas de qualquer coisa que ela faça. – Kushina riu brevemente, apoiando-se em Minato.

– Diliciosa? Quer deliciosa, não é?

– Diliciosa é melhor que... deliciosa. E– Kushina abriu a boca, bocejando sem o menor pudor. – a única coisa que eu não gosto nesse remédio, é que me dá um sono dos diabos... – Kushina encostou a cabeça no ombro de Minato, antes de cheira-lo com força. – voce está usando um perfume gostoso, sabia, Minako-chan?

– Voce não está pensando em me usar de travesseiro e cama, está Kushina? – Minato brincou, percebendo que a ruiva o havia abraçado no pescoço, enquanto parecia estar soltando o peso do corpo. Ele passou a mao pela cintura dela, para segura-la se ela dormisse ali.

– É uma boa ideia...

– Então vai sobrar mais sorvete para mim. – uma voz rouca falou da porta. Quando Minato se virou para olhar quem era, Kushina já o havia solto e meio que o empurrava para chegar mais perto da porta.

– AQUELES SORVETES SÃO MEUS! – a ruiva gritou enquanto corria até a porta.

Minato mal conseguiu ver a ruiva saindo pela porta. Pegou o casaco que Kushina havia esquecido, enquanto balançava a cabeça.

A dama de companhia

Minato resolveu verificar como a hime estava. Afinal, por mais que tivesse sido Kushina, brigando com quer lá que fosse, naquele momento por conta do pote de sorvete... Que ele não duvidaria que ela ganhasse... Mulan era a prioridade naquela missão.

Enquanto cumprimentava os poucos seguranças – que estavam bem alertas – ele percebia que o interesse de Katsuo por Minako já era bem conhecido. Ele até poderia contar nos dedos, os guardas que não haviam lhe sorrido... Ou quando achavam que ele estava longe o suficiente, os comentários sobre o quão feia ele era... Afinal, só uma baranga dessas para o Katsuo gostar, afinal era feia... Como um homem...

Bem que ele gostaria de esquecer o trauma que Katsuo Uzumaki lhe causara, alguns anos antes.., Alias, Katsuo era o principal motivo que, quando em missão, ele jamais botara novamente em sua boca uma gota de álcool. E também não fora mais no Pais das Aguas Turvas... por medo ele não dizia... mas PRECAUÇÃO de não encontrar o outro loiro, tarado por jovens inocentes extremamente bêbados...

Minato amaldiçoou em silêncio, quando prestes a bater na porta do quarto de Mulan, escutou uma gargalhada, que ele identificou como sendo de Katsuo. Após a batida, Minato preparou-se para não estrangular o outro loiro... pelo menos não na presença de testemunhas.

– Minako-chan! – Katsuo abriu a porta, usando o uniforme dos guardas. – seja bem linda, minha doce flor!

– Uzumaki... – Minato quase bateu no outro. – Hime Mulan está ai?

– E quer conversar com você, minha joia preciosa.

– Não sou sua joia. E sugiro que mantenha suas mãos e TODAS as suas partes do seu corpo, recolhidas para você.

– Minha hime, isso...

– Katsuo, pare de incomodar Minako e a traga até aqui. – a voz feminina que soou a Minato como voz de anjo pertencia a hime Mulan. Minato foi surpreendido quando entrou no quarto.

Alguns metros perto da cama, em um dos tapetes, havia inúmeras armas ninjas... não pela sua qualidade, pois eram em sua grande maioria kunais e shurikens... mais pela sua grande quantidade mesmo. Sentadas a mesa, estavam Kushina e Mulan.

Mulan usava um pijama rosa claro de mangas compridas. Os cabelos da hime estavam soltos, as bochechas coradas, o ar de riso dando-lhe uma aparência infantil. Ao seu lado, Kushina tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo, usava as roupas do lago. Pelo que ele conseguia ver, as brotoejas no rosto da ruiva estavam até mais acentuadas, se possível. As mãos estavam também cobertas de brotoejas e, ele reparou pela primeira vez, uma aliança na mão direita, demonstrava o status de noiva, que ela dizia possuir.

– Hime Mulan. – Minato curvou-se, não sem lançar curioso em direção ao tapete. Na frente das mulheres, havia o famigerado pote de sorvete, taças e talheres sujos, indicativos que elas estavam comendo o sorvete. Katsuo, sem a menor cerimonia, sentou-se, em uma terceira cadeira. Havia uma quarta, vazia.

– Minako, algum problema? – Mulan pediu, com um sorriso nos lábios.

– Não, hime sama. Alguém mais tentou invadir seu quarto? Está bem?

– Apenas um Uzumaki pervertido... – Kushina virou a cabeça para a hime, quase que imediatamente. Mulan riu e pegou na mão da amiga, apertando-a. – Mas muito bem-vindo.

– Tudo está sob controle. – Kushina falou, a voz rouca, olhando para a hime. Então puxou a mão da hime, beijando-a. – se não por mim, por todos os Uzumaki que estão aqui.

– Eu sei disso. – Mulan falou suavemente. – E sei também que, depois que for uma Uzumaki, de casamento, vou ter muito mais parentes que guardas nesse palácio, me protegendo.

– Importunando isso sim. – Kushina resmungou, olhando para Katsuo, que riu abertamente.

– Voce diz isso, porque não tem ideia, minha flor de laranjeira, o quanto incomodar voce é divertido.

Kushina pareceu avaliar o que dizer por um instante e de maneira rápida, ergueu a mao, mostrando o dedo do meio para Katsuo. Os olhos da ruiva brilhavam de maneira muito eloquente, o que queria dizer.

– Também te amo, doçura. – Katsuo atirou um beijinho para a prima, antes de levantar-se. – quer que eu leve Minako daqui? E que leve esse pote de sorvete?

– Já devia estar longe. – Kushina falou, antes de pegar o pote de sorvete. – Caia fora antes que eu quebre a sua cara.

– E o que voce vai fazer com esse resto de sorvete? – Katsuo pediu, com uma expressão inocente. – Sabe que se comer mais, vai ficar com brotoejas até no...

Kushina colocou as mãos na mesa, raiva no rosto faziam que as erupções na pele da jovem parecessem mais vermelhas.

Katsuo levantou-se rápido e saiu puxando Minato pelo braço.

– Nunca... nunca queira ver essa criatura irritada. Afinal de contas, apesar de tudo, essa criatura linda de Kami-sama, ainda tem sangue e principalmente treinamento Uzumaki.

– O que Kushina tem de tao diferente, para voce ficar com tanto medo assim do nada dela?

– Desde quando que eu tenho medo da Ina?

– Acabou de me arrastar de lá, como se ela tivesse criado duas cabeças. – Minato apontou o fato óbvio.

Katsuo abriu a boca como se fosse retrucar, então riu.

– Quer passear comigo no lago? Assim eu te conto exatamente – Katsuo aproximou-se de uma maneira que ele acreditava ser sedutora. – quem é a pessoa que nesse momento, deve estar usando o sorvete para...

Minato teve o prazer de dar um soco no nariz de Katsuo, que foi parar na outra parede.

– Não quero saber nada que não seja além da minha conta. – Minato flexionou os dedos e pisando forte, saiu em direção ao quarto que dividia com Kushina, sem ser interrompido.