-Vocês o que?- ele disse de forma rápida.
O silencio da minha parte o fez suspirar.
-Eu sinto muito Bella. Realmente, se eu soubesse não teria nem falado que vinha hoje com você aqui.
-Tudo bem. Acho que já superei. – eu disse, e novamente minha voz soou firme. Eu agradeci mentalmente por isso.
Agora eu sabia mentir melhor, quando era uma coisa que me machucava, Jacob me curou mas me arrancou o coração quando tudo isso aconteceu, eu não queria ver Billy ou qualquer outro lobo ou membro dali, mas hoje eu teria que ver, mesmo não querendo. E alguma coisa me dizia que toda essa história de lobo e vampiros não tinha acabado por aqui.
-Pronto – Charlie disse parando a viatura alguns metros de outro carro. O carro de Jake.
Logo na frente do carro estavam Billy, Seth, Leah, Sam, Jacob e uma menina que eu realmente não conhecia. Que não se parecia nada com ninguém dali, que parecia eu e Charlie: intrusa.
O restante da tribo quileute estava ao redor, conversando, comendo, parado observando.

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Charlie sorriu e foi para o lado de Billy.
-E ai.. – ouvi eles conversarem, mas estava concentrada demais no rosto fino e com sardas da menina de cabelos cumpridos e ruivos ao lado de Jacob.
Ele me olhava, mas diferente dela, ele parecia se desculpar, desviei os olhos para o tronco onde eles sentavam e alguns detalhes apareceram para mim.
As mãos dela estavam enrosacadas nos braços dele, a cabeça levemente tombada dela quase que se chocava com a dele, quando eles se entre olharam o mundo ao redor parecia desaparecer. Ofeguei necessitando de ar, vendo que aquela não era intrusa, nunca será intrusa, pois ela era quem sempre , de agora em diante, estaria ao lado de Jacob.
Ela que lhe daria filhos, que seria a nora de Billy, que conversaria com Leah, com a futura namorada de Seth, ela que tomou meu lugar.
Quando Jacob percebeu o que eu tinha notado, a olhou e levantou começando a caminhar para perto de mim.
Olhei Charlie e Billy que nos olhava de modo estranho, esperando que eu enlouquecesse e começasse a gritar com Jacob ali mesmo.
Mas respirei fundo, tentei reprimir as lagrimas sem sucesso, e me virei para a viatura de Charlie só olhando para trás vendo Jake abraçar sua namorada e me olhar com pesar e desculpas.
-Bella! Bella, espere!- Charlie me chamou e eu olhei para trás o vendo correr até a mim e os outros com caras assustadas.

-Querida, acalme-se.
-Acalmar pai? Me desculpe, mas como foi pra você se acalmar quando Renée te deixou e me levou?Foi fácil? Pai eu deixei Edward por ele, e ele faz isso?- eu ri irônica.
Eu sabia que joguei baixo com ele sobre Renée ter deixado, mas ele precisava entender como eu me sentia.
-Por favor, me leve para casa.- eu implorei abrindo a porta e entrando na viatura.
Ele assentiu, acenou para os outros e arrancou para Forks.
No carro eu estava aos prantos, a expressão de Charlie passava que estava agoniado, querendo dizer alguma coisa, mas que iria me machucar, ou coisa do tipo.
-Querida eu sinto tanto. – ele disse assim que eu deitei na cama.
-Tudo bem, não é sua culpa pai. Você está sento ótimo - sorri e enxuguei as lagrimas.
-Não. Eu deveria saber que era péssima idéia mesmo você falando que estava tudo bem em ir para lá.
-Pai está tudo bem. - eu segurei sua mão e sorri – de verdade. Vá dormir, amanha estarei muito melhor.
-Ok. Boa noite. – ele beijou minha testa e fechou a porta ao sair.
Custei a pegar no sono, os soluços abafados pelo edredom me desesperavam ainda mais, meus olhos sempre molhados não me deixavam ver claramente a janela, a arvore do lado de fora faziam sombras sinistras no chão e batiam na parede levemente. Lá fora deveria estar muito frio, ventando, como meu coração estava. Suspirei.
Depois de ficar olhando a janela adormeci e não vi mais nada.

-Bella, Bella, shh, calma. Bella , shh. – eu escutava Charlie ao longe, como se ele estivesse se afastando de mim.
-Pai – eu suspirei agarrando sua mão.
-Aqui – ele respondeu – era só um sonho.
Abri meu olhos. Ele estava ali, meu pai, com o mesmo rosto preocupado de sempre, o mesmo olhar agoniado de meu aniversário passado.
-Desculpe – sussurrei.
Eu sabia que tinha tido um pesadelo, mas não sabia o que era, não conseguia me lembrar por mais que tentasse.
Olhei o relógio, 7:00 da manhã.

-Obrigado. Não deveria estar no trabalho? – perguntei.
-Sim, mas esta noite foi bem agitada para você. Deveria deixar a janela fechada antes de dormir. – ele disse e eu automaticamente a olhei.
-Estava fechada.
-Não. Estava toda aberta, o quarto era frio.
Repassei tudo o que aconteceu antes do desastre na reserva e tinha certeza de que estava fechada.
-Eu.. não sei.
-Tudo bem, agora eu estou indo. Está tudo bem?
-Claro. Vá – sorri.
Ele me beijou na testa e saiu.
Olhei novamente a janela agora fechada.
O sol estava coberto por nuvens, mas feixos de luz passavam por elas, leves e gostosos.
Sorri minimamente e fui tomar banho.
Depois do banho sai para tomar um pouco de sol, fiquei um tempo parada cantando musicas antigas que Renée sempre ouvia para não pensar em Jacob, e em como fui idiota.
O sol aquecia todo o meu corpo, o vazia relaxar, me fazia bem e ao mesmo tempo mal, pois a saudade de Renée aumentava a cada dia. Quanto tempo sem vê-la.

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Levantei do banco improvisado no fundo da casa e subi para meu quarto decidida a mandar um email a minha mãe que me fazia falta.
Esperei pacientemente – ainda com as musicas na cabeça – o computador decidir ligar e conectar a internet, quando o fez comecei a digitar com um nó na garganta o email.
Li alguns antigos dela e uns ainda mais velhos dos meus amigos do Arizona que quando eu morava lá me mandavam, a saudade apertando, a saudade da época em que tudo era fácil, normal, humano como eu.
Suspirei olhando a janela que ficava escura, já Charlie chegaria faminto.
Desliguei a sucata em minha frente e quando me levantei e pisei firme do chão um estalo forte se fez embaixo de mim.
Olhei para baixo e vi que tinha quebrado metade do piso que estava bem improvisado.
Abaixei curiosa para ver o que era e quando percebi eram os meus presentes de aniversário desastroso, quando Edward se foi.
Eu quase implorei a ele para me dar novamente os presentes quando ele chegou, mas ele por algum motivo não quis.
Vi as passagens já expiradas do avião, uma minha e uma dele, o presente de Alice, o cd com as canções de Edward.. Isso me fez ver novamente tudo o que perdi.