Castlecalibur 2: no Castelo

Parte 2: o príncipe Rafael


Amy derrubou Siegfried pela oitava vez consecutiva.

- Ah... acho que estou ficando cansado. Vamos parar um pouco, Amy?

- Mas já? E se aparecer o terrível Nightmare e tentar pegar sua espada?

- Ele que venha depois do jantar. Estou com fome, e o cheirinho da comida do Jean-Eugène está fabuloso!

- Eu também tô com fome... vamos lá, então.

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Os dois então largaram suas espadas e foram para a sala de jantar. Jean-Eugène serviu a comida e, logo depois, Mathias e Rafael desceram para a sala de jantar levando um pergaminho.

- O que é isso aí? – perguntou Siegfried.

- É a nossa história! Lê aí, Rafael! – disse Mathias.

- Ca-ham! – começou Rafael. – “A Fantástica História do Maravilhoso Príncipe Rafael e seu Valente Escudeiro Mathias”!

- ÊêêÊÊ!! É uma nova versão da história do Príncipe Rafael? – empolgou-se Siegfried.

- Mais ou menos... agora, não me interrompa! – prosseguiu Rafael. – “Era uma vez um maravilhoso príncipe chamado Rafael que vivia na França e era um espadachim imbatível. Ele morava em um palacete e sua bravura, seu valor, sua valentia, sua coragem e habilidade só se igualavam a uma pessoa: seu fiel e valente escudeiro, Mathias o Belo”.

- E aí? – quis saber Siegfried.

- Aí acabou. Escrevemos só isso até agora! – revelou Rafael.

- Sete horas enclausurado naquela biblioteca pra escrever meio parágrafo? – surpreendeu-se Amy.

- Meio parágrafo e um título! – ofendeu-se Rafael.

- É que seis dessas sete horas ficamos discutindo sobre as habilidades do príncipe Rafael. – explicou Mathias. – Ele queria que o príncipe fosse mais valente e mais habilidoso que seu escudeiro!

- Mas é claro, como você quer que o secundário se sobressaia ao protagonista? – indagou Rafael.

- O sir Mathias também é protagonista! – justificou Mathias.

- Mas nem sempre o protagonista é o melhor. Olha só o Siegfried! Ele só perde o jogo inteiro! E ainda é congelado, no final...

- Calúnia! Eu ganho, também! – contestou Siegfried. – E no final, a Hilde perdoa meus pecados e me nomeia cavaleiro.

- Isso só se você virar o jogo com ela!

- Nãoquerosaber!

- Crianças, não briguem... ou vão ficar sem sobremesa! – condicionou Jean-Eugène.

- É... tá certo... – e Mathias se sentou à mesa, seguido de Rafael.

- Um, dois, três, quatro... – e Siegfried parou pra pensar um pouco o que vinha depois do quatro. Prosseguiu: - Cinco... não éramos seis? Não tá faltando alguém?

- Cadê o Rinaldo? – perguntou Rafael.

- Rinaldo nunca veio para o castelo... – lembrou Jean-Eugène.

- Cadê o Walter? – perguntou Siegfried.

- Ele morreu na história anterior, lembra? – revelou Amy.

- Cadê o Leon? – quis saber Mathias.

- Ele foi pro quarto dele.

- Mas... ele sabe que eu faço questão de todos presentes na hora do jantar! – comentou Mathias.

- Ele parecia meio irritado com você.

- Você poderia chamá-lo por gentileza, Jean-Eugène? – pediu Mathias polidamente.

- Claro, monsieur. – e Jean-Eugène largou a bandeja sobre a mesa, estufou o peito e gritou a plenos pulmões: LEON, DESCE JÁ AQUI! TÔ MANDANDOOO!!!!

Mathias ficou chocado. “Se fosse pra gritar, eu gritava...”, pensou ele.

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- Será que ele vai ouvir do quarto dele?

- Claro, o castelo tem eco.

Minutos depois Leon apareceu na sala de jantar.

- Está atrasado para o jantar. – comentou Mathias, servindo-se.

- E desde quando você sente a minha falta? – perguntou Leon, sentando-se à mesa sem olhar para Mathias.

- Se não sentisse não estaria tentando inventar a fórmula da imortalidade pra você, seu ingrato! – respondeu Mathias, chateado.

- Não sabia que você tentava inventar fórmulas enquanto escreve bobagenzinhas com o Rafael! – seguiu Leon.

- Como ousa chamar meu romance de bobagemzinha?! – ofendeu-se Rafael.

- Sabe... de repente eu perdi a fome. – e Leon levantou-se da mesa.

- Pode sentar de novo e começar a comer! Você precisa se alimentar, ainda é um mortal, esqueceu? – lembrou Mathias.

- E se depender de você, eu vou sempre ser, não é? – e Leon se retirou da sala.

Fez-se alguns segundos de silêncio constrangedor e Mathias também levantou.

- Também perdi a fome. – disse, saindo.

- Eu também perdi a fome! Ofenderam meu romance! – e Rafael também saiu da sala de jantar.

- Posso ficar com a sobremesa de vocês? – pediu Siegfried.

Amy olhou com uma cara de reprovação e Jean-Eugène abaixou a cabeça.