Castlecalibur 2: no Castelo

Parte 5: encrencas, encrencas


- “Então o príncipe Rafael derrotou o dragão em menos de um minuto e, como prova, levou um dente do mesmo de volta para a cidade. Chegando lá, ele foi aclamado por todos, menos pela senhora da padaria que...” – ditava Rafael, para Amy escrever. – Tô ditando muito rápido, filhinha? Tá conseguindo digitar tudo?

- Qualé, velho, eu não tô digitando a sua história, sacou? Tô xingando um pessoal no Twitter... – revelou ela, compenetrada no computador.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Quer dizer que eu tô há duas horas ditando a minha história pras paredes?! – estressou-se o belo francês.

- É... mais ou menos…

- Monsieur Rafael? – chamou Jean-Eugène entrando no quarto de Amy, onde os dois se encontravam. – Trago notícias.

- Boas ou ruins? – perguntou Rafa.

- Depende do ponto de vista. A primeira: o filho bastardo do senhor Mathias resolveu aparecer pra conhecer o pai.

- Isso é bom, é sempre bom ter mais gente na família! E depois... ter um filho é algo maravilhoso, uma experiência incrível e inigualável! – disse o rapaz louro, abraçando a moça ruiva no computador paternalmente.

- Qualé, velho, me erra! – disse a moça, empurrando Rafael.

- E a segunda notícia: Hilde veio morar conosco e se nomeou rainha de Castlevania.

- Ah, não minta pra mim, Jean-Eugène!! Isso seria um pesadelo! A mulher é uma praga!

- Eu gosto dela, aí! – disse Amy, sem desviar a atenção do computador.

- Vocês não disseram pra ela que o castelo já tem dono?

- E adianta? Quando ela coloca uma coisa na cabeça, ela não muda de idéia nunca.

- Bom... quem sabe pode ter sido por um bom motivo? Vou ver se ela me ajuda com a história do príncipe Rafael.

Dizendo isso, o belo francês saiu do quarto da filha e foi à procura da alemã mandona.

Hilde estava dando ordens para Leon tirar as ervas daninha do jardim quando o telefone tocou.

- Sim? – ela atendeu.

- Só para confirmar o pedido do buffet de croquete de caviar com coxinha de faisão.

- Eu não pedi buffet de nada! – disse ela, desligando o telefone.

- O buffet era pro meu aniversário! – reclamou Leon.

- Menos conversa e mais ação, ser inferior!

- Sim, senhora! – e Leon seguiu catando erva daninha.

- Ahn... senhorita Hilde? – chamou Mathias, se aproximando da moça.

- Fraulein von Krone, pra você.

- Certo... Fraulein von Krone, se alguém ligar da agência de festas, você confirma o buffet pra mim?

- Claro que não, não sou sua empregada! E depois, já cancelei o buffet.

- O quê?! Cancelou?!!

- Sim! Eu não gosto de faisão e nem de caviar.

- E o que a Fraulein gosta?

- Gosto de buchada de bode e frango frito com chucrute.

- Que nojo! Eu não vou servir isso na festa de aniversário do Leon!

- Não será mais a festa de aniversário do Leon, e sim minha festa de tomada de posse de Castlevania para a minha pessoa.

- Você sabe o quanto paguei adiantado por esse buffet?!

- Pouco me importa, Herr Cronqvist!

- Toda a ala australsetentrional! – afirmou ele, referindo-se à zona lestoeste.

- O quê?! A minha ala australsetentrional?! – indignou-se ela. – Nem para ser a sul-boreal!

- Tecnicamente ela não é sua.

- Calado, subalterno!

- Okay, então você organiza o aniversário do Leon!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Que seja!

- E terá que ser uma festa inesquecível!

- E será!

- Então tá!

- Então ta!

Mathias voltou irritado para seu quarto, deixando Hilde dando ordens no jardim.

- Pelo menos sem me preocupar com a festa eu posso ter mais tempo para me dedicar às minhas pesquisas... – pensou ele, voltando para o escritório. – Ué, cadê minhas pesquisas?

- Papai! Que bom que chegou!

- Alu, você mexeu nos meus trabalhos?

