Mrs. Potter
Capítulo 30
Mrs. Potter
Capítulo 30
-Engraçado, não é? – perguntei, num domingo qualquer, enquanto andávamos de mãos dadas. – Como as coisas mudaram, quero dizer.
Harry sorriu, ainda observando as três crianças andarem em nossa frente. James segurava a mão de Lily e Alvo segurava a outra.
Como James tinha cinco anos agora, se achava o mestre e achava que podia mandar nos irmãos. Mas, pelo que pareceu, Lily não parecia se importar. Ela ria quando Alvo ficava fulo com James por ele invadir o banheiro antes do irmão para escovar os dentes, dizendo que ele era mais velho e merecia respeito.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Alvo também se irritava quando descobria que algo seu tinha sumido, indo procurar, primeiramente, no quarto do irmão mais velho.
-O tempo voa – comentou, me tirando dos pensamentos – Daqui a pouco tempo, eles estarão em Hogwarts.
Estremeci, só de pensar em meus filhos me deixando por um ano letivo inteiro.
-Mas... Mas eles são muito novos. Não saberão se cuidar...
Harry riu.
-Ainda tem bastante tempo. E foi assim conosco, Gi.
Resmunguei qualquer coisa e ele sorriu, apertando minha mão.
-Mas, se James e Alvo brigam por banheiro em casa, como vai ser em Hogwarts, quando eles tiverem que dividir alguma coisa?
-Nem quero imaginar – admitiu Harry, rindo – Espero que Alvo e Rosa deem um jeito nele.
-Parabéns Lily! – exclamaram todos e a ruiva sorriu docemente.
Toda a família estava lá em casa para o aniversário de seis anos da pequena. Hugo, James, Rosa e Alvo estiveram conversando com ela no andar de cima, distraindo-a para que pudéssemos arrumar tudo para uma festa surpresa.
Harry, eu, Alvo e James a abraçamos e logo depois ela foi soterrada por gente querendo lhe cumprimentar.
Depois, ela se encaminhou para o bolo que eu e Hermione fizéramos mais cedo e deu um imenso sorriso.
-Foi você que fez, mamãe?
-Foi, sim, querida. Eu e a tia Hermione.
-Obrigada. Sabe que eu amo morangos.
Sorri também. Tínhamos feito o bolo cheio de morangos pensando nela.
-Claro que sei.
Lily cortou um pedaço generoso para mim, depois para Harry e os irmãos e foi se divertir com as crianças, deixando para eu cortar o resto.
-Como eles crescem... – comentou Mione, observando Lily e Rosa brincarem com um garotinho que eu não reconheci.
-Pois é.
James chegou perto das duas, com os braços cruzados e eu o escutei dizer:
-Quem é este, Lily?
-Ele é David. David, né? – perguntou para o menino, para ter certeza e ele assentiu – É, David, esse é meu irmão James. James, David.
O garoto estendeu a mão ao meu filho, mas este fingiu não ver.
-Alvo e eu – falou James para a irmã – vamos voar. Vem com a gente?
-Voar? – perguntou David, confuso.
-É, garoto, voar – respondeu James, rispidamente - Vem Lily?
-Ah, eu estou bem aqui, obrigada.
James pareceu furioso pela própria irmã trocá-lo por um garoto normal e trouxa.
-Lily, ele está dando em cima de você e você fica aí, parada, como se nada estivesse acontecendo.
-James, você ficou maluco? – perguntou Lily, exasperada.
-Claro que não! Esse... cafajeste está querendo ficar contigo!
-James Sirius, eu só tenho SEIS anos de idade! Cai na real.
Mas o garoto só deu as costas e saiu pisando firme até Alvo e Hugo. Mione me lançou um olhar com as sobrancelhas levantadas.
-Então tá bom – comentei, surpresa. – Espere aqui, eu já venho.
Andei a passos rápidos até James e o chamei para o jardim. Ele me seguiu, ainda com uma expressão de fúria. Abaixei-me para ficar na sua altura.
-James, o que foi aquilo?
-Aquilo o quê?
-Você e a Lily...
-Mãe, eu falei para ela. Aquele menino está dando em cima dela debaixo do seu nariz! E a Lily não percebe!
-Jay, é normal ter ciúmes da sua irmã, mas ela só estava se divertindo com o garoto.
