O Soldado da Rosa Vermelha

Essa armadura de ferro.


Essa armadura de ferro.

“Contra as armas da beleza
Não vale a externa defesa
Dessa armadura de ferro”.
(Tomás Antônio Gonzaga).

O Barão Cullen raramente era visto cavalgando pela cidade – os habitantes estavam acostumados em avistar sua luxuosa carruagem –, mas a raridade tornara-se fato, pois Carlisle Cullen galopava em seu magnífico alazão pelas ruas da cidade.

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Seu cavalo parou bruscamente em frente a um pequeno edifício. Sem se importar muito, o Barão deixou seu cavalo com um simples criado que estava na calçada. O cabelo loiro caía-lhe a testa e seus apressados passos denunciavam sua pressa. Com um empurrão abriu a porta do prédio e lá encontrou Fréderick.

_ Senhor Cullen...

_ Eu lhe disse que enviaria uma carta, mas cá estou. _ Cortou Carlisle, decidido e apressado.

_ Não entendo o...

_ Sem mais delongas Butter. Vamos, pegue papel e caneta e ponha-se a escrever o que eu mandar.

_ Para quem, Senhor Cullen?

_ Charlie Swan. _ Foi notório o espanto do pequeno homem. Fréderick mais que depressa pôs se a escrever a carta de Carlisle. _ Diga a ele que Isabella Swan não está morta e permanece sob meus cuidados. Escreva que o assassino de sua mulher Renée está vivo e fora descoberto. _ O historiador parou por alguns instantes – decifrando a informação –, porém a ordem de Carlisle o fez voltar a carta.

_ Sele a carta e a envie imediatamente a ele. _ Proferiu o Barão.

_ Senhor Cullen, peço-lhes que explique o que está acontecendo. _ Pediu o homem, um tanto temeroso pela reação de Carlisle graças a sua curiosidade. Mas ao invés de ralhar, o Barão explicou a Fréderick o que estava acontecendo.

_ E o que vais fazer Senhor, mediante a essa informação? _ Inquiriu o historiador, surpreso e satisfeito por saber que seus palpites e afirmações realmente estavam certos.

_ O certo a se fazer, Fréderick, é esperar pela resposta de Charlie. Mas não ficarei parado esperando por uma ordem. Irei atrás de James. _ Respondeu com tal convicção que o historiador não teve como contestar. Carlisle Cullen exalava poder, e ir contra ele era assinar a própria sentença.

A figura imponente de Carlisle se retirou do escritório depois de deixar uma sacola com moedas de ouro para Fréderick – o pagamento por seus serviços.

**** **** ****

Havia um grande lago na propriedade dos Cullen’s, mas quase ninguém o conhecia – devido a sua localização. Edward e Isabella estavam lá. Sentados e abraçados sob a sombra de um imenso pinheiro que margeava o rio, desfrutando do silêncio e da calma que aquele pequeno esconderijo proporcionava.

_ Diga novamente... _ Pediu ele, pela milésima vez, arrancando um suave riso de Bella.

_ Esqueci-me das palavras. _ Provocou ela da mesma maneira em que era provocada.

_ Então terei de lembrá-la. _ Respondeu o soldado a provocação, enquanto distribuía beijos molhados no pescoço da mulher. Isabella arfou com a carícia, erguendo a mão para encontrar os cabelos de Edward e puxando-os logo em seguida.

_ Estás me provocando, soldado?

_ Estou beijando você. _ Murmurou no pescoço de Isabella. _ Não é uma provocação. _ E ele riu quando uma ousada mordida fora dada no pescoço alvo de Bella.

A grande mão do soldado puxou Isabella para si fazendo-a encostar as costas em seu peito, apercebendo-se de como o pequeno corpo da mulher encaixava-se perfeitamente ao seu. E naquele momento nada mais havia importância, pois Isabella estava ali em seus braços e nada mudaria isso.

Beijos e afagos eram distribuídos por Edward e risadas abafadas eram emitidas por Isabella.

_ Não vais falar? _ Indagou ele no momento em que inspirava o doce aroma dos cabelos de Bella.

_ Eu amo você, soldado. Dizer uma vez não basta para ti? _ A voz da mulher era afável e carregada de uma felicidade contida. Ela não esperou a resposta. _ Amo-te, soldado. Dizer isso não é um problema para mim.

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_ Não diga mais nada. Não quero ouvir mais nada. _ Retrucou ele, puxando-a mais e mais até que o seu calor misturou-se ao dela, tornando-se um só. _ Quero apenas sentir você aqui... É tudo o que eu preciso agora. _ Repousou o queixo no ombro da mulher e lá eles ficaram, absortos no próprio amor, mas no fundo indagando-se até quando isso iria durar.