- Eu usei algumas folhas soltas pra fazer origami e outras eu usei pra colorir. Mas não mexi nas palavras cruzadas e nem nas revistas de sodoku...

- A MINHA FÓRMULA DE IMORTALIDADE!!! O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?!

- Eu fiz um aviãozinho-barquinho! Joguei pela janela e ele voou pelo jardim, aterrisando naquele laguinho lá fora...

- O lago da maldição eterna?!! AHH!! – e Mathias se jogou pela janela, virando um morcego e voando até o maldito lago.

- Eu achei que você não ia usar, papai! Afinal, o senhor já é imortal! – respondeu Alucard, na janela.

- Ahh, um morcego! – e Hilde defendeu-se com sua lança, acertando o bicharoco das profundezas.

- Ai! – gemeu Mathias, caindo nas ervas daninha que Leon arrancara do solo.

- Ahhh!! Sua bruxa velha, matou o Mathias!!! – gritou Leon, correndo para socorrer o morcego que tomava a forma humana.

- Achei que era um morcego que vinha nos atacar. – afirmou ela. – Nunca mais nos ataque sem nos avisar, Herr Cronqvist! – ordenou ela.

- Mat, respire, Mat! – pediu Leon, fazendo massagem cardíaca e respiração artificial no moribundo morcego. – Ele morreu!

- Ele é um vampiro... – disse ela. – Ele não morre com uma porretada na cabeça! – revelou.

- A... fórmula… - gemeu o vampiro, esticando a mão para o lago.

- Fórmula um? A-do-ro! Torço para o Michael Schumacher! – explanou Hilde. – E para o jovem Sebastian Vettel!

- A fórmula da imortalidade... caiu no lago...!

- Então vá pegar!

- Não posso... o dia está muito ensolarado!

- Não seja por isso, eu levo você até lá! – e Hilde pegou Mathias no colo e jogou no lago.

- AHHHH!!!! O HORROR, O HORROR!! – gritou Mathias, saindo às pressas das águas do lago. – O QUE ACONTECEU COM ESSE LAGO?!

- Ah, sim, ele estava fedendo como a danação eterna e eu resolvi chamar um padre pra dar uma benzida nessa uruca das brabas! Odeio cheiro de enxofre! – explicou a alemã.

- Você mandou benzer?!

- Sim. Parecia que a água tava possuída por um demônio. Cruzes!

- Não fale em cruz!! Nem benza nada!

- Você está muito estressadinho, Herr Blutsauger! – constatou Hilde. (Blutsauger = sanguessuga; vampiro).

- Você está estragando meu lugar! Logo, até a floresta Noite Eterna vai ser chamada de Floresta Oktober Fest!

- É um ótimo nome! – concluiu ela.

- Não! Esse castelo é meu! A floresta também é minha! O lago madito é meu! Tudo é meu, e você não é ninguém aqui para tentar mandar no meu reino e nos meus hóspedes!

- Era, meu caro Vampiro sanguessuga! Agora eu sou a rainha daqui.

- Se quiser mandar em Castlevania, exijo que haja uma eleição!

- Não precisa, eu assumi o poder de assalto e sou a nova tirana ditatorial, e você não passa de um mamífero alado fracassado!

- Se eu sou fracassado, então você não deve temer uma eleição justa e honesta!

- E não temo. Eu venço sempre. Afinal, eu sou a protagonista do Soul Calibur.

- Só do Soul Calibur 4, e junto com o Siegfried!

- Aquele mané que virou picolé de gelo no final dele?

- É, mas no seu final ele foi nomeado cavaleiro real!

- Você andou jogando Soul Calibur, hein? Admite!

- Joguei, e daí?

- Admite que gostou mais do que de Castlevania.

- Claro que não, Castlevania é o jogo do século!

- Do século passado, meu filho, porque a onda agora é Soul Calibur!

- Se a onda é Soul Calibur, vamos ver quem ganha a eleição! Eu ou você!

- Claro que eu... até parece que um secundário de Castlevania é páreo para Hildegard von Krone.

- Então tá!

- Então tá!

Mathias entrou furioso no castelo.