Anos Dourados

Saga, Kanon & Aioros: a trindade nada santa.


CAPÍTULO 04 – SAGA, KANON & AIOROS: A TRINDADE NADA SANTA

Aioros tomou um longo gole de suco de melão, sem se importar com o olhar ansioso de Saga. Piscou para os cavaleiros de bronze e começou:

_ Então vamos lá. Quem foi que ficou horas enroscado no galho de uma macieira, seguro só pelas cuecas, berrando feito um cabrito?

_ Fui eu. – Saga ficou rosado. – Mas o galho de cima tinha quebrado, não foi minha culpa. E não foi por horas. E quem foi que levou uma surra de vara verde do Mestre de Sagitário por matar aula pra ir pescar com os moleques da aldeia?

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_ Oiros! – Aioria estava chocado.

_ Eu tinha 9 anos, e estava um calor do cão, pra ficar preso em sala de aula. Era só por uns minutos, eu não pretendia ficar tanto tempo. Quando percebi o sol já estava se pondo. Quem fez aquele buraco no vestiário das amazonas, lá na Arena?

_ Qual? O dos sanitários foi o Kanon. O dos chuveiros fui eu. Mas foi de grande utilidade pública. Aposto que até a molecada de bronze já se utilizou desses buracos estrategicamente escondidos.

Seiya ficou roxo de vergonha. Ikki só sorriu, Shun sussurrou para Hyoga: “sabia desses buracos?” e o loiro negou. Shiryu estava achando esses relatos muito interessantes. Foi a vez de Saga contra-atacar:

_ E quem foi que apareceu nu no alojamento de aprendizes, fugindo de um irmão furioso?

_ Foi uma falta de sorte que o irmão da menina tivesse aparecido numa hora tão... tão... bem, não apropriada é falar o mínimo. Ainda que ele não achou minha roupa embaixo da cama... Mas você não pode falar muito... Também foi pego com a boca na botija.

_ Sim. Literalmente... Mas não era bem eu que estava com a boca... – olhou para os lados, ficando vermelho... – Vocês entenderam...

_ Os cavaleiros de ouro mais velhos... os tarados do santuário – riu Milo. – Vocês estão nos decepcionando...

_ É verdade, Aioros. Vamos parar com essas lembranças eróticas... Minha reputação está indo pra lama... – pediu Saga, rindo.

_ Lama... lembra do atalho para a comemoração do aniversário do Mestre?

_ Putz! O Kanon ficou enrolando até a gente perder hora. Daí vai os três patetas tentar encontrar um meio de recuperar o tempo perdido e ir por um atalho no meio do bosque. Chegamos na festa respingados de lama nas túnicas, os pés calçados de botas de lama e os cabelos cheios de pingentes.

_ Quando nossos mestres fecharam os olhos e ergueram a cabeça eu já senti a vara comendo nossas pernas. Quem apanhou, você ou o Kanon?

_ O Kanon. Eu também vi eles fecharem os olhos, e sumi.

_ Lembra das batalhas de comida no refeitório?

_ Lembro da tia Manda grudar nas nossas orelhas e fazer a gente limpar tudo, isso sim. Lembrei da gelatina nas cuecas do Shura...

Shura ficou roxo de vergonha, Máscara da Morte quase caiu da cadeira de tanto rir.

_ Não lembro disso... – Afrodite mordeu um pêssego, pensativo... – Mas sei que colocaram abacate amassado na cueca do Máscarazinho pra serva da limpeza achar que ele tinha tido uma diarréia verde...

Alguns fizeram cara de nojo, Máscara jurou socar o Afrodite depois, mas a gargalhada foi geral. Aioros e Saga se olharam e riram.

_ E aquela diarréia? Foi você ou o Kanon?

_ O Kanon enxerido, que tomou o laxante do Mestre Shion achando que era algum tipo de suco... Lembra dele tendo cólicas no meio do jogo?

_ Ai, lembro. A barriga dele fazia barulho, e alto! Ele se contorcia, mas não parava de jogar... E de repente, de repente...

Sagitário e Gêmeos até choraram de tanto rir ao lembrarem da cena. Todo mundo esperou, achando que vinha coisa braba...

_ De repente, ele praticamente se jogou na primeira moita que viu, rasgando o shorts na ânsia de tirar. O barulho foi horrível, nojento... – Saga fez uma careta...

_ O cheiro, tenebroso... Mas o pior estava pra vir... – Aioros fez outra careta. – Bom, ele se limpou com a cueca, enterrou tudo e branco feito um papel, avisou que ia pro alojamento. Não tinha caminhado 50 metros, teve outra cólica e começou a suar pra segurar. Se abaixou, gemendo. Mas se recuperou brevemente e continuou andando... Ele sabia e a gente também, que se ele corresse, nada o salvaria.

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_ Que idade vocês tinham? – perguntou Seiya, enxugando os olhos.

_ Uns 11 anos.

_ E onde vocês estavam brincando?

_ Atrás do alojamento. Ele tinha que andar uns 500 metros. Conseguem imaginar um moleque com diarréia, sem poder correr, caminhando e abaixando a cada 50 metros pra tentar segurar? Nos últimos 100, não teve jeito.

_ ECA! Nem conta! – Seiya fez cara de nojo. – Escorreu?

_ Estamos numa mesa, comendo. Por favor! – gemeu Mú, achando que ia devolver o que já tinha comido...

_ Ficou dois dias, com os olhos fundos, sem poder sair da cama. O Mestre ficou sabendo, deu uma bronca nesse cavaleiro de Gêmeos guloso. – Saga apontou pra si próprio, sorrindo.

_ Campeonatos de arroto! - lembrou Aioros. Aioria deu uma amostra, Shura ia retribuir, mas Shaka abriu os olhos e Capricórnio engoliu. – Ninguém vencia o Kanon na época.

_ Depois ninguém ganhava do Máscara – Afrodite franziu o nariz.

_ Agora é o Seiya... – Shun também franziu o dele. – Vocês também faziam de peidos?

Risadas! Saga ficou vermelho, mas confessou que se Kanon ganhava no barulho, no cheiro ele era imbatível. A segunda geração acusou Aldebaran de vencer nos dois quesitos. A terceira acusou o Seiya de novo. Mais risadas, os acusados ficando roxos e apontando dedos...

_ Puuxa! Mas vocês eram terríveis... – riu Shun. – E a gente pensa que os cavaleiros de ouro eram todos santos...

_ Gold Saints! – gritou Milo, rindo... – Uns santinhos dourados, de auréola e tudo! Se vocês ouvissem nossos mestres gemerem depois de cada treino. O meu chegou a dizer um dia que eu NUNCA ia conseguir dominar meu gênio e chegar a cavaleiro. Eu não tinha disciplina suficiente.

_ O meu também me disse isso. – lembrou Saga.

De repente silêncio na mesa, pausa pra se lembrar dos antigos cavaleiros de ouro, mestres dos atuais. Homens de valor e fibra, mas duros no trato com crianças. Era necessário transformar aquelas crianças especiais em homens mais especiais ainda, nem que fosse para transforma-los em pedra primeiro. Afrodite gemeu:

_ Ai, passei tanto frio nos primeiros treinos com meu mestre na Groenlândia...Depois acostumei...

_ Fácil! – respondeu Camus, automaticamente.

_ Pra você, pingüim. VOCÊ é o mago da água e do gelo. Eu era apenas o garotinho que gostava de flores.

_ Mas eu não nasci na neve, como você. A França é um país quente, se for ver bem... Eu sempre quis saber como você conseguiu mexer com rosas no gelo da Groenlândia.

_ Eu sempre tive o cosmo aceso! – riu Afrodite, maliciosamente. Depois seu sorriso ficou triste. – Sério, primeiro eu tive que aprender a sempre manter o cosmos elevado, aquecido... Pra sobreviver e pra conseguir lutar. – Seus olhos se encheram de lágrimas, de lembranças ruins.

Shura tocou no braço dele, Mú o abraçou. Antes que a sensação se prolongasse mais e todo mundo começasse a chorar, Shaka bateu palmas e virou o pensamento para coisas mais alegres:

_ Vocês se lembram do Seu Talento no final de cada ano?

Gemidos, risadas... Shiryu perguntou:

_ O que é isso?

_ Um showzinho no final de cada ano, pra demonstrar que cada aprendiz não era só uma maquininha de guerra.

_ Oh, não. Era uma máquina de pagar mico também. – riu Aioros. – Vai, velho, conta os seus.

_ Eu? Porque você só se lembra de mim, Sagitário? Vê se me erra... – resmungou Saga, mas todos os olhos já estavam virados pra ele. Xingou em grego e começou: _ Teve um ano que resolvemos fazer um truque de mágica...