Rancho água Doce

É mais forte que pensei


Esse beijo era indecente, deveria ser crime uma pessoa beijar assim. Ele sugava meus lábios, e passava a língua entre eles, me pedindo passagem, e eu dei. Sua boca tinha gosto de menta e café, uma delicia. Ele começou a sugar minha língua, e com sua língua ele passeava em todos os cantos de minha boca, e me adorava com ela. Entreguei-me totalmente e estava amolecendo, mas sabia que não podia beijá-lo, mas não conseguia lembrar porque, ele me apertava a cintura e acariciava minha nuca, e eu apertava seus ombros tentando manter o pouco de equilíbrio que me restava.

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De repente a razão me voltou, eu não podia beijá-lo, ele tinha uma namorada grávida. Com muito esforço me afastei dele, e comecei a puxar o ar, nem tinha percebido que eu precisava respirar.

- O que você pensa que está fazendo??? – disse vacilante, pois ainda estava tremendo devido às sensações provocadas pelo beijo.

- Te dando as boas vindas – disse na maior cara de pau – Do jeito que fiquei anos imaginando fazer. - encostou no meu carro, passou uma perna na frente da outra, cruzou os braços e ficou me olhando.

Olhei incrédula para ele, não acreditando no que tinha ouvido. Quer dizer que ele ficou anos imaginando como seria me beijar, e onde eu estava que não realizei sua imaginação??? Acorda Bella, você estava estudando enquanto ele estava arrumando outra e engravidando ela lembra??? Não se iluda ele não é pra você. Não pode ser.

- Vejo que você gostou, e pra ser sincero, foi muito, mas muito melhor do que imaginei. – ele disse lentamente saboreando cada palavra.

Sai dos meus devaneios com suas palavras, e uma raiva incontrolável se apossou de mim, semicerrei os olhos pra ele, coloquei a mão direita na cintura e apontei o dedo indicado da mão esquerda (eu sou canhota) e despejei nele o que se passava na minha cabeça.

- Escuta aqui, você não me vê pessoalmente há 12 anos, durante esse tempo todo conversamos e trocamos fotos sempre, você nunca insinuou que gostaria de me beijar, na verdade estava beijando todas as garotas de Tucson, terminou por engravidar uma delas, e agora de repente me beija dessa forma.

Edward arregalou os olhos e vi várias emoções passando por eles, desde surpresa, pois acho que ele não imaginava que eu sabia sobre Tânya, quem me disse foram meus pais, até tristeza, mas não sei o motivo desse sentimento.

- Tudo bem, vou ser sincera, realmente gostei do beijo – ele começou a sorrir e se mexeu pra vir em minha direção, fiz um gesto com a mão para pará-lo e continuei - Mas isso não quer dizer que vai acontecer de novo, eu sei sobre Tânya, e não vou ser eu a colocar chifres na cabeça dela, deixo isso pra outras que sei que você sai.

- Você faz uma idéia errada sobre minha vida, sobre mim, não é bem assim como está pensando, não sou um mulherengo – disse magoado.

- Não foi isso que me contaram, nesses anos todos de correspondência você nunca comentou sobre qualquer garota, escondeu de mim – cruzei os braços o coloquei a mão sob o queixo, numa pose pensativa - Fico imaginando o motivo disso, porque nunca me contou sobre suas garotas Edward???

- Eu não tenho nenhuma garota, nunca tive, apenas saia com algumas, aqui tem muitos festivais, você sabe, elas ficavam me amolando e eu cedia - falou e deu de ombros como se isso não fosse nada demais. Senti ciúmes. Que ódio.

- Brilhante resposta, mas agora me dá licença, pois tenho muito o que fazer, estive dirigindo por horas, meus pais devem estar aflitos me esperando chegar.

- Vai querer uma carona ou não? – perguntei.

- Não, obrigada, Shadow está bem ali embaixo daquela árvore – apontou à direita e vi seu cavalo caramelo escuro, até então não tinha percebido – Mas amanhã vou passar no Toretto, e quero falar contigo, explicar algumas coisas. – disse num tom que me afirmava e não pedia permissão.

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- Parece bom pra mim, até amanhã - respondi.

- Até - ele disse e levantou brevemente seu chapéu em comprimento e pude ver seus lindos e desalinhados cabelos, e me bateu um vontade de tocá-los, mas me controlei a tempo e ele recolocou seu chapéu e saiu caminhado rumo a seu cavalo, e eu??? Eu fique babando como uma idiota, olhado seu traseiro apertado na calça jeans, perfeito, perdi o fôlego.

Balancei a cabeça pra afastar esses pensamentos impróprios, abri a porta do meu carro, entrei, liguei e sai lentamente, pegando a estrada rumo ao Rancho Toretto, voltando pro meu lar, pros meus pais, pra recomeçar minha vida.

Durante o caminho, que não era longo, fiquei pensando no que tinha acontecido, lembrando do beijo, era impossível não lembrar, tive uma epifânia e está me assustou de tal forma que não vi um buraco na estrada com antecedência, ao tentar desviar sai um pouco da estrada e o carro morreu.

Fiquei mais assustada, olhando pro nada durante um tempo, enquanto organizava tudo na minha cabeça. Não podia ser. Não podia.

A paixão que senti por Edward esses anos todos, devido ao beijo de despedida que ele me deu, além de nunca ter desaparecido tinha se multiplicado, e com esse beijo indecente que fez o fogo arder dentro de mim e me fazer quase esquecer de tudo ao meu redor, mostrou-me a consciência de uma verdade. Essa paixão é mais forte que pensei, muito mais, ela sempre esteve aqui, apenas crescendo e se tornando parte de mim, parte que não sei se conseguiria me desfazer.

O que vou fazer agora??? Tô perdida.