– Camuflada o suficiente? – perguntei ao Bill assim que cheguei à sala de sua casa. Como eu iria sair com ele tinha que me esconder para que ninguém me reconhecesse. Vestia um trench-coat vermelho, cachecol, chapéu e óculos pretos.


- Sim, nem eu mesmo te reconheci.


Revirei os olhos. – Eu odeio isso. Me sinto uma criminosa tendo de me esconder.

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- Acho que eu já resolvi esse problema. – me deu um sorriso triunfante.


- Eu tenho até medo de perguntar; como?


- Daqui a pouco você vai saber. Vamos logo que eu estou cheio de fome.


Fomos para um café no centro de Hamburgo e tomamos o desjejum.


- O que você tem? Comeu tão pouco, geralmente fica competindo comigo para ver quem come mais, e sempre perde.


- Isso é só para te incentivar a comer cada vez mais. – Como se isso fosse preciso, mas eu sempre o achei tão magrinho, e lindo mesmo assim. – Mas agora eu preciso emagrecer, o campeonato é só daqui alguns dias e eu ainda tenho que perder alguns quilos.


- Eu não sei o porquê disto, eu te acho tão gostosa. – disse sério. Enquanto brincava com a xícara de café.


Ri envergonhada. – Não é isso que os jurados vão achar.


- Também não sei por que você ainda se preocupa, você já ganhou isso. – ri de novo, abobadamente, eu já estava levitando com as coisas que ele dizia assim, tão naturalmente.


– Vamos, está na hora da sua entrevista. – porque ele tinha que ser tão controlador?


– Outra coisa que eu odeio. – Nos levantamos, paguei minha conta, Bill ainda me olhava torto, mas ao menos já não discutíamos mais isso. Eu não permitia que ele pagasse minha conta e vice-versa, então cada vez que saíamos cada um pagava a sua e pronto.


– É só atravessar a rua, a Bunte fica naquele grande prédio cinza. Você acha que vai demorar?


– Sim, pode deixar que eu me viro e vou para a tua casa.

Ele revirou os olhos. – Okay.


Ele me olhou fazendo beicinho e eu retribuí com um olhar reprovador.

– Sem demonstrações públicas de afeto, lembra? Tchau. – dei um sorriso meia boca e atravessei a rua enquanto ele ia para o seu carro.


Entrei no prédio e peguei o elevador até o nono andar. Me encostei na parede, tirei o chapéu, guardei o cachecol e os óculos na bolsa e vi o meu celular piscando:


Novas mensagens recebidas. Ler agora?

Jimmy: Oi pqna, n era p te contar isso agora, mas eu n gosto d te torturar desse jeito, e tbm p evitar uma coisa desagradável, mais por isso na verdade. Enfim, vamos estar aí no Grand Prix(vai ser em Berlim neh?)


– Próxima mensagem –


Jimmy: N aguentamos ficar longe de ti tanto tempo. Só q vc vai ter q cuidar d uma coisa. Mantenha aqle seu namorado idiota longe. Sério. Te amo praguinha.


Eu nem estava me cabendo de tanta felicidade, estava com um sorriso de orelha a orelha. Eu sabia, uma hora eles iam ter que dar o braço a torcer, não viviam sem mim, ha ha.


A porta do elevador se abriu e me dirigi até a redação da Bunte. Fui recebida por uma jornalista magra e alta, ela se identificou como Ingridy e me conduziu até uma sala onde se equipou de um gravador e começou a entrevista. Eu não me sentia bem com essas coisas, então eu tentava sempre ser o mais direta possível para que isso acabasse logo.


– Hum, eu tenho quatro assuntos para tratar com você. O primeiro é sobre o tão falado Ford Eco3554.


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– Bom, nós todos sabemos que precisamos diminuir a emissão de gases poluentes, então decidimos produzir um carro que funcionasse a base de energia elétrica e que fosse acessível à população. Esse tipo de carro costumava ser muito caro, nós reduzimos os custos para que ele pudesse chegar às mãos da maioria tentar reverter o estrago que causamos ao meio ambiente. - O meu eu profissional falando.


– Muito bem, nossas futuras gerações agradecem. Assunto dois: A ONG Júlia Marchett.


– Eu e meus irmãos decidimos homenagear nossa mãe ajudando crianças carentes. Lá cada um faz uma coisa. O Jared dá aulas de desenho, o Christopher de bateria, o Benjamin de skate e eu de ballet. Meu pai e o Jeremy cuidam das partes administrativas. As criancinhas ficam tão felizes, é uma grande recompensa ver aqueles sorrisos doces e inocentes.


– Eu acho que Júlia Marchett era magnífica, excelente bailarina e grande mulher. Ela iria se orgulhar de vocês. Deve ter sido difícil perdê-la. – era sempre a mesma coisa, tentavam me fazer chorar a todo custo, assim devia vender mais. Limitei-me a um dar de ombros, escondendo a dor que me atingiu, e ela teve de passar para a próxima.


– Próximo, o campeonato. Você já ganhou os dois últimos anos, e o terceiro é daqui apenas alguns dias. Você está confiante?


– Sempre temos que estar não é mesmo? Porém esse está sendo o mais difícil, o mais concorrido. Dessa vez eu tenho a mesma idade que todas as outras, não sou a mais nova, então a sorte de principiante acabou. E também é o último, eu sinto a necessidade de fechar com chave de ouro. Mas eu estou procurando relaxar por enquanto, senão meus nervos irão acabar comigo. Eu acho que quando você faz o que gosta e com muita dedicação não tem como dar errado. E eu simplesmente amo dançar.


– Certo, fazendo tantas coisas: trabalho, ONG, ballet, ainda dá para ter uma vida social?


– Claro, fica bem apertado, mas dá tempo sim.


– Ok, então vamos para o último assunto. Você tem namorado? Por que alguém essa semana nos concedeu uma entrevista, e esse alguém finalmente confirmou quem nós suspeitávamos ser a sua namorada secreta. – não, ele não pode ter feito isso. – Como é namorar Bill Kaulitz?