Castlecalibur 2: no Castelo

Parte 1: a dúvida de Mathias


Mathias estava em seu laboratório cercado de pesquisas e experimentos, muito pensativo e preocupado. Do outro lado da peça, Leon dormia tranqüilamente sobre um divã antigo. Ele fora convidar Mathias para um passeio, mas cansou de esperar e acabou adormecendo.

No fundo, Mathias queria passar mais tempo com seu amigo, mas algo o preocupava muito...

- Ó, Leo... preciso descobrir um modo de torná-lo imortal! Ao contrário de mim, que obtive o dom da imortalidade com vinte oito anos e agora estou fadado e viver toda a eternidade com essa aparência, você já está quase completando trinta! Se eu não conseguir transformá-lo em imortal logo, em breve você terá quarenta, cinqüenta, até que será tarde demais para obter a imortalidade. E depois... não quero imortalizá-lo quando estiver idoso... viver a eternidade senilmente enquanto eu desfruto da juventude eterna não seria justo, meu belo Leo... – monologou Mathias para si mesmo, já que Leon adormecido era incapaz de ouvir.

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Pegou mais um livro na estante e abriu em uma página e começou a ler. Mas não conseguia se concentrar. Sua mesa já estava cheia de livros, anotações, pesquisas, pergaminhos soltos, revistinhas de Sodoku e de palavras cruzadas. Decidiu caminhar um pouco para espairecer.

Desceu as escadas e foi para o salão, de onde vinham as vozes de Siegfried e Amy e brandidos de espada.

- O que está acontecendo aqui? – indagou ele, vendo a dupla lutando.

- Estamos treinando! – justificou Amy, manejando a espada igual a de Rafa e fazendo exatamente os mesmos movimentos que ele, só que com mais feminilidade, bem como ela faz no jogo.

- Sim! Precisamos estar preparados porque a qualquer momento pode aparecer o vilão Nightmare e tentar nos roubar a espada Soul Calibur! – seguiu Siegfried.

- Ah, claro, claro... ele pode aparecer a qualquer momento... – comentou Mathias.

- É melhor redobrar a guarda nos portões de entrada e na porta dos fundos! – sugeriu Siegfried.

- Mas não tem nenhum guarda nos portões de entrada, nem na porta dos fundos! – lembrou Mathias.

- Então é melhor triplica-las!! – enfatizou Siegfried.

- Vou fazer melhor! Vou quadruplicá-las! Afinal, o quádruplo de zero é zero, mesmo... – afirmou Mathias, alquimisticamente.

- Isso! Não podemos facilitar! – concordou Siegfried, sem se dar conta que continuariam sem vigílias na porta de entrada e na dos fundos.

- E o Rafa e o Jean-Eugène, onde estão? – questionou Mathias, curioso pelos outros dois moradores do castelo.

- Não sei, mas devem estar na biblioteca escrevendo. – deduziu Amy. – Meu pai cismou que quer publicar um livro.

- Ah, se ele está em um momento intelectual talvez possa me ser de alguma ajuda. – percebeu Mathias e rumou para a biblioteca.

Na biblioteca, Jean-Eugène polia os livros enquanto Rafael escrevia em um pergaminho sobre uma mesa.

- Ah, esse ambiente me trás tanta inspiração, Jean-Eugène! – comentou Rafael.

- Que bom. Já conseguiu escrever alguma coisa? – quis saber Jean-Eugène.

- Sim! O título! – e Rafael mostrou o pergaminho com o título escrito, de forma triunfal.

- “A Fantástica e Fabulosa História do Maravilhoso e Imbatível Príncipe Rafael”? – leu Jean-Eugène. – Não ficou um título muito extenso?

- Você acha que eu devo retirar o “imbatível” do título? – lamentou o quase escritor.

- Sim... ficaria melhor sem o “imbatível”. – opinou Jean-Eugène.

Mathias entrou na biblioteca.

- Atrapalho? – perguntou o vampiro.

- Não, não! Talvez até você possa me ajudar com meu livro! Ele se chama... “A Fantástica e Fabulosa História do Maravilhoso Príncipe Rafael”! O que você acha? Tem alguma sugestão?

- Tenho, acho que devia mudar o nome do príncipe para Mathias. É bem mais bonito...

- Não! Isso vai deturpar a história!

- Então que tal trocar o nome para “A Fantástica e Fabulosa História do Maravilhoso Príncipe Rafael e de seu Valente Escudeiro Mathias”?

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- Tá, pode ser...

- Ainda acho muito grande esse título. – interveio Jean-Eugène.

- E se a gente tirasse o “fabulosa” do título? – argumentou Mathias.

- É... tá bom...

Rafael e Mathias se puseram a escrever e ficaram encerrados na biblioteca por algumas horas. Jean-Eugène terminou de polir os livros e foi preparar o jantar.

Chegou na cozinha e começou a descascar tomates quando Leon entrou.

- Jean-Eugène... viu o Mat por aí? – perguntou ele, sonolento e com a cara amassada de tanto dormir.

- Vi, ele tá escrevendo umas coisas na biblioteca com o monsieur Rafael. – respondeu o homem, sem desviar sua atenção dos tomates.

- Ah... ele deve estar pesquisando uma fórmula para me tornar imortal! – respondeu Leon, pegando um tomate pra descascar.

- Acho que não, eles estavam escrevendo a fantástica história do príncipe Rafael e seu escudeiro Mathias.

- O quê?! Quer dizer que... ele prefere escrever romances a descobrir a fórmula da imortalidade?!

- Acho que não, acho que ele só está tentando espairecer...

- Ele quer que eu morra, é isso?!

- Calma, rapaz, não é nada disso...

- Ele não liga a mínima pra mim!!! – e Leon saiu chocado da cozinha e foi pro seu quarto.

- Protagonistas... – comentou Jean-Eugène, voltando-se para os tomates.