Anoitecer
Capítulo 1 - Mudando
Edward POV
Mais uma vez, tédio. Quando será que isso vai acabar? Já tenho minha resposta:
nunca. Estou preso a essa existência miserável, ridícula e tediosa até o fim dos
tempos. Deus! Não aguento mais! Eu devo ter feito algo de seriamente errado
durante minha humanidade para receber esse castigo! Além de estar congelado
no tempo agora tenho que agüentar pensamentos patéticos para cima de mim!
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Meu sonho, quando era humano, sempre foi entrar para o exército, lutar pela
minha nação, ter muita glória, mas com certeza não para ganhar muito dinheiro e
bajulação, mas sim porque era o que eu gostava de fazer. Mas é claro que eu
tinha muitos amigos que foram derrubados pelo que se chama amor. Eu
particularmente não sei o que é, pois nunca senti. Duvido até que exista. Mas na
época eu ainda esperava que este me dominasse, que eu pudesse ser
completamente dependente de uma mulher, servi-la em tudo o que desejasse
somente para ter o prazer de vê-la bem, feliz e saudável. Com o tempo percebi
que isso era besteira. Impossível que tal coisa exista se depois de 109 anos ele
nunca me dominou. Nunca senti nada mais do que afeto fraternal por mulher
alguma.
Eu sou um vampiro que se alimenta de sangue animal, por respeito ao meu
“criador” e pai por consideração, Carlisle e também por que não quero e nunca
quis ser um monstro, por mais que a vida tenha sido injusta comigo. Tudo bem,
isso pode ser um tanto quanto exagerado: tenho uma família incrível, com dois
irmãos e duas irmãs, uma mãe amorosa e um pai. Apesar de eles não serem do
meu sangue e que somos uma família por consideração eu amo muito eles. Mas
ainda assim eles não preenchem o vazio em meu coração. Porém de toda a
minha família, quem eu mais me identifico é minha irmã Alice. Baixinha, magra,
frágil na aparência e forte no interior. Vê o futuro e apesar de ser muito impulsiva
é impossível não alegrar quem quer que esteja à sua volta. Seu sorrio ilumina o
ambiente e fecha um pouco do vazio em meu coração, mas ainda não o cura por
completo. Ela é casada com Jasper. De toda a família ele é o que tem mais
dificuldade de se adaptar à nossa “dieta vegetariana”. Talvez por causa de seu
poder: ele consegue sentir as emoções à sua volta e manipulá-las. Os
sentimentos às vezes influenciam muito ele. Emmet é o armário da família.
Gigantesco, com músculos enormes: resumindo, é uma aparência que bota medo
em qualquer um. Mas, como a fragilidade da Alice, isso também é só aparência.
No fundo ele é carinhoso, alegre, feliz e tapado de vez em quando. A mulher dele
é a Rosalie. Essa tem pouco o que comentar, pois a mente dela é vazia. Ela só
pensa nela: em como ela é linda, como as pessoas acham ela linda e como as
outras pessoas são feias. Ela é linda ao seu modo. É loira, de corpo esguio e
feições delicadas. Mas como eu disse, tem uma mente vazia demais para o meu
gosto. Minha mãe, a Esme, é mais nova do que eu, mas mesmo assim eu tenho
uma relação de respeito com ela de mãe para filho. Ela é excepcionalmente
carinhosa e eu a admiro muito. Meu pai é Carlisle. O “alpha” dessa família. Foi o
primeiro vampiro criado entre nós. Ele sempre odiou tirar a vida das pessoas,
não que já o tenha feito, mas desde o começo se empenhou ao máximo para se
acostumar com sua dieta de sangue de animal e para fazerem os outros
perceberem seu ponto de vista e também a seguirem. Cursou medicina, pois
queria tentar se redimir: por ser um “monstro” quis fugir o máximo possível
dessa realidade e nada melhor para fazer isso do que utilizando seu
conhecimento acumulado por séculos e sua mente vampiresca avançada para
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Eu e meus irmãos estudamos na Forks High School. Mudamo-nos do Alaska para
cá há pouco tempo, pois como não envelhecemos não podemos ficar por muito
tempo em um mesmo lugar. E como nossa pele brilha no sol como se houvesse
milhares de diamantes incrustados, normalmente escolhemos lugares onde o
este é mais escasso. Nesse fim de mundo que é Forks, tem o maior índice de
chuvas e dias nublados, então é o lugar perfeito para nós.