**** **** ****

Montpellier, França.

Não existia castelo mais luxuoso ou grande nas redondezas. Charlie Swan era o dono desse e de muitas outras terras, distribuídas por toda a Europa. Porém, apesar de todo o poder aquele homem nunca sentiu-se tão só como agora. Desde a morte de sua mulher e filha, Charlie mergulhou em um mar de solidão. Não havia mais dinheiro para ele, não havia mais sorrisos.

Sentado em seu pomposo trono o poderoso francês ouvia com calma as mensagens que recebera.

_ Uma carta da Irlanda meu senhor, assinada pelo Barão de Longford. Desejas ouvi-la?_ Perguntou o lacaio.

_ Sim. Dê início à leitura. _ Ordenou Charlie com a voz carregada de tédio. O lacaio pigarreou e sua voz proclamou em alto e bom tom a boa nova de que sua filha “supostamente morta” Isabella estava viva e residia no palácio do Barão. Informava-lhes também o descobrimento do assassino e seqüestrador.

No final da leitura, o poderoso francês possuía lágrima nos olhos.

Sua ação fora muito rápida. A notícia da falsa morte de Bella trouxe uma onda de alegria que deixou Charlie em júbilo.

Sem medir esforços ou calcular os riscos o francês levantara de seu trono e proclamara com a voz mais alta e poderosa que possuía:

_ Selem os cavalos, preparem minhas tropas e ponha meu navio em alto mar! Vamos para a Irlanda, homens. Iremos atrás de minha filha Isabella!

**** **** ****

Longford, Irlanda.

_ Não fizestes isso, pai! _ Esbravejou o soldado furioso, sem se importar com sua mãe ou mulher que a tudo ouviam, apavoradas.

_ Diminua o tom de voz. _ Avisou o Barão com uma calma e precisão inacreditáveis, logo depois olhou para as duas mulheres que a tudo assistiam e dirigiu-se a elas com a voz afável. _ Perdoem Edward. Não precisaram ouvir mais isso. _ Sorriu antes de se voltar para seu filho. _ Conversaremos em um lugar mais privado. _ Ordenou sutilmente, enquanto caminhava calmamente para fora da sala.

Antes de acompanhá-lo Edward lançou um ultimo olhar a Isabella, pressentindo que quando voltasse da conversa as coisas não seriam as mesmas.

O Barão guiou o filho até a biblioteca, onde o som de seus gritos e rugidos jamais seria ouvido por Esme ou Isabella.

_ Como pode?

_ Fiz isso pelo bem dela, sabes bem disso.

_ Não pai. Não percebes que isso irá me separar dela. _ Condenou o soldado, enquanto andava de um lado a outro. _ Seu pai Charlie provavelmente virá buscá-la e não nos veremos mais. Entendestes?

_ Deixe de drama, Edward. Será a escolha de Isabella com quem permanecer.

_ Duvidas de que ela o escolherá? Pai, Isabella não lembra-se do pai e a dias atrás mal sabia quem era. Não achas que Isabella pertence a Charlie, seu pai? _ Edward suava frio quando tirou o paletó e ergueu as mangas de sua blusa.

_ Isabella ama você, apesar de ser o direito de Charlie levá-la consigo. Porém, há uma maneira de fazê-la ficar com você e poder nenhum separá-los. _ O sorriso do Cullen surpreendeu Edward. Como ele poderia sorrir em momento como esse?

_ E qual seria a salvação?

_ Case-se com Isabella. Coloque meu sobrenome naquela mulher e torne-a sua por direito.

Edward parou subitamente, olhando espantado para o pai. A palavra casamento enchera sua mente e ele já não tinha mais a certeza de que seu pai falara aquilo.

_ Qual é surpresa? _ A diversão de Carlisle fora mal disfarçada.

_ Não posso... Casar-me com ela. _ Balbuciou o soldado.

_ É medo que ouço em sua voz, Edward?Case-se com ela e seus problemas sumirão.

_ Não temos a benção de seu pai.

_ Não há problema para isso. Eu voz concedo a benção.

_ Não há moradia.

_ Possuo um Palácio na França, Inglaterra e Itália. Escolha o que mais o agrada.

_ Charlie não aprovará... _ O desespero de Edward era cômico para Carlisle.

_ Filho, não há o que temer. Você a ama e ela retribui a esse sentimento.

Não havia nada mais embaraçoso para Edward do que tocar no assunto “casamento”. Ele amava Isabella – isso era fato –, mas unir-se a ela e manter-se atado a tal era o obstáculo mais difícil que ele encontrara. Para ele, o amor não era sinônimo de prisão.

O soldado nunca fora pego em tal momento de fraqueza, porém nunca se encontrou tão vulnerável como agora, diante do pai.

Mas ele precisava dela e o simples pensamento de perder Isabella despertava em si uma angustia jamais sentida. O sentimento de solidão nunca mais visitara o coração de Edward desde que a pequena e frágil mulher adentrara em sua vida. E nesse caso, o amor era o sinônimo de libertação.

Os conflitos internos eram muitos, mas o toque sutil do Barão o despertou.

_ O deixarei só, porém sabes que Charlie está vindo ao nosso encontro e tempo é o que lhe vai faltar. Não há tempo para hesitação Edward. _ A face séria pôs um fim a toda diversão. Carlisle deixou, sob uma pequena mesa, uma caixinha aveludada que continha o brasão dos Cullen’s. _ Caso não use essa aliança, devolva-a para mim. _ Avisou o Barão, instantes depois, retirando-se da biblioteca.

E Edward ficou lá parado, absorto nos próprios pensamentos, fitando a pequena caixa que guardava seu destino. A coragem, que sempre esteve tão presente em sua vida, tornara-se escassa.

_ Edward? _ Chamou a voz tão conhecida e desejada por ele. _ Posso entrar? Atrapalho algo? _ Bella estava parada diante da grande porta de madeira, hesitante.

O soldado engoliu o temor e tentou emitir a voz mais confiável que possuía.

_ Entre Bella. Estava a sua espera. _ Enquanto se aproximava Isabella notou o quanto seus cabelos estavam bagunçados e a ausência do paletó de Edward.

_ Aconteceu algo?

_ Não é nada. _ Afirmou rapidamente. _ Venha até aqui. _ Abriu os braços para Isabella e ela prontamente se encaixou neles, notando a fina camada de suor que iluminava o pescoço de Edward.

_ Estás suado...

_ Faz calor.

_ Não faz não. Faz tanto frio que Esme suspeita de uma possível geada esta noite. _ Ele não a olhava, mas Bella mudou isso no momento em que segurou o rosto do homem e o forçou a olhá-la. _ Conte-me Edward... Talvez eu possa ajudar.

Isabella o fitava de maneira tão afetuosa que fora impossível para Edward imaginar-se sem ela. Ele a desejava para si. Ele a queria de todas as formas... E a única coisa que garantia isso a ele era o casamento.

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Não houve mais hesitação.

Edward libertou-se de Isabella e pegou a pequena caixa de veludo. Por mais contraditório que aparentava ser, não havia momento mais propício para aquilo.

_ O que é isso em suas mãos? _ Indagou a mulher. Edward riu.

_ Como és curiosa! _ Riu novamente, eliminando um pouco da tensão.

_ É porque faz mistérios demais. E além... _ Edward fora mais rápido e a silenciara, aproximando os corpos o suficiente.

_ Shh... Não dificulte as coisas. _ Sussurrou o homem; a voz rouca provocando arrepios em Isabella.

Uma grande quantidade de ar fora inalada por ele.
A escassa coragem havia voltado e o temor fora embora.

Aquele era o momento, e – aumentando a voz consideravelmente – pôs-se a falar com Isabella.

_ O certo era pedir a permissão de seu pai. Deveria levá-la para aquele pequeno lago, que fomos mais cedo, e fazer o pedido terna e docemente... Não irritado e suado como estou agora. _ Os olhos chocolates fitaram Edward, a dúvida sendo substituída por algo maior. _ Mas é entre os livros que eu o farei a você.

E então ele se separou, ajoelhando-se na frente de Isabella, fitando-a de um jeito abrasador. As mãos másculas abriram a caixinha e duas grossas alianças de ouro – com o símbolo dos Cullen’s – apareceram.

As pernas de Bella tremeram; ela sabia o que estava por vir.

_ Senhorita Swan, aceite este anel como prova de meu amor. Aceite meus sentimentos e conceda a mim a exclusiva vitória de tê-la como companheira para o resto da vida. E eu a amarei até que as estrelas caiam do céu. Aceitas o meu pedido? _ Edward engoliu em seco, amaldiçoando-se por proclamar o pedido mais vazio que já fizera.

Isabella Swan tremeu da cabeça aos pés, engoliu em seco e sentiu falta do ar. Mas em meio a tantas reações seu coração respondeu por si, e ela se viu sorrindo e dizendo em alto e bom tom:

_ Sim.

Isso bastou para o que Edward desse o melhor sorriso.

E ele a beijou na mão, no pescoço e na face até que finalmente chegasse aos lábios, para logo em seguida beijá-la da maneira mais amorosa que o momento permitia.