-É, mãe, mas quando ela crescer quero ver você repetir essas palavras.
Abri a boca, mas fiquei sem palavras. Que garotinho esperto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-Escute – comecei – Você, só porque é mais velho, não quer dizer que tem posse dos seus irmãos. Dê espaço para Lily. Eu sei que você só quer o bem dela, mas, às vezes, você tem que saber decidir entre a posse e a diversão.
Ele assentiu com a cabeça e eu o abracei.
-Ei, eu sei que você só não quer que ela se machuque.
-Você não imagina o quanto. Às vezes, eu e ela brigamos, mas Lily é minha irmã mais nova e eu só...
James pareceu ficar sem palavras e então sacudiu a cabeça.
-Eca, mãe. Que coisa dramática – e saiu.
Sorri ao ver a criança marota que eu tinha criado. Mas sabia que, no fundo, James se importava tanto com Lily quanto eu me importo com eles.
-CHEGOU! CHEGOU! CHEGOU! AAAAAH!
Assustada, eu e Harry corremos até a sala, onde James corria de um lado para o outro, com uma carta na mão levantada. Lily ergueu os olhos do livro dela ("Os Contos de Beedle, o Bardo" que Hermione emprestara). Alvo apareceu na escada, visivelmente preocupado.
-Que foi? – perguntei para o menino de onze anos que rebolava em cima da mesinha em frente ao sofá – Desça daí, James!
Lily cobria os olhos com a mão, murmurando que ficaria cega se continuasse a olhar aquilo.
-Minha carta para Hogwarts! – exclamou Jay, então subiu no sofá e começou a fazer uma dançinha esquisita e cantar: – Eu vou para Hoggy-warts! Eu vou para Hoggy-warts!
-Mãe – chamou Lily – Quando James desembebedar, fale para ele que ele é um tapado por mim, sim? Eu vou tomar banho.
Ela se levantou sem cerimônia e subiu as escadas. Alvo assobiou longamente e riu. James tinha parado de fazer o que fosse aquilo e lia a carta, com os olhos brilhando de ansiedade.
Pigarreou alto, estufou o peito e leu:
-Prezado Sr. Potter, temos o prazer de informar que . tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Jay ergueu a cabeça e apontou acusadoramente para Alvo.
-E você! Você disse que minha carta não viria!
-Todo mundo adora suspense – comentou ele, dando de ombros e Harry riu.
-É, mas ela chegou, não é? HÁ para você!
James olhou em volta.
-Cadê a Lily? Preciso comemorar com a minha irmãzinha.
-Lily foi tomar banho.
Alguns minutos depois a ruiva desceu as escadas, com um pijama e pantufas.
-Desembebedou? – perguntou ela, sorrindo ao ver James quieto, sentado na poltrona.
Quando ele a viu, colocou-se de pé o mais rápido possível e foi até ela.
-Lily, minha cara, preciso comemorar!
-Mais? – perguntou ela, cansada.
-É, mais.
James pegou suas mãos e começou a dançar com a irmã, que riu e o acompanhou. Ficaram um bom tempo rodando para lá e para cá, com Harry, Alvo e eu observando, rindo.
-Você é uma ótima dançarina – disse Jay, por fim.
-Ah, eu sei. Vem do sangue – ela piscou o olho e se dirigiu à poltrona, se afundando nela.
O garoto se sentou no braço do sofá e ficamos vendo a TV bruxa até James alegar estar cansado e ir dormir.
-Minha nossa, ainda bem que ele vai para Hogwarts. Não sei se iria aguentar mais comemorações – Alvo falou, dando um suspiro falso. Lily revirou os olhos, mais sorriu.
-Ah, você vai sentir falta dele – afirmei.
-Não vou, não.
-Alvo, Alvo... – Harry disse – Com quem você vai brigar por banheiro todo o dia de manhã? Com quem você vai disputar os primeiros bacons no café da manhã? Com quem você vai aprontar com Percy enquanto ele dorme num domingo n'A Toca?
-Lily pode me ajudar.
-Não posso, Alvo. Eu tenho o meu banheiro. Não como bacon, só panqueca e waffle. E eu até que gosto do tio Percy.
Alvo ficou quieto e então alegou que estava com sono e foi dormir.
-Ai, esses meninos – Lily suspirou – Não sei o que seria sem eles.