Mas também é um tédio, o que retoma ao meu pensamento do começo. Estou a
esse momento no refeitório, lugar sem muitos diferencias: somente um salão de
tamanho regular, com mesas bem simples redondas com claras marcas de
vandalismo (palavras rabiscadas com lamina, pedaços quebrados). É o horário de
almoço. A maior concentração possível de pessoas com mentes fúteis e
incomodativas que já vi. Tento ao máximo me desligar delas, mas é difícil. Hoje
em particular porque vai chegar uma aluna nova e todas as mentes estão
gritando praticamente em coro os mesmos pensamentos: Como será que é a
garota nova? Ela veio de Phoenix? Por que ela veio de uma cidade tão grande e
quente para Forks? Será que ela vai querer ser minha amiga? Vou pegar ela
rapidinho! Esse último pensamento foi de Mike Newton. Nunca consegui ver uma
mente tão vazia quanto essa. Nem conhece a garota e já está fazendo planos
para pegá-la! Quero só ver se for uma garota feia, com cabelo armado, crespo,
óculos fundo de garrafa e aparelho que, de tão grande, até aparece por fora da
boca! E outras pessoas fazendo planos para serem amigas dela! E se ela for
antipática ou anti-social?! Não agüento mais esses pensamentos ridículos, mas
uma coisa deles realmente me intrigou: ela veio de Phoenix, que é uma cidade
enorme e quente. Por que cargas d’água ela estaria vindo para esse fim de
mundo? Foi com esses pensamentos que eu vi:
Uma garota de estatura baixa, mas não tanto quanto a Alice, com cabelos cor de
mogno, lisos na raiz e caindo em cachos no meio das costas, de aparência frágil,
pele quase tão pálida quanto a nossa, lábios vermelhos e cheios e olhos de um
maravilhoso tom castanho chocolate muito expressivos. Usava uma blusa regata
branca bem colada ao corpo, realçando suas curvas, uma camisa xadrez em tons
de marrom desabotoada e com a manga dobrada até antes da dobra do
cotovelo, uma calça jeans escura também colada ao corpo e um all star marrom
sem cadarço e meio desfiapado. Sua mochila vermelha surrada estava sendo
segurada por somente um ombro.
Ela estava entrando no refeitório nesse momento e seus expressivos olhos
estavam baixos, não sorria, parecia um tanto quanto alheia ao refeitório que de
súbito ficou silencioso com sua entrada e estava inteiro virado a encarando. Ela
parecia muito deprimida com algo e era incrivelmente maravilhosa. Dirigiu-se a
uma mesa perto da nossa, pois a maior parte das outras estavam ocupadas.
Largou a mala em uma cadeira e sentou-se em outra. Pegou um livro da bolsa e
começou a olhar. Isso, por mais estranho que possa parecer à fez ficar ainda
mais triste. Sua face desmoronou e tive a leve impressão de ver uma lagrima
caindo, mas não posso ter certeza, pois foi bem discreta. Nunca vi uma mulher
tão linda em toda a minha longa existência e doía-me vê-la tão triste. Tinha
vontade de correr para ela, protegê-la, abraçá-la, fazer um sorriso brotar em
seus lábios. Esse sentimento me assustou um pouco, pois como seria capaz de
sentir algo desse tipo por uma garota que nunca vi antes, nunca conversei e
estou vendo pela primeira vez. Notei Jazz me olhar de forma estranha, meio
intrigada, levantando suas sobrancelhas, porém manteve seus pensamentos
bloqueados. Não liguei muito para isso no momento. Estava realmente
surpreendido com outra coisa:
“Nossa, ela é linda, mas parece tão triste! O que ela está pensando Edward?” Alice
me perguntou em um sussurro inaudível para qualquer um exceto para mim e
meus irmãos, mesmo o refeitório estando incomumente silencioso.
“Não consigo ler seus pensamentos.”
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