Nothing Lasts Forever

Onde Eu Quero Estar


True Colors – Cyndi Lauper (Glee Cast)

- Desculpa. – disse com a voz ainda trêmula por causa do meio estado de choque que eu havia ficado. Remexi-me na cama, sentando de frente para Bill que estava deitado, me olhando confuso. Não sei se pelo que eu disse ou se pela minha súbita recuperação.

- Pelo quê?

- Ah, por ter te feito me aturar enquanto eu ficava estática e quase parcialmente desmaiada, por, – olhei para o relógio tentando descobrir quanto tempo havia se passado desde que o meu irmão havia me dito aquelas coisas até agora. – por mais de uma hora.

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Ele sorriu, sentando encostado na cabeceira da cama. – Nada a ver, para mim, o que vale é ficar com você, não importa se você está bem, mais ou menos, ou ‘quase parcialmente desmaiada’. – disse estas últimas palavras imitando o modo como eu as disse anteriormente. – até por que, com você desmaiada eu posso me aproveitar.

Fez uma cara de safado psicopata, me obrigando a ‘tacar’ uma almofada na cara dele sem conseguir segurar o riso, espantando qualquer vestígio de tristeza que ainda ousasse permanecer em meu corpo. – Fazia muito tempo que eu não via isso, – passou o polegar em volta do meu sorriso – é tão bom.

“Mostre-me um sorriso então,

Não fique infeliz, não me lembro

Quando foi a última vez que vi você sorrindo.

Se este mundo te deixa louca

E você aguentou tudo que pôde carregar,

Me chame

Porque você sabe que estarei lá...”

Estiquei o sorriso o máximo que consegui e forcei meus olhos, fechando-os. Quando reabri meus olhos, vi Bill sorrindo, com os olhos brilhando e uma carinha boba, que muito provavelmente não estava pior do que a minha. Recostei-me novamente sob o peito dele novamente, sentindo o perfume hipnotizante que somente ele possuía.

- Que bom que vocês estão no quarto de hóspedes. – a cabeça do meu pai apareceu na porta, seguida da sua voz. – Mas você ainda vai para o seu, hein. – apontou para mim e saiu. Revirei meus olhos, não sei até quando eu iria ser tratada como criança.

- Quando eles vão aceitar que eu te amo e nunca vou te deixar? – um sorriso se instalou novamente em meus lábios. Era tão mais fácil isso acontecer com ele por perto.

- Meu pai já aceitou, que eu não consigo viver sem você. – senti meu rosto esquentar ao dizer isso, eu ainda era uma completa boba por ele. –Agora, outra coisa totalmente diferente é ele aceitar que eu saia ‘dando’ por aí. Eu acho que ele nem conseguiria dormir se soubesse que eu estava fornicando no quarto ao lado.

- Ele não precisa saber.

Apoiei-me nos cotovelos para poder olhar para ele com meu olhar mortal. – Eu ainda respeito ele ‘tá, ainda. – voltei para a minha posição anterior, relaxando com as batidas do seu coração.

Ficamos assim, calados, apenas usufruindo da presença um do outro por longas horas. O quarto foi perdendo os poucos raios de sol que ainda adentravam pela janela.

Ouvi Bill bocejar, me fazendo perceber que já estava na hora de ir.

- Boa noite, Billy Boy. – ri do jeito tosco que eu o chamei, ele olhou para mim e resmungou com cara de desgosto. Mas como já estava consumido pelo sono acabou cedendo e me dando um longo beijo de boa noite.

Fui para o meu quarto, tomei um banho e deitei na cama, esperando que o sono chegasse. Porém, a única coisa que eu conseguia fazer era ficar remoendo as coisas que Jeremy havia me dito. Eu estava me sentindo culpada por ele estar se sentindo culpado. E eu sabia muito bem como a culpa era um sentimento terrível.

Percebi que não iria conseguir dormir de jeito nenhum e decidi ir até o quarto do Jimmy para ver se isto podia me aliviar de alguma maneira.

Quando cheguei lá ele ainda estava acordado, deitado na cama com os braços cruzados sob a testa. Sentei-me sob as pernas, como um índio, ao lado dele. – O que foi aquilo? – perguntei baixinho enquanto ele me olhava.

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- Não sei, – bufou, colocando os braços sobre os olhos. – eu só... estou me sentindo inútil.

- Por que é besta. Você sabe que nada disso é culpa tua. Nem tua, nem de ninguém. Então pára de se sentir assim. – fiz uma vozinha infantil apertando o nariz do meu irmão.

- Tá. – disse com a voz fraca.

- Tá?

- Uhum. – fiz uma cara de ‘acho bom’ e me deitei ao seu lado. – Me desculpa.

- Eu já disse pra parar com isso! – dei uma cotovelada forte na altura de suas costelas.

- TÁ BOOM! – revidou a cotovelada, mais forte ainda.

- Chato. – me sentei na cama, dando um tapa na barriga dele. – E só para você saber, você é o melhor irmão – olhei para cima tentando achar um adjetivo que se aplicasse somente a ele – mais velho, - isso ainda se aplicaria aos outros – e loiro – pronto, isso aí – que eu poderia ter.

Saí do quarto dele, me sentindo bem mais leve. Isso realmente tinha feito eu me sentir melhor. Parei em frente à porta do meu quarto, não achando a idéia de dormir ali sozinha tão atraente assim. Puxei a porta, mantendo-a bem fechada e fui até o quarto de hóspedes onde Bill estava, trancando a porta após entrar. Fui nas pontas dos pés até a cama, e lá deitei. Sentindo-me incrivelmente bem, por estar no melhor lugar do mundo, com tudo exatamente como deveria estar.