Harry e eu sorrimos.
Subimos as escadas juntos e colocamos Lily na cama, mesmo ela não precisando mais. Sentei-me na beiradinha de sua cama, enquanto ela se aconchegava debaixo das cobertas, com Harry do outro lado.
-E você? Vai sentir falta de James quando ele for para Hogwarts?
-Claro que sim – ela deu de ombros – James é meu irmão, não é?
Sorri, tendo um flashback.
-Ah, sei como você se sente. Quando Fred e Jorge foram para Hogwarts... Eles aprontavam, sabe? Faziam-me rir. Aí eles foram e eu fiquei... Com o pateta do Rony.
-O tio Rony também é engraçado – Lily o defendeu.
-É, ele é. Mas tudo o que fazia na idade dele era ficar reclamando daquele rato velho, o Perebas.
Harry estremeceu.
-É verdade – apoiou-me ele – Perebas era o rato mais gordo e preguiçoso que eu já conheci. Aquele rato de esgoto...
-Harry – avisei, mas Lily já tinha se interessado.
-Por que você não gosta do rato, pai? – perguntou.
-É uma longa... – começou e eu acrescentei:
-E dramática.
-E dramática história. Quando você for maior, eu lhe contarei. Agora, é hora de dormir.
Harry depositou um beijo em sua testa e eu fiz o mesmo, depois saímos e apagamos a luz.
-Boa noite, Lily.
-Vamos logo! Não quero perder o trem! – James exclamava a cada dois minutos.
Lily tomava seu café da manhã, ainda de pijamas, assim como Alvo. James já estava pronto há muito tempo e se irritava com a atitude dos irmãos.
-Vocês querem que eu fique aqui, é isso?
-Claro que não, James. Deixe de ser bobo, é bem melhor acordar sem você e Alvo brigando – Lily sorriu.
-Hunf! – fez ele e se sentou sobre seu malão, ao lado da gaiola de sua coruja nova, Zeus.
Quando todos estavam prontos, entramos no carro e fomos para Kings Cross. Passamos correndo pelas plataformas até chegar a 9 e a 10.
-Tá, e agora? – perguntou James, olhando para os lados.
-Ué, você não sabe como ir? – Harry perguntou, me lançando um olhar divertido.
-N-não. Mas vocês sabem, não é?
-Por que saberíamos? Saímos de Hogwarts há mais de dez anos... – falei, com descaso.
-Mas... Mas...
Harry e eu rimos de sua expressão de medo.
-Claro que sabemos. Pegue seu carrinho, Jay, e se posicione aqui.
Ele disse que atravessaria com ele e eu ficava com Lily e Alvo. Quando Harry correu com James em direção à parede, Lily prendeu a respiração e tampou os olhos. Alvo, porém, ficou observando, admirado, a parede.
-Vamos – chamei e fiz o mesmo com os dois pequenos junto comigo.
Do outro lado, a grande locomotiva vermelha soltava fumaça pela plataforma. Alunos para cá e para lá. Corujas, gatos, sapos e muitas outras coisas em que não se vê em uma plataforma normal de trem.
-Uau – exclamaram Lily e Alvo juntos, fazendo coro.
-Maneiro, né não? – perguntou Harry, pondo o braço por volta do meu ombro.
James admirava o grande trem. Zeus respondeu o piado das outras corujas, com animação. Ouviu-se o apito em algum lugar e eu disse:
-Acho bom você embarcar, James, querido.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ele foi até Alvo e estendeu a mão, porém, este o abraçou. James retribuiu, surpreso e se passou para Lily. Ela abraçou-o com emoção e ele a rodou no ar, fazendo-a rir.
Passou para mim e eu o abracei com força.
-Mandaremos uma coruja toda semana, tá bem?
Jay postou-se em frente de Harry, que falou algumas coisas e depois eles se abraçaram.
-Vai, James. Ou perderá o trem!
O moreno se apressou e entrou no trem. Acenamos para ele pela janela e a locomotiva começou a se mover. Com o coração apertado, dei um último aceno e o trem fez uma curva e James Sirius desapareceu.
Lily suspirou e encostou a cabeça no ombro de Alvo. Este passou a mão por sobre seu ombro e ficamos observando o ponto em que o trem sumira.
-Acho bom irmos para casa.
-Vamos.